quarta-feira, 1 de abril de 2009

O que Publicam os Jornais de Hoje

O Globo

Manchete: Arrecadação e gastos com pessoal estouram contas
União registra déficit após 12 anos. Analistas pedem revisão de meta

Uma combinação de queda forte na arrecadação de impostos e aumento de gastos - especialmente com pessoal - fez com que, em fevereiro, a União registrasse o primeiro déficit primário (antes do pagamento de juros da dívida) para este mês em 12 anos. O rombo foi de R$ 926,2 milhões. Em fevereiro de 2008, o superávit tinha sido de R$ 5,2 bilhões. O resultado já era esperado pelos analistas, mas muitos agora sugerem que o governo reveja suas metas para as contas públicas. No bimestre, o superávit recuou de R$ 20,5 bilhões para R$ 3 bilhões. Em fevereiro, as receitas caíram 3,5% e as despesas cresceram 14,3%. (págs. 1, 15 e editorial "Faltam os outros")

Enem com 2 testes pode substituir vestibular
Um Enem com testes duas vezes por ano é a proposta do MEC para substituir o vestibular. A nota valeria em todo o país, e o candidato entraria em qualquer universidade, se alcançasse a nota mínima exigida na instituição. A proposta foi enviada aos reitores, mas as universidades têm autonomia para decidir. (págs. 1 e 8)

PF acusa juiz por vazamento de doações
O diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, acusou o juiz Fausto De Sanctis pelo vazamento das doações investigadas na Operação Castelo de Areia e disse que a instituição não agiu politicamente. (págs. 1 e 5)

Orçamento corta mais investimento que custeio
Gastos com custeio sofrem menos; ministros criticam e já modificam programas

Regina Alvarez
BRASÍLIA, SÃO PAULO e MACEIÓ

Os cortes no Orçamento deste ano afetaram mais os investimentos do governo do que as despesas de custeio. De um total de R$ 25 bilhões bloqueados, R$ 14,3 bilhões (57,2%) são gastos de investimento — que caíram de R$ 47,9 bilhões para R$ 33,6 bilhões. A área de segurança foi fortemente afetada, e o ministro da Justiça, Tarso Genro (PT), reclamou abertamente. O Ministério da Justiça, que teve R$ 1,2 bilhão (43%) do orçamento contingenciado, informou que a medida inviabilizará a construção de 3.368 novas vagas em oito presídios construídos especialmente para jovens e mulheres, pelo Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), e de 2 mil vagas no sistema prisional estadual, previstas para este ano, com recursos do Fundo Penitenciário. (págs. 1 e 3)


No Planalto, o super staff de 67 diretores
Presidência tem 67 diretores, 7.254 servidores e orçamento global de R$ 6,7 bilhões

Luiza Damé e Cristiane Jungblut
BRASÍLIA

Para tomar as decisões do poder, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conta com um staff de pelo menos 18 colaboradores diretos, além do vice-presidente José Alencar, e uma estrutura gigantesca distribuída em 12 diferentes órgãos que integram a Presidência da República.

Desde o primeiro mandato, iniciado em 2003, o presidente optou por aumentar a estrutura do Palácio do Planalto, incorporando secretarias especiais e criando outras, que chegaram com novos cargos, ao “guarda-chuva” da Presidência da República.
(págs. 1 e 3)

Peugeot demite um dia após novo acordo (págs. 1 e 17)
Governo fala em acordo de cavalheiros. Empresa: cortes estavam previstos

Erica Ribeiro
RIO, BRASÍLIA e SÃO PAULO

Um dia após o governo ter anunciado a prorrogação da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o setor automotivo, a montadora Peugeot Citroën do Brasil demitiu 250 funcionários temporários que trabalhavam na unidade de Porto Real, no Sul Fluminense.

Ao divulgar o alívio tributário, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que as montadoras concordaram em não demitir nos próximos três meses, tempo de vigência do benefício. (págs. 1 e 17))


Foto legenda: O primeiro giro pela Europa
O presidente Obama e Michelle desembarcam em Essex, na Inglaterra. Ele participa amanhã da cúpula do G-20. Hillary Clinton ofereceu reconciliação a talibãs que renunciarem à violência. (págs. 1, 17 e 22)

Foto Legenda: Indigestão
Lula, na abertura de encontro em Doha. No almoço, ao ver que comeria ao lado do ditador sudanês, deu uma desculpa e deixou a sala. Já Chávez defendeu Bashir e o convidou para ir à Venezuela. (págs. 1 e 21)

Editorial: Faltam os outros
O forte impacto da crise econômica mundial sobre a indústria de transformação no Brasil tem levado o governo a adotar medidas pontuais destinadas a manter alguns segmentos do setor razoavelmente ocupados. É o caso, por exemplo, da indústria automotiva, cujas vendas despencaram em novembro e dezembro. De fato, a retração na indústria automotiva poderia se estender pelo setor de serviços, já que somente os revendedores de veículos empregam mais de 250 mil pessoas no país, o que multiplicaria o efeito da crise, e foi necessário que as autoridades agissem com rapidez.

Também a venda de materiais de construção começava a dar sinais de retração considerável. Facilitar o crédito e desonerar esses segmentos de tributos são medidas pontuais que sem dúvida ajudarão as empresas a se manter ocupadas enquanto a demanda não se restabelece por suas próprias forças. (pág. 5)

Opinião: Míriam Leitão: : Lições esquecidas
Há 45 anos, os militares tomaram o poder e golpearam as instituições democráticas. Hoje, o Senado ofende o país, a Câmara dos Deputados acumula escândalos, o Supremo toma uma decisão que, se cumprida, liberará criminosos da prisão, o Executivo usa a estrutura do governo para campanha política. O que o Brasil está fazendo com a democracia dolorosamente conquistada? (pág. 16)

Opinião: Merval Pereira: Divisão antecipada
As pesquisas de opinião divulgadas nos últimos dias começaram a colocar em movimento mecanismos que normalmente só entram em ação cerca de um ano antes das eleições, lá por outubro: políticos já se posicionam na tentativa de marcar posição na chapa da presumível candidata oficial à sucessão de Lula, a ministra Dilma Rousseff. Passando de 13,5% em janeiro para 16,3% em março na pesquisa CNT/Sensus, Dilma mostrou-se uma candidata competitiva, confirmando o crescimento que já havia sido detectado tanto pelo Ibope como pelo Datafolha. Foi o próprio Lula quem antecipou a campanha, para tentar fixar a imagem da Dilma candidata, e agora vai ter que conter sua base aliada, embora dificilmente vá evitar um racha. (pág. 4)

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Folha de S. Paulo

Manchete: Queda de receita e alta de gastos derrubam superávit
Governo central registra 1º déficit primário em fevereiro após 12 anos

O governo central (Tesouro, BC e Previdência) teve em fevereiro déficit primário de R$ 926 milhões, o primeiro no mês desde 1997.

No primeiro bimestre do ano, o superávit primário somou R$ 9,295 bilhões.

O resultado representa queda de 66% em relação a igual período do ano passado. A receita líquida caiu 4% sobre 2008, para R$ 89,7 bilhões. Já os gastos do governo central foram a R$ 86,7 bilhões, uma alta de 20%. (págs. 1 e B1)

Foto legenda: Saia justa
O presidente Lula e o emir do Qatar em cúpula de países árabes e sul-americanos; presença de ditador do Sudão, acusado de crimes contra a humanidade, gerou mal-estar em Doha (págs. 1 e A12)

PF aponta elo entre doleiro e diretores da Camargo Corrêa
Em relatório, a Polícia Federal acusa o doleiro Kurt Pickel de formar uma "organização criminosa" com dirigentes da Camargo Corrêa e de ser o principal articulador de esquema de evasão de divisas e lavagem de dinheiro instalado na diretoria da construtora, também investigada por supostas doações ilegais a partidos.

A defesa da empreiteira não se manifestou, e o advogado de Pickel chamou as acusações de "absurdo".

Segundo outro relatório da PF, produzido na mesma operação, familiares do ex-presidente Jânio Quadros tentaram repatriar dinheiro supostamente depositado na Suíça. A família de Jânio não se pronunciou. (págs. 1 e Brasil)

México estuda pedir ao FMI até US$ 40 bi contra a crise
País é o primeiro a mostrar interesse por linha de crédito criada no mês passado para emergentes "com histórico de políticas sustentáveis". (págs. E B7)

Planalto já cogita novo aumento de taxa sobre cigarro
O governo quer promover nova rodada de aumento de tributos sobre os cigarros para acrescentar mais R$ 500 milhões à arrecadação, informa Leonardo Souza.

A nova alta visa compensar pacote que prevê queda de R$ 1,675 bilhão no recolhimento de impostos. Devido às pressões da indústria, o governo decidiu fazê-la em duas etapas. (págs. 1 e B3)

O CDE prevê queda de 4,3% na produção dos países ricos
Clóvis Rossi
Enviado especial a Londres

Na véspera da cúpula do G20 que começa hoje em Londres, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico previu que a produção econômica de seus membros (os 30 países mais industrializados) cairá 4,3%. No mundo, a queda estimada é de 2,7%.

A expectativa é que a cúpula não dê uma resposta concreta à crise. (págs. 1 e B10)

Morre Alfonsín, 1º presidente após ditadura argentina
Raul Alfonsín, primeiro presidente da Argentina depois da ditadura militar no país (1976-83), morreu em Buenos Aires, de câncer no pulmão. Ele tinha 82 anos.

O governo de AlfonsÍn (1983-89) foi marcado pelo julgamento dos chefes militares e pela hiperinflação, que o fez transferir o poder a Carlos Menem seis meses antes do previsto. (págs. 1 e A12)

Editorial: Imprensa no STF
Corte deveria acabar com exigência de diploma para jornalismo e manter só núcleo não autoritário da legislação de 1967

Dois julgamentos relacionados com o direito à informação ocupam a pauta de hoje do Supremo Tribunal Federal. A corte pretende avaliar a validade de dispositivos implantados na ditadura militar: a Lei de Imprensa, de 1967, e a exigência de diploma em jornalismo para a prática da profissão, de 1969. (pág. 1 e A2)


Editorial: Barreira fiscal
Dava-se como certa a prorrogação do corte no IPI sobre veículos, e o governo federal correspondeu à expectativa. Ademais, estendeu o benefício para 30 produtos básicos de construção, também por 90 dias. Se houve surpresa no pacote complementar, ela correu por conta da compensação buscada para a queda na arrecadação: o aumento dos tributos sobre tabaco, entre 20% e 25%. (págs. 1 e A2)


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O Estado de S. Paulo

Manchete: Gastos com servidor e receita menor derrubam superávit
Queda no bimestre foi de 85%; despesa com Previdência também pressiona contas

A combinação de queda de receitas (3,05%) e aumento de despesas (19,59%) fez o superávit primário - economia do governo federal para pagar juros da dívida pública - cair 85,1 % nos dois primeiros meses de 2009. É um recuo de R$ 17,53 bilhões ante o superávit de igual período de 2008. Em fevereiro, o governo registrou déficit de R$ 926,2 milhões, o primeiro para o mês em 12 anos. O economista José Roberto Afonso, especialista em contas públicas, calculou que o aumento dos investimentos é só 1% da deterioração do resultado primário. A alta das despesas com servidores públicos e com a Previdência, por outro lado, responde por 47% da deterioração, contra 45% atribuídos à queda da arrecadação. Apesar dos números, o secretário do Tesouro, Arno Augustin, não vê deterioração da política fiscal. Para ele, o resultado mostra a prática de uma ação anticíclica, como a elevação de gastos. (págs. 1, Bl e B3)

Presidente do STF quer que Justiça fiscalize PF
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, afirmou que as atividades policiais deveriam ser fiscalizadas pela Justiça. A tarefa cabe hoje ao Ministério Público. "Esse tal de controle externo do Ministério Público (sobre a polícia) é algo lítero-poético-recreativo. Não tem funcionado a contento", disse Mendes, ao comentar eventuais abusos cometidos pela Polícia Federal na Operação Castelo de Areia. (págs. 1 e A4)

Lula culpa os países ricos pelos males da humanidade
Às vésperas do encontro do G-20, amanhã, em Londres, o presidente Lula disse que as economias desenvolvidas são responsáveis não apenas pela crise, mas pela degradação ambiental, pelos desequilíbrios no comércio e até mesmo pela insegurança coletiva, informa o enviado especial Jamil Chade. Para Lula, é preciso que as economias emergentes se unam para evitar um "terremoto social e político". (págs. 1 e B8)

Foto legenda: Cúpula em Doha: saia-justa
Os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Líbia, Muamar Kadafi, se encontram na cúpula entre árabes e sul-americanos. Lula abandonou o almoço oficial quando percebeu que teria de sentar ao lado do presidente sudanês. Omar Al-Rashid, acusado de crimes contra a humanidade. Antes, quando Lula discursava, Kadafi levantou-se e foi embora sem dar explicações. (págs. 1 e A13)

Preso grupo que explorava caça-níqueis no interior
Operação da Polícia Federal e de promotores públicos prendeu 26 pessoas em Bauru, Jaú, Rio Claro e São Paulo sob acusação de contrabando de peças e exploração de máquinas caça-níqueis. Entre os presos estão cinco policiais. (págs. 1 e C5)

Dono do castelo: Deputado vai ao Conselho de Ética
Moreira responderá no Conselho de Ética da Câmara por mau uso da verba indenizatória e pode ser cassado

Luciana Nunes Leal

O deputado Edmar Moreira (sem partido-MG) responderá a processo de quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Câmara. Por unanimidade, a Mesa Diretora da Câmara decidiu ontem encaminhar ao colegiado parecer da comissão de sindicância que aponta indícios de uso irregular da verba indenizatória para pagar serviços de segurança. (págs. 1 e A10)

Tabagismo: SP debate lei de Serra contra fumo
Texto a ser votado proíbe totalmente tabaco em locais públicos. (págs. 1 e Al6)

Agrícola: A nova agronomia
Faculdades já privilegiam o ensino da produção sustentável. (pág.1)

Editorial: As contas do governo
Recebidos pelos ministros com reações que foram das críticas ao conformismo, os cortes temporários de gastos de custeio e investimentos do Orçamento da União de 2009, formalizados pelo decreto presidencial publicado na segunda-feira e que totalizam R$ 25,4 bilhões, são parte do preço que o governo Lula está tendo de pagar pela política fiscal frouxa que vem praticando há anos e que, em tempo de crise, pode ser fonte de sérios problemas para o País.

A crise exibiu com nitidez a fragilidade da política fiscal do governo do PT. O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, classificou os resultados das contas do governo central no primeiro bimestre como "um momento menos favorável". É um eufemismo que não esconde a real situação, muito desfavorável, das contas do governo federal. As receitas caíram 3,05% em comparação com os dois primeiros meses de 2008, mas as despesas aumentaram 19,59%, sendo que o maior aumento foi registrado nos gastos com pessoal, que cresceram 25,36%. (págs 1 e A3)


Artigo: É preciso regulamentar o capitalismo
Nicolas Sarkozy
PRESIDENTE DA FRANÇA

O mundo espera que aceleremos a reforma do sistema financeiro internacional. Que reconstruamos, juntos, um capitalismo renovado, mais regulamentado, ético e solidário. É a condição para um crescimento durável. (págs. 1 e B8)

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Jornal do Brasil

Manchete: Consumo de crack por trás da violência
Morte da jovem no Estácio abre debate sobre droga cujo uso triplicou no Rio

A prisão de Augusto César de Souza - assassino da estagiária Karla Leal dos Reis na estação do metrô do Estácio - revelou que o morador de rua estava sob efeito de crack quando atirou. Seu consumo cresceu mais do que qualquer outro no Rio. Uma pesquisa constatou que as apreensões desse subproduto da cocaína triplicaram no primeiro semestre do ano passado, em relação ao mesmo período do ano anterior. Hoje, 80% dos dependentes que chegam aos abrigos públicos são viciados em crack. (págs. 1, Tema do Dia A2 e A4)

Foto legenda: União
Lula participou ontem, ao lado do emir do Qatar, da Cúpula de Doha, pela parceria comercial entre países sul-americanos e árabes (pág. 1)

Medidas ágeis podem salvar o país da crise
A intensidade dos efeitos da crise sobre o Brasil será ditada não só por medidas de defesa mas principalmente pela agilidade na resposta do governo nestes três próximos trimestres. Para analistas, um novo corte de 1,5 ponto percentual na taxa de juros é imperativo. (págs. 1 e Economia A15)

Estudo revela descaso com saúde dos indígenas
Pesquisa da Fio Cruz mostra que crianças indígenas no Sul do país apresentam deficiências nutricionais, déficits de estatura e infestações de parasitas. São problemas semelhantes aos apontados em Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Tocantins e que levaram a Fundação Nacional de Saúde a sofrer acusações de uma CPI na Câmara. (págs. 1 e País A5)

Ensino de religião divide o Congresso
Deputados evangélicos e colegas ligados à Igreja Católica vão travar uma guerra santa ao discutirem a aprovação ou não de um acordo entre Brasil e o Vaticano sobre o ensino religioso nas escolas públicas. (págs. 1 e País A6)

Editorial: Consumo facilitado, crédito nem tanto
Foram bem recebidas pela maioria dos analistas econômicos as mais recentes medidas anunciadas pelo governo federal para os setores automobilístico e de construção civil. Entendem os experts que o estímulo ao consumo interno, neste momento em que os mercados externos ficaram inacessíveis, é a saída mais certa para a crise financeira que se avoluma. Contudo, ainda há um longo caminho a percorrer. A começar pelo setor bancário nacional, que precisa rever seu papel e fazer sua parte, emprestando dinheiro e reduzindo as altíssimas taxas de spread. Só então, com todas as engrenagens bem azeitadas, a roda da economia terá condições de girar novamente com a desenvoltura que dela se espera.

O pacote recém-lançado prevê a redução de impostos no valor de R$ 1,675 bilhão – renúncia fiscal que será parcialmente compensada pelo aumento da tributação sobre o fumo. As principais medidas dizem respeito ao Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Estima-se que, com o incentivo, as vendas de carros devam igualar os números do ano passado, o que já seria uma vitória em época de crise. (pág. 8)

Sociedade aberta: Medidas atenuam contexto
Milko Matijascic
Economista

O Brasil tem percorrido uma trajetória recente com resultados exitosos, ainda que limitado pela política monetária restritiva. Com a expansão dos investimentos bem acima da produção por mais de 19 trimestres, o emprego formal cresceu com redução do desemprego e da economia informal. Tudo isso, associado à adoção de políticas sociais que contribuíram para diminuir a pobreza, e ampliar o consumo e os investimentos. (págs. 1 e A15)

Opinião: Coisas da Política: Mauro Santayana
A longa noite da República

Hoje (não ontem) o golpe militar de 1964 faz 45 anos. Foi na primeira madrugada de abril que o presidente do Congresso declarou vaga a Presidência da República, com Jango em território nacional. A ditadura foi longa, perversa e sangrenta mentira, que prometia a ordem democrática e trouxe a tortura, os assassinatos, o medo e a corrupção. A mentira no poder por mais de duas décadas tornou-se uma vacina política. É quase impossível que haja outro golpe militar em nosso país. (pág. 2)

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Correio Braziliense

Manchete: Contas do governo entram no vermelho
Depois de 12 anos de controle rigoroso nas despesas, o governo federal fechou o mês de fevereiro com saldo negativo. Os gastos do Tesouro Nacional, do Banco Central e da Previdência Social superaram a arrecadação em R$ 926 milhões. Significa que o superávit primário, registrado sucessivamente desde fevereiro de 1997, transformou-se em déficit primário. Do ponto de vista financeiro, a notícia sugere aumento no endividamento, incerteza e juros mais altos. A piora na saúde das contas públicas se deve por uma lado à crise financeira, que derrubou a arrecadação de impostos da União, e por outro às contratações de servidores públicos e aos reajustes salariais ao funcionalismo, que elevaram o custo da folha de pessoal.

O secretário do Tesouro, Arno Augustin, disse não haver motivo para alarme. “Neste momento, o aumento de despesas está nos ajudando”, falou. Segundo ele, a melhoria dos salários no setor público estimula o consumo e vai ajudar o país a sair da crise. (págs. 1 e 11)

Aumento para servidor, só se crescer a arrecadação
O governo local aprovou ontem o projeto de lei que vincula o reajuste dos servidores à disponibilidade de orçamento. O PT, que apoiou Lula em iniciativa semelhante, votou contra. (págs. 1 e 8)

411 vagas na Funasa, com salários até R$ 2,2 mil
Fundação Nacional de Saúde vai selecionar 206 candidatos com diploma superior e 205 de nível médio, com 147 cargos em Brasília. Inscrições começam no dia 16. (págs. 1 e 15)

Visão do Correio: A pedagogia da crise
O governo voltou a acionar instrumentos de política fiscal para aliviar os efeitos recessivos da crise financeira mundial sobre a economia brasileira. Como era esperado, prorrogou por mais três meses a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente na comercialização de automóveis e caminhões. Adotada em dezembro, a desoneração se mostrou eficaz para situar as vendas de carros, entre janeiro e março de 2009, superiores às do mesmo período do ano passado. A prorrogação, portanto, se impôs como medida necessária para assegurar a estabilidade do setor; malgrado a queda de 15% nos negócios com caminhões. (págs. 1 e 16)

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Valor Econômico

Manchete: Pacote global para comércio terá US$ 250 bi
Assis Moreira
DE PARIS

O G-20 prepara um pacote de financiamento ao comércio internacional estimado em US$ 250 bilhões para reverter a dramática queda nas exportações e importações. Esse valor, que estará disponível para os próximos dois anos, é mais que o dobro do que previa o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown.

O Banco Mundial anunciou aporte de US$ 50 bilhões, o Japão, de US$ 22 bilhões e os EUA já haviam acenado com US$ 100 bilhões. Na União Europeia, a contribuição virá de cada país individualmente. Bancos regionais de desenvolvimento também farão empréstimos, entre eles, possivelmente, o BNDES. (págs. 1, A12 e C12)

Argentina entra na Petrobras Energia
Janes Rocha
DE BUENOS AIRES

O governo argentino terá um representante na direção da Petrobras Energia Participações (Pesa), subsidiária da Petrobras. A decisão foi transmitida na sexta-feira à direção da empresa, durante assembleia de acionistas para aprovação das contas de 2008. Nela, dois representantes da Administração Nacional da Seguridade Social (Anses) informaram que o governo - com participação acionária de 13,2% - vai exercer o direito de indicar um membro para a direção da companhia.

A Anses está exercendo um direito adquirido pelo governo argentino com a estatização do sistema privado de aposentadorias (as AFJP), em outubro. Ao tomar posse dos ativos das AFJP, o governo "ganhou" participação acionária em 38 empresas, entre elas duas de capital brasileiro: Petrobras (13,2%) e Quickfood (3%), do Grupo Marfrig. (págs. 1 e A12)

Superávit primário tem queda de 54% em fevereiro
Alex Ribeiro
DE BRASÍLIA

O superávit primário do setor público somou R$ 4,107 bilhões em fevereiro, o menor em quatro anos para o período, em virtude da queda na arrecadação e das medidas fiscais anticíclicas para combater os efeitos da crise financeira internacional no país. O resultado representa uma queda de 54% em relação aos R$ 8,966 bilhões de fevereiro de 2008. (págs. 1 e A3)

Bolsa muda tarifas e gera protestos
Cristiane Perini Lucchesi
DE SÃO PAULO

Para tentar reverter a queda no volume de negócios, a BM&FBovespa vai implementar uma nova política de tarifas para ações que está causando uma onda de insatisfação no mercado. Corretores, fundos e investidores veem aumento de custos e criticam a iniciativa em meio à crise. A bolsa se defende. "Elevamos as tarifas da custódia de ações, mas a alta foi compensada com menos taxas na negociação e liquidação e com maior estímulo ao aluguel dos papéis", diz Murilo Robotton Filho, diretor-executivo de produtos da BM&FBovespa.

Segundo Robotton, o efeito imediato sobre a receita é nulo e o objetivo é ampliar o giro dos papéis, aumentar a participação das pessoas físicas e dos investidores estrangeiros. As mudanças entram em vigor na segunda-feira. (págs. 1 e D3)

Refluxo nos fundos imobiliários
Daniela D'Ambrosio
DE SÃO PAULO

Depois de adiar ou cancelar investimentos, os fundos de "private equity" com foco no mercado imobiliário passam a uma segunda fase de medidas em reação à crise internacional. Fundos fortemente afetados no exterior, donos de carteiras importantes no mercado brasileiro, como Autonomy e Tishman Speyer, estão colocando ativos à venda no Brasil.

Segundo o Valor apurou, o Autonomy quer vender terrenos onde desenvolveria projetos logísticos e comerciais e também alguns andares do Rochaverá, empreendimento comercial no qual é sócio em São Paulo. A Tishman, que passa por uma reestruturação, também colocou ativos à venda no Rio. (págs. 1 e B1)

Auditor faz ressalva à forma como Aracruz trata dívidas
Graziella Valenti
DE SÃO PAULO

Os contratos de derivativos tóxicos da Aracruz não contaminaram apenas o balanço de 2008, mas também o parecer dos auditores independentes, peça que tem a função de validar a qualidade da contabilidade da empresa. O relatório de 2008 veio com ressalva, ou seja, os auditores da Deloitte não concordaram integralmente com os números da companhia. As apostas cambiais levaram a Aracruz a um prejuízo de R$ 4,2 bilhões em 2008, comparado a um lucro de R$ 1 bilhão em 2007. As operações elevaram a dívida da empresa de R$ 3,1 bilhões para um total bruto de R$ 9,7 bilhões.

O parecer dos auditores não colocou em dúvida nenhum dos valores apresentados pela empresa. A questão foi a forma de contabilizar a dívida. A Aracruz registrou a maior parte de sua dívida, incluindo a gerada pelos derivativos, como sendo de vencimento a longo prazo, a partir de 2010. (págs. 1 e D3)

Mais disputa entre lácteos funcionais
Alda do Amaral Rocha e Daniele Madureira
DE SÃO PAULO

O mercado de lácteos funcionais, cujos volumes crescem a taxas anuais próximas de 40%, está no foco de três grandes indústrias do segmento de leite que buscam diversificação e maior rentabilidade. A UP Alimentos, associação entre Unilever e Perdigão, coloca no mercado dois produtos com a marca Becel Pro.Activ. O grupo Bertin, que em 2007 entrou em lácteos com a compra da Vigor, lança o Lective e a mineira Itambé coloca no varejo o iogurte Plenus. Tanto Vigor quanto Itambé miram o mesmo público do Activia, da Danone.

Outra novidade do Bertin é a estreia no segmento de serviços, com o "bufê itinerante" Espaço Grill Bertin e a venda direta de produtos em grandes eventos com a Espetaria Bertin. (págs. 1 e B6)

BC vê "fortes indícios" de uso de poder de mercado em cartões de crédito
Alex Ribeiro
DE BRASÍLIA

O Banco Central e os órgãos de defesa da concorrência concluíram um amplo diagnóstico da indústria de cartões que mostra "fortes indícios" de exercício de poder de mercado, como excesso de lucros e falta de repasse aos lojistas e consumidores dos ganhos de escala e de evolução tecnológica. "Estamos avisando a indústria: eu vi e não gostei", afirmou o chefe do Departamento de Operações Bancárias do BC, José Antonio Marciano.

As taxas médias pagas pelos lojistas é de 2,95% do valor das vendas com cartões de crédito e, em alguns casos, chegam a 5%. A indústria de cartões é também o segmento campeão em reclamações nos órgãos de defesa do consumidor, respondendo por 12% das 826 mil denúncias registradas entre dezembro de 2005 e dezembro de 2008 em todo o país, excluindo São Paulo. (págs. 1 e C3)

Meio ambiente
A Assembleia Legislativa de Santa Catarina aprovou ontem o novo Código Ambiental do Estado, que flexibiliza as normas para o aproveitamento comercial das propriedades rurais, em desrespeito à legislação federal sobre o tema. (págs. 1 e A2)

Perspectivas para os grãos
Os preços da soja em Chicago encerraram março em queda e o aumento da área plantada nos EUA, menor que a esperada, indica boas perspectivas para o grão. Para o milho, que teve valorização, a expectativa é de estabilidade ou até pequena queda. (págs. 1, B11 e B12)

Juros em queda
Os juros futuros fecharam março em queda. Os contratos de 360 dias recuaram de 1 0,67% para 9,80%. E essa taxa, piso das operações de crédito, ainda pode estar alta, levando-se em conta a possibilidade de o Copom cortar mais 1,5 ponto neste mês, colocando-se à frente da curva de juros. (págs. 1 e C2)

Disputa pelo Ponto Frio
O Grupo Silvio Santos anunciou ontem a intenção de entrar na disputa pela compra do Ponto Frio. A intenção é unir a rede de eletrodomésticos à operação de varejo do grupo, a Baú Crediário, que conta com 17 lojas. (págs. 1 e D4)

Editorial: Lula menos popular, mas capaz de transferir votos
A última pesquisa Sensus-CNT, divulgada na segunda-feira, apesar de registrar impactos da crise sobre a popularidade do governo Lula e do próprio presidente, não deixa de ser surpreendente. Houve uma queda de 10 pontos percentuais na avaliação do governo, de janeiro até março - passou de 72,5% para 62,4%; e de oito pontos percentuais no desempenho de Lula, que caiu de 84% para 72,6%. Ainda assim, no auge da percepção da gravidade da crise pelos entrevistados - 54,5% dos ouvidos avaliaram que piorou a situação do emprego, contra 38,5% em janeiro; 44,8% têm medo de perder o emprego e 32,6% consideram que caiu a renda mensal em função da crise - um presidente manter uma aprovação de mais de dois terços dos ouvidos, no sexto ano de governo, é coisa bastante rara. (pág. 10)

Ideias
Martin Wolf: a cúpula do G-20 parece determinada a obter progresso, mas será decepcionante. (págs. 1 e A11)

Ideias
Cristiano Romero: EBP pode suprir carência de projetos de infraestrutura. (págs. 1 e A2)

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Gazeta Mercantil

Manchete: Bolsa reage e acumula alta de 9% no ano
Vinícius Pinheiro
SÃO PAULO

O mercado de ações brasileiro começa a mostrar os primeiros sinais de recuperação após o tsunami provocado pela crise financeira internacional e, principalmente, a partir da quebra do banco de investimento Lehman Brothers. O Ibovespa, principal índice acionário da BM&F Bovespa, acumulou alta expressiva de 8,98% nos três primeiros meses deste ano. Foi o primeiro trimestre no azul desde o período entre abril e junho do ano passado, quando a Bolsa subiu 6,6%.

Outro sinal do bom momento foi a volta dos estrangeiros, cujo fluxo de investimento encontra-se positivo em R$ 2,2 bilhões no acumulado do ano até o último dia 26. Para os especialistas de mercado, no entanto, ainda é cedo para falar em um novo ciclo sustentável de alta para as ações. (págs. 1 e B1)

Justiça bloqueia dividendos da CSN por dívidas fiscais
Maria Luíza Filgueiras
SÃO PAULO

Os acionistas da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) terão que esperar um pouco mais para receber seus dividendos. Mas pode-se dizer que eles já estão acostumados a aguardar. Pela terceira vez, a Justiça bloqueia o repasse de proventos por conta de dívidas fiscais.

A siderúrgica decidiu pela distribuição de R$ 1,5 bilhão em proventos aos acionistas no dia 24, mas o juiz Marcos Aurélio Silva Pedrazas, da 6ª Vara de Execuções Fiscais Federais da Justiça Federal do Rio de Janeiro, determinou o bloqueio online de R$ 799 milhões, referentes a dois processos por débitos fiscais. A empresa comunicou ao mercado que foi “surpreendida” com a decisão, e que está tomando medidas para liberar o bloqueio. (págs. 1 e B1)

Superávit primário cai 54% em fevereiro
Ayr Aliski
BRASÍLIA

A queda da arrecadação reduziu o superávit primário de fevereiro para R$ 4,1 bilhões, resultado 54% menor se comparado aos R$ 8,9 bilhões apurados em igual período no ano passado. A economia feita pelo governo ficou abaixo das despesas com juros, de R$ 10,1 bilhões. Com este resultado, o governo fechou o mês com déficit nominal de R$ 6 bilhões.

“O resultado não é dos melhores, mas não é tão ruim”, afirmou Altamir Lopes, chefe do departamento econômico do Banco Central. De acordo com Lopes, apesar da piora da situação fiscal, o País não estourou gastos ou rompeu com metas. (págs. 1 e A5)

Burocracia trava recursos do FAT para carro usado
Viviane Monteiro
BRASÍLIA

A burocracia ainda dificulta o acesso dos revendedores de carros usados e seminovos aos recursos da linha de crédito de capital de giro do Banco do Brasil (BB), com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). A informação é do presidente da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), Ilídio Gonçalves dos Santos.

Até agora, o BB emprestou R$ 40,5 milhões dos R$ 200 milhões anunciados no dia 11 do mês passado. O setor se comprometeu a preservar 600 mil vagas de trabalho com a liberação de crédito de R$ 2,5 bilhões. “Achávamos que seria mais fácil obter os recursos”, disse o presidente da Fenauto. (págs. 1 e C4)

Um novo diálogo nas Américas
Claudia Bozzo
SÃO PAULO

Thomas Shannon, secretário-adjunto de Estado norte-americano para o Hemisfério Ocidental, concedeu entrevista, ontem, para falar sobre a próxima Cúpula das Américas, em Trinidad Tobago, de 17 a 19 de abril. O encontro, segundo ele, tem o potencial de lançar um novo tipo de diálogo na região, no debate da crise. “Se olharmos para as crises, vemos que estas não vêm mais de mercados emergentes. Podem vir de qualquer parte, mesmo dos mais desenvolvidos.” Mas observou que, “como uma pessoa loira de olhos azuis, não sei bem se concordo com as acusações”, referindo-se à observação do presidente Lula. Para Shannon, a participação de Brasil, México e Argentina será fundamental. (págs. 1 e A14)

Silvio Santos está interessado no Ponto Frio
Valéria Serpa Leite
SÃO PAULO

A primeira manifestação pública de interesse na mais recente oferta no varejo nacional, a rede Ponto Frio, foi feita ontem, três dias depois de a varejista ser colocada à venda. O Grupo Silvio Santos, dono da rede Baú Crediário (antiga Lojas do Baú) vê na empresa de Lily Safra e seu filho, Carlos Monteverde, a possibilidade de alavancar seu processo de expansão. (págs. 1 e C5)

Entrevista: O resseguro das Índias
Luciano Máximo
SÃO PAULO

Recém-autorizada a operar no mercado brasileiro e pouco prejudicada pela crise financeira internacional, a General Insurance Corporation of Índia (GIC Re) pretende destinar capacidade total de resseguro aos riscos no País. Em entrevista exclusiva à Gazeta Mercantil, Yogesh Lohiya, principal executivo da estatal indiana do resseguro, revela também que o Brasil tem peso na estratégia de crescimento da companhia. “É a porta de entrada para os mercados da América Latina.” (págs. 1 e B2)

Biocombustíveis
Brasil Ecodiesel tem o terceiro prejuízo seguido (págs. 1 e B11)

Mineração
Empresário Eike Batista decide colocar à venda os ativos da MMX (págs. 1 e C1)

Petróleo leva TAM ao prejuízo
O hedge do barril de petróleo a mais de US$ 100 foi uma das razões para o prejuízo contábil de R$ 1,4 bilhão da TAM Linhas Aéreas durante 2008. No lado operacional, o lucro foi de R$ 725 milhões. (págs. 1 e C2)

Aumentam as vendas de celulares
Março mostrou recuperação nas vendas de celulares, afastando risco de crise. Janeiro e fevereiro foram fracos devido a sobras do Natal. Dia das Mães é promessa de manutenção do movimento. (págs. 1 e C7)

OAB faz bancas gastarem mais
Regra da OAB para sociedades de advogados determina que cada sócio terá que se inscrever na seccional estadual da OAB onde tem filial. Um escritório com 400 sócios que atua em 15 capitais vai desembolsar R$ 3,6 milhões. (págs. 1 e A12)

Produção industrial mensal
A Pesquisa Industrial Mensal de Produção será divulgada hoje pelo IBGE. Esses dados ajudam analistas a prever o desempenho do PIB do primeiro trimestre. (págs. 1 e investnews.com.Br)

Editorial: Receita caiu, mas situação fiscal sofre com maus gastos
O governo encontrou uma desculpa oficial para sustentar as isenções fiscais oferecidas: aumento de 20% e 25% nos preços dos cigarros com nova expansão de impostos. O motivo é o pacote tributário que concederá incentivos às montadoras de automóveis, caminhões e motos, além da construção civil sem esquecer algumas empresas da Zona Franca de Manaus. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já apresentou a conta de todas essas desonerações: o Tesouro Nacional deverá perder neste ano R$ 1,5 bilhão, a ser reposto com o aumento dos tributos que incidem sobre os cigarros. Os novos preços devem ser pagos pelos fumantes a partir de maio.

A Receita Federal tem opinião divergente em relação aos números divulgados pelo ministro Mantega. Para os técnicos essas desonerações implicarão perda de R$ 1,68 bilhão; porém, o aumento dos preços dos cigarros reforçará o Tesouro em apenas R$ 975 milhões, segundo os cálculos da Receita. Sem esquecer a redução da alíquota do IPI sobre carros novos terá um impacto negativo de R$ 1,4 bilhão aos cofres públicos. (pág. 3)

Opinião
Rogério Mori
A postura do Copom de manter a Selic inalterada no fim de 2008 revelou ausência de sensibilidade econômica em face da realidade dos fatos e um relativo desconhecimento do processo determinado pela crise financeira. (págs. 1 e A3)

Opinião
Vaz de Lima
O cigarro é um problema de saúde pública e assim deve ser combatido, como uma epidemia, uma peste, uma praga que custa ao Brasil mais de R$ 1 bilhão por ano. (págs. 1 e A3)

Opinião: Lula, de algoz a herói das montadoras
Ariverson Feltrin

Nos tempos em que Lula, ainda de barbas pretas e presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, reivindicava nas portas de fábricas, as montadoras empregavam muito mais do que hoje. Uma Volkswagen, na Via Anchieta, nos tempos dos modelos Brasília, Fusca, Variant, Passat, tinha um batalhão em torno de 40 mil pessoas. Lembro que, no final dos anos 1970, uma frota de 500 ônibus era destacada para levar e trazer metalúrgicos da empresa que se revezavam em até três turnos.

A Volkswagen dominava amplamente o mercado. Em 1979, por exemplo, ano em que o País pela primeira vez experimentou o gostinho de ultrapassar a barreira de 1 milhão de veículos vendidos, a marca alemã ficou com quase 50% do mercado. A Fiat, ainda de fraldas no País, pegou 10%. GM com 20%, Ford com 15% completavam 95%. Os restantes 5% ficavam com marcas nanicas. Importar? Nem pensar! Eram tempos de linha dura dos militares, donos do País e do poder, de escassez enorme de petróleo (o Brasil importava 80%) e, entre outras coisas, de uma indústria fechada em todos os sentidos. É lembrada a batalha, nos anos 1970, que Fiat, Volvo e Michelin travaram para entrar no País. (págs. 1 e A3)

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Estado de Minas

Manchete: Juvenil Alves Cai. E dono do castelo vira a bola da vez
O tempo fechou para dois deputados federais mineiros. A Mesa Diretora da Câmara acatou decisão do TSE de cassar o mandato de juvenil Alvez (PRTB) por gastos ilícitos na campanha de 2006 e convocou o suplente, Silas Brasileiro (PMDB), para assumir. Quanto a Edmar Moreira (sem partido), dono de suntuoso castelo na Zona da Mata, a mesa enviou representação contra ele ao Conselho de Ética. Será aberto processo por quebra de decoro devido a indícios de irregularidades no uso da verba indenizatória, que também pode levar à cassação. (págs. 1, 3 e 4)

Preço de genérico supera o de marca
A guerra de preços entre laboratórios leva alguns medicamentos genéricos, criados para serem mais baratos, a custar mais que os de marca. Levantamento do Estado de Minas mostra diferença de até 2,70%. A partir de hoje, está autorizado reajuste de até 5,9% para cerca de 20 mil remédios. (págs. 1 e 21)

Sua chance: 3.300 vagas e salários de até R$ 10.648
Concursos vão selecionar pessoal para a Funasa, Anac, Exército e Ministério do Planejamento. (págs. 1 e 13)

No vermelho: Contas do governo têm seu primeiro déficit em 12 anos (pág.1)

Casa própria: Contratos antigos vão poder ser refinanciados (pág.1)

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Jornal do Commercio

Manchete: Cortes ameaçam segurança
Ministério da Justiça divulga nota dizendo que redução prevista para a pasta inviabiliza as Polícias Federal e a Rodoviária Federal e comprometem a construção de presídios, entre eles o de Pernambuco

O Ministério da Justiça divulgou nota informando que o contingenciamento de 41% no orçamento de R$ 2,96 bilhões da pasta prejudicará os principais programas do governo na área de segurança pública. Entre eles, a construção de presídios como a unidade para jovens prevista para funcionar em Itaquitinga, Pernambuco.

Segundo a nota, estão congelados, por enquanto, todos os convênios com Estados e municípios relativos ao Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). Estão também suspensos os investimentos em novas vagas no sistema prisional. O ministro da Justiça, Tarso Genro, deve reunir-se nos próximos dias com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, para buscar reverter a decisão. (pág. 1)

Venda de imóveis deve cair, apesar do pacote de Lula (pág.1)
Mesmo com essa perspectiva prevista por economista da Fiepe, dados de 2009 ainda devem ser considerados positivos diante do alto saldo de 2008

Depois de um 2008 excepcional em vendas e lançamentos, o mercado imobiliário de residências do Grande Recife trabalha com uma previsão de 20% de queda na movimentação este ano. A previsão foi apresentada pela economista da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), Mônica Mercês, especializada no setor imobiliário local. A técnica salienta, no entanto, que ao contrário de o número aparentar um péssimo resultado, será um bom desempenho se ele vir a ser confirmado. “Temos de levar em consideração que 2008 foi um ano excelente, o melhor da série histórica de análises deste mercado em 15 anos”, ponderou. (pág. 1)

Nos 45 anos do golpe, 32 ex-presos políticos vão receber indenização (pág.1)

Jornalismo
Tendência aponta para a anulação parcial ou total da lei criada durante a ditadura militar. Entidades representativas do setor defendem novas normas

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) pode decidir hoje a manutenção ou a revogação de dois preceitos criados pela ditadura militar (1964-85) para disciplinar assuntos relativos ao exercício do jornalismo: a Lei de Imprensa (1967), conjunto de 77 artigos que preveem atos como apreensão de publicações e censura prévia, e a obrigatoriedade do diploma de jornalista para o exercício da profissão (1969). Caso se mantenha a tendência de anulação parcial ou total da lei, reforça-se o debate sobre a necessidade de haver uma nova regra. Entidades dos meios de comunicação e dos jornalistas apoiam o fim da lei, mas defendem novas normas. (pág.1)


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