quinta-feira, 9 de abril de 2009

O que Publicam os Jornais de Hoje

O Globo

Manchete: Novo presidente do BB terá de baixar juros por contrato
Mercado vê intervenção política do Planalto e ações do banco despencam

Ao confirmar a demissão de Antonio Lima Neto da presidência do Banco do Brasil, antecipada por Ancelmo Gois em sua coluna no Globo, o governo anunciou ontem uma nova e agressiva fase para tentar derrubar os juros e os spreads bancários (diferença entre o custo de captação de dinheiro e a taxa dos empréstimos). O objetivo é provocar uma "guerra de preços" no mercado.

Para isso, explicou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, serão impostas ao novo comandante do BB, Aldemir Bendine, metas de desempenho, uma espécie de contrato de gestão. Entre elas, acelerar as concessões de crédito e reduzir os custos de financimento. A intenção é fazer o BB influenciar os bancos privados.

Para Lula, a redução do spread bancário virou "uma obsessão”. A reação do mercado foi negativa: as ações do BB despencaram 8,15% na Bovespa, a maior queda do pregão. Segundo analistas, a troca mostra ingerência política do Planalto no banco. (págs. 1, 19 a 23, Míriam Leitão, Merval Pereira e Carlos A. Sardenberg)

‘Não agüentamos mais discutir com presidentes de bancos públicos, porque eles pensam que são presidentes de bancos privados'
Ministra Dilma Rousseff, segundo relato do deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP)

Foto legenda
Falando alto: O presidente Lula discursa no Encontro de Comunicadores em Educação; na saída, comunicou a troca no BB.

Ascensão meteórica em apenas 3 anos
Ligado ao PT, Aldemir Bendine, de 45 anos, passou de gerente-executivo a presidente do BB em três anos. É apadrinhado de Gilberto Carvalho, chefe de gabinete de Lula e forte nome para presidir o PT. Bendine começou como menor estagiário, em 1978. (págs. 1 e 20)

Ex-assessor de diretor da ANP faz lobby para prefeitos
Após atuar como técnico, de abril a julho de 2007, no gabinete do diretor da ANP Victor Martins, Newton Simão deixou o órgão e foi trabalhar na Petrobonus, consultoria que conduziu o pedido de Angra dos Reis para receber mais "royalties". Na ANP, Simão atuava no processo de enquadramento de Angra na zona principal de produtores de Petróleo. (págs. 1, 26 e 27)

Refinaria tem sobre preço de R$ 94 milhões
Relatório do Tribunal de Contas da União estima em R$ 94 milhões o superfaturamento na obra da Refinaria Abreu e Lima, em PE, alvo da Operação Castelo de Areia. O TCU aponta indícios de “irregularidades gravíssimas” e pede mais rigor na fiscalização. (págs. 1 e 4)

Justiça anula anistia a 7 mil filantrópicas
A Justiça Federal anulou cerca de 7 mil certificados de filantropia concedidos, de novembro de 2008 a fevereiro de 2009, de acordo com a MP 446. Sem certificado, as entidades perdem a isenção fiscal e terão de quitar suas dívidas com os cofres públicos. (págs. 1 e 5)

A nova gafe de Berlusconi, com desabrigados
O premier da Itália, Silvio Berlusconi, cometeu nova gafe ontem, com as milhares de vítimas do terremoto em Áquila: ele aconselhou que encarassem os abrigos improvisados em tendas como "um acampamento de fim de semana". (págs. 1 e 28)

A conta era de R$ 14 mil
Foi de R$ 14,7 mil a conta do celular do Senado emprestado por Tião Viana (PT) à sua filha numa viagem ao exterior. Tião, que depois pagou a conta, não será punido. Adelmir Santana (DEM) teve de demitir assessor pago por seu gabinete que trabalhava para o vice-governador do DF. (págs. 1 e 8)

Editorial: Chantagem
Como a lógica da política exercida pelo fisiologismo, o toma-lá-dá-cá, é própria, imutável, independe de contingências da realidade, o óbvio conselho dado pelo presidente Lula a prefeitos e governadores para que "apertem os cintos", por causa da crise, deflagrou reações inaceitáveis, para além da fronteira da chantagem.

A redução das transferências dos fundos de participação dos municípios e estados, é a razão direta do impacto da retração da economia na coleta de impostos. Bem como da diminuição dos gravames executada pelo governo federal para compensar a queda nas vendas em alguns setores, como o de automóveis, cujo mercado voltou a funcionar depois do corte no IPI. (pág. 6 - Interno)

Negócios & Cia: Flávia Oliveira: Governo vai produzir seu Viagra: o Helleva.
A Farmanguinhos fez acordo com o Cristália. O laboratório nacional vai transferir tecnologia à estatal para produção conjunta de remédio para disfunção erétil. O Cristália fabrica o genérico Helleva. A produção do “Viagra estatal” começará de três a seis após a 1ª encomenda do Ministério da Saúde e do registro na Anvisa. Vai custar até R$ 10, um quarto do preço do concorrente famoso. (págs. 1 e 22)

Opinião: Merval Pereira: Ousadia ou incoerência?
A intervenção do governo no Banco do Brasil, demitindo seu presidente alegadamente por não ter reduzido o spread, a diferença entre os juros oficiais e o que os bancos cobram do tomador de empréstimos, ganhou dimensões políticas inusitadas no fim do dia, quando dois fatores se juntaram às explicações oficiais de medida tão polêmica. A chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, explicitou a sindicalistas o que estava subentendido: o governo está combatendo dirigentes de bancos públicos que se comportam como presidentes de bancos privados. “A lógica do banco público não deve ser a do banco privado”, teria afirmado a ministra. Essa postura oficial pode ser responsabilizada pela queda do preço das ações do Banco do Brasil, que, desse ponto de vista, passa a ser um mau investimento. (págs. 1 e 4)

Opinião: Míriam Leitão: O homem spread
Os juros bancários no Brasil são indefensáveis e incompreensíveis. Mesmo assim, a intervenção do presidente da República no Banco do Brasil não é a melhor solução. O banco tem capital aberto e acionistas privados; o controlador pode, mas não deve, demitir o principal executivo do banco e mandar o substituto reduzir juros. Isso só explicita o problema de governança da instituição. (págs. 1 e 20)

Opinião: Carlos Alberto Sardenberg: Por quem os juros caem
Parece que a queda dos juros no Brasil é uma questão de vontade, algo entre a política e a moral. Seria mais ou menos assim: os juros não caem porque os banqueiros não deixam e o governo não tem a disposição ou a vontade de forçar a derrubada. Fariam parte desse esquema os diretores do Banco Central, pessoas que estariam a serviço do sistema financeiro, não por dinheiro, mas por identidade profissional.

A substituição do presidente do Banco do Brasil, no contexto de uma operação para forçar a queda dos juros, parece confirmar que o governo Lula pensa mais ou menos assim. (págs. 1 e 7)

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Folha de S. Paulo

Manchete: Novo presidente do BB terá meta de redução de juros
Governo não revela detalhes; ações do banco na Bovespa recuam 8%

O governo deu posse ao novo presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, e determinou que ele reduza os juros cobrados pela instituição e aumente o crédito. De acordo com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, essas metas serão estabelecidas no que ele classificou como "contrato de gestão".

Será a primeira vez que o presidente de um banco público terá de cumprir metas de diminuição dos juros e do "spread" (diferença entre a taxa que o banco paga para obter dinheiro e a que cobra dos clientes). O governo, porém, não deu detalhes sobre elas nem disse o que ocorrerá se não forem cumpridas. (págs. 1 e Dinheiro)

Sindicalistas rejeitam plano de desoneração da folha salarial
Em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sindicalistas reagiram mal à proposta do governo de diminuir os tributos pagos pelas empresas, incluindo o recolhimento do FGTS, sob a condição de que elas mantenham os empregos.

Diante da reação negativa, o presidente pediu ao ministro Guido Mantega que reexamine o assunto e tente marcar neste mês nova discussão com as centrais. Para Lula, o governo não deve levar a proposta adiante se não houver acordo. (págs. 1 e B4)

Senado gasta mais de R$ 8 mi com contas de celular em 2008
O Senado despendeu R$ 8,6 milhões com o pagamento de contas de celulares em 2008, segundo dados de sistema de acompanhamento dos gastos. Em média, cada congressista gastou ao menos R$ 6.126 por mês, o que equivale a 11 horas diárias de conversa em ligações locais.

A Casa negou-se a informar os gastos de cada senador. Segundo o primeiro-secretário Heráclito Fortes (DEM-PI), muitos usam o celular em viagens. (págs. 1 e A4)

Exército para busca por fuzis roubados sem recuperá-los
Um mês depois de iniciar uma operação na tentativa de recuperar os sete fuzis roubados de um quartel de Caçapava (a 116 km de São Paulo), o Exército suspendeu a ação sem conseguir recuperar as armas. Ninguém foi identificado ou preso.

Segundo os militares, o inquérito continuará em andamento, mas sem a tropa (que chegou a 700 homens) nas ruas. Para moradores do Vale do Paraíba, houve excessos nas buscas. (págs. 1 e C6)

IPCA registra no 1º trimestre a menor taxa em nove anos (págs. 1 e B5)

Foto legenda: Cerimônia do adeus
Enterro de Carmelina lovine, 22, uma das vítimas do terremoto na região de Abruzzo (Itália), cujos mortos já são mais de 270; de acordo com o premiê Silvio Berlusconi, vários prédios históricos condenados precisarão ser demolidos e depois reerguidos (págs. 1 e A14)

EUA vão discutir com Irã programa nuclear
Em nova ruptura em relação às políticas de George W. Bush, o governo Barack Obama disse que os EUA se somarão aos países que negociam diretamente com o Irã uma solução para o programa nuclear iraniano.

As cinco potências atômicas do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha convidaram o Irã a retomar o diálogo. O Ocidente acusa o país de desenvolver bomba atômica. Teerã diz querer só produzir energia. (págs. 1 e A11)

Editorial: Crise no Congresso
Sequência de desmandos no Legislativo brasileiro corrói a imagem de uma instituição fundamental para a democracia

Perde-se a conta, mesmo num curto intervalo de tempo, das notícias apontando irregularidades, abusos e vexames no Congresso. Sábado passado, a Folha dava exemplos constrangedores do uso da Gráfica do Senado para fins de autopromoção: houve quem reunisse em livro os elogios recebidos por e-mail à sua própria atuação parlamentar.

No dia seguinte, lê-se que deputados e senadores descartam a possibilidade de investigar as doações irregulares de empreiteiras em campanhas eleitorais: seria como "destampar uma panela de pressão", confidencia o líder de um partido da base governista; haveria o risco de um "efeito dominó", concorda um deputado da oposição.

Ainda no domingo, recebe-se a informação de que o limite mensal de cinco passagens aéreas gratuitas de ida e volta para cada membro do Congresso não é respeitado. As cotas em dinheiro, recebidas oficialmente, poderiam em alguns casos pagar mais de 20 viagens, conforme o Estado de origem do parlamentar. (págs. 1 e A2)

Editorial: A condenação de Fujimori
Para o bem e para o mal, Alberto Fujimori é um marco na política do Peru - e, de certo modo, da própria América do Sul. Sua década de mando na Presidência dividiu águas na história recente do país. Não foi menos simbólica sua condenação, anteontem, a 25 anos de cárcere, sentença da qual já recorreu.

O ex-reitor universitário que, de surpresa, venceu a eleição de 1990 foi um dos primeiros líderes regionais, na safra de redemocratizações do final do século 20, cuja ascensão revelou uma profunda descrença popular em partidos, lideranças e instituições tradicionais. (págs. 1 e A2)

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O Estado de S. Paulo

Manchete: Governo troca presidente do BB para baixar juro e ação cai
Para Lula, banco deve liderar queda de spread, mas mercado vê ingerência política

O presidente do Banco do Brasil, Antonio Francisco de Lima Neto, pediu demissão do cargo, após longo período de desgaste no governo. A mudança gerou no mercado financeiro o temor de que o banco sirva a interesses políticos, e as ações do BB caíram 8,15%. Segundo integrantes do governo, Lima Neto caiu por sua relutância em liderar o movimento de redução do custo do crédito no País. Há ainda suspeitas de irregularidades em sua gestão, segundo a oposição. Ao comentar a demissão, o presidente Lula disse que já avisou aos subordinados que o spread bancário (diferença entre o juro que o banco paga ao captar recursos e o que cobra ao emprestar) deve cair.
A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) disse que os bancos públicos federais não podem “se comportar como banco privado", buscando só lucro. (págs. 1, B1 e B3)

Petrobrás: direção sem aumento

A diretoria da Petrobrás vai passar um ano sem reajuste de salários. nem mesmo o repasse da inflação. O valor total atinge R$ 8,266 milhões, incluídos os benefícios. Tomada em assembleia, visa a cortar custos para cumprir investimentos. (págs. 1 e B9)

Opportunity sofre blitz da PF em 8 endereços
A Polícia Federal vasculhou ontem oito endereços do Opportunity, controlado pelo banqueiro Daniel Dantas. A blitz, que alcançou até o departamento jurídico, visava achar contratos de mútuo entre empresas do grupo, o que a lei veda. Na CPI dos Grampos, o delegado Protógenes Queiroz, que liderou as primeiras ações contra Dantas, se recusou a responder à maioria das perguntas. (págs. 1 e A6)

Foto legenda: Coreia do Norte: multidão festeja foguete
Milhares de norte-coreanos participam de celebração do lançamento de foguete; segundo Tóquio, o teste do vizinho, no último dia 5, foi 'o mais avançado até agora'. (págs. 1 e A14)

EUA aceitam participar de grupo de diálogo com Irã
O governo dos EUA informou ontem que participará diretamente de grupo de diálogo sobre o programa nuclear iraniano. O gesto confirma a política do presidente Barack Obama de se aproximar de Teerã. Até agora, Washington se recusara a integrar o grupo, formado pelos membros do Conselho de Segurança da ONU, além de Alemanha e Irã. (págs. 1 e A13)

FRASE

"Esperamos que seja a ocasião para engajar o Irã e superar o impasse dos últimos anos"
Robert Wood - Departamento de Estado

Foto legenda: Itália: gafe na tragédia
Em Áquila, ruínas de igreja atingida por tremor que deixou 272 mortos; Berlusconi pediu que os refugiados encarassem as tendas como "um fim de semana de camping". (págs. 1 e A15)

Para Temer, imprensa faz campanha contra Câmara
Pressionado pela repercussão negativa provocada pelos recuos na intenção de moralizar a Câmara, o presidente Michel Temer (PMDB-SP) vê na imprensa uma ação para indispor a instituição com a sociedade. Durante a sessão de ontem, líderes partidários também fizeram discursos críticos à cobertura jornalística das atividades da Casa. (págs. 1 e A8)

Escolas: Piores do Idesp têm mais faltas
Desempenho do aluno é proporcional à ausência dos professores. (págs. 1 e A18)

Notas & Informações: Engolindo desaforos
Dinheiro, simpatia política e disposição do governo para engolir desaforos não bastam para garantir ao Brasil uma relação econômica razoável com os parceiros sul-americanos. Ao contrário: quanto mais passivo se mostra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva diante das exigências de outros governantes da região, mais eles parecem animados a erguer barreiras comerciais a produtos brasileiros e a elevar o tom de suas cobranças, sejam ou não minimamente justificáveis. (págs. 1 e A3)

Editorial: Um freio na Grampolândia
Foi muito oportuna a aprovação, por unanimidade, no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), de resolução que disciplina os pedidos de interceptações telefônicas e a utilização das informações assim obtidas por procuradores da República e promotores de Justiça de todo o País. Há tempo vêm se acumulando as denúncias de excessos ilegalidades e vazamentos, cometidos em notórias operações conduzidas por agentes da Polícia Federal em parceria com membros do Ministério Público, a ponto de falar-se na existência de uma "República da Grampolândia" - que em nada combina com o Estado Democrático de Direito. (pág. 3 - Interno)

Opinião: Dora Kramer: Impunidade parlamentar
Com todo o respeito que não anda a merecer a instituição, muito do que vem sendo revelado sobre os meios e modos adotados nas internas do Congresso só por concessão é definido como "irregularidade".

Há crimes claros, apropriação de recursos públicos, vogou fraudes para obtenção de vantagem financeira, roubo, em português castiço.

Não existe outra designação possível para o ato de embolsar dinheiro indevido (págs. 1 e A6)

Opinião: Direto da Fonte: Mais um PAC
Vem aí o PAC das cidades históricas. A ideia, que Lula e Juca Ferreira, da Cultura, acertaram terça, é contemplar 124 municípios. Angelo Oswaldo, presidente da Associação Brasileira das Cidades Históricas, ajuda o ministro a por a ideia no papel até junho. (pág. 2 – Interno)

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Jornal do Brasil

Manchete: Consulta mobiliza Zona Sul
Associações de moradores aderem à enquete do JB sobre o Obelisco de Ipanema e propõem outras

A iniciativa de fazer democracia direta a partir do Executivo -proposta pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes, numa parceria com o Jornal do Brasil, para optar pela demolição ou não do Obelisco de Ipanema através da enquete promovida até amanhã pelo JD Online - empolgou as associações de moradores do Rio.

Ipanema e Leblon já começam a mobilizar os moradores, Copacabana comemora a reaproximação com o poder público e Botafogo até já definiu suas reivindicações, com novas propostas urbanísticas a serem decididas da mesma forma. O presidente da Associação dos Proprietários de Prédios do Leblon e Ipanema, Augusto Boisson, conclama a população a participar da votação por meio de reuniões no Conselho Comunitário de Segurança e de conversas, além de e-mails. (págs. 1, Tema do Dia A2 a A4)

Governo intervém no Banco do Brasil
O governo anunciou ontem a saída de Antonio Lima Neto da presidência do Banco do Brasil, segundo informações colhidas na Esplanada dos Ministérios, porque o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava insatisfeito com a resistência do executivo em reduzir as taxas de spreads bancários (diferença entre o quanto as instituições financeiras pagam por recursos e o quanto cobram dos seus clientes) da instituição. O novo presidente, Aldemir Bendidi, entra no comando do banco estatal com uma cartilha preestabelecida pelo governo, que prevê, de imediato, a queda dos juros e dos spreads. (págs. 1 e Economia A17)

Páscoa farta mesmo em tempo de crise
O quilo do bacalhau sofreu reajuste de quase 10%, mas o almoço da Semana Santa está garantido. Supermercados ampliaram os estoques de outros peixes, e consumidores buscam vinhos nacionais. (págs. 1 e Economia A19)

Novas buscas no Opportunity
Enquanto a Polícia Federal fazia novas buscas na sede do banco Opportunity, o ex-chefe da Operação Satiagraha, Protógenes Queiroz, negou que a ministra Dilma Rousseff e o filho do presidente Lula, Fábio Luís Lula da Silva, tenham sido investigados. (págs. 1 e País A7)

Itália vela seus mortos do sismo
A tradição católica de não celebrar missas na Sexta-feira Santa foi suspensa pelo papa Bento XVI para que os fiéis de Abruzzo, na Itália, possam velar os 712 mortos pelo terremoto de segunda-feira. A maioria das vítimas será enterrada em cerimônia única. (págs. 1 e Internacional A22)

Sociedade aberta: Ricardo Ismael: Nasce o governo eletrônico
Modernizar a gestão pública tem sido um objetivo recorrente dos governantes brasileiros, sobretudo quando a renovação torna-se o eixo legitimador das elites políticas emergentes.

Nem sempre, porém, existe convergência sobre as mudanças que devem ser promovidas, menos ainda com relação aos meios de promovê-las. Apesar disso, poucos duvidam de que a interação entre os diferentes níveis de governo e a sociedade deve ser aperfeiçoada, de modo que o processo decisório ganhe maior legitimidade e controle social.(págs. 1 e A3)

Sociedade aberta: José Luiz Niemeyer dos S. Filho: De hoje em diante, o ‘jogo será jogado’
A saída repentina do Presidente do Banco do Brasil, Antônio Francisco de Lima Neto, não é um fato corriqueiro.

O Banco do Brasil é um dos maiores bancos públicos do sistema financeiro internacional. Um agente estratégico nesse momento de escassez de crédito e de financiamento para a produção e, principalmente, para garantir equilíbrio no Balanço de Pagamentos no que se refere às operações de comércio exterior.

O fato, mesmo não sendo trivial, ainda poderia ser explicado e projetaria desdobramentos no campo mais específico da economia.

Todavia, este talvez seja o evento de caráter mais político e partidário ocorrido nos quase dois mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. (págs. 1 e A17)

Sociedade aberta: Délber Andrade Lago
O militarismo da Coreia do Norte. (págs. 1 e A22)

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Correio Braziliense

Manchete: Bancos boicotam pacote da casa própria
Há exatos 17 dias, os ministros da Fazenda e do Planejamento, mais o presidente do Banco Central, se reuniram, formaram o Conselho Monetário Nacional e aprovaram uma medida anunciada com pompa e circunstância: a partir dali, o mutuário brasileiro precisaria dar apenas 10% de entrada para comprar um imóvel. Até então, o limite era de 30% do valor financiado, o que requeria poupança gorda antes da realização do sonho da casa própria. A nova norma compõe o pacote habitacional com o qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende estimular a construção civil e reativar a economia. Mas, se depender dos bancos, ela não vinga. Todas as instituições financeiras brasileiras, tanto as privadas quanto as públicas, vêm cobrando no mínimo 20% de entrada para liberar empréstimos no âmbito do Sistema Brasileiro de Habitação. Elas dizem que precisam se resguardar em meio à crise financeira internacional. (págs. 1 e 19)

Degola de presidente derrete ações do BB (págs. 1, Tema do Dia 16 a 18)

Mordomia: Senado procura hotéis de luxo para visitantes
Cinco estrelas: é de olho nessa exigência que a Primeira-Secretaria do Senado vai abrir uma licitação marcada para o dia 29. O alvo do dinheiro público, desta vez, é a hospedagem para lá de especial de convidados a depor nas comissões e suplentes de senadores convocados. (págs. 1 e 3)

Berlusconi recomenda filtro solar a desabrigados (págs. 1 e 26)

Visão do Correio: Lei seca cambaleia
Parecem se confirmar as tristes previsões de que a ação das autoridades logo esmoreceria e a Lei nº 11.705/2008, mais conhecida como lei seca, teria dificuldades para se impor. Nos primeiros meses de vigência da legislação, a partir de junho de 2008, eram frequentes, em todo o país, as cenas de motoristas flagrados em estado de embriaguez e punidos com rigor. O resultado imediato foi o recuo, mês a mês, no número de acidentes provocados pela explosiva combinação de álcool e direção, consequência da queda do percentual de motoristas que admitiam guiar embriagados a uma margem que passou a variar entre 0,9% e 1,3%. Mas o avanço só durou até outubro. Em novembro, esse patamar já havia subido para 2,1%. Em março, bateu em 2,2%. É a volta à situação anterior, uma frustração que exige resposta imediata do Estado.

A vigilância inicial, com blitzes em horários e pontos estratégicos, não foi suficiente para despertar a consciência do cidadão e provocar uma mudança de comportamento. Tampouco sensibiliza os motoristas, a informação de que tamanha irresponsabilidade resulta, no Brasil, na morte de 17 mil pessoas por ano, além de fazer milhares de outras vítimas que escapam com vida mas se ferem gravemente, muitas vezes de modo irreversível, condenadas a paraplegias ou tetraplegias. (pág. 24 - Interno)

Opinião: Carlos Alexandre: Sempre a viúva
Os contrastes do Brasil são realmente assombrosos. Enquanto uma enorme parcela de brasileiros está preocupada em manter o emprego, se safar dos juros e sobreviver ao terremoto financeiro, a elite política nacional instalada no Congresso age como se vivesse em outro país. Ou melhor, em outro mundo, posto que a crise é global e não dá sinais de trégua. Nas últimas semanas, deputados e senadores têm sido flagrados em diversas situações de absoluto desprezo pelo dinheiro público e enorme apetite para aproveitar as benesses do cargo.

A decisão da Mesa Diretora da Câmara de enterrar medidas moralizadoras, como maior controle da verba indenizatória e da emissão de passagens aéreas, demonstra a indiferença dos parlamentares com o que acontece fora do Congresso. (pág. 24 - Interno)

Opinião: Luiz Paulo Vellozo Lucas: Crise nos municípios dissemina recessão
As dificuldades que milhares de pequenos e médios municípios do país enfrentam para manter de pé atividades básicas como funcionamento de hospitais, fornecimento de merenda escolar e coleta de lixo são reflexos visíveis da errática política econômica do governo Lula. E compõem o mesmo quadro recessivo que só faz aumentar as filas de brasileiros desempregados.

Hoje, as cerca de 4.300 prefeituras que dependem quase exclusivamente dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) estão pagando a conta das medidas de desoneração tributária adotadas pela União para resguardar setores como a indústria automobilística. (pág 25 - Interno)

Opinião: Rose Marie Muraro: A verdadeira abundância sustentável
Atualmente, as contas nacionais de todos os países são baseadas no Produto Interno Bruto (PIB), sendo que essa metodologia já não basta mais, por causa do aumento das preocupações climáticas, o desejo da sustentabilidade e especialmente das crises financeiras, tecnológicas e seus impactos.

Isso porque o PIB mundial, em vez de medir todas as dimensões da vida humana, mede apenas a sua dimensão econômica. A vida humana não se reduz somente à dimensão econômica. Quando as Nações Unidas criaram o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que mede não só o PIB per capita, mas também indicadores ambientais, de educação, saúde, desigualdades sociais etc., abriram caminho para que se medissem oficialmente outras dimensões da vida humana, juntamente com as dimensões econômicas. E o mais interessante é que os países que estão nos primeiros lugares da lista do IDH não são os mesmos que possuem o maior PIB, e sim dos povos que têm melhor qualidade de vida. (pág. 25 - Interno)

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Valor Econômico

Manchete: Sob nova direção, BB passa ao controle de Mantega e PT
A troca de comando no Banco do Brasil foi uma vitória do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do PT, partido que desde o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentava assumir o comando do maior banco público do continente. A possível ingerência política na instituição foi rapidamente percebida pelo mercado: a cotação das ações do BB caíram 8,1% na Bovespa ontem.

Na origem da substituição de Antônio Francisco Lima Neto por Aldemir Bendine, até então vice-presidente de Novos Negócios do BB, esteve a resistência do ex-presidente em reduzir os juros nos empréstimos do banco para não comprometer os resultados da instituição. (págs. 1 e Cl a C3)

Para Nakano, barbeiragem do BC vai derrubar PIB
O economista Yoshiaki Nakano acredita que a economia brasileira pode encolher de 2% a 4% neste ano. Diretor da Escola de Economia de São Paulo (EESP) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), ele ressalta a dificuldade de fazer previsões num cenário de incertezas como o atual, mas diz que o país não vai escapar de uma contração no Produto Interno Bruto (PIB) se a política econômica continuar como está. Para Nakano, é fundamental destravar o crédito, por meio da redução agressiva dos compulsórios e dos juros básicos. Se isso for feito, é possível que o Brasil consiga evitar a retração da economia em 2009.

Nakano atribui a erros do Banco Central o forte impacto da crise internacional sobre a economia brasileira. “Houve uma monumental barbeiragem das autoridades monetárias", diz. Para ele, o BC demorou a agir e, quando o fez, foi muito tímido. Com a queda de receitas e a elevação de gastos correntes, Nakano vê pouco espaço para uma política fiscal anticíclica. (págs. 1 e Al4)

Nova chance para o etanol de cana
Uma das agências de proteção ambiental mais poderosas dos EUA, o Conselho de Qualidade do Ar do Estado da Califórnia está prestes a aprovar uma resolução que deverá provocar uma profunda reavaliação dos benefícios gerados por biocombustiveis como o etanol, criando novas oportunidades para os usineiros brasileiros interessados em aumentar as exportações do produto para o cobiçado mercado americano. A iniciativa poderá levar à adoção de políticas semelhantes em outros Estados americanos e na esfera federal.

No centro do debate está a possibilidade de os EUA adotarem um método novo e controverso para calcular a contribuição do setor de biocombustíveis para as mudanças climáticas, contabilizando efeitos indiretos como o impacto da produção no desmatamento da Amazônia e no uso da terra em outras partes do globo. Pelos novos cálculos, o álcool brasileiro sairia ganhando do etanol de milho americano em termos de redução na emissão de gases-estufa associados ao consumo de gasolina. (págs. 1 e B10)

Oi promove megalicitação para sua rede
A Oi receberá na próxima segunda-feira as propostas das companhias interessadas na terceirização de sua rede. O negócio será o maior contrato do ano na área de telecomunicações. A megalicitação deve atingir pelo menos o dobro do R$ 1 bilhão que a BrT paga hoje à Alcatel Lucent por contrato semelhante. As maiores companhias do setor - como Ericsson, Alcatel Lucent, Nokia Siemens e Hauwei - cadastraram-se para apresentar suas propostas na disputa.

A Oi já tem a manutenção da rede e serviços terceirizados, mas o processo é pulverizado entre varias companhias. A intenção, agora, é que a responsabilidade passe para apenas três ou quatro empresas, no máximo. (págs. 1 e B3)

Goiás vai pedir crédito ao BNDES para socorrer Celg
O governador de Goiás, Alcides Rodrigues (PP), obteve autorização do Tesouro para aumentar o limite de endividamento do Estado de R$ 870 milhões para R$ I,5 bilhão. Com isto, criou condições para uma operação polêmica: quer empréstimo de R$ 1,3 bilhão do BNDES para Durão pagar dívidas da Companhia Energética de Goiás (Celg) com o setor elétrico.

Em troca do empréstimo, oferece como garantia receitas da arrecadação do Fundo de Participação dos Estados e do ICMS, entre outras. A Celg está inadimplente em R$ 1,1 bilhão. A empresa tem dívidas financeiras de mais de R$ 4 bilhões e fechou 2008 com caixa de R$ 113 milhões. (págs. 1 e B6)

Canadá vive contradição ambiental
A audácia tem caracterizado os métodos de preservação ambiental em boa parte das pesquisas tocadas por institutos e universidades canadenses. A busca por fontes mais limpas e renováveis para obtenção de matérias-primas e geração de energia tem resultado em projetos como o da Universidade de Waterloo, em Ontario, onde testa-se o uso de resíduos da palha de trigo para fabricar partes de plástico de veículos. Em Vancouver, os cientistas estão empolgados com carros movidos a célula de hidrogênio.

Mas a realidade vivida hoje pelo Canadá na esfera ambiental talvez seja um dos melhores exemplos da distância que separa os tubos de ensaio das reais fontes que alimentam a economia. (págs. 1 e A10)

Medidas fiscais devem incluir frigoríficos
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reúne-se com os dirigentes das centrais sindicais na próxima semana para negociar apoio à edição de uma medida provisória de desoneração da folha de salários das empresas que estiverem com queda no faturamento e em situação de dificuldades diante da crise. Simultaneamente, a Fazenda estuda a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para eletrodomésticos e para a cadeia de produtos alimentícios, envolvendo, inclusive, benefícios para os frigoríficos. O governo ainda avalia o custo fiscal das medidas. (págs. 1 e A3)

Britânicos revivem a recessão do início dos anos 80 (págs. 1 e A10)

Reunião da primavera vai testar a nova face 'heterodoxa' do FMI (págs. 1 e EU& Fim de Semana)

Preços desaceleram
A inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou para 0,20%, depois de dois meses em alta. É o menor resultado para março desde 1994. No primeiro trimestre, a taxa acumula alta de 1,23% e de 5,61 % nos últimos 12 meses. (págs. 1 e A2)

Migração da Sharp
A direção da Sharp, um dos maiores grupos industriais do Japão, anunciou ontem a intenção de transferir para outros países grande parte de sua produção, como resposta aos aumentos de custos e valorização do iene. (págs. 1 e A11)

Apoio à indústria química
A Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) prepara-se para levar ao governo federal uma série de propostas para reduzir o déficit comercial do setor, que superou US$ 23 bilhões no ano passado. (págs. 1 e B1)

'Concordata' da Pantanal
A empresa aérea regional Pantanal apresentou no início da semana seu pedido de recuperação à Justiça. O plano prevê a cisão da empresa em duas unidades, uma de operação de voos, que seria leiloada, e outra de leasing de aeronaves. (págs. 1 e B5)

Desenvolvimento industrial
Defesa deixa de ser uma questão restrita às Forças Armadas para vincular-se ao debate sobre desenvolvimento. “Nosso objetivo é a capacitação nacional, com benefícios para a indústria brasileira", afirma o ministro Nelson Jobim. (págs. 1 e Caderno especial)

Ganhos na produção
As recentes previsões para a safra 2008/09, que tiveram seus números ampliados, e a sustentação dos preços para culturas como café, cana, laranja e mandioca levaram o Ministério da Agricultura a elevar a projeção para a renda agrícola neste ano. (págs. 1 e B9)

Editorial: Governo Obama deslancha sua ofensiva ambiental
Enquanto a reunião do G-20 em Londres concentrava as atenções mundiais, o governo de Barack Obama, em uma ofensiva em várias frentes, tomava sem alardes iniciativas importantes para o combate ao aquecimento global. O governo de George W. Bush manteve-se fora do Protocolo de Kyoto, que estabeleceu metas de redução de 5,2% em relação a 1990 das emissões dos gases que provocam o efeito estufa.
O governo de Obama marcou sua estreia também nas negociações para mudanças climáticas, ao enviar equipe de alto nível para o encontro das Nações Unidas encerrado ontem em Bonn.

Todd Stern, o encarregado do assunto no Departamento de Estado, deixou claro que a nova administração dará prioridade às ações contra o aquecimento global.

Segundo Stern, produtos e serviços que requerem altas emissões de carbono logo se tornarão "insustentáveis" ("Financial Times", 9 de abril). É intenção do governo americano implantar um sistema de créditos de carbono e a necessidade de obter autorização para emissões deverá ter custos significativos e crescentes para empresas que não embarcarem agora em um esforço de corte das emissões. (Interno)

Ideias: Raymundo Costa: Tucanos moderam o ânimo da disputa
O PSDB está intrigado com a repercussão dada à guerra fiscal entre o Espírito Santo e São Paulo, justamente num momento em que diminuiu a animosidade entre os dois principais pré-candidatos do partido a presidente, os governadores José Serra e Aécio Neves, de Minas Gerais. Há até um certo otimismo em relação a um entendimento entre os dois tucanos, provavelmente com Serra na cabeça de chapa, embora o mineiro ainda insista na realização da prévia partidária - assunto, aliás, que saiu da pauta tucana e só volta no segundo semestre em caso de necessidade.

Os tucanos acham que o "assunto Espírito Santo" é fabricado, em termos políticos, porque na prática não passa de uma batalha da guerra fiscal entre os Estados. Nem o governador capixaba Paulo Hartung, nem o secretário do Desenvolvimento, Guilherme Dias, procuraram Serra para tratar do assunto, muito embora a Secretaria da Fazenda paulista, desde algum tempo autuasse empresas que faziam importações via terceiros, no Espírito Santo, para não recolher o ICMS em São Paulo. (págs. 1 e A8)

Ideias: Gideon Rachman: Obama pode ser o homem certo na hora errada (págs. 1 e A13)

Opinião: Fernando Ferrari Filho e Luiz Fernando de Paula: Interpretações da crise
Afirmar que a crise teria sido resultado de uma interferência excessiva do governo não é uma explicação convincente

O público interessado em assuntos econômicos certamente deve ter ficado perplexo ao assistir, em programas da TV, alguns economistas brasileiros liberais tentando encontrar explicação para a crise financeira mundial, que, desde agosto do ano passado, apresentava sinais claros de aprofundamento e contágio mundial. Eles simplesmente não tinham explicação para a crise. A não percepção da natureza e profundidade da crise não foi exclusividade tupiniquim - vale lembrar que Kenneth Rogoff, ex-economista chefe do FMI - escreveu um artigo no New York Times, logo após a quebra do Lehman Brothers, dando parabéns ao governo dos EUA pela corajosa decisão de não socorrer instituições com "más práticas" financeiras.

Recentemente foi publicado um pequeno livro de autoria de John Taylor, "Getting Off Track", que parece sintetizar a visão
"conservadora" da crise. Para Taylor, a crise resultou da adoção de uma política monetária excessivamente relaxada no início da década, que teria contribuído para inflar o preço dos imóveis nos EUA, e das ações vacilantes do governo americano ao enfrentar a crise, que ao agir de modo confuso ampliou a insegurança dos agentes. (Interno)

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Gazeta Mercantil

Manchete: Ex-diretor da Sadia nega culpa por perda cambial
Apontado como o principal responsável pelo prejuízo histórico registrado pela Sadia com os chamados derivativos tóxicos, Adriano Lima Ferreira, ex-diretor financeiro da empresa, rechaça a versão de que teria realizado as operações sem o consentimento do conselho da companhia. Ele relata que, ao verificar o desenquadramento dos limites de exposição a derivativos cambiais, após a disparada do dólar, levou pessoalmente a informação ao então presidente do conselho de administração da empresa, Walter Fontana Filho.

“Pelo modo que foi informado, parece que foi o conselho que descobriu um rombo de um maluco de uma área maluca”, defende-se Adriano, que decidiu romper o silêncio depois de mais de seis meses, após a decisão dos acionistas da companhia de processá-lo pelas perdas. (págs. 1 e B9)

Seguro pode bancar custos com a defesa do executivo
Na posição de réu pela perda com derivativos, Adriano Lima Ferreira pode não gastar sequer um tostão de seu bolso com o processo judicial que a Sadia prepara contra ele. Ferreira disse que a empresa conta com a proteção do seguro de responsabilidade civil para administradores e diretores, conhecida como D&O (directors and officers). A conta do litígio deverá ser encaminhada às seguradoras Chubb e Bradesco Seguros, contratadas pela Sadia com serviços da corretora Marsh. (págs. 1 e B9)

Spread alto leva à mudança no comando do BB
Aldemir Bendine, o novo presidente do Banco do Brasil, irá assumir o comando da instituição com uma missão preestabelecida pelo governo: a redução das taxas de juros e os spreads cobrados nos empréstimos. Ontem, o governo anunciou a substituição de Antonio Lima Neto da presidência do banco por Bendine. Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a saída de Lima Neto já havia sido decidida por ele há mais tempo.

Ao descartar motivações políticas para a saída de Lima Neto do cargo que ocupava desde dezembro de 2006, Mantega afirmou que Bendine assumirá o novo posto com um contrato de gestão específico. “Vamos perseguir metas de aumento de crédito, ampliar o número de correntistas oferecendo condições melhores de juros que outros bancos. Vamos disputar market share”, disse o ministro. Bendine é funcionário de carreira do banco há 30 anos e ocupa o cargo de vice-presidente de cartões e novos negócios de varejo do BB. “Vamos combater a alta do spread com o aumento do volume (de crédito)”, disse Bendine. (págs. 1 e B1)

Foto legenda: Aldemir Bendine, que comandará o BB: “Vamos combater a alta do spread”

Desempenho das ações reflete risco político
A troca de comando do Banco do Brasil surpreendeu investidores e analistas, provocando queda de 8,15% nas ações ordinárias da instituição, em dia de alta do Ibovespa. A interpretação do mercado é que o governo federal estava descontente com a gestão de Antonio Francisco Lima Neto porque o executivo não arriscou as contas do banco em prol da bandeira do juro baixo — e o temor é justamente que o novo presidente, Aldemir Bendine, seja instrumento de pressões políticas.

“Ele pode reduzir o spread num momento em que a medida não é recomendada, já que o nível de inadimplência está aumentando assim como as provisões para devedores duvidosos”, diz Paulo Esteves, analista da Gradual. “Mas o detalhe é que é uma empresa mista. Os minoritários têm assento no conselho e esse tipo de alteração tem que ser submetida à assembleia.” (págs. 1 e B1)

Volvo vende 20% acima de suas perspectivas para 2009
A Volvo, que esperava para este ano um desempenho nos moldes de 2007, se surpreendeu. As vendas no primeiro trimestre ficaram 20% acima do previsto em comparação com o mesmo período de dois anos atrás — com a crise, a montadora considera que seria impossível tomar como base o primeiro trimestre do forte 2008.

Nos três primeiros meses do ano, a Volvo vendeu 1.678 unidades — 30% menos que no mesmo período de 2008, mas 20% maior que 2007. “As vendas nos surpreenderam, puxadas, principalmente, pelas mil unidades comercializadas em março, superando março de 2008”, disse o presidente da Volvo do Brasil, Tommy Svensson. Para ele, a redução do IPI e crédito dão boas perspectivas aos fabricantes de caminhões. (págs. 1 e C1)

Petrobras é convidada a voltar ao Iraque
O Iraque quer que a Petrobras construa uma refinaria e volte a explorar petróleo no país. O convite foi feito pelo ministro do Planejamento do Iraque, Ali Ghalib Baban. “Eles (a Petrobras) ficaram de estudar a proposta seriamente”, disse Baban, que participou ontem de seminário no Rio. (págs. 1 e C3)

Comércio de aço reage em março
As distribuidoras registraram recuperação nas vendas de aços planos em março. Segundo dados preliminares do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), foram comercializados entre 15% e 20% mais produtos siderúrgicos na comparação com fevereiro. (págs. 1 e C5)

Inflação
IPCA registra alta de 0,20% em março (págs. 1 e A4)

Uma nova crise hipotecária
Os bancos norte-americanos estão se negando a tomar posse das propriedades no fim dos processos de execução. Os custo advocatícios e de manutenção excedem o valor cada vez menor dos imóveis, e isso pode ser a causa de nova turbulência financeira. (págs. 1 e E4)

Biblioteca on-line cria polêmica
Com o objetivo de montar uma grande biblioteca digital, o Google provoca polêmica nos EUA ao começar a levar para a web uma série de obras que estão fora de circulação e cujos autores são desconhecidos. (págs. 1 e C8)


Editorial: O BB é dos acionistas e do Estado, não do governo
O mercado deu a sua interpretação, no pregão de ontem da Bovespa, para a demissão de Antonio Francisco Lima Neto da presidência do Banco do Brasil (BB) derrubando as ações ordinárias do banco público em 8,15%. Isto, em um dia em que a bolsa paulista subiu 0,82%. A forte expectativa negativa do mercado está vinculada ao principal motivo da troca de comando no BB: o governo não estava satisfeito com as decisões extremamente técnicas de Lima Neto, em especial no que dizia respeito à redução dos spreads cobrados pela instituição.

O presidente Lula afirmou que a diminuição da diferença entre o que o banco cobra quando empresta e o que paga quando capta recursos, "é uma obsessão minha". Comentando a saída de Lima Neto o presidente disse que era preciso "fazer o spread voltar à normalidade" e que tanto o BB, como a Caixa Econômica Federal, e o Banco Central (BC) "sabem disso". (Interno)

Opinião: Everardo Maciel
A montanha de precatórios não pagos é literalmente uma vergonha. Desautoriza moralmente a cobrança da dívida ativa. (págs. 1 e A3)

Opinião: Durval Guimarães
O Brasil vai emprestar ao FMI, aquele agiota que infernizou nossas vidas e nos fez tomar parte em tantas passeatas de protesto. (págs. 1 e A3)

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Estado de Minas

Manchete: BH vai apertar cerco aos fumantes
A Câmara Municipal votará em primeiro turno, segunda-feira, projeto de lei que restringe o fumo em recintos coletivos, a exemplo de São Paulo e Rio. A proposta proíbe cigarro, charuto e similares em ambientes fechados, à exceção de tabacarias. Fica autorizada a criação de áreas para fumantes desde que separadas por barreira física e com exaustor. Quem desobedecer estará sujeito a multa de até R$ 1.140. Uma vez aprovada, a lei atingirá diretamente 19,3% da população adulta de BH que, em pesquisa recente, se declarou tabagista. (pág.1)

UFMG testa droga contra cegueira
Pacientes do SUS serão tratados com remédio, criado nos Estados Unidos, capaz de reverter a degeneração macular, um mal que acomete 10% das pessoas acima de 70 anos. (pág. 1)

Filantropia
Justiça Federal derruba anistia fiscal concedida pelo governo federal a 7 mil entidades. (pág.1)

BB deve forçar queda de juro
Objetivo da troca de comando no Banco do Brasil, determinada pelo governo, é a redução das taxas, para levar os outros bancos a fazer o mesmo. Novo presidente da instituição disse que baixa será possível com o aumento do volume de crédito.

Editorial: O BB e os juros altos
Presidente Lula perde paciência com taxas do banco estatal

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou ontem que a derrubada dos spreads bancários virou obsessão para ele. É correta e oportuna essa disposição do presidente. Ele demonstra ter compreendido que o verdadeiro vilão financeiro que sufoca a atividade econômica no Brasil vai muito além do repetitivo mantra da taxa básica fixada pelo Banco Central (Selic) e se localiza nos estratosféricos juros cobrados do tomador final de crédito pelo sistema bancário. Mas, se a percepção do problema é acertada e a disposição de enfrentá-lo é elogiável, a maneira como começou a colocá-las em prática não foi a mais adequada. Por mais que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, tenha se empenhado em desmentir, desde as primeiras horas da manhã o Planalto Central e todos os escaninhos do mercado financeiro sabiam que Lula tinha perdido a paciência com o presidente do Banco do Brasil (BB), Antônio Francisco de Lima Neto. O executivo, embora nomeado no governo atual, estaria resistindo a acelerar a redução dos juros cobrados pelo banco nas operações de crédito pessoal e comercial.

Derrubar o presidente do BB, principal instrumento de crédito do governo, por não conseguir impor a ele um padrão de taxas de juros foi como emitir sinal pouco confiável ao mercado, isto é, aos milhares de acionistas minoritários. Não foi à toa que as ações do BB, que gozam de boa liquidez, despencaram logo em seguida aos primeiros rumores da substituição de Lima Neto. Soou como uma intervenção política na estratégia de administração do banco e a imposição de que ele abra mão de uma parte da sua lucratividade. (Interno)

Opinião: Alberto Pinto Coelho: Minas no combate à crise
Primeiras estatísticas nacionais para este ano apontam redução generalizada da atividade produtiva

Instalada no Brasil, a crise financeira global, com suas implicações econômicas e sociais, já afeta Minas Gerais e a vida de muitos de seus cidadãos. Seus efeitos já se sentem na retração do emprego, nas restrições ao consumo e no desempenho de vários segmentos empresariais. Números referentes aos primeiros meses deste ano revelam forte diminuição no faturamento da indústria e no recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), principal fonte de arrecadação do estado. Levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a performance da economia no quarto trimestre de 2008 aumentou as preocupações com a duração e a intensidade dos efeitos da turbulência nas atividades produtivas. A queda de 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB), em relação ao trimestre anterior, foi bem maior do que indicavam as previsões.

As primeiras estatísticas nacionais para este ano também apontam redução generalizada da atividade produtiva. No âmbito mundial, as notícias são igualmente inquietantes. Segundo o Banco Mundial, a economia planetária não escapará da recessão este ano, o que não ocorria desde a 2ª Grande Guerra. (Interno)

Opinião: Ibrahim Abi-Ackel: A reforma que todos temem
Pesa-me ler as críticas periódicas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao Congresso Nacional, não porque discorde delas, mas por reconhecer que, no exercício do governo, ele próprio deu causa a defeitos que aponta. Não é demais insistir em que tinha ele as condições para propor e realizar a reforma política nos anos iniciais de seu primeiro mandato (1995-1998). Era ele o primeiro presidente, depois da retomada do poder pelos civis, a dispor dessas condições, e por sua formação intelectual e política, o mais naturalmente compromissado com essa nobre finalidade.

O universo político brasileiro sofrera no governo do presidente Castello Branco (15/4/1964-15/3/1967) o golpe devastador da extinção dos antigos partidos. Chamavam-se antigos partidos, na linguagem dos bajuladores da época, legendas políticas com apenas 19 anos de existência – o PSD, a UDN e o ascendente PTB –, entre os quais se dividia a grande maioria do eleitorado. A eliminação, por decreto, dessas legendas, equivaleu à demolição das instituições políticas ao desaparecimento da própria ideia de partido político. Sobre esse quadro já haviam caído – e continuaram a cair – as cassações de mandatos e de direitos políticos de grandes líderes. (Interno)

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Jornal do Commercio

Manchete: Cai o presidente do Banco do Brasil
Aldemir Bendine susbtitui Antonio Lima Neto com a missão de reduzir juros e ampliar o volume de crédito. (pág. 1)

Senado 'fecha portas' para a imprensa (pág.1)

Editorial: O combate à tuberculose
No ano passado, o Ministério da Saúde registrou 4.200 casos de tuberculose em Pernambuco, com 370 mortes. Os números colocam nosso Estado em terceiro lugar na incidência da doença, com 47 casos por cada 100 mil habitantes, o que explica a campanha de alerta desfechada pelo Grupo de Trabalhos em Prevenção no Grande Recife. Atividade que já vem sendo desenvolvida pela Secretaria da Saúde, como fez recentemente entre os presos da Penitenciária Barreto Campelo e Agroindustrial São João em Itamaracá. A população carcerária é uma das mais afetadas pela tuberculose: em 2008, Pernambuco registrou 826 casos nos presídios, dos quais 66% na Região Metropolitana do Recife.

O que acende o sinal de urgência é a constatação de que estamos entre os piores no País em incidência da tuberculose e primeiro lugar no Nordeste. Uma posição nada animadora para uma doença milenar que já tem tratamento há muito tempo. (Interno)

Opinião: Cláudio Humberto: Depois do BB, degola na Caixa
A saída do presidente do Banco do Brasil, Antônio Francisco de Lima Neto, oficialmente por resistir a baixar os spreads do banco, estava em banho-maria há 40 dias no Planalto. A maior pressão contra ele era da cúpula do PT, por sua resistência ao “aparelhamento” partidário do BB. O presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), é bancário. Agora o bico de gás está aberto na direção da diretoria da Caixa. A Caixa também pratica spread alto – a diferença entre juros pagos pelos bancos para pegar dinheiro e a que cobram para esfolar infelizes clientes. (Interno)

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