sexta-feira, 10 de outubro de 2008

O QUE PUBLICAM OS JORNAIS DE HOJE

10 de outubro de 2008

O Globo

Manchete: Uma questão de estilo
No primeiro debate no segundo turno, os candidatos Fernando Gabeira(PV) e Eduardo Paes (PMDB) apresentaram ontem, no auditório do Globo, propostas semelhantes e estilos distintos. Os dois concordaram sobre a necessidade de licitar as linhas de ônibus, investir em transportes e saúde. Sobre a implantação do bilhete único também houve acordo, mas Gabeira foi o único a admitir que talvez seja necessário subsídio da prefeitura.

Ambos se comprometeram a não aumentar o IPTU, diminuir o ISS de alguns setores, e abriram uma porta para a revisão da legislação das Apacs. O candidato do PV fez questão de marcar algumas diferenças na questão da fidelidade partidária, dizendo que trocou de partido apenas uma vez, e no ataque às posições do governador Sérgio Cabral em sua queda-de-braço com o funcionalismo.

Já Eduardo Paes, buscando um perfil técnico, defendeu a tese de que sua união com os governos estadual e federal tirará a prefeitura do Rio do isolamento. Foram duas horas e vinte minutos em clima cordial, e, no final, Gabeira chegou a dizer que o perdedor ajudará o vencedor. Em figurino descontraído, o candidato verde combinou terno em padrão príncipe-de-gales com botina e camisa azul-royal, enquanto Paes preferiu a sobriedade de terno e mocassim preto e camisa azul-claro. Platéia e internautas elogiaram o nível do debate. (págs. 1 e Caderno Especial)

Lula desiste de ato com Marta após disparada de Kassab (págs. 1 e 8)

Paes se desculpa em carta para Lula e dona Marisa (págs. 1 e 5)

BC poderá bloquear negócios de bancos
Disposto a evitar o contágio da crise internacional, o governo deu carta-branca ao Banco Central para intervir nos bancos que precisarem de socorro financeiro. A decisão foi anunciada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e transformada em medida provisória que irá ao Congresso. O BC poderá exigir venda de ativos, proibir novos negócios e vetar remuneração de executivos e distribuição de lucros dessas instituições.

Outra decisão é que, ao contrário do Federal Reserve, o BC não aceitará papéis podres como garantia das operações. Os analistas receberam bem o anúncio das medidas. O dólar fechou a R$ 2,198, com queda de 3,6%. A Bovespa caiu 3,92%. No mesmo dia em que o FMI alertou para o risco de recessão global, o Índice Dow Jones caiu 7,33%. (págs. 1 e 25 a 32)

Privatização do Galeão tem primeiro passo
O governo federal deu ontem o primeiro passo para a privatização dos aeroportos internacionais Tom Jobim (Galeão) e Viracopos, em Campinas (SP). Uma resolução do Conselho Nacional de Desestatização formaliza ao presidente Lula a inclusão dos dois aeroportos no Plano Nacional de Desestatização (PND). (págs. 1 e 23)

Lucinha exige que Gabeira se retrate por ofensas (págs. 1 e 5)

TSE confirma realização de 2º turno em Campos (págs. 1 e 4)

Datafolha dá empate técnico: Gabeira 43%, Paes 41% (págs. 1 e 3)

PcdoB de Jandira apóia Paes mas Niemeyer vai de Gabeira (págs. 1 e 3)

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Folha de S. Paulo

Manchete : Bolsa dos EUA tem queda recorde com perdas de empresas
A Expectativa de balanços com resultados ruins nos EUA juntou-se ao congelamento do crédito e derrubou de novo os mercados. Ontem, o Dow Jones caiu 7,3%, o maior recuo desde 1087. Em sete dias, a queda acumulada dos principais índices de Nova York também foi a maior em 21 anos. Além dos bancos, que vinham liberando as perdas, entraram agora na espiral de baixa as ações de grandes empresas diretamente ligadas ao consumo, o que sinaliza a expectativa de uma forte recessão a caminho. Ações de montadoras como GM e Ford e de petroliferas como Exxon tiveram quedas expressivas, também verificadas nos primeiros resultados do comércio. Na média das 500 empresas que integram o índice S&P 500, a Expectativa mais otimista é um recuo de 8% nos ganhos no trimestre. No Brasil, a Bovespa chegou a subir quase 5%, mas fechou com baixa 3,92%; no mês, a bolsa caiu 25,15% e recuou para o menor patamar em dois anos. Em reação ás perdas nos EUA, as Bolsas asiáticas abriram em forte quada hoje.(págs.1 e B1)

Em retaliação ao Equador, Lula cancela missão de apoio a obras
O presidente Lula cancela a ida de missão técnica ao Equador no dia 15 para discutir o apoio brasileiro a obras de infra-estrutura. Ele se irritou com a decisão de Quito de manter a expulsão da construtora Odebrecht. Segundo o Itamaraty, a medida foi tomada “em face dos últimos desdobramentos envolvendo empresas brasileiras naquele país”. Foi o primeiro ato de retaliação do Brasil às posições do presidente Rafael Correa, que ameaça expulsar também a Petrobrás. (Págs 1 e A12)

Governo dá carta branca ao BC para socorro a bancos
O Conselho Monetário Nacional regulamentou a medida provisória que dá ao Banco Central a possibilidade de emprestar a bancos com problemas de caixa. O BC terá carta branca para gastar o valor que achar necessário para socorrer, desde que receba garantias, e o poder de intervir diretamente na administração dos bancos socorridos.(págs.1 e B4)

Nova intervenção faz dólar recuar pelo segundo dia
A intervenção do Banco Central no mercado de câmbio levou o dólar comercial ao segundo dia consecutivo de queda. A moeda recuou 3,59% ontem, para 2,198. Houve dois leiões de venda de divisas e um de contratos de ''swap'' cambial, papel que oferece proteção futura contra variação de cotações. Para analistas, o BC deve continuar atuando.(págs.1 e B5)

Roubini vê mundo "a um passo do derretimento"
Conhecido pelas previsões sombrias – seu apelido é ''Senhor Apocalipse'' -, o economista Nouriel Roubini afirma em entrevista a Sérgio Dávila que o mundo corre risco de depressão, e o Brasil, de crescer abaixo de 3%. ''As bolsas se enfraquecem, o mercado seca e os gastos começam a cair. Estamos a um passo do derretimento total'', diz. (págs.1 e B11)

Editoriais
Leia “Tempos excepcionais”, sobre quebra de tabus na ação de governos; e “Reação tímida e tardia”, acerca de diplomacia. (Págs. 1 e A2)


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O Estado de S. Paulo

Manchete: Bolsa de NY despenca 7,3%, para o menor nível em 5 anos
As bolsas dos EUA sofreram perdas dramáticas na última hora do pregão de ontem, arrastando a Bovespa, que caiu 3,92% após ter subido 4,89%. O índice Dow Jones recuou 7,33% - a terceira maior queda da história, para o nível mais baixo desde 2003. A percepção do mercado de que a recessão será mais abrangente e profunda do que o previsto ajuda a explicar o movimento.

Ações de bancos e da GM estão entre as que mais perderam. O Tesouro americano confirmou o plano de capitalizar bancos em troca de participação acionária. Trata-se de admissão de que só o pacote de US$ 700 bilhões não será suficiente para descongelar o mercado de crédito, informa a correspondente Patrícia Campos Mello.

O presidente Bush se reúne amanhã com ministros do G7 (os sete países mais ricos do mundo) e com a cúpula do FMI e do Banco Mundial para debater a crise. (págs. 1 e B1 a B8)

Pesquisa faz Lula mudar agenda para socorrer Marta
Pressionado pela direção do PT, o presidente Lula mudou sua agenda na última hora para socorrer Marta Suplicy, informa a repórter Vera Rosa. A campanha da petista entrou em crise depois da divulgação de pesquisa do Datafolha em que o prefeito Gilberto Kassab aparece com 17 pontos de vantagem para o segundo turno. Para ajudar Marta, Lula vai acompanhá-la hoje em encontro com pastores evangélicos. (págs. 1 e A4)

Planalto decide finalmente retaliar o Equador
Em retaliação às atitudes que o presidente do Equador, Rafael Correa, vem tomando há semanas contra o Brasil, o Planalto cancelou a viagem que o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, faria a Quito. Correa suspendeu as operações da Odebrecht e ameaça expulsar a Petrobras. O Planalto advertiu que, se fizer isso, o Equador terá de ressarcir a empresa em US$ 430 milhões. (págs. 1 e A14)

Notas e informações: A paciência acabou
Pela primeira vez, o governo petista reage com medida concreta – na verdade, uma retaliação – ao esbulho de interesses brasileiros nos países ditos bolivarianos, como o Equador. (págs. 1 e A3)

No Brasil, BC ganha poderes especiais
O Banco Central ganhou poderes ontem para interferir até nos negócios dos bancos que quiserem vender as carteiras de crédito ao governo. O BC poderá proibir novas linhas de negócios, obrigar o banco a vender ativos, sustar a distribuição de dividendos e vetar a concessão de aumentos salariais para os administradores. As normas também afirmam que não serão aceitos créditos "podres" dos bancos. (págs. 1 e B3)

Hora de refazer contas
Washington Novaes: Com a crise, o que está em jogo são os formatos de viver. (págs. 1 e A2)

Análise: Em busca da solução global
Num ambiente de falta de confiança e de capital, instrumentos comuns de administração macroeconômica são ineficazes. Mas, se os formuladores de medidas do mundo remarem na mesma direção, sairemos da crise. (págs. 1 e B6)

Crise derrete a Islândia
A Islândia é o exemplo do que a crise pode fazer com nações ricas. O governo estatizou o maior banco local, fechou a bolsa e pode ir ao FMI, fato inédito no mundo desenvolvido. O brasileiro Pedro Ziviani relata pânico no país. (págs. 1 e B8)

MEC quer formar mais professores
Esforço do governo envolverá o uso de universidades estaduais. (págs. 1 e A17)

Estudo aponta riscos para crianças na web
Um terço de 875 crianças e adolescentes que responderam a pesquisa realizada pela ONG Safernet admitiu já ter encontrado pessoalmente, sem avisar os pais, amigos que conheceu na internet. Entre os entrevistados, 58% disseram ter tido contato pela internet com conteúdo que eles próprios consideram agressivo ou inadequado. (págs. 1, C1, C3 e C4)

SP põe litoral todo sob preservação
Com atraso, o governo cria novas áreas de proteção na região. (págs. 1 e A18)

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Jornal do Brasil

Manchete: R$ 34,5 milhões para não trabalhar 58 dias
Os presidentes da Câmara e do Senado foram surpreendidos por uma rebelião de parlamentares que decretaram recesso das atividades legislativas até o fim das eleições, apesar de o segundo turno ser realizado em apenas 11 Estados, e não em todo o país. O pagamento de salários nesses 16 dias representará ao Tesouro um gasto de R$ 5 milhões. Deputados e senadores já haviam se ausentado do Congresso por 42 dias, sob o pretexto de participar do primeiro turno da disputa municipal. Receberam, no período, R$ 29,5 milhões. (pág. 1 e País, pág. A13)

Governo retalia o Equador na defesa da Odebrecht
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu desistir de missão que viajaria ao Equador, em retaliação ao presidente Rafael Correa, que cancelou contratos de US$ 650 milhões da empreiteira brasileira Odebrecht. O Brasil responde também ao rompimento de concessão de extração de petróleo pela Petrobras. (pág. 1 e Economia, pág. A21)

BC deve ficar na contramão dos juros no mundo
Especialistas ouvidos pelo JB prevêem: o Banco Central deve seguir tendência inversa à dos principais bancos centrais, que reduziram suas taxas de juros em ação coordenada. A Bolsa de Nova York voltou a despencar (7,33%), contaminando os mercados. Em seis dias, a Bovespa já perdeu mais de 25%. (pág. 1 e Economia, págs. A18 e A19)

Ibiúna, há 40 anos, o marco de luta da geração no poder
Há 40 anos, em 12 de outubro de 1968, a ditadura militar levou à cadeia 900 estudantes no proscrito 30º Congresso da União Nacional dos Estudantes em Ibiúna, São Paulo. O episódio deu início às lutas da geração política hoje no poder, mas ainda há feridas abertas: vários dos alunos presos são desaparecidos. (pág. 1 e Tema do Dia, págs. A2 e A3)

Niemeyer apóia Gabeira e Jandira fecha com Paes
O candidato do PV à prefeitura do Rio, Fernando Gabeira, recebeu ontem o apoio de Oscar Niemeyer, que será mostrado no horário eleitoral. "É uma figura importante, com uma passado de luta, um grande brasileiro", elogiou o arquiteto. Já Eduardo Paes (PMDB) obteve o apoio de Jandira Feghali (PCdoB). (pág. 1 e Eleições, pág. A10)

Pelas ruas
Com capacidade para cinco policiais e seis presos, a Secretaria de Segurança do Rio apresentou ontem um blindado para uso nas ruas da cidade, e não em operações em morros. (pág. 1 e Cidade, pág. A16)

Defesa Civil lacra colégio
A Defesa Civil do rio lacrou o Colégio Estadual Stella Matutina, em Jacarepaguá, apelidado de Carandiru, um antigo presídio, por causa de sua série de problemas de infra-estrutura. Mais de 800 jovens, de 18 turmas, estão sem aulas há duas semanas. (pág. 1 e Cidade, pág. A14)

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Correio Braziliense

Manchete: Crise atinge crediário, venda de carro e até vinho
Grandes ou pequenos, todos os bancos negam. Mas é fato. Com a crise internacional à solta, tomar dinheiro emprestado tornou-se tarefa dificílima no Brasil. Em alguns casos, como no ramo de automóveis, os juros dos financiamentos dobraram. O crédito consignado, antes oferecido até na calçada das cidades, agora está suspenso em várias instituições financeiras.

As exigências entre a aprovação do cadastro e a liberação do dinheiro multiplicaram-se. “Os bancos me disseram que a linha está suspensa e que vão esperar a crise acabar para voltar”, afirma Juvenilce da Silva, servidora da Polícia Civil do DF. Além do nó do crédito, o câmbio produz efeitos sobre o dia-a-dia. Por conta do vaivém incerto da moeda, o maior fornecedor de vinhos da cidade, Lindomar Ribeiro, está com sete mil caixas paradas na aduana, à espera da estabilização do preço. Até lá, a bebida vai encarecer. (págs. 1, 14 a 19 e Tema do Dia)

US$ 1 = R$ 2,17
A taxa de câmbio fechou em queda de 4,82%, depois de novas intervenções do Banco Central. (págs. 1, 14 a 19 e Tema do Dia)

Virou pó
Bolsa de Nova York cai 7,3% e perdas já superam US$ 7 trilhões. (págs. 1, 14 a 19 e Tema do Dia)

Mão amiga?
FMI oferece dinheiro a emergentes em apuros. (págs. 1, 14 a 19 e Tema do Dia)

Eu garanto
BC europeu diz que cobre depósitos de bancos quebrados. (págs. 1, 14 a 19 e Tema do Dia)

Processo penal
Procuradora denuncia por formação de quadrilha empresários, servidores do Senado e lobista ligado ao senador Efraim Morais (DEM-PB). (págs. 1 e 2)

Correio detalha esquema do Cespe
Auditores da Controladoria-Geral da União e da Receita Federal mapearam a rede de fraudes montada no Centro de Seleção e Promoção de Eventos (Cespe), da UnB. Irregularidades somam R$ 570 milhões entre pagamentos ilegais e sonegação. (págs. 1, 29 e 30)

Como é fácil o jovem correr riscos na web
Uma pesquisa do Ministério Público de São Paulo revela que 53% dos internautas com menos de 18 anos já acessaram conteúdos impróprios na rede. Sites de relacionamento são a maior fonte de risco para os jovens. (págs. 1 e 10)

Piquenique acaba no hospital
Passeio no zôo acabou mal para 90 alunos do Centro Educacional Nossa Senhora de Lourdes, de Planaltina. Duas horas após o almoço preparado pelos professores, uma mistura de arroz, batata palha, galinha e maionese, as crianças tiveram de ser socorridas no HRAS. (págs. 1 e 32)

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Valor Econômico

Manchete: Governo estima gastar US$ 20 bi das reservas
O plano de ação do governo para enfrentar a crise internacional, neste momento, conta com a possibilidade de gastar até 10% das reservas cambiais - cerca de US$ 20 bilhões - para irrigar o mercado de câmbio e com a adoção de uma política fiscal anticíclica em 2009. O uso das reservas foi uma decisão política e não há, a priori, um teto, e, sim, uma avaliação do que seria necessário.

A intenção é reduzir o superávit primário de cerca de 4,5% do PIB este ano para 3,8% no próximo exercício, como contraponto à retração esperada no nível de atividade econômica. A diferença, equivalente a cerca de R$ 19 bilhões, seria usada para investimentos em infra-estrutura. As atuais condições de endividamento do setor público permitem uma certa "ousadia keynesiana", avaliam fontes oficiais. A dívida líquida caiu para 39% do PIB em setembro, pelo fato de o país ser credor em moeda estrangeira.

Somam-se ainda ao plano de ação prover liquidez ao mercado interbancário, com a redução dos compulsórios, e o anúncio, na próxima semana, de um reforço nos financiamentos para o plantio da safra 2008/09, que também estão travados, com aumento de exigibilidades. Todas essas questões foram levadas ao presidente Lula em diversas reuniões durante a semana. Coube a ele decidir, na manhã de quarta-feira, sobre a venda de reservas cambiais para conter a desvalorização do real, após reunião com o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles.

Um fato totalmente inesperado para o governo foi se defrontar com empresas exportadoras em sérias dificuldades com a desvalorização do real. Ficou claro, após o reconhecimento dos prejuízos da Sadia e da Aracruz, que havia uma bolha especulativa, uma espécie de "subprime" nacional em apostas com derivativos. Apreensiva com tais informações, a área econômica solicitou ao BC e à CVM um monitoramento na Cetip e na BM&F para saber exatamente quantas e quais empresas estão nessa situação. Só depois de dimensionado o problema é que o governo terá noção mais precisa sobre o patamar em que o câmbio deverá se estabilizar.

O BC continuará fazendo leilões de dólar para dar liquidez ao mercado de câmbio, mas o gasto das reservas cambiais será parcimonioso. "Esperamos usar uns 10%", indicou uma fonte. (págs. 1, A2 e C1)

Lula se irrita com Equador e muda o tom
A escalada de ameaças do governo equatoriano a empresas brasileiras irritou o presidente Lula e o Itamaraty, que decidiram aumentar o tom da reação. Por orientação direta de Lula, foi cancelada uma missão brasileira sob o comando do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, que discutiria o apoio a obras de infra-estrutura viária no Equador. O embaixador do Brasil em Quito, Antonino Marques Porto, entrou em contato com a chanceler María Isabel Salvador e disse que os "últimos desdobramentos" envolvendo Odebrecht e Petrobras "contrastam com as expectativas de uma solução favorável". (págs. 1 e A10)

Idéias
Maria Cristina Fernandes: Presidente nunca definiu eleição municipal nem teve sua sucessão definida por ela. (págs. 1 e A6)

Idéias
Armando Castelar: É recomendável a redução do gasto público corrente, como nas últimas duas crises. (págs. 1 e A11)

Alta do dólar rendeu US$ 6,5 bi ao Banco Central em setembro (págs. 1 e C1)

Dow Jones vive um 'crash' em câmera lenta
A bolsa americana caiu ontem pelo sétimo dia consecutivo, mantendo-se no rumo do que praticamente é um "crash" em câmera lenta e que já derrubou a Média Industrial Dow Jones em mais de 20%. O índice rompeu outro marco, fechando a menos de 9 mil pontos pela primeira vez desde 2003 e eliminou quase todos os ganhos do último ciclo de alta.

A quebradeira está sendo alimentada pelos temores cada vez maiores em relação ao sistema bancário e às conseqüências para o resto da economia. Os investidores ficaram apreensivos com um relatório da Standard & Poor's sobre a possibilidade de rebaixamento da avaliação de risco da GM. No total, o mercado de ações americano perdeu US$ 2,5 trilhões nos últimos sete pregões. (págs. 1 e C2)

Recessão nos EUA
Os EUA já estão em recessão. A economia deve registrar retração de 0,2% nos últimos três meses e mais 0,8% no quarto trimestre, segundo estimativa média de 52 economistas ouvidos pela Bloomberg News entre os dias 3 e 8 de outubro. De acordo com eles, a recessão será "profunda e longa". (págs. 1 e A11)

Oportunidades no câmbio
Produtores de algodão seguram as vendas no mercado interno para dar prioridade a exportações e aproveitar a alta do dólar. Cerca de 680 mil toneladas já estão comprometidas com o exterior. Em 2007, os embarques foram de 420 mil toneladas. (págs. 1 e B12)

Bolsa eleva margens
A BM&FBovespa e a Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia elevaram ontem, pela terceira vez em uma semana, a exigência de margens para negócios com derivativos e contratos a termo, agora de 15%. O objetivo é dar mais segurança ao mercado e reduzir o risco dos investidores. (págs. 1 e D2)


Pequenas perderam mais
Com menor liquidez e forte presença de estrangeiros, que têm vendido suas ações para fazer caixa em razão da crise, as empresas de menor capitalização na bolsa ("small caps") têm apresentado desempenho pior que o do Ibovespa. O índice setorial perdeu duas vezes mais em setembro. (págs. 1 e D1)

IGP-M volta a subir
A inflação medida pelo IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) registrou alta de 0,55% na primeira prévia de outubro. No ano, o indicador acumula alta de 9,07% e, nos últimos 12 meses, de 11,76%. Os preços no atacado (IPA) subiram 0,71% ante deflação de 0,14% um mês antes. (págs. 1 e A2)

Sobretaxa à viscose
A Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou a ampliação de tarifas antidumping sobre fibras de viscose importadas da China, Taiwan e Áustria. A medida deve vigorar por seis meses. (págs. 1 e A3)

Empresas querem adiar leilão de rodovias
A dificuldade para obter crédito com a crise financeira internacional levou as empresas inscritas nos leilões de concessão de cinco rodovias paulistas a pedir seu adiamento ao governo estadual. Uma das condições para participar da disputa é a apresentação de carta de garantia de banco ou seguradora no dia do leilão, em 29 de outubro.

Os cinco lotes representam um total de R$ 3,5 bilhões, que é o valor a ser desembolsado pelas outorgas. A Secretaria dos Transportes informa não ter recebido, até ontem, nenhum pedido oficial de adiamento por parte das companhias. O secretário Mauro Arce já teria informado empresas e bancos de sua decisão de manter a data.

Além dos R$ 3,5 bilhões do valor das outorgas, as empresas terão de realizar investimentos da ordem de R$ 9 bilhões e para isso precisarão de um empréstimo-ponte para começar as obras até que saiam os recursos do BNDES. (págs. 1 e B9)

Substituição tributária surpreende empresas
O governo do Estado de São Paulo ampliou de novo e de forma significativa a lista dos produtos incluídos no programa de substituição tributária do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Dentre os cerca de 200 itens agora sujeitos ao regime, 76 são da área de materiais de construção e outros 50 do setor de alimentos. Os dois segmentos foram surpreendidos com as novas inclusões. A Secretaria da Fazenda confirma que a ampliação da lista não foi previamente negociada com as empresas.

Pela substituição tributária, a indústria ou o importador recolhem antecipadamente todo o ICMS que seria pago nas etapas seguintes de comercialização até a venda ao consumidor final. Com o decreto, publicado na terça-feira, a Fazenda estadual mostra que pretende expandir a substituição de forma muito mais acelerada do que esperado pelas empresas.

Desde fevereiro, quando houve a primeira ampliação do sistema, o regime já trouxe resultados ao Fisco paulista. Segundo dados da Fazenda, de março a junho a arrecadação de ICMS no segmento perfumaria e cosméticos aumentou em 295,26% em relação aos mesmos meses do ano anterior. A alta foi muito maior que os 20,78% experimentados em igual período pela arrecadação total. A elevação do recolhimento pela indústria é natural, já que o pagamento fica concentrado nessa etapa. (págs. 1 e A3)

Eike poupou IR ao vender IronX à Anglo
Os R$ 654,85 milhões desembolsados pelo empresário Eike Batista para pagar o Imposto de Renda sobre a venda da IronX à Anglo American, que engrossaram os recolhimentos de pessoas físicas à Receita Federal, são o resultado de um tipo de planejamento bastante comum para reduzir a carga tributária na venda de ativos pelas empresas. Sobre o ganho de capital resultante da operação em nome de um acionista incide apenas 15% de IR. Se esse mesmo ativo estivesse em nome de uma holding, por exemplo, o ganho de capital seria tributado com 25% de IR e 9% de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). (págs. 1 e E1)

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Gazeta Mercantil

Manchete: Mercados têm dia nervoso, mas surgem sinais de reação
Nada parece acalmar o mercado. Ontem, em mais um dia de nervosismo, os índices das bolsas continuaram em queda vertiginosa, numa clara demonstração de que o mercado não acredita que as soluções globais adotadas até agora sejam suficientes para evitar uma recessão.

A Bolsa de Valores de Nova York amargou queda de 7% no sétimo pregão consecutivo de baixa. O Dow Jones fechou abaixo dos 9 mil pontos pela primeira vez desde junho de 2003. Em São Paulo, o Ibovespa fechou em queda de 3,92%, aos 37.080 pontos.

No fim da manhã de ontem, o Tesouro dos Estados Unidos anunciou que estuda assumir o controle de bancos como forma de restaurar a confiança no sistema financeiro, uma troca pela injeção de recursos de US$ 700 bilhões que será feita.

Para conter a subida do dólar, o Banco Central fez leilões de venda da moeda norte-americana aos bancos e realizou nova oferta de contratos de swap cambial, instrumentos usados para proteção contra a variação do câmbio. O dólar comercial fechou em queda pelo segundo dia, de 2,76%, cotado a R$ 2,217 na venda, após dois leilões do Banco Central, inclusive com dólares das reservas.

O comportamento da moeda americana levou a Braskem a concluir uma captação de US$ 725 milhões em operação de pré-pagamento de exportações. Os recursos foram usados para quitar um empréstimo de US$ 1,2 bilhão feito em 2007 para comprar a petroquímica Ipiranga.

É um dos sinais de que, passada a inércia inicial, a chamada economia real vai, aos poucos, buscando soluções menos traumáticas para cada caso. As empresas retomam seus discursos de investimento e crescimento. A Viação Itapemirim anunciou investimentos de R$ 50 milhões na compra de 100 novos ônibus. A General Motors e a Volkswagen resolveram reduzir também a taxa de juros para financiamento de seus modelos, a 0,99%, como forma de manter aquecida a demanda.

No início da noite, o Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu regras rígidas para bancos que eventualmente precisem que suas carteiras de crédito sejam compradas com dinheiro das reservas internacionais. (págs. 1, A6, B1 a B5 e C1)

Lula cancela missão ao Equador
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cancelou a missão diplomática ao Equador, prevista para o próximo dia 15, como resposta à decisão do presidente equatoriano, Rafael Correa, que reiterou esta semana sua posição de expulsar em definitivo a Odebrecht do país e assumir todas as obras da construtora, cujos contratos têm valor superior a US$ 600 milhões. O cancelamento também foi motivado pelo recente conflito envolvendo projetos petrolíferos da Petrobras, que está sendo obrigada a se transformar em uma prestadora de serviços.

Luiz Antonio Mameri, diretor da Odebrecht, afirmou à Gazeta Mercantil que a construtora não recebeu, até o fim da noite de ontem, nenhuma notificação formal sobre a decisão do governo do Equador de assumir os contratos da empresa brasileira. “Comenta-se que haverá um novo decreto ou rescisão (de contrato), mas por enquanto não fomos notificados”, disse.

Em nota, a Odebrecht voltou a afirmar ontem que aceitou “todas as exigências” equatorianas em relação ao danos causados pela paralisação da hidrelétrica San Francisco, erguida pela empreiteira brasileira e que apresentou problemas operacionais.

Ontem, o ministro equatoriano de Áreas Estratégicas, Galo Borja, disse que a Odebrecht está tratando o Equador “como um país de última categoria”. (págs. 1 e A16)

CUT prega a renovação do sindicalismo
Na presidência da Central Única dos Trabalhadores (CUT), o sociólogo Artur Henrique da Silva Santos tenta encabeçar uma campanha para mudanças nas raízes do sindicalismo brasileiro. Partidário do fim da contribuição sindical, Artur Henrique concorda com o pagamento de contribuição, desde que voluntária, decidida em assembléia de trabalhadores. “Eles (os trabalhadores) é que decidem se vão contribuir”, disse.

Crítico da política macroeconômica do governo Lula, o sindicalista acompanha a crise financeira mundial e não se furta a afirmar que o mercado pode ser livre, mas cabe ao Estado um papel regulador fundamental que foi esquecido. “Deixaram o mercado livre e leve, e acabou se chegando a uma situação de insolvência.” (págs. 1 e A7)

Câmbio anula medidas contra a alta do trigo
A desvalorização do real tornou inócuo o pacote do governo federal editado em maio para conter a alta dos preços dos derivados do trigo, que vinham pesando na inflação. Entre as medidas adotadas estão as isenções do imposto de 10% sobre importação do grão de países que não integram o Mercosul, do adicional sobre frete marítimo (25%), do PIS e da Cofins (9,25%), que devem vigorar até o fim do ano.

As medidas estimularam as importações e agora, com a chegada da safra nacional, não há mercado para o produto porque os moinhos estão abastecidos. Lawrence Pih, presidente do Grupo Moinho Pacífico, um dos maiores do País, diz que já repassou 10% ao preço da farinha de trigo. O reajuste poderá chegar a 25%, afirma.

Sílvio Farnese, coordenador de política agrícola do Ministério da Agricultura, explica que a isenção das tarifas e os outros incentivos ajudaram a reduzir a pressão sobre os preços na época. “Fizemos a nossa parte.” Para ele, os moinhos terão de assumir as conseqüências do risco. (págs. 1 e B12)

Congresso da UNE é tema de evento em SP
A presença dos ministros da Justiça, Tarso Genro, da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, e de Comunicação Social, Franklin Martins, hoje na solenidade em comemoração dos 40 anos do Congresso da UNE em Ibiúna (SP), marca o peso simbólico que o governo está dando ao episódio na luta pela democracia. (págs. 1 e A10)

BM&FBovespa
Queda das ações faz BM&FBovespa perder US$ 20 bi em valor de mercado. (págs. 1 e B5)

Petróleo
Barril do WTI recua para US$ 86,59. (págs. 1 e C7)

Falta de crédito afeta empresas
Com o agravamento da crise, vários setores já estão sendo afetados, a ponto de algumas empresas cancelarem investimentos previstos para este ano. Uma das razões é a escassez de crédito. (págs. 1 e Investnews.com.br)

Opinião
Antonio Corrêa de Lacerda: A reação do governo brasileiro, embora um tanto tardia, tem sido positiva, demonstrando “espírito de prontidão” das autoridades. (págs. 1 e A3)

Opinião
Klaus Kleber: O dólar alto faz mais bem do que mal à economia. O saldo comercial pode aumentar em 2009, com o despencar das importações. (págs. 1 e A2)

Opinião
José Mauro Delella: O modelo financeiro corre sérios riscos. Além da restrição ao crédito, teremos um setor menor, mais conservador e mais regulado. (págs. 1 e A3)

Turbulência globalizada
O diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn (à dir.) e o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, participaram de entrevistas coletivas ontem em Washington, nas quais mostraram um cenário sombrio para os próximos meses. "O Brasil não está imune à crise, mesmo com fundamentos econômicos fortes", disse Strauss-Kahn. Na coluna Diretor de Washington, Marcello D'Angelo comenta as medidas para conter a turbulência que estraçalha fortunas em todo o mundo. (págs. 1 e A13)

Hotéis de luxo atrás de brasileiros
Os hotéis parisienses de luxo do grupo Oetker - que atua mais fortemente nos setores de alimentação e transporte marítimo - estão registrando uma retração nos negócios e querem conquistar novos turistas brasileiros. (págs. 1 e C5)

Luxo e conforto para a terceira idade
O País está envelhecendo. Em 2020, seremos 32 milhões de brasileiros com mais de 60 anos. De olho nesse mercado, começa a despontar um segmento voltado para as necessidades da terceira idade, com muito conforto e (por que não?) até um certo luxo. É o caso do Hiléia, aberto em dezembro de 2007, no Morumbi, que tem Cristiane D’Andrea (foto) como sócia e diretora. (págs. 1, C10 e C11)

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Estado de Minas

Manchete: Por que a internet ameaça seu filho
Pelo menos 53% das crianças que acessam a rede já tiveram contato com conteúdo impróprio e são alvos fáceis de adultos mal-intencionados. (pág.1)

Brasil reage a afrontas do Equador
Expulsão da Odebrecht e ameaça à Petrobras levam o Brasil a adiar missão do Ministério dos Transportes ao Equador para discutir obras. (págs. 1, 20 e Editorial, na 10)

Especulação indomável
Um furacão varreu ontem a Bolsa de Nova York, que desabou 7,3%, o maior tombo dos últimos cinco anos. No Brasil, a Bovespa despencou 3,92%. O BC interveio e o dólar caiu para R$ 2,17. Hoje, a pergunta que o mundo se faz é: por que a crise não cede? Noves fora a especulação, que é da natureza do mercado, há pelo menos duas respostas. Uma é que a crise é também de confiança. Ninguém confia em ninguém. A outra: ainda falta dinheiro no sistema financeiro, que parece haver transformado em pó os trilhões injetados nos bancos pelos BCs de todo o planeta.(págs. 1, 14 e 15)

A baixaria que domina as campanhas eleitorais
Ataques pessoais, acusações em panfletos apócrifos, e-mail difamatórios. Em várias capitais e cidades do interior, a campanha das eleições no primeiro turno foi um festival de baixarias, que promete se repetir agora. (págs. 1 e 3)

PDT fecha com Lacerda. PMDB é só de Quintão (págs. 1, 4 e 5)

Iphan e UFV digitalizam documentos documentos dos anos 1700 (págs. 1 e 25)

BH, capital da natação
O campeão e recordista olímpico dos 50m livre César Cielo é uma das atrações na etapa da Copa do Mundo de Natação que começa hoje, no Minas 1, reunindo 180 atletas. (pág. 1)

Pista livre
O trânsito voltou a fluir livremente na Cristiano Machado, próximo ao Anel Rodoviário, com a libertação do novo traçado da avenida, ontem. Os sete viadutos nas imediações estão em funcionamento, facilitando a circulação na chamada Linha Verde. (págs. 1 e 24)

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Jornal do Commercio

Manchete: 17 morrem à espera de UTI
Óbitos ocorrem de 0h de terça-feira ao meio-dia de ontem e foram confirmados pela Secretaria de Saúde. Ministério liberou R$ 61,6 milhões para o Estado enfrentar a crise no setor.(págs. 1 e 2)

Manobra do BC derruba dólar
Moeda terminou o dia negociada a R$ 2,19. Bolsas seguem em queda. Crise deve encarecer pães e massas. (pág.1)

Justiça responsabiliza Coronel Ustra por tortura a uma família (pág.1)

Vereador pede impeachment em Jaboatão (pág.1)

Cerco à pirataria paticamente dobra apreensões no Estado (pág.1)

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