segunda-feira, 6 de abril de 2009

O que Publicam os Jornais de Hoje

O Globo

Manchete: Coreia do Norte desafia o mundo ao lançar foguete
Obama chama de provocação, mas ONU não obtém consenso sobre sanção

Em claro desafio à comunidade Internacional, a Coreia do Norte disparou ontem um foguete que, segundo governos de diversos países, seria na verdade um teste do míssil balístico Taepodong-2. Parte do foguete caiu no Mar do Japão e outra, no Oceano Pacífico. O presidente dos EUA, Barack Obama, chamou o teste de provocação e ressaltou a "necessidade de ação" contra a Coreia do Norte. Reunião do Conselho de Segurança da ONU, convocada de emergência, porém, terminou sem consenso sobre sanções. (págs. 1 e 19)

Presidente antinuclear

O presidente dos EUA, Barack Obama, defendeu ontem em Praga um mundo livre de armas nucleares e prometeu agir para alcançar o objetivo. (págs. 1 e 19)

MEC deve antecipar fim do vestibular
O ministro da Educação, Fernando Haddad, deve anunciar hoje aos reitores de universidades federais que ainda este ano será aplicado o novo Enem, que substituirá o vestibular. O ministério já conta com a adesão de 35 das 55 instituições federais de ensino superior. Reitores divergem sobre o ritmo de transição para o novo teste. (págs. 1 e 5)

Brasileiro está entre mortos por atirador nos EUA
O professor universitário Almir Olímpio Alves, de 42 anos, estava entre as 13 pessoas assassinadas num centro de atendimento a imigrantes no estado de Nova York, na sexta-feira. Ele fazia pós-doutorado e estudava no centro quando o atirador entrou. No estado de Washington, um pai é suspeito de assassinar os cinco filhos. Ele se matou em seguida. (págs. 1 e 20)

Economia do país pode reagir neste trimestre
Parte do governo e do setor produtivo acredita que o país dará sinais claros de reação entre abril e junho, evitando estagnação em 2009. Mas, para analistas mais céticos, a retomada definitiva virá no 2º semestre. Essas correntes concordam que o Brasil pode chegar ao fim do ano crescendo a um ritmo de 2%. Para o ministro Miguel Jorge, "o pior já passou". (págs. 1 e 14)

Construtoras têm "bancada" no Congresso
A bancada do cimento

Levantamento de doações na Justiça Eleitoral mostra força das empreiteiras no Congresso

De volta à tona no rastro da Operação Castelo de Areia, a força das grandes empreiteiras no Congresso cresce no mesmo ritmo em que as empresas elevam 'as doações' para campanhas políticas. Levantamento do GLOBO sobre dados informados à Justiça Eleitoral em 2006 revela que quatro gigantes do setor já mantêm bancadas maiores que as de partidos tradicionais. Grande parte dos favorecidos integra a Frente Parlamentar em Defesa da Infraestrutura. Nacional,que reúne atualmente no Congresso 245 parlamentares.

Alvo da investigação da Polícia Federal, na Operação Castelo de Areia, a Camargo Corrêa ajudou a pagar as contas de campanha de 38 deputados e cinco senadores. As construtoras OAS, Barbosa Mello e Odebrecht também aparecem entre os maiores financiadores. (págs. 1 e 3)

Charge: Chico: Esse é o cara!
- ...aí o papagaio chegou pro curió e disse...

Editorial: Tema em discussão: Funcionalismo
Hora de parar

É consensual a importância de os servidores serem bem remunerados, treinados, para prestar bons serviços à população. Com esse objetivo, foi desenhado no governo de FH um projeto de reforma administrativa pela qual funções típicas de Estado teriam tratamento especial - policiais, procuradores, magistrados, etc. -, e seria instituído um sistema de avaliação e promoção por mérito. Com a chegada ao poder, na comitiva do governo Lula, das corporações sindicais - inclusive a do funcionalismo – a idéia da modernização da burocracia pública foi engavetada.

Deu-se uma rápida ocupação dos 20 mil cargos de confiança disponíveis na esfera federal, ocorreu o aparelhamento político de áreas como Incra e Ministério do Desenvolvimento Agrário, por exemplo, e abriu-se a porteira para contratações maciças e reajustes salariais generosos. (pág. 6 – Interno)

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Folha de S. Paulo

Manchete: Foguete da Coreia do Norte divide ONU
Conselho de Segurança não chega a consenso sobre sanção; Obama diz que país violou acordo e pede punição

O lançamento de um foguete norte-coreano sobre o Pacífico provocou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, que terminou sem acordo.

O Taepodong-2 (projétil de mais amplo alcance já lançado pela Coreia do Norte) foi disparado às 23h20 de sábado com fins pacíficos, diz o ditador Kim Jong-il.

Coreia do Sul, EUA e Japão interpretaram o ato como um teste de mísseis para fins militares, tese também defendida por especialistas.

Já China e Rússia, principais aliados da Coreia do Norte, defenderam que a meta era colocar em órbita um satélite de comunicação.

"A Coreia do Norte quebrou as regras, mais uma vez, ao testar um foguete que pode ser usado para mísseis de longo alcance", disse o presidente dos EUA, Barack Obama. "Essa provocação requer uma resposta."

"Foi um ato provocativo que o Japão não pode deixar passar", disse o premiê, Taro Aso. A Coreia do Sul (que não integra o conselho) pede resposta "severa". (págs. 1 e A8)

Foto legenda: Perto da Embaixada dos EUA, militantes da Coreia do Sul queimam réplica de foguete em protesto contra o teste da Coreia do Norte

Brasileiro é um dos 13 mortos no massacre em Nova York
O pernambucano Almir Olímpio Alves, 42, foi uma das vítimas do atentado ocorrido na última sexta-feira em Binghamton, no Estado de Nova York.

Alves fazia aula de inglês no centro de apoio a imigrantes quando um vietnamita armado com pistolas invadiu o lugar e matou 13 pessoas antes de se suicidar.

Casado, o professor deixou o Brasil para fazer pós-doutorado em matemática. Sua volta estava marcada para junho deste ano. (págs. 1 e A10)

Entrevista da 2ª: Crise ameaça o apogeu do fluxo das migrações, diz historiador
Entrevista da 2ª - Demetrius Papademetriou: Crise econômica ameaça era histórica de mobilidade

Para historiador, mundo vive momento mais desafiador em quatro décadas, mas uma desglobalização só é plausível se políticos "estúpidos" ignorarem 30 anos de abertura

As praias mediterrâneas da Líbia foram banhadas por dezenas de corpos dos mais de 200 africanos que naufragaram durante uma precária travessia ilegal em direção à Europa. A milhares de quilômetros dali, no Japão, o governo passou a pagar R$ 6.700 para imigrantes desempregados deixarem o país. Os dois movimentos, ocorridos na última semana, são reflexos distintos de um mesmo e crítico dilema: o que a crise econômica força hoje nos fluxos migratórios globais.

Para o historiador e cientista político Demetrius Papademetriou, apesar do desespero dos que ainda se arriscam, a crise está sufocando o apogeu histórico de mobilidade do século 21, lançando o mundo no "ambiente mais desafiador das últimas quatro décadas". Leia a seguir a entrevista que ele deu à Folha, por telefone, de Washington. (págs. 1 e A12)

Estados Unidos não descartam trocar direção em bancos
O governo norte-americano pode exigir a substituição de executivos de bancos que requeiram "auxílio excepcional" no futuro, afirmou Timothy Geithner, secretário do Tesouro dos EUA.

"Onde for preciso mudar o comando das instituições financeiras, nós faremos", disse Geithner. "Não apenas para proteger o contribuinte, mas para garantir a reestruturação necessária para que os bancos se tornem mais fortes."(pág. 1 e B6)

Computação e matemática são líderes de evasão no país
Alunos de ciências da computação, matemática e administração são os que mais abandonam o ensino superior, segundo dados do Ministério da Educação.

A evasão nessas áreas é de 28% - a média nacional é de 22%. Turismo e hotelaria lideram o ranking (38%). Mas, quando separados, a taxa cai para 27% (hotelaria) e 24% (turismo). Uma das causas de abandono é a falta de informação sobre o curso à época do vestibular. (págs. 1 e C1)

Gás usado pela indústria custa o dobro do valor pago nos EUA
O gás natural usado pela indústria brasileira é um dos mais caros do mundo, segundo estudo feito por uma empresa consumidora.

Em São Paulo, o preço é o dobro do valor pago nos EUA e no Reino Unido é quase o triplo quando se compara com o México. Indústrias já fecharam por conta dessa política.

A Petrobras reconhece que o preço do gás é elevado, mas diz que vai reduzi-lo por meio de leilões. (págs. 1 e B1)

Editorial: Emenda Alienígena
Senado aprova vagas parlamentares para voto de brasileiros no exterior, mas ignora as distorções reais na representação

O Congresso não vive decerto seu melhor momento, diante do recente vagalhão de denúncias de desmandos administrativos. Em meio à tempestade, o Senado arriscou-se a desfraldar a proposta de emenda constitucional nº 5/2005, do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), aprovando em primeiro turno uma cota de parlamentares a ser eleita exclusivamente por brasileiros no exterior.

Por todo lado levantaram-se críticas à criação de vagas e despesas, num Congresso que já conta com 594 parlamentares (513 deputados e 81 senadores).

Buarque afirma que a PEC não acrescenta cadeiras, obrigatoriamente, pois os novos representantes poderiam ser incluídos no total presente. Os detalhes ficariam para a regulamentação. (págs. 1 e A2)

Editorial: Atenção com a China
A partir de outubro de 2008, Brasil e Argentina, líderes de um processo de integração regional, instituíram o Sistema de Pagamentos em Moeda Local das importações e exportações entre os dois países. O governo brasileiro tenta ampliar a utilização do real nas transações com outros países da América do Sul. Apoia, desse modo, a utilização de moedas locais no comércio regional para reduzir a dependência do dólar.

Na sexta-feira, no entanto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu um passo perigoso. Propôs ao colega chinês, Hu Jintao, a utilização de suas respectivas moedas, real e yuan, no comércio bilateral, em substituição ao dólar.

Em 2008, as exportações brasileiras para a China somaram US$ 16,4 bilhões, sendo 60,3% de produtos básicos. As importações atingiram US$ 20 bilhões, fundamentalmente de produtos manufaturados. O déficit comercial foi de US$ 3,6 bilhões. Supondo o comércio bilateral em moedas locais, como seria efetuado esse pagamento para a China? Os chineses aceitariam pagamentos em reais? (págs. 1 e A2)

Artigo: Marina Silva: Potência e compromisso
Em Luziânia, município goiano perto de Brasília, acontece até quarta-feira uma conferência nacional na qual o país deveria estar de olho. Ali se consolida um movimento capaz de causar grande impacto social, embora pouco o percebamos hoje.

É a 3ª Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente, promovida pelos ministérios do Meio Ambiente e da Educação, com o tema "Mudanças Ambientais Globais". A primeira, em 2003, envolveu cerca de cinco milhões de pessoas de 4.000 municípios, em conferências estaduais que convergiram para a nacional.

No sábado, participei, juntamente com o professor José Eli da Veiga, de diálogo com os 669 delegados de 11 a 14 anos. Voltei entusiasmada e tocada pela qualidade das intervenções. Confirmei meu prognóstico de seis anos atrás, de que essas conferências seriam paradoxalmente âncora e alavanca para transformar o paradigma de educação e também o de cidadania, incorporando-lhes questões essenciais para o advento da sociedade que esse momento de profunda crise global parece anunciar. (pág. 2 - Interno)

Tendências| Debates: Guilherme Cassel: Reforma agrária, falácias e preconceitos
Os dados apontam o avanço da democratização do acesso à terra, tarefa obrigatória de todo país. É o caminho que buscamos

O professor Zander Navarro escreveu um artigo surpreendente nesta Folha ("Tendências/Debates", 30/3) decretando que as políticas de reforma agrária são irracionais e desapareceram da agenda dos debates sobre desenvolvimento. A surpresa fica por conta do alto grau de desinformação expresso no texto de um pesquisador ligado à área do desenvolvimento rural.

Navarro faz denúncias genéricas sem apresentar um só dado para sustentar suas posições. E aponta uma suposta interdição do debate, atacando colegas pesquisadores.

O que fica evidente na sequência de ataques disfarçados de argumentos é que o olhar do autor é que parece estar fora do debate. Ele procura fazer da desinformação uma virtude e mal consegue disfarçar seu preconceito ideológico em relação a um problema histórico do Brasil. (pág. 3 - Interno)

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O Estado de S. Paulo

Manchete: ONU evita punição à Coreia do Norte
Obama pede sanção, mas China recomenda cautela

Líderes mundiais reagiram ao lançamento de um foguete norte-coreano. O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) realizou reunião de emergência, mas por enquanto não definiu sanções. Proibida por resolução da ONU de disparar mísseis, a Coreia do Norte afirma que o foguete levava um satélite de comunicação. Mas outros países acreditam que ocorreu um teste balístico. - "Essa provocação reforça a necessidade por ação", reagiu o presidente dos EUA, Barack Obama. O Japão chamou o ato de “extremamente lamentável". Mas a China, que tem poder de veto no Conselho da ONU, defende reação “cautelosa e proporcional" ao gesto da Coreia do Norte. (págs. 1 e A10)

Concentração bancária limita concessão de crédito no País
Nos dois primeiros meses de 2009, as novas concessões de crédito no País caíram 23,9% em comparação com igual período do ano passado. Segundo analistas, uma das razões para que os empréstimos não tenham ainda retomado um ritmo próximo 80 que vigorava antes do agravamento da crise é o aumento da concentração bancária. Estudo da agência de classificação de risco Austin Rating revela que no fim de 1994 os cinco maiores bancos nacionais respondiam por 56,8% do crédito. Em dezembro de 2008, esse porcentual havia disparado para 77,5% - em razão de dezenas de fusões e aquisições, além de quebras ocorridas no setor nos últimos anos. (págs. 1 e B1)

'GM do Brasil tem muita liberdade'
“Estamos absolutamente tranquilos", garantiu o presidente da General Motors no Brasil, Jaime Ardila, sobre a crise na matriz da empresa, nos Estados Unidos. Em entrevista a Sonia Racy, ele diz que "leis brasileiras não permitem que uma concordata lá fora tenha impacto por aqui." (págs. 1 e D2)

Assembleia mantém mordomias e cria cargos
Apesar da crise, a Assembleia paulista ampliou o quadro de cargos e manteve mordomias como gabinetes especiais para ex-presidente e ex-secretários da Mesa. Quem usa as salas pode nomear de 4 a 5 funcionários. (págs. 1 e A4)

Brasileiro está entre vítimas de massacre nos EUA
O brasileiro Almir Olímpio Alves, de 42 anos, foi uma das 14 vítimas do massacre de Binghamton, no Estado de Nova York. Ele assistia a uma aula na Associação Cívica Americana quando o vietnamita Jiverly A Wong entrou atirando. (págs. 1 e A13)

Nordeste vai receber 40 termelétricas poluidoras
Pelo menos 40 obras de termelétricas poluidoras estão projetadas para os próximos cinco anos no Nordeste. Só na Bahia serão instaladas 16 usinas. Movidas a óleo ou carvão, elas não encontram mais aval no Sul e Sudeste. (págs. 1 e B6)

Rodoanel: 105 bichos morrem durante obras
Número é alto, diz expert; lista inclui espécies ameaçadas de extinção. (págs. 1 e C1)

Editorial: Varas ambientais
É oportuna a ideia, que surgiu no âmbito da Justiça Federal, de criar-se varas especializadas em julgamentos de processos relacionados a meio ambiente. A intenção inicial é especializar em direito ambiental as varas de Manaus e Belém, com o objetivo de tornar mais ágeis os processos judiciais sobre devastação florestal na região - que têm se multiplicado em proporção equivalente à velocidade com que se dá o próprio desmate. Certamente a rapidez na punição dos responsáveis pelas práticas que degradam a natureza e prejudicam as atuais e futuras gerações - e horrorizam o País e o mundo - seria uma decisiva contribuição da Justiça à qualidade de vida da sociedade, pelo desestímulo que traria aos contumazes predadores ambientais.

Mapeamento da degradação ambiental da Amazônia, divulgado recentemente pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, contém dados que mostram não só a necessidade da criação de varas ambientais, mas também a urgência de sua instalação. As áreas degradadas passaram de 14.915 km², em 2007, para 24.932 km², em 2008; em junho de 2007 havia 8.983 processos sobre direito ambiental tramitando nas varas federais - hoje há 21.105 processos; no Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, onde são julgados os recursos que contestam decisões dos juízes federais de primeira instância que atuam nos nove Estados da Amazônia Legal e no Piauí, em Minas Gerais, Goiás, Bahia e Distrito Federal, esses processos passaram de 681, em junho de 2007, para 1.952, atualmente. Quer dizer, quase triplicaram em menos de dois anos. (pág. A3 - Interno)

Notas & Informações: Limite para as "bondades"
Há um limite para as desonerações tributárias que o governo vem concedendo para estimular alguns setores da economia - e ele está prestes a ser atingido, se já não o foi. Depois de fazer tal advertência, a secretária da Receita Federal, Lina Maria Vieira, observou, em entrevista ao Estado publicada na sexta-feira, que o governo não pode cair no que chamou de "armadilha tributária", ou seja, uma situação na qual precisa socorrer um setor e não tem mais como fazer isso, porque a situação fiscal não permite.

Os cortes de tributos, segundo a secretária da Receita, estão sujeitos a dois limites. Do lado institucional, o limite está dado pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), cujo artigo 14 dispõe que, para cada desoneração de tributos, o governo precisa apresentar uma fonte de receita compensatória ou o correspondente corte de despesas. Do lado econômico, o limite é definido pelos órgãos técnicos do governo (Ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), com a escolha dos setores da economia a serem apoiados e com que volume de recursos. (págs. 1 e A3)

Artigo: Hans Blix: Hora de ser paciente com Pyongyang
As grandes potências reconhecem que o uso da força não é opção contra a Coreia do Norte. E o país pode abrir mão do programa nuclear se tiver garantias de que não haverá ações externas para derrubar o regime. (págs. 1 e A12)

Editorial: A crise na América Latina
A economia brasileira poderá recuperar-se rapidamente e crescer 3,8% no próximo ano, depois de encolher 0,3% em 2009, segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), formada por 30 dos países mais industrializados do mundo capitalista. A recuperação brasileira poderá ocorrer mesmo com um crescimento ainda próximo de zero nos Estados Unidos, no Japão e na zona do euro, segundo projeções divulgadas na terça-feira. A reação da economia brasileira só ocorrerá, no entanto, se não houver uma piora no cenário global, especialmente nas condições de comércio, advertem os autores do estudo. Preocupação semelhante, mas em tons mais sombrios, marcou as projeções apresentadas em Medellín, na Colômbia, na assembleia anual do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

As sete maiores economias da América Latina terão em conjunto, até 2013, um desempenho muito inferior ao registrado entre 2003 e 2007, em qualquer das duas hipóteses tomadas como referência. Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e Venezuela cresceram em média 5,8% ao ano, durante aquele período. Sua evolução nos próximos anos dependerá fortemente da recuperação dos países mais avançados. (pág. A3 - Interno)

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Jornal do Brasil

Manchete: Foguete coreano põe ONU em alerta
Coreia do Norte desobedece Nações Unidas e lança artefato ao espaço

A Coreia do Norte anunciou o lançamento ontem de um foguete carregado com satélite de comunicações que já estaria em órbita da Terra e "transmitindo músicas revolucionárias". Segundo as autoridades japonesas, o artefato, na verdade, caiu a cerca de 2.100 quilômetros de Tóquio. Coreia do Sul, Japão e EUA temem que lançamento tenha servido de teste para um míssil de longo alcance. Barack Obama considerou a atitude como "uma provocação". Ontem mesmo o Conselho de Segurança da ONU foi convocado em caráter de emergência para discutir formas de reação. (págs. 1 e Internacional A21)

Novos benefícios às exportações
O presidente Lula assina hoje decreto de criação das Zonas de Processamento de Exportação, áreas em que as empresas instaladas terão benefícios cambiais e fiscais. Já foram apresentados 15 pedidos de instalação de ZPEs, inclusive no município de Duque de Caxias. (págs. 1 e Economia A16)

Editorial: Os 100 primeiros passos da jornada
Os primeiros 100 dias da administração municipal de Eduardo Paes, a serem completados nesta sexta-feira, incluem mais acertos do que erros. Ponto para o jovem prefeito, que conseguiu impor sua marca particular em tão pouco tempo de governo – embora ainda falte muito para cumprir a maior parte das promessas feitas em palanque. E ponto para o Rio de Janeiro, que vê em Paes a habilidade de um administrador que tenta conjugar a boa política com a gestão eficiente. É fato que ainda há um longo caminho a percorrer até que a população possa viver na cidade pacífica, justa e ordeira ansiada por todos. Mas os passos iniciais no rumo certo foram dados nestes poucos mais de três meses sob nova direção.

Em entrevista publicada ontem pelo Jornal do Brasil, Paes não poupou críticas ao antecessor, Cesar Maia, de quem diz ter desarmado uma bomba-relógio. "O ex-prefeito construiu uma situação financeira tal que em janeiro não se poderia dizer que a prefeitura estivesse quebrada, mas ela estava pronta para quebrar", comentou, referindo-se à penúria do caixa municipal. E informou estar trabalhando até 20 horas por dia, junto à sua equipe econômica, para evitar o pior. O sistema de controle de gastos da prefeitura também foi alvo de críticas – e de reparos. "Hoje só se checa depois que o sujeito já roubou", lamentou, acrescentando que o controle preventivo está sendo retomado. (pág. A8 - Interno)

Sociedade aberta: Marcos Cintra: Os cinco trilhões do G-20 solucionarão a crise?
Depende.

A débâcle mundial surgiu nos EUA. Começou com a desaceleração econômica no país há cerca de dois anos, em 2007. Isto aumentou a insolvência do mercado imobiliário, que havia assumido riscos muito além do que a prudência recomendaria. Tomou proporções alarmantes com a crise de credibilidade financeira, que não deve ser confundida com crise de liquidez, sendo deflagrada pela imperícia das autoridades econômicas do governo Bush, que permitiram a quebra do banco Lehman Brothers.

O sistema financeiro tem efeitos econômicos semelhantes aos das utilities, ou serviços do tipo energia elétrica, água e gás. Esses setores, que por suas características específicas compõem a infra-estrutura da economia, não podem deixar de existir, ou quebrar, sejam eles públicos ou privados, sob pena de aniquilar toda a produção. (págs. 1 e A9)

Sociedade aberta: Marcelo Coutinho: Um outro recomeço
Dez anos de mudanças políticas históricas na América Latina, e o Brasil apenas arranhou superficialmente nesse período suas estruturas arcaicas. A principio, a eleição de Lula indicou um salto no processo de modernização do País. Ao longo do tempo, certa inclusão social levou à enganosa conclusão de que finalmente havíamos entrado em uma rota de desenvolvimento para todos. No entanto, a crise atual não só evidenciou a fragilidade desses avanços sem bases estruturais, como também demonstra o quanto falta ao governo de Lula uma visão consistente, moderna e ampla sobre o Brasil e os desafios de uma conjuntura internacional cada vez mais complexa. Enquanto tudo corria bem na maior onda de prosperidade econômica do mundo globalizado, o despreparo do governo passou despercebido. Suas eventuais virtudes se sobressaiam aos seus vícios crônicos. Agora fica mais claro que o País é governado por um grupo imprevidente, muito aquém das necessidades do povo brasileiro e que não realizou nem 10% do que poderia, dado o contexto amplamente favorável.

Mais preocupado em se manter no poder, o lulismo não sabe e, na verdade, tem pouco interesse em dar continuidade ao projeto de desenvolvimento nacional. (págs. 1 e 7)

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Correio Braziliense

Manchete: 170 mil aprovados na fila para o serviço público
Candidatos selecionados em concursos conseguem notas exigidas mas não são chamados devido ao corte de verbas no orçamento da União. Na Câmara dos Deputados, 212 cargos foram liberados para nomeação, mas só 32 servidores tomaram posse (págs. 1 e 9)

PF quer usar documentos sigilosos para se defender no Senado ( págs. 1 e Tema do Dia, pág. 2)

Entrevista: Reservas indígenas: Ayres Britto: não à cultura de branco
Em entrevista ao Correio, o ministro do STF Carlos Ayres Britto, relator do processo sobre a reserva Raposa Serra do Sol, diz que enfrentou o próprio preconceito para chegar ao voto que aprovou a demarcação. “A Constituição é um sonoro não a essa cultura de branco”, afirma. (págs. 1 e 6)

Extinção do vestibular tem prós e contras (págs. 1, 6 e 7)

Coreia do Norte provoca impasse
Representantes do Conselho de Segurança não chegam a consenso sobre punição ao país que disparou foguete. (págs. 1 e 14)

Visão do Correio: Proposta inconveniente
Tramita no Congresso Nacional projeto de lei do Poder Executivo que articula medidas para tentar melhorar a segurança nos estádios brasileiros. No Brasil esportivo, das alegres, coloridas e espontâneas manifestações das torcidas, o futebol tem registro negativo, triste e preocupante: nos últimos cinco anos, 37 pessoas morreram vítimas de conflitos violentos entre torcedores, dado que o próprio Ministério do Esporte não esconde. A média é de 7,4 pessoas mortas por ano. É um número assustador que, claro, exige urgentes medidas das autoridades, principalmente se considerarmos que o país sediará a Copa do Mundo de 2014.

A diferença das propostas do governo de ontem e de hoje é que as de agora não são ideias exclusivas de uma pasta ministerial, a do Esporte, mas de um grupo de autoridades governamentais, entre elas, representantes do Ministério da Justiça. As medidas que estão no projeto de lei são duras. Por exemplo: quem promover tumulto, praticar violência ou portar instrumento perigoso em evento esportivo poderá ficar preso por até dois anos. Em outro artigo, fica tipificado o crime pela venda de ingressos por cambistas, que, igualmente, custará dois anos de prisão aos faltosos. (pág. 12 – Interno)

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Valor Econômico

Manchete: Múltis se preparam para a megalicitação do trem-bala
Pelo menos seis grupos estrangeiros já se preparam para participar daquela que pode ser a maior concorrência federal da década, a do trem-bala que vai ligar São Paulo ao Rio de Janeiro. O contrato, cujo valor é estimado em US$ 11 bilhões, pode dar grande impulso à indústria da construção civil e ao setor de transportes no país. Na quinta-feira, com três meses de atraso, chegou ao Ministério dos Transportes a primeira parte do estudo técnico preparado pela consultoria inglesa Halcrow, com informações detalhadas sobre traçado, o modelo de negócios e, sobretudo, a projeção de demanda para o trajeto - que determinará a viabilidade econômica do investimento. O material deverá ser colocado em consulta pública ainda neste mês.

Os grupos que se preparam para disputar a concorrência são liderados pela francesa Alstom, a alemã Siemens, o conglomerado japonês Mistui (associado a vários fornecedores locais), as estatais responsáveis pelo trem-bala coreano, a China Railway Materials (CRM) e a italiana Ansaldo Breda. Fontes do setor acreditam que pelo menos quatro desses grupos devem chegar à concorrência com reais chances de ficar com o contrato. (págs. 1 e B9)

Em Roraima, nem índio está satisfeito
Em Roraima, ninguém está satisfeito com a homologação da reserva indígena Raposa Serra do Sol em área contínua pelo Supremo Tribunal Federal. Nem mesmo os índios. A aparente trégua entre as duas entidades indígenas, produtores de arroz, pecuaristas e governo estadual esconde um permanente estado de tensão, que piora com a proximidade do prazo para a retirada dos "não índios" - dia 30.

É nítido o sentimento de inimizade entre os dois grupos indígenas rivais, dominados pelos macuxi. Os produtores reclamam da alta dos preços das terras fora da reserva e das baixas indenizações por benfeitorias, que somariam R$ 40 milhões. A Funai teria depositado só R$ 4 milhões nas contas. Pequenos pecuaristas e empregados de arrozeiros alegam não ter renda nem lugar para onde ir. E o processo de reassentamento dos produtores é lento e envolve a burocracia de órgãos federais e estaduais. (págs. 1 e A14)

Ociosidade da indústria adia investimento
Desde o início da crise, a indústria desligou alto-fornos, parou máquinas, fechou turnos de produção e, em alguns casos, passou a operar quatro dias por semana. Como resultado dessas decisões, a ociosidade no setor aumentou 10 pontos percentuais entre setembro e fevereiro. O baixo uso da capacidade instalada - que caiu para 76,9% - deverá retardar bastante a volta dos investimentos produtivos, cuja paralisação já provocou queda de 27,8% na produção de bens de capital. Segundo Júlio Gomes de Almeida, da Unicamp, a necessidade de investimentos só é sentida com um uso da capacidade entre 78% e 80%. Para Aloisio Campelo, da FGV, uma retomada só deve ser esperada no último trimestre. (págs. 1 e A4)

Foto legenda: Reação contra a crise
Com o aumento das demissões após setembro, a empresa de refeições coletivas Sodexo viu sua receita cair. As decisões de reforçar a equipe de vendas e ser flexível na renegociação de contratos levaram a uma alta de 8,8% no faturamento, diz Bruno Dias, diretor-geral no país. (págs. 1 e B1)

Rodoanel-Sul chega mais cedo
São Paulo parece uma cidade sitiada ao amanhecer. Congestionamentos que podem chegar a mais de cem quilômetros impedem o livre trânsito no encontro de suas avenidas marginais com as oito rodovias estaduais e as duas federais que a comunicam com o resto do Estado e do Brasil. Parte do problema será amenizado a partir de novembro, quando está prevista a inauguração do trecho Sul do Rodoanel.

São 61,4 quilômetros de rodovia expressa que se juntarão ao trecho Oeste (32 km), já em operação. Com a junção, 15 meses antes do previsto, sete rodovias já estarão ligadas ao Rodoanel. Caminhões e automóveis poderão, em 50 minutos, ir do bairro de Perus, no noroeste da cidade, ao município de Mauá, no sul, sem cruzar as marginais e pagando um só pedágio de R$ 1,20. (págs. 1, A6 e A7)

R$ 3,6 milhões para construir 30 casas
Depois de gastar R$ 3,6 milhões do governo federal, o projeto Cimento Social, no Morro da Providência, no Rio, está parado e só 30 das 800 casas previstas foram concluídas. O projeto de reformas de casas do senador Marcelo Crivella (PRB) causou polêmica em 2008 ao misturar dinheiro do Ministério das Cidades com a presença de soldados de Exército nas obras e na segurança até ser embargado em junho pela Justiça Eleitoral.

O Ministério Público Federal investiga suposto desvio de verbas e a licitação. Desde janeiro, Crivella custeia a conclusão de 47 casas, já que o embargo só vigorou até as eleições. Derrotado na disputa pela Prefeitura do Rio, Crivella colheu poucos frutos da iniciativa -sua votação na Gamboa, que abrange o Morro da Providência, foi de 19,91%, pouco acima da votação na cidade, 19,06%. (págs. 1 e A8)

Decisão do STJ dificulta vida de executivos
Uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) deve complicar a vida de sócios e administradores de empresas que estão sendo cobradas pelo Fisco por dívidas tributárias. A Corte definiu que, quando os executivos têm seus nomes inscritos na certidão de dívida ativa junto com o das empresas que administram, cabe a eles - e não ao Fisco - provar que não cometeram nenhum ilícito e que não devem responder pelas dívidas com seu patrimônio pessoal. (págs. 1 e E1)

Inflação inercial ainda preocupa o BC
A inércia inflacionária respondeu por apenas 0,23 ponto percentual (p.p.) da variação de 5,9% do Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA) de 2008. Mas, para o Banco Central, ela ainda não está completamente liquidada - e dá novos sinais de vida este ano.

Inércia é a resistência da inflação à queda. Ela ocorre quando as empresas e os trabalhadores dão grande importância à inflação passada para determinar os reajustes de preços e salários. Uma das formas mais comuns de inércia é a indexação, ou seja, reajustes automáticos de preços e salários com base na variação de um índice de preços. Os aluguéis, por exemplo, têm forte peso da inércia, pois costumam ser reajustados pelos índices gerais de preços (o IGP-M e o IGP-DI). (págs. 1 e A2)


Royalpack constrói fábrica
A Royalpack, fabricante catarinense de embalagens de alumínio, vai ampliar sua produção em 50% com uma nova fábrica em Jaboatão dos Guararapes (PE). O atual centro de distribuição no Rio de janeiro também deverá ser transformado em fábrica no próximo ano. (págs. 1 e B8)

Alimentos em alta no atacado
Após subir 3,04% em fevereiro, o Índice Ceagesp, baseado no comportamento de preços no atacado de IOS produtos entre frutas, legumes, verduras e pescados, encerrou março em alta de 6,97%. Com o fim do verão, a redução das chuvas e as temperaturas mais amenas devem elevar a oferta e reduzir os preços. (págs. 1 e B12)

Reinício da construção
Duramente atingidas pela crise, as ações de construtoras mostram uma recuperação desde o início do ano, com a expectativa do pacote habitacional anunciado recentemente pelo governo. O índice do setor já subiu quase 30%, mas analistas destacam o quadro, ainda incerto da economia e a oportunidade de realização de lucros. (págs. 1 e D2)

Respostas à crise
Pesquisa com quase 600 executivos de alto escalão em companhias brasileiras - 30% delas com faturamento superior a R$ 5 bilhões -mostra que a crise levará a uma maior centralização das decisões, especialmente quanto à realização de despesas e investimentos. (págs. 1 e D8)

Editorial: É limitada a capacidade de ajuda aos vizinhos
A turbulência mundial tem obrigado as nações a serem criativas na busca de soluções para enfrentar a crise, apontada por especialistas como a mais grave desde a Grande Depressão de 1929. Uma das características marcantes da crise atual é a redução drástica dos fluxos internacionais de capitais, com reflexos negativos no comércio mundial, nos investimentos estrangeiros e no financiamento de empresas e países.

Fortemente dependente de exportações para crescer, a China anunciou semana passada um acordo de swap cambial (troca de moeda), no valor de US$ 10 bilhões, com a Argentina. Os chineses já fizeram o mesmo tipo de operação com outros cinco países - Coreia do Sul, Hong Kong, Malásia, Indonésia e Belarus. No total, a economia chinesa está disponibilizando a parceiros comerciais, por meio desse tipo de instrumento, cerca de US$ 93 bilhões. (pág. 12 - Interno)

Ideias: Fábio Wanderley Reis: Eleitoral e eleitoreiro
Temos visto, no período recente, a imprensa a tomar com insistência o tema da "antecipação" da campanha eleitoral de 2010. Em conexão com ele, surge a questão de até que ponto esta ou aquela atividade dos candidatos potenciais ou dos titulares de cargos governamentais, com destaque para o presidente da República, seria atividade de campanha exercida fora dos prazos legais e passível de denúncia.

Na medida em que há leis que tratam de regular as campanhas, não é irrelevante se elas são ou não cumpridas. E é bom, em princípio, que disponhamos de uma Justiça Eleitoral guiada pela preocupação de assegurar que o processo eleitoral se desenvolva de modo apropriado. Mas são muitas as dificuldades envolvidas, e é duvidoso que nossos dispositivos legais a respeito sejam suficientes para contorná-las. Veja-se, em nosso vocabulário político, a fluidez da linha que separa o "eleitoral" supostamente legítimo do depreciativo "eleitoreiro" - e o fato de que este último é aplicado não só a práticas de campanha como tal, mas às próprias ações administrativas dos governos. (págs. 1 e A8)

Ideias: Javier Santiso: Fundos soberanos: rumo aos emergentes?
O momento de crise pode acelerar o deslocamento de centros econômicos na direção do Sul

Os fundos soberanos se converteram nas estrelas emergentes do mundo financeiro ao longo dos anos recentes. Ultimamente, o brilho destes astros parece ter se reduzido. A agora real crise financeira que fustiga os países da OCDE está afetando duplamente estas instituições.

A maioria delas, por terem investido nos setores financeiros da City e de Wall Street, durante os anos de 2007 e 2008, enfrenta agora depreciações substanciais nas suas carteiras de renda variável. Foram afetados não só os seus ativos, como também os seus passivos: às perdas somam-se agora receitas menores, os preços do petróleo e das matérias-primas que as irrigam de liquidez desmoronaram desde os picos de meados de 2008. Como se não bastasse, o comércio internacional e as exportações estão se contraindo, afetando também os fundos soberanos asiáticos. (págs. 1 e A13)

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Gazeta Mercantil

Manchete: Executivos recorrem à Justiça do Trabalho
Uma nova demanda, provocada pela crise financeira mundial, está sendo verificada pelos escritórios de advocacia brasileiros. Segundo especialistas, aumentou o número de executivos que estão buscando a Justiça do Trabalho para assegurar os seus direitos. O Demarest & Almeida, por exemplo, entrou com 20 processos de funcionários do alto escalão nos últimos três meses. “Antes, era um executivo a cada três anos que nos procurava”, afirma Antonio Carlos Vianna de Barros, sócio da banca. “É um exemplo de que a crise está afetando a todos, não somente a camada mais simples, que processava mais pelo não pagamento de horas extras, por exemplo.” (págs. 1 e A12)

Economistas sugerem corte orçamentário ampliado
Os ajustes do Orçamento Geral da União, que envolveram o contingenciamento de R$ 21 bilhões, foram necessários, mas especialistas em contas públicas questionam os cálculos do governo baseados em um crescimento de 2% do Produto Interno Bruto (PIB). “A meta de resultado primário prevista no Orçamento enviado ao Congresso no ano passado é inconsistente com o cenário de inflação mais baixa e crescimento do PIB inferior em curso”, diz Amaury Bier, ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda. Para Bier, no próximo bimestre o governo provavelmente terá de rever seus números. Para o economista Adriano Biava, da Fea/USP, o corte de 17% do Orçamento é significativo, mas a tendência é deste percentual ser ampliado. (págs. 1 e A5)

Preços do açúcar seguem os do álcool e também caem
A mesma crise de crédito que obrigou as usinas a liquidarem álcool para levantar recursos e pagar dívidas, agora mina as cotações do açúcar. Sem dinheiro para iniciar a safra e com o álcool fechando no vermelho, a saída para as indústrias vem sendo ofertar mais açúcar no mercado. O resultado é que em dez dias o preço da saca de 50 quilos em São Paulo caiu 5,4%, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), de R$ 49,53 para R$ 46,82.

A pressão nos preços fica mais intensa porque, do outro lado do balcão, o comprador está mais retraído, à espera de preços menores. “A usina está precisando vender e, neste momento, somente o açúcar traz retorno. O álcool está abaixo do custo de produção”, avalia Arnaldo Luiz Correa, da Archer Consulting. De acordo com a União dos Produtores de Bioenergia (Udop), o custo de produção e financeiro do álcool está em torno de R$ 0,95 por litro, enquanto o mercado está pagando em torno de R$ 0,63. (págs. 1 e B10)

Vilã da crise, AIG sobrevive no País e vai mudar de nome
Enquanto a gigante norte-americana dos seguros AIG segue sendo bombardeada por notícias negativas nos Estados Unidos, a unidade brasileira aparece com destaque na emissão de apólices que somam cerca de R$ 10 bilhões para a construtora Odebrecht, mesmo depois da dissolução, em novembro último, da sociedade de 11 anos com a Unibanco Seguros e Previdência. Agora como AIG Brasil Companhia de Seguros, a seguradora opera em apenas dois negócios — garantia e aviação —, mas deverá solicitar permissão para atuar em todas as linhas sob o nome American Home Brasil. No resseguro, a marca já foi trocada para AIU.

Em audiência na Câmara dos Deputados dos EUA, na sexta-feira, o ex-presidente global da AIG, Maurice Greenberg defendeu a falência da empresa. “Os contribuintes não terão retorno do socorro do governo.” (págs. 1 e B1)

Empresas estão revendo modelo de negócios
Os empresários projetam forte ajuste em suas operações e enfrentam um processo de revisão de seu modelo de negócios. Estas medidas se tornaram essenciais para adaptar a estrutura das companhias à desaceleração da economia, de acordo com sondagem da consultoria Ernst & Young. O corte de custos está nos planos de 85% dos líderes consultados pela empresa. A pesquisa mostra também que 53% deles pretendem reduzir investimentos e 47% devem diminuir o número de vagas nos próximos 12 meses.

A falta de contorno claro da crise influencia a formação das expectativas. Esta indefinição mexe com a confiança do empresário e altera seus planos de ação, diz Carlos Miranda, da Ernst & Young. (págs. 1 e A4)

Os esqueletos no armário do Ministério da Justiça
Não é trocadilho e nem frase de efeito. O governo deixou um esqueleto no armário. Aliás, um não. São 11 esqueletos que assombram o Anexo do Ministério da Justiça, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, desafiando os mortais a apontar uma solução para seus casos. A maioria das ossadas, dez, foi retirada do Cemitério da Xambioá (TO) em 1991, 1996 e 2001, sem que até hoje as autoridades tenham se esforçado para identificá-las ou, então, devolvê-las às sepulturas que há 19 anos continuam abertas. (págs. 1 e A1)

Obama diz que míssil da Coreia foi “provocação”
Durante discurso em Praga, o presidente dos EUA, Barack Obama, prometeu ontem defender o fim das armas nucleares em todo o mundo e classificou de “provocação” o lançamento de um míssil, horas antes, por parte da Coreia do Norte. Para Obama, os nortecoreanos violaram a Resolução n° 1.718, que proíbe o país de realizar atividades relacionadas a mísseis balísticos. Ontem, o Conselho de Segurança da ONU realizou uma reunião emergencial, mas não chegou a um acordo sobre sanções à Coreia do Norte. (págs. 1 e D7)

Energia
Cuba quer EUA como sócios em projetos petrolíferos (págs. 1 e C3)

Agronegócios
Inovação e sustentabilidade ajudaram a vencer a crise, diz usineiro Jairo Balbo (págs. 1 e B9)

Câmbio
Novo leilão do BC gira US$ 1,25 bilhão (págs. 1 e B2)

Agências digitais rumo ao Sudeste
As agências digitais do Sul ganharam projeção nacional e agora abrem filiais no Sudeste. Este ano, quatro expandem seus domínios para a região. (págs. 1 e C8)


Fundições adiam investimentos
As fundições brasileiras, que previam investir US$ 1 bilhão até 2012, adiaram ou cancelaram 50% dos projetos devido à queda na demanda. (págs. 1 e C7)

Briga pela nutrição especializada
Pequenas e médias empresas nacionais preparam-se para disputar com as multinacionais o mercado brasileiro de nutrição especializada. (págs. 1 e investnews.com.br)

Editorial: A exportação caiu, mas interesse no País avançou
Apesar dos tempos difíceis enfrentados pela economia mundial, o Brasil se transformou em significativo ponto de atração para consecutivas missões comerciais. No primeiro trimestre deste ano, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) recebeu 18 delegações estrangeiras para contatos comerciais; no mesmo período do ano passado foram apenas oito missões com essa finalidade. Apesar da piora do cenário internacional, o número de missões mais que dobrou, um sinal de que a economia brasileira desperta muito interesse mesmo quando a expansão é menor do que a de 2008. É menor, mas ainda é mais promissora do que a dos países industrializados.

Há outra forma de observar esse interesse externo. O forte ingresso de capital estrangeiro fez com que a Bovespa registrasse sessões consecutivas de alta. Há consenso entre os analistas do mercado que a recuperação da bolsa brasileira ocorreu pela entrada de investidores internacionais. Esses especialistas notam que apenas em março os estrangeiros injetaram US$ 1,4 bilhão no mercado doméstico de títulos, o melhor resultado em onze meses. (pág. 2 - Interno)


Opinião: Ozires Silva
Devemos abandonar a ideia de que as iniciativas para a melhoria da educação devem partir unicamente do governo. Toda a sociedade brasileira deve se envolver nesse esforço. (págs. 1 e A3)


Opinião: Liliana Lavoratti
PAC, desoneração de tributos e moradia popular aquecem a economia e a popularidade do governo. A política nunca andou tão próxima da economia como nos últimos tempos no Brasil. (págs. 1 e A3)



Opinião: Rivadavia Severo
Já não temos o complexo de vira-lata como tão bem nos retratou Nelson Rodrigues. Se o presidente Lula é o cara ou não, como disse Barack Obama, pouco importa. (págs. 1 e A13)

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Estado de Minas

Manchete: Betim usou ONGs para desviar verbas
TCU comprova existência de esquema na gestão de Carlaile Pedrosa (2001-2008) para direcionar recursos federais a empresas do ex-prefeito e beneficiar aliados

Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) confirma que três organizações não governamentais de Betim agiram sob ordens de um "comando central" nos mandatos de Carlaile Pedrosa para beneficiar fornecedores ligados ao ex-prefeito. A investigação aponta falta de licitação para compra de produtos com verba federal, centralização das aquisições em um grupo de empresas, contratação ilegal de funcionários e até "pagamentos fictícios de prestação de serviços", entre outras irregularidades.

De acordo com a auditoria, a Carlaile Sports, de propriedade do ex-prefeito, recebeu pagamentos de R$ 26,3 mil das três ONGs. O tribunal determinou a abertura de processos de tomadas de contas e enviou os autos aos ministérios públicos Estaduais e Federal e ao Tribunal de Contas do Estado (TCE). (págs. 1, 3 e 4)

Grande BH: Setor de serviços ignora a crise e cria empregos
Na contramão de indústria e comércio, prestadoras de serviços da Grande BH contrataram mais que demitiram desde o agravamento da crise. O saldo positivo foi de 15.311 vagas entre setembro de 2008 e fevereiro deste ano. Também em fevereiro, o nível de emprego do setor bateu recorde e correspondeu a 56,4% do total de empregados na região. (pág. 1)

Sudene
O presidente Lula e ao governador Aécio Neves participam em Montes Carlos de reunião do conselho da Sudene, a primeira em território mineiro em 20 anos. (págs. 1 e 11)

Teste espacial: ONU pode punir Coreia do Norte por lançar míssil
Reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas para estudar sanções à Coreia do Norte termina sem consenso, mas negociações continuam. Coreanos lançaram um foguete na madrugada de ontem. (págs. 1 e 14)

Chacina em Nova York
Brasileiro entre as vítimas de atirador (pág.1)

Editorial: Os cartões de crédito
BC começa, finalmente, a preparar mudanças no setor

O Banco Central (BC) finalmente começou a tratar com a profundidade que o assunto merece a regulamentação dos cartões de crédito no país. Zeloso e elogiado pela severidade e pelo rigor com que monitora o movimento diário dos bancos comerciais – um dos motivos de o sistema bancário brasileiro estar passando sem grandes abalos pela maior crise financeira em 80 anos –, o BC tem guardado certa distância do chamado dinheiro de plástico. Permitiu, aliás, que se criasse uma zona cinzenta quanto à natureza desse negócio e a qual autoridade ele deveria se submeter. Afinal, embora distribuído e amplamente fomentado pelos bancos, o cartão de crédito é, na maior parte dos casos, propriedade de uma empresa não financeira que é a operadora do serviço. Mas o espaço que os cartões vêm ganhando no mercado de crédito parece ter despertado a autoridade monetária para a necessidade de acompanhá-lo de perto e, mais do que isso, de praticar alguma intervenção a favor do usuário.

Ajudadas pela estabilidade da moeda e pela melhoria da renda de milhares de famílias no Brasil, a comodidade e a segurança oferecidas pelo cartão de crédito ao lojista e ao consumidor deram a esse negócio dimensões impensadas há poucos anos. Dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviços (Abecs) indicam que há no país mais de 340 milhões de cartões. Ou seja, quase dois para cada habitante. (Interno)

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Jornal do Commercio

Capa da edição de 06/04/2009
Prezados leitores,

Informamos que o Jornal do Commercio não disponibilizou a imagem da capa da edição de hoje.

Atenciosamente,
Os editores.

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