terça-feira, 7 de abril de 2009

O que Publicam os Jornais de Hoje

Manchete: PF investiga desvio de "royalties" do petróleo
Municípios fluminenses teriam recebido pagamento acima do devido

A Polícia Federal está investigando supostas irregularidades no pagamento de royalties do petróleo a prefeituras do Rio. As suspeitas de desvio recaem sobre desembolsos acima dos valores devidos em alguns municípios. As investigações começaram em 2007, durante a Operação Águas Profundas, da PF, que descobriu fraudes em licitações da Petrobras. O caso está sendo apurado em inquérito com a supervisão da 6ª Vara da Justiça Federal no Rio. Segundo a revista "Veja”, um dos investigados é Victor Martins, diretor da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Em nota, Martins negou irregularidades envolvendo a Análise Consultoria e Desenvolvimento, da qual é sócio, e disse que está afastado da gestão da empresa desde 19 de maio de 2005. (págs. 1 e 19)

Foto legenda: A tragédia de Áquila
Bombeiros procuram corpos entre os escombros do terremoto que devastou a região central da Itália e teve epicentro em Áquila: 150 pessoas morreram 70 mil estão desabrigadas e boa parte do patrimônio histórico da região foi arrasada. (págs. 1, 25 e 26)

Vendas de carros no país batem recorde
Com o consumidor atraído pelo desconto do IPI, as vendas de veículos atingiram 271,4 mil unidades em março, recorde para o mês. O salto foi de 36,2% sobre fevereiro. A produção cresceu 34,2% e caiu apenas 4% sobre fevereiro de 2008. (págs. 1 e 21)

Saque supera depósitos na poupança
A caderneta de poupança perdeu mais recursos do que ganhou em março, o que não acontecia desde 2006. Segundo o BC, a aplicação teve captação negativa de R$ 846,8 milhões no mês. Este ano, as retiradas superam as aplicações em R$ 582 milhões. (págs. 1 e 23)

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O Estado de S. Paulo

Manchete: Terremoto mata mais de 150 na Itália
Com 6,3 graus na escala Richter, tremor atingiu 26 cidades e vilarejos em região perto de Roma

Um terremoto de 6,3 graus na escala Richter atingiu ontem 26 cidades e vilarejos de Abruzzo, região montanhosa no centro da Itália. Pelo menos 150 corpos haviam sido retirados dos escombros até o fim da noite de ontem - é o tremor mais letal no país em 29 anos. Entre 50 mil e 70 mil pessoas estão desabrigadas. O epicentro foi na cidade histórica de Áquila, fundada no século 13. O sismo foi sentido em Roma, distante 130 km. Uma chuva intensa caiu sobre as cidades mais afetadas, atrapalhando as buscas e aumentando o frio e a sensação de desamparo. "Acho que jamais poderei descrever o que vivi", disse ao Estado uma mulher desabrigada. Em Áquila, o cenário era triste, desolador e caótico. Havia quarteirões inteiros no chão. Um sobrevivente, que se salvou com a família, resumiu: “É um milagre". (págs. 1 e A12 a A14)

Sismólogo foi ignorado após prever tremor
A advertência de Gioacchino Giuliani foi vista como "alarme falso" por autoridades, que o acusaram de "disseminar o pânico". Agora, ele quer desculpas. (págs. 1 e A13)

Centro histórico de cidade medieval é devastado
Joia cultural no centro da Itália, a cidade de Áquila contabiliza os prejuízos com o tremor. Segundo o governo italiano, os danos são "mais graves do que se pode imaginar". (págs. 1 e A13)

Com R$ l5 bi, agora todos querem Fundo Soberano
Governo estuda opções; oposição defende ajuda a municípios

O Fundo Soberano do Brasil (FSB) fechou o mês de março com um saldo de R$ 15,l bilhões. O valor deve acirrar as pressões pelo uso do dinheiro. Cogita-se financiar empresas brasileiras no exterior para compensar um desempenho mais fraco das contas federais, bancar o programa de habitação e socorrer prefeituras. "São mil e uma utilidades", brincou o ministro Paulo Bernardo (Planejamento). Segundo ele, o mais provável é que o dinheiro seja destinado a investimentos. Bernardo ironizou a proposta da oposição de compensar, com o FSB, a queda nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios: "Estamos como na fábula da formiga e da cigarra. Quando o governo quis guardar o dinheiro (criando o FSB), a oposição disse que não podia. Agora, ela está com frio". (págs. 1, B1 e B3)

'Cada vez mais confio nos Brics'

O economista Jim O'Neill vê nos países emergentes papel fundamental para minorar a crise. Em entrevista à AE Broadcast, o criador do termo Bric diz que o Brasil não acabará o ano em recessão. (págs. 1 e B9)

Enem dará ao aluno opção para 5 cursos
Em reunião de reitores de universidades federais com o ministro da Educação, Fernando Haddad, ontem, ficou decidido que o novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) dará aos estudantes a oportunidade de tentar, com o resultado de uma única prova, acesso a cinco diferentes cursos em cinco diferentes universidades federais no País. (págs. 1 e A17)

Na Turquia, Obama estende a mão ao Islã
Em sua primeira viagem oficial a um país de maioria muçulmana, a Turquia, o presidente Barack Obama disse que os EUA “não estão nem nunca estarão em guerra contra o Islã". Obama usou seu nome do meio, Hussein, e lembrou que seu pai era muçulmano. Depois, defendeu a entrada da Turquia na União Europeia. O governo francês reagiu, dizendo que esse é um assunto europeu. (págs. 1 e A15)


Foto legenda
Lula: entre Dilma e Aécio

O presidente e o governador à frente de funcionários da Petrobrás - a ministra está na segunda fileira. Inauguração de usina de biodiesel em Minas serviu a dois pré-candidatos. (págs. 1, A6 e B6)

Governo prepara MP para ajudar prefeitos
O governo estuda a edição de uma medida provisória autorizando as prefeituras a renegociar suas dívidas com a União. Assim, municípios em débito com o INSS passam a ter condições de voltar a receber repasses federais. Em discurso, o presidente Lula prometeu ajuda aos prefeitos, mas disse que a queda de arrecadação obriga todos a "apertar o cinto". (págs. 1 e A4)

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Jornal do Brasil

Manchete: Páscoa salva o comércio
Com alta projetada de 7% nas vendas, consumidores procuram mais do que chocolate

Apesar da contaminação da crise, o Rio terá uma Páscoa recheada de vendas este ano. Embora se mantenham indispensáveis, os tradicionais chocolates deixam de dominar a procura por presentes e passam a dividir o gosto dos cariocas. Pesquisa entre lojistas mostra tendência a uma maior diversificação de produtos. Com previsão de alta de 7% nas vendas, brinquedos, joias e celulares encabeçam a lista de desejos dos consumidores. (págs. 1 e Economia A17)

Tragédia sísmica na Itália mata 150
Pelo menos 150 pessoas morreram, 250 estão desaparecidas e 70 mil desabrigadas depois do terremoto que arrasou cidades do Centro da Itália. O premier Silvio Berlusconi liberou um fundo de 30 milhões de euros em auxílio aos sobreviventes. Mas as autoridades estão sob críticas, pois um geólogo teria previsto a tragédia sem que medidas de contingência fossem tomadas. (págs. 1 e Internacional A20 e A21)

Foto legenda: Destruição - O epicentro do terremoto de 5,8 graus foi em Áquila, onde um pai se desesperou ao saber que o filho estava sob os escombros

Novo vestibular ainda é polêmico
O Ministério da Educação encaminha esta semana às universidades federais a proposta do vestibular unificado. Os 52 reitores reunidos com o ministro Fernando Haddad divergiram sobre a forma e a data de implantação. (págs. 1 e Tema do Dia A2 e A3)

Doações terão auditoria do TSE
O Tribunal Superior Eleitoral vai realizar auditoria para checar diferenças nas contas dos maiores doadores nas últimas eleições. A análise tentará buscar, entre as contribuições das grandes empresas aos partidos, os depósitos por fora. (págs. 1 e País A5)

Mais sanções à Coreia do Norte
Os governos da Coreia do Sul e do Japão discutiram estratégias de retaliação contra a Coreia do Norte pelo lançamento de um foguete de longo alcance no domingo. Seul estuda reduzir a ajuda humanitária e econômica ao vizinho comunista. (págs. 1 e Internacional A21)

Editorial: Monumento com os dias contados
Com 22 metros de altura, um monumento irrompe do asfalto, na interseção da Rua Visconde de Pirajá com Avenida Henrique Dumont, em plena Zona Sul do Rio. Construído em junho de 1996 para, nas palavras do arquiteto Paulo Casé (seu idealizador), "enaltecer a presença do pedestre nas ruas e resgatar a memória da cidade", o Obelisco de Ipanema desde então vem recebendo mais críticas que aplausos. Passados quase 13 anos, a obra agora está ameaçada de vir ao chão, desde que o prefeito Eduardo Paes, em entrevista ao Jornal do Brasil de domingo, deixou a questão a critério da população carioca.

Erigido ao custo de US$ 100 mil, no bojo do projeto Rio Cidade (uma das bem-vindas prioridades da primeira administração de Cesar Maia, entre 1993 e 1997), o obelisco nasceu praticamente junto a outros irmãos igualmente polêmicos: os postes de iluminação pública inclinados (que, dentro do espírito jocoso do carioca, receberam o apelido de "postes bêbados") e da passarela em arco, que liga o nada ao lugar algum. Em verdade, o obelisco e a passarela foram erguidos em homenagem ao Rio Antigo, no exato local onde antes se situava o Largo do Bar 20 (o nome origina-se de um café, em referência à Rua Visconde de Pirajá, que anteriormente se chamava Rua 20 de Novembro). O discutível bom gosto das obras tentava criar para o bairro uma identidade arquitetônica própria, ao mesmo tempo em que deixava o nome do então prefeito marcado na história urbanística da cidade. Para o bem ou para o mal. (pág. A8 - Interno)

Sociedade aberta: Antonio Carlos Lemgruber: Duração e intensidade da variabilidade do PIB
Desde 1933 até 2008, não aconteceu uma recessão mundial de grande intensidade ou duração. Cristina Romer, assessora de Obama, escreveu vários artigos sobre este período dourado (excetuando as guerras). Em particular, desde 1991, não havia recessão (crescimento negativo) nos EUA – 17 anos. Após 1929-1933, poucas vezes os EUA mostraram dois ou três anos seguidos de crescimento negativo (embora sendo ainda assim um número negativo bem baixo): 1945-1947, 1974-1975, 1980-1982.

Quanto ao Brasil, foi melhor ainda. A recessão de 1930-1933 foi modesta e nunca houve dois anos sucessivos de crescimento negativo desde então. Em termos de intensidade, tivemos apenas dois anos complicados com 4% de queda: 1981 e 1990. (págs. 1 e A18)

Sociedade aberta: Villas-Bôas Corrêa: O repórter do Brasil
A morte do escritor e grande repórter, poliglota, um homem do mundo Marcio Moreira Alves, Marcito, não surpreendeu aos seus amigos que acompanhavam a marcha implacável da doença sem volta. A última vez que estive com ele foi no Hospital Samaritano, onde fui fazer uma radiografia. Internado para o tratamento sem esperança, seus parentes não deixaram dúvidas quanto à sentença, com a provação de meses ou mais de ano de provação.

De lá sai com o desfile na memória das muitas fases do nosso longo relacionamento. Meses antes, estivemos juntos, por acaso, em seminário em hotel de luxo de Angra dos Reis, quando em dupla bem humorada sobre a eterna mixórdia política, não arriscamos previsões sobre a decadência moral do Congresso e que contamina os três poderes. (págs. 1 e A5)

Sociedade aberta: Eduardo Suplicy: Armas na escola: um alerta
Em 13 de março último, na Escola Nossa Senhora das Graças, em São Paulo, um estudante de 14 anos levou ao colégio e mostrou para seus colegas um revólver e algumas balas. O jovem procurava um cabo de computador no armário de seu pai quando achou a arma, devidamente registrada. Felizmente, nenhum acidente ocorreu! Os pais do aluno o acompanharam à escola para dizer que entregaram a arma à Polícia Federal. Seu pai aproveitou a oportunidade para contar ao filho os inúmeros acidentes, associados ao porte de armas, que têm gerado a morte de pessoas.

O episódio foi comentado por todos na escola conhecida como Gracinha e chegou ao conhecimento dos pais de seus 1.100 alunos. Alguns pais informaram à direção da escola que o episódio era muito grave e que o estudante deveria ser expulso do colégio. Já outros sugeriram que a direção do Gracinha aproveitasse a oportunidade e promovesse uma sequência de debates sobre cultura e educação para a paz. (págs. 1 e A9)

Sociedade aberta: Wanderley de Souza: Ciência e tecnologia para a Amazônia
Por sua dimensão e importância, a Amazônia é sempre motivo de preocupação por parte de todos. Há hoje um consenso: é fundamental acelerar o processo de fixação de recursos humanos altamente qualificados em praticamente todas as áreas do conhecimento. Para se atingir este objetivo em curto prazo é fundamental incentivar a criação de cursos ao nível local e criar mecanismos que atraiam pesquisadores para a Amazônia. Ainda que todas as áreas sejam importantes, ênfase deveria ser dada ao conhecimento profundo da biodiversidade amazônica, tanto no sentido de preservá-la como de aproveitá-la de forma racional, tornando-a componente importante de desenvolvimento econômico e social sustentáveis.

É hoje consenso de que não há desenvolvimento científico sem a presença de pesquisadores qualificados e produtivos academicamente. Segundo o CNPq, a região amazônica conta com somente cerca de 4% dos grupos de pesquisa do país. O número de pesquisadores mais qualificados é ainda muito pequeno. Por outro lado, a formação de pesquisadores se dá em cursos de pós-graduação oferecendo o nível de doutorado, preferencialmente de alta qualidade, reconhecidos pela Capes como de níveis seis e sete. Toda a Amazônia conta hoje com 37 cursos de doutorado, o que representa cerca de 2,5% dos cursos existentes no país. (págs. 1 e A9)

Opinião: Leandro Mazzini: Informe JB
Governo quer trocar diretor da Anac

A Casa Civil do Palácio do Planalto já avisou ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, que indicará outro diretor para a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) – subordinada ao ministério – no lugar de Ronaldo Seroa da Motta (foto), cujo mandato venceu em 21 de março – lembrou a coluna. A questão do mandato dos diretores é tratada no Decreto nº 5.731, de 20 de março de 2006, que regulamenta a Lei nº 11.182/05. Seroa da Motta substituiu, há mais de um ano, Joseph Barat – que entrou em 2006 e teria mandato de três anos. A Anac insiste em manter o diretor, embora discuta internamente uma saída honrosa para o nobre que ainda ocupa a vaga. O decreto supracitado, aliás, é usado como parâmetro para outras agências reguladoras em casos similares.

Palanque

Presidente da Câmara e (licenciado) do PMDB, o deputado federal Michel Temer (SP) esticou a viagem de ontem do Ceará para o Piauí. Passou em Teresina para lançar ao governo o deputado federal Marcelo Castro. (pág. 4 - Interno)

Opinião: Tales Faria : Coisas da Política
Aécio não desiste, mas os tucanos...

Em seu discurso na reunião da Sudene, ontem, em Montes Claros, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, lá pelas tantas, quando defendia a exportação de produtos agrícolas brasileiros, atacou o protecionismo que grassa solto nos países desenvolvidos. Nesse momento, virou-se para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e se desfez em elogios: "Vossa Excelência tem sido o líder mundial de maior expressão a alertar o mundo". Mais adiante, Aécio declarou: "Acredito que, no exercício da política, precisamos nos unir, não para estarmos juntos simplesmente mas para construirmos juntos". E fechou suas palavras agradecendo a Lula pela "parceria exemplar, que frustra os conservadores e os pessimistas de sempre. A eles, respondemos com trabalho, avanços e resultados. Juntos, vamos continuar avançando! Conte com Minas e com os mineiros".

Pode parecer a um desavisado que Aécio aderiu ao petista Luiz Inácio e que desistiu da disputa com o governador de São Paulo, José Serra, pela vaga de candidato a presidente da República pelo PSDB. Ledo engano. Aécio apenas mandou um recado ao PSDB: o de que não está sem opções. Vai manter a disputa com Serra por algum tempo. Talvez force mesmo a realização das prévias. Depois, bem, depois decide o que fazer. Especialista nas artes da política e nas manhas de seu partido, o PSDB, o senador e ex-governador de Goiás Marconi Perillo explica a situação com clareza:

– Não é hora de o Aécio desistir da disputa. Antecipando-se, ele perderia força para negociar mais adiante. O Aécio joga muito bem. (pág. 2 – Interno)

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Correio Braziliense

Manchete: Suspeita anula concurso do MP
Ministério Público do DF suspende seleção para promotor de justiça — com salário inicial de R$ 19,5 mil — após descobrir que o primeiro colocado entre os 2.738 candidatos era assessor de uma integrante da banca examinadora. Ele tirou nota máxima na prova elaborada pela chefe. (págs. 1 e 9)

A dor que abala a Itália
Bastaram 20 segundos, e o inferno se fez para os italianos da região de Abruzzo, que sentiram a terra tremer a seus pés, na madrugada de ontem, no pior terremoto registrado no país, desde 1980. A cidade histórica de Áquila, de 751 anos, foi a mais atingida. “A estante desabou, tudo a meu redor sacudia. Ouvi gritos e me refugiei sob a escrivaninha”, contou o estudante Davide Di Benedetto. O tremor de 6,3 graus matou 150 pessoas, feriu 1.500 e deixou mais de 50 mil desabrigados. Além dos corpos que ainda são procurados entre as ruínas, a Itália chora a perda de patrimônios culturais, como a Basílica de Santa Maria de Collemaggio e a cúpula da Igreja do Espírito Santo, no centro histórico devastado pelo terremoto. (págs. 1 e Tema do Dia, 22 e 23)


Foto legenda: policial italiano conversa ao celular em frente ao palácio de governo no centro de Áquila, região do epicentro do pior terremoto ocorrido na Itália nos últimos 30 anos

Foto legenda: vítimas são colocadas em caixões: pelo menos 150 mortos

Foto legenda: pacientes na área externa do hospital: 50 mil desabrigados

Foto legenda: vista de Áquila, a 86 km de Roma: tesouro histórico soterrado

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Valor Econômico

Manchete: BNDES oferece US$ 1 bi a projetos no Paraguai
Como resposta às críticas do governo paraguaio sobre o preço pago pela energia de Itaipu, o Brasil vai oferecer US$ 1 bilhão em financiamentos do BNDES para projetos de industrialização no país. A proposta será discutida em novo encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Lugo, marcado para 29 de abril. Lugo, que interrompeu uma hegemonia de 60 anos do Partido Colorado no poder, elegeu-se tendo como um dos temas de campanha pesadas críticas ao Tratado de Itaipu, que pretende renegociar.

Além do empréstimo do BNDES, o Brasil propõe créditos para a construção de uma segunda linha de transmissão no Paraguai, que sofre com apagões quase diários em razão da fadiga das linhas existentes, colocadas em operação, em sua maioria, na década de 1950. Por outro lado, o Paraguai tem o maior número de megawatts per capita do mundo. (págs. 1 e A3)

Com MMartan, a Coteminas vai ao varejo
Com vendas concentradas no mercado americano, a Springs, controladora da Coteminas, está reforçando sua atuação no Brasil enquanto reduz a presença no território americano - nos últimos dois anos, foram fechadas 11 das 16 fábricas nos EUA. Ontem, a companhia que produz artigos de cama, mesa e banho anunciou a aquisição de 65% do capital da fabricante e varejista MMartan, com investimento de R$ 55 milhões entre compra de ações e aumento de capital. "Os produtos da MMartan têm mais valor agregado", explica Josué Gomes da Silva, presidente da Springs. (págs. 1 e B7)

Sadia processa ex-diretor que fez derivativos
Em 10 de setembro, cinco dias antes da quebra do Lehman Brothers, marco da crise atual, a Sadia fechou o maior de seus contratos de risco com derivativos, uma operação de US$ 1,4 bilhão com o Barclays. A informação consta do relatório da BDO Trevisan elaborado para apurar responsabilidades de administradores no episódio, que levou a empresa a um prejuízo de R$ 2,5 bilhões em 2008.

Segundo o sócio-diretor da BDO Trevisan, Marcio Pepe, não foram encontrados indícios de que o conselho tenha sido informado sobre os riscos das operações, num total de 133 de janeiro a setembro. Com base no relatório, na assembleia de ontem os acionistas da Sadia decidiram processar o ex-diretor financeiro da empresa Adriano Ferreira. O relatório foi criticado pelo representante da Previ, acionista minoritária, pela excessiva "sumarização". (págs. 1 e D4)

Foto legenda: Em ritmo acelerado
Fugindo à onda de cortes, a Ericsson inaugura a ampliação de sua fábrica no país. "O Brasil é um dos 'dez mais' nos negócios da empresa", afirma seu presidente, Carl-Henric Svanberg. (págs. 1 e B1)


MP restaura crime de sonegação
Relegado ao esquecimento durante esta década, o crime de sonegação fiscal pode ganhar um novo fôlego. Criminalistas estão às voltas com autuações aplicadas pelo Fisco a empresas no fim dos anos 90 e início dos anos 2000 e que, agora, começam a embasar ações penais contra empresários. O motivo é uma nova tese do Ministério Público, que entende que o prazo de prescrição do crime fica suspenso durante a contestação da autuação fiscal na esfera administrativa. (págs. 1 e E1)

Cassados elegem os sucessores
Maior entre as 32 cidades que realizaram novas eleições para prefeito desde o pleito de 2008, Londrina escolheu o deputado Barbosa Neto (PDT), que teve o apoio do ex-prefeito cassado, Antonio Belinati (PP). As eleições suplementares de Londrina sintetizam o quadro eleitoral resultante das novas disputas em 32 cidades: em pelo menos 19 delas os prefeitos cassados reafirmaram seu poder e elegeram aliados políticos. Esses novos prefeitos são familiares do eleito em outubro, pertencem ao mesmo partido ou compuseram a chapa cassada. (págs. 1 e A16)

Gol mais perto do cliente corporativo
A Gol, que nasceu com o plano de vender passagens aéreas baratas a quem nunca havia voado, dá mais um passo em direção aos clientes corporativos, que permitem margens mais altas. A partir de hoje, terá quatro grupos de preços: promocional (menor), programado, flexível e livre (mais alto). A TAM fez o mesmo em 2006. "É uma forma de atender o executivo, que precisa de flexibilidade para mudar horários de voo, e quem quer pagar barato", diz Constantino de Oliveira Jr., presidente da Gol. (págs. 1 e B6)

Dinheiro para os municípios
O governo federal deve decidir amanhã a forma de compensação aos municípios pela queda nos repasses da União. Uma das propostas é entregar às cidades mais dependentes parte do aumento do IPI dos cigarros. (págs. 1 e A2)

Previsões pessimistas
Pesquisa do Banco Central mostra que o mercado financeiro está mais pessimista com o futuro da economia. A mediana das projeções indica uma contração de 0,19% do PIB em 2009. A última retração anual da economia foi registrada em 1992. (págs. 1 e A3)

Novos voos no Nordeste
Trip e Azul apresentaram propostas ao conselho da Sudene para a ampliação de linhas aéreas regulares entre as cidades nordestinas em troca de financiamentos e subsídios. Os planos também foram submetidos aos governos estaduais e federal. (págs. 1 e B5)

Apostas da cotonicultura
Quarto maior exportador de algodão do mundo, o Brasil pretende ultrapassar Uzbequistão e Índia e ocupar a segunda posição em dez anos, só atrás dos EUA. Para isso, terá de investir em infraestrutura e logística para garantir insumos a preços competitivos e o escoamento da safra. (pág.1)

Tratores e colheitadeiras
A produção de máquinas agrícolas em março foi de 5.636 unidades, um aumento de 27,9% em relação a fevereiro. Na comparação com março de 2008, o resultado foi 15% menor. No trimestre, a produção registra queda de 22,9% ante igual período do ano passado. (págs. 1 e B12)

Louis Dreyful na santelisa
O grupo francês Louis Dreyfus assina até amanhã um acordo de sociedade na Santelisa Vale, de Sertãozinho (SP). A gestão será compartilhada e consolida a posição do grupo na vice-liderança do setor. (págs. 1 e B12)

Incentivos ao varejo
As principais redes varejistas do país, representadas pelo Instituto de Desenvolvimento do Varejo, discutem com o governo medidas para ampliar o crédito ao setor. Uma das alternativas em estudo é a criação de fundos de direitos creditórios (FIDCs) pelos bancos estatais. (págs. 1 e C1)

Reação dos fundos
No primeiro trimestre, o setor de fundos de investimento voltou a crescer e atingiu R$ 1,181 trilhão em patrimônio, alta de 3,96% em relação ao fim de 2008. A captação líquida somou R$ 8,4 bilhões. (págs. 1 e D3)

Editorial: Estados voltam à carga para reduzir sua dívida
Por mais de uma década os Estados não se entenderam sobre como reformar o iníquo e labiríntico sistema tributário do país e praticaram uma guerra fiscal para obter vantagens à custa de seus vizinhos. Mas eles se mostram surpreendentemente ágeis e em harmonia quando o que está em jogo é a possibilidade de se livrar de dívidas a expensas do Tesouro. Desperto, esse interesse é capaz até de realizar milagres, como, por exemplo, a unanimidade em uma reunião do Conselho de Política Fazendária (Confaz), o órgão que reúne os secretários estaduais de Fazenda. Foi o que ocorreu na quinta-feira passada em Teresina, quando os Estados não apenas concordaram com uma lista de 10 reivindicações a ser apresentada à União como também aprovaram o texto de uma minuta de Medida Provisória a ser levada ao Executivo e ao Legislativo, em que o carro-chefe é a mudança do indexador de suas dívidas refinanciadas em 1997 do IGP-DI para o IPCA, que é tomado como base para a meta de inflação ("O Estado de S. Paulo", 4 de abril).

Não falta senso de oportunidade aos governos estaduais. Aproxima-se a sucessão presidencial e o governo Lula, interessado em fazer seu sucessor, está envolvido novamente na criação de um grande arco de alianças que torne possível a eleição da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Essa aliança, cujo eixo é o PMDB, é de péssima qualidade, como era de se esperar e se revelou, por exemplo, nos acordos feitos para o comando do Senado, mas não se esgota nele. Grandes programas do governo, cujo subproduto é ampliar o cacife eleitoral, podem ter maior resultado se contarem com o apoio de Estados e municípios. É o caso do programa de habitação popular, que a União quer consolidar com o apoio de Estados governados por partidos rivais ou candidatos à Presidência, mas monopolizando os dividendos políticos que poderiam ser colhidos. Nestas circunstâncias, os municípios primeiro, e os Estados agora, viram que era a hora certa para mais uma vez tentar reduzir o peso de uma dívida já financiada com vastos subsídios pelo Tesouro. (pág. 14 - Interno)

Ideias: Delfim Netto: O capitalismo e as finanças
O equívoco de diagnóstico e o viés ideológico devem ser evitados neste momento em que se pretende, em rápidas reuniões onde sobra poder e escasseiam ideias, reformar a "arquitetura do capitalismo", como se ele fosse uma coisa e não um processo.

"Capitalismo" é o nome que se dá a uma organização social extremamente adaptativa que o homem descobriu no seu longo caminho desde que algumas famílias, há 200.000 anos, tocadas pela falta de alimentos, deixaram a África. Chegou-se a ela pela seleção histórica dentre as inúmeras formas de organização percorridas pelo homem na sua procura de uma que permitisse acomodar, simultaneamente, a eficácia produtiva e a liberdade individual. Ela tem três características: 1) não é plenamente satisfatória porque, quando deixada a si mesma, o nível de atividade (e, portanto, o nível de produção e do emprego) não é estável e, sendo um mecanismo que explora fortemente a competição, tende a acentuar a desigualdade entre os homens; 2) não é natural, isto é, não tem nada a ver com a "natureza humana" (seja lá o que isso for); e 3) felizmente, não é imortal.

É, portanto, passível de aperfeiçoamentos. (págs. 1 e A2)

Ideias: Yoshiaid Nakano: Privilégios exorbitantes
A verdade dos fatos é que a atual crise financeira teve como causa a excessiva expansão de crédito e liquidez nos Estados Unidos, país emissor de moeda reserva internacional, e com isso desorganizou o sistema internacional de pagamentos. A crença na ideia mítica de mercados autorregulados e eficientes levou à retração dos órgãos de controle e na desregulação do sistema financeiro, particularmente com a criação do chamado sistema bancário paralelo (shadow banking). E este sistema paralelo multiplicou, através de inovações financeiras, o volume e valor de ativos financeiros em escala global desenvolvendo um imenso mecanismo de criação de liquidez (dólar) doméstica e global. A crise agora está destruindo este sistema.

Assim, logicamente a atual crise financeira deveria ser a crise do dólar. Não é à toa que o presidente do Banco do Povo da China publicou um artigo defendendo a criação de uma nova moeda de reserva e pagamentos internacionais com valor estável e oferta controlada por um organismo global, desvinculada do interesse nacional de qualquer país. (págs. 1 e A15)

Ideias: Raymundo Costa: Na rota das bandeiras
Há um discurso subjacente nas discussões sobre a sucessão presidencial que ameaça contaminar a campanha de 2010, se o candidato do PSDB for José Serra: o de que São Paulo está há 16 anos no poder, é hora de mudar e de acabar com a hegemonia paulista. Esse discurso ganhou contornos mais fortes com a nota publicada ontem, nos jornais, por associações empresariais do Espírito Santo intitulada "Em Defesa do Pacto Federativo".

Em resumo, reclama da perda de receitas para São Paulo: até agora, importações feitas por empresas paulistas por meio dos portos capixabas recolhiam o ICMS no Espírito Santo. A Decisão Normativa nº 3 da Secretaria de Fazenda de São Paulo mudou esse status quo e o tributo passou a ser cobrado pelo fisco de São Paulo. Antes de oficializar a medida, a secretaria já autuava empresas que recolhiam aos cofres capixabas o tributo referente às importações na "modalidade por conta e ordem". (págs. 1 e A10)

Opinião: Jorge Gerdau Johannpeter e Roberto Mangabeira Unger: O verdadeiro choque de gestão
Temos ilhas de profissionalismo burocrático, que flutuam em mar de discricionariedade política

O Brasil procura novo modelo de desenvolvimento: modelo que faça da ampliação de oportunidades para aprender, para trabalhar e para produzir o motor do crescimento econômico. E que, com isso, dê braços, asas e olhos à energia humana que fervilha, frustrada e dispersa, no país. A construção desse modelo depende de inovações institucionais em todos os setores das políticas públicas.

Há, porém, obstáculo: falta o Estado capaz de fazer o que precisamos fazer para equipar os brasileiros com oportunidades econômicas e educativas. Construí-lo é a tarefa da agenda de gestão, que merece ser levada ao centro do debate nacional. Levada em toda sua amplitude, não só na variante truncada em que ela é comumente conhecida. Difundiu-se ideia estreita do que seja o choque de gestão de que precisa o país. (pág. 14 - Interno)

Opinião: Renato Stanziola Vieira : O Supremo, o dissenso e o medo da liberdade
Quando o Supremo Tribunal Federal (STF) exerce a função de zelar autoritativamente pela guarda da Constituição Federal, é natural que não só a comunidade jurídica mas todos nós, destinatários de sua interpretação, manifestemo-nos. E não foi diferente com o julgamento do Habeas Corpus nº 84.078, relatado pelo ministro Eros Grau, quando o pleno do Supremo disse - com a pá de cal que permeia a decisão, que se impõe pela excelência dos argumentos e com o risco (calculado numa democracia em que alguém dá a última decisão) natural de errar por último - que prisão que anteceda à decisão em processo penal da qual não caiba recurso algum é excepcional.

O Supremo não errou. A democracia tolera entendimentos de diversos matizes, aclamando ou não decisões. É da discordância da voz hoje vencedora que germina a possível aceitação da tese antagônica e as vozes que poderão amadurecer nova concepção do justo. A democracia, diz Cass Sustein, precisa de dissenso. O dissenso frutuoso campeia na medida do juridicamente admissível. (Interno)

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Gazeta Mercantil

Manchete: Endividamento menor ajuda a valorizar ações do agronegócio
Duas das onze maiores empresas do agronegócio listadas na BM&F Bovespa tiveram desempenho acima do Ibovespa neste ano. A expectativa de consumo maior de fertilizantes em 2009 — em compensação à queda de 8,9% em 2008 — ajudou a valorizar, do início do ano até ontem, em 33,84% os papéis da Fosfértil, a maior empresa do setor. A esperada queda na oferta mundial do açúcar puxou os papéis da usina São Martinho, que acumulam alta de 38% no período, acima da valorização de 17,62% do índice na bolsa paulista.

De forma geral, as empresas com menor dívida ou com menor endividamento no curto prazo são as preferidas dos investidores. Apesar de toda a queda nas exportações de carne bovina — que no bimestre apresentam retração de 35% —, o JBS Friboi, o maior em processamento de bovinos no mundo, viu seus papéis se valorizarem 12,9%, enquanto os do Marfrig subiram 4,26% e os do Minerva caíram 1,62%. (págs.1 e B12)

Sadia vai processar ex-diretor por perdas de R$ 2,55 bilhões
Investigação, que resultou em um relatório de mais de 600 páginas, feita pela DBO Trevisan apurou que, até ser informado pelo então ex-diretor financeiro da Sadia, Adriano Lima Ferreira, o conselho de administração da companhia desconhecia a elevada exposição em contratos de derivativos cambiais que levou a empresa a perdas de R$ 2,55 bilhões. Assim, em assembleia geral extraordinária realizada ontem os acionistas decidiram por processar o ex-diretor pelas perdas bilionárias. “O relatório informa que não há indícios de que os membros do conselho foram informados sobre as transgressões”, disse o presidente do conselho de administração, Luiz Fernando Furlan.

A Sadia demitiu Ferreira em 25 de setembro depois de identificada a exposição a derivativos acima do limite de seis meses de exportação. Nos Estados Unidos tramitam outras ações de investidores contra os administradores da Sadia. (págs. 1 e B12)

Projeções do PIB vão de -0,19% a 2%
Analistas de mercado preveem retração de 0,19% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2009. Esta é a primeira vez que a tendência de queda aparece nas projeções do boletim Focus do Banco Central (BC). A avaliação ficou abaixo da previsão do BC de 1,2% de expansão da economia e das estimativas dos ministérios da Fazenda e do Planejamento, que operam com meta de 2% de crescimento.

O resultado apurado no levantamento demonstra que as queixas do presidente do BC, Henrique Meirelles, em relação ao pessimismo das instituições financeiras não surtiram efeito.

O comportamento da indústria tende a apresentar piora, na opinião dos analistas consultados pelo BC. A produção industrial deve apresentar retração de 3,06%, com recuo em relação aos 2,74% registrados na semana anterior. (págs. 1 e A4)

Venda de veículos no Brasil desperta interesse mundial
As filiais tiveram que enviar relatórios a suas matrizes para explicar como o Brasil conseguiu ampliar em 3,1% as vendas no primeiro trimestre enquanto em alguns países houve quedas superiores a 50%. Mesmo com a previsão de um mercado interno 3,9% menor em vendas este ano em relação a 2008, o País é um “case” no setor.

“Fora a China, que terá pequeno crescimento, nenhum outro país terá o desempenho do Brasil em 2009”, diz Jackson Schneider, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), para quem a redução do IPI, a volta do crédito e da confiança do consumidor explicam a reação brasileira. Para este ano, a queda nas exportações vai diminuir em 11,2% a produção nacional. (págs. 1 e C4)

Springs Global compra 65% da MMartan
A Springs Global — gigante têxtil criada após a união da norte-americana Springs com a brasileira Coteminas — anunciou ontem a aquisição de 65% da MMartan Têxtil por R$ 55 milhões. Com isso, a companhia completa o ciclo desde a produção do tecido até o varejo. A aquisição também representa uma volta às origens do grupo, quando o fundador, o atual vice-presidente da República, José Alencar, começou o negócio com uma loja. (págs. 1 e C2)

Novos incentivos econômicos no Japão e na Rússia
O Japão lançou ontem um novo plano de incentivo à economia — o sexto — no valor de US$ 100 bilhões, que corresponde a 2% do PIB do país. De acordo com o primeiro-ministro Taro Aso, o plano entrará em vigor em meados deste mês.

Em Moscou, discursando perante a Câmara Baixa (a Duma), o primeiro-ministro Vladimir Putin, disse que seu governo adotará medidas de estímulo à economia no valor de US$ 90 bilhões, acrescentando que este ano “será muito difícil para o país”. (págs. 1 e A12)

Libra investe R$ 1 bi em terminais
O Grupo Libra prevê investir cerca de R$ 1 bilhão nos próximos cinco anos, a maior parte para aumentar a capacidade de seus terminais de contêineres.

No porto de Santos os aportes serão de R$ 250 milhões nos terminais T35 e T37 para dobrar a capacidade de movimentação, chegando a 1,6 milhão de TEUs (medida equivalente a contêiner de 20 pés). (págs. 1 e C3)

Poupança
Março registra saques de R$ 846 milhões (págs. 1 e B2)

Santelisa Vale se associa à francesa Louis Dreyfus
Acionistas da Santelisa Vale aprovaram ontem a fusão da companhia com a multinacional francesa Louis Dreyfus Commodities (LDC). Juntas, as duas empresas terão capacidade de processar 40 milhões de toneladas de cana e se aproximam da líder Cosan. Os detalhes do negócio serão conhecidos hoje. A operação terá aporte de capital do BNDESPar. Desde o fim do ano passado a Santelisa Vale vinha buscando um sócio para dar solução à grave crise financeira que enfrentava. (págs. 1 e B11)

STF desburocratiza licitações
O Supremo Tribunal Federal considera inconstitucional a exigência da Certidão Negativa de Débito (CND) para a participação em processos licitatórios. Para a Corte, a Receita tem outros meios de cobrar dívidas. (págs. 1 e A8)

Fusões ficam mais complexas
A adequação às normas contábeis trouxe mais complexidade às transações de fusão. É o que aponta pesquisa da Ernst & Young, segundo a qual 50% do valor das transações foram contabilizados como ágio. (págs. 1 e B1)

Nestlé lidera captação de leite
Quase metade do leite processado no País é captado por 16 empresas, de acordo com levantamento da Leite Brasil. O ranking é liderado pela Nestlé, que em 2008 adquiriu 1,9 bilhão de litros. (págs. 1 e B11)

Crédito caro impede alta do café
A escassez de crédito para exportações está impedindo a reação dos preços do café em plena entressafra. Com o aumento no custo, as compras antecipadas diminuíram e já afetam a safra deste ano. (págs. 1 e B11)

Editorial: Além da crise, é visível novo modelo de negócios
A dificuldade de saber a extensão e duração da crise atinge diretamente a formação de expectativas dos empresários. Uma consultoria especializada, a Ernst & Young, analisou a capacidade de adaptação das estruturas das empresas à desaceleração da economia. O resultado dessa pesquisa mostrou que, por um lado, os empresários preparam significativo ajuste para essa adaptação à crise: corte de custos está nos planos de 87% dos empresários entrevistados pela consultoria, redução de investimentos em 53% deles, enquanto 47% preveem diminuir o número de vagas nos próximos doze meses. Exatamente nesse ponto enfrentam fortes pressões por uma revisão no modelo de negócios que empreendem. Por outro lado, porém, a mesma sondagem, realizada com empresas com faturamento superior a R$ 1,5 bilhão, revelou que 53% consideram que serão capazes de manter ou melhorar os resultados deste ano. A coordenação da pesquisa insiste em que essa dupla absorção da realidade demonstra que ainda há dúvidas entre os empresários sobre o contorno e impacto da atual crise.

Essa contraditória avaliação da realidade econômica não foi percebida apenas pelo estudo dessa consultoria. Pesquisa da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp), realizada em 586 empresas entre 17 de fevereiro e 17 de março, confirmou que duas em cada cinco indústrias paulistas pretendem demitir empregados nos próximos meses, cortes que devem atingir 14,3% do quadro de pessoal, porém, de novo, há um outro lado na construção das expectativas das empresas captado pela Fiesp. Do conjunto do universo pesquisado, 47% informaram que dispensaram 18,7% dos empregados desde outubro de 2008, mas as que pretendem voltar a demitir, e que significam 38% da amostra, informaram que nesse momento o corte já será menor, em torno de 14%. Em outras palavras: no contexto mais recente, os empresários construíram visão menos ruim da realidade econômica. (pág. 2 - Interno)

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Jornal do Commercio

Manchete: Mortes nas estradas
Ônibus que fazia transporte clandestino colidiu com caminhão, em São Lourenço, matando dez pessoas e ferindo 34. Hospitais alteraram a rotina para receber as vítimas. Na Paraíba, acidente matou cinco pernambucanos da mesma família. (págs. 1, 4 e 5)

Terremoto na Itália mata 150 pessoas
Abalo sísmico na madrugada de ontem deixou pelo menos 150 mortos e 1.500 feridos na região central italiana, a maioria na cidade medieval de L’Aquila

Um forte terremoto atingiu a região central da Itália na madrugada de ontem (noite de domingo no Brasil) e deixou pelo menos 150 mortos, 1.500 feridos e mais de 70 mil desabrigados. O epicentro do abalo foi em Paganica, a 95 quilômetros de Roma e a 8,8 quilômetros de profundidade. A cidade mais atingida foi a medieval L’Aquila, na província de mesmo nome e capital da região de Abruzzo, onde o tremor destruiu ou danificou cerca de 10 mil imóveis, entre casas, edifícios e igrejas – alguns do século 13.

Há divergências sobre a magnitude do terremoto. De acordo com o Centro de Pesquisas Geológicas dos Estados Unidos, o tremor atingiu 6,3 graus na escala Richter, enquanto o Instituto Nacional de Geofísica da Itália afirma que a magnitude foi 5,8.(pág. 1)

Massacre: Traslado deve começar amanhã
Morte de Pernambucano

Segundo o Itamaraty, atestado de óbito do professor Almir Alves, vítima de massacre nos EUA, foi emitido e corpo deve ser liberado para repatriação na quarta

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou, na tarde de ontem, que o traslado do corpo do matemático pernambucano Almir Olímpio Alves, 43 anos, um dos 14 mortos no massacre no centro de apoio a imigrantes da cidade de Binghamton, no Estado de Nova Iorque (EUA), deve ser iniciado amanhã. O Consulado Brasileiro em Nova Iorque providenciou ontem o atestado de óbito. Com o documento, o traslado depende apenas da liberação do corpo por parte do departamento funerário americano.

De acordo com a assessoria de comunicação do Itamaraty, a burocracia dos trâmites judiciais é o fator que pode ocasionar um eventual atraso. A viagem dos Estados Unidos ao Brasil dura 11 horas. O horário do voo ainda não foi confirmado. Mas, se o traslado começar amanhã, o corpo deve chegar a São Paulo na manhã de quinta-feira, de onde seguirá para o Aeroporto Internacional do Recife. (pág. 1)

Menos hospitais
Hospitais vão parar hoje

Rede conveniada

Oito unidades deixarão de receber pacientes de ortopedia, pois diretores querem pressionar governo a renovar o auxílio mensal pago desde julho de 2008

Oito hospitais particulares conveniados ao SUS no Estado param de receber pacientes de ortopedia a partir de hoje. Diretores suspendem o serviço por tempo indeterminado, na tentativa de pressionar o governo de Pernambuco a renovar auxílio mensal pago às unidades desde julho do ano passado. Segundo a Associação Pernambucana de Conveniados ao SUS (Apconsus), não há como manter o atendimento apenas com repasses do governo federal. O déficit chegaria a R$ 8 milhões.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) remetia aos hospitais conveniados quantia que correspondia a 40% sobre o valor enviado pelo SUS. No entanto, teria deixado de auxiliar as unidades em novembro de 2008, diz o presidente da Apconsus, Marcos Augusto Cordeiro. (pág.1)

Supervestibular
MEC mostra propostas de novo Enem

Por meio de uma única prova os estudantes poderão tentar vaga em cinco cursos distintos em até cinco diferentes instituições da rede integrada no País

O novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que pode ser uma espécie de supervestibular unificado das universidades federais, dará a oportunidade aos estudantes de tentar, com o resultado de uma mesma prova, cinco diferentes cursos em até cinco diferentes instituições da rede no País. Essa foi uma das decisões tomadas ontem em reunião entre os reitores das federais e o ministro da Educação, Fernando Haddad.

Também ficou acertado que as instituições que aderirem à proposta do Ministério da Educação de substituir o vestibular pelo novo Enem vão receber mais recursos para assistência estudantil. O MEC decidiu dobrar a verba repassada às universidades dos atuais R$ 200 milhões para R$ 400 milhões. “A assistência estudantil será reforçada porque o número de vagas nas instituições dobrou. Mas, para aquelas que atenderem estudantes de outros Estados, terá de ser reforçada”, disse Haddad. (pág.1)

Editorial: O tamanho do pacote habitacional
Em meio à tempestade econômica global, o Brasil atesta sua condição diferenciada com o anúncio da construção de um número de habitações nunca sonhado por qualquer governante, mesmo nos tempos de vaca gorda e inimaginável quando a crise atravessa nossas fronteiras, de fora para dentro, desaquece a economia e instala a certeza de que teremos crescimento próximo do zero no primeiro semestre. É tão grande esse pacote e em momento tão difícil que não surpreendem as suspeitas de que poderia estar mais associado ao marketing do governo federal que a real programa de trabalho. Mas é preciso adicionar à desconfiança alguns dados favoráveis. A reunião dos países com maiores economias, o D-20, que acaba de ser encerrada em Londres, pode ser vista como um desses dados. O prestígio demonstrado pelo presidente Lula, sua aproximação oportuna com os dirigentes de maior peso na ordem econômica internacional hoje e no futuro - Estados Unidos, Europa, China - são fatores que distinguem o Brasil para os grandes desafios, como é o caso de criar trabalho e condições para a economia não sucumbir no momento em que mais precisamos de indicadores positivos, de um crescimento mínimo, mas que esteja acima de zero, como parece ser o caso da grande parte das nações mais influentes do mundo.

Nesse cenário é que temos de ver o novo pacote anunciado pelo governo federal para ativar a economia, voltando-se para o setor tradicionalmente recomendado sempre que há necessidade de aquecer o mercado de trabalho: a indústria da construção civil. Não há nenhum economista, nenhum político sério de nosso País que não tenha em algum momento advertido para a necessidade de ativar a construção civil como a melhor medicação para o mal do desemprego. E, mais que isso, temos a evidência escandalosa de um déficit habitacional que corresponde ao que seria necessário para abrigar as populações de muitos países. Considerando-se que esse déficit está hoje na casa dos 10 a 12 milhões de habitações e que a estimativa costuma ser de quatro pessoas por cada família e, portanto, cada habitação, teríamos aí mais que o suficiente para abrigar, por exemplo, a Argentina. (pág.1)

Artigo: Carol Almeida : TV Cultura, sem censuras
LIVRO

Ex-presidente da Fundação Padre Anchieta revê a trajetória da TV pública mais proeminente do Brasil

Carol Almeida
calmeida@jc.com.br

A evolução da televisão no Brasil está intimamente ligada à evolução da identidade brasileira nas últimas cinco décadas. A TV como elemento aglutinador, como agenda política, como a ficção aparentemente palpável das novelas e, mais recentemente, dos reality shows, é um fenômeno que, dado o seu poder de influência sobre o comportamento social, ainda é carente de bibliografia, seja ela historiográfica ou crítica. Uma história da TV Cultura, de Jorge da Cunha Lima, consegue realizar a proeza de ter ambas as qualidades. Paralela a uma (necessária) linha do tempo, se reúnem neste lançamento alguns dos melhores textos já escritos sobre o tão exigido – ainda que as cobranças muitas vezes fossem disparadas a esmo – papel da TV no Brasil, com particular atenção, naturalmente, ao da TV pública.

A TV Cultura de São Paulo, particularmente pelo caráter inovador nas áreas da programação infantil e do jornalismo, é certamente a emissora estatal que melhor soube se projetar por todo o território nacional com um conteúdo que, como frisa o prefácio de Eugênio Bucci, soube ser brilhante quando independente. Para dar a dimensão e refletir sobre alguns preconceitos embutidos na ideia da TV pública brasileira, Bucci, membro do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta (entidade de direito privado com autonomia para gerir as emissoras de Rádio Cultura de São Paulo AM e FM e TV Cultura) faz uma tomografia completa – um tanto “cruel” segundo o autor do livro –do que a TV Cultura espelhou e refletiu enquanto uma entidade “pública”, assim entre aspas por estar a palavra comumente desequilibrada sobre a fissura que divide os interesses políticos (e privados) dos interesses da sociedade. (Caderno C - Interno)


Opinião: Marco Maciel: O Metrô do Recife
No último dia 11 o Metrô do Recife comemorou 24 anos. Com uma demanda atual de 190 mil passageiros/dia, o Metrorec teve seus estudos e projeto iniciados ao tempo em que governei Pernambuco, entrou em operação em 1985, quando era governador do Estado o deputado Roberto Magalhães, é um excelente meio de transporte, consolidou-se como uma empresa eficiente, e tem um quadro de pessoal comprometido com a sua missão, cuja premissa é a qualidade dos serviços prestados aos usuários do sistema de transporte público de passageiros da nossa Região Metropolitana.

Nesses 24 anos de vida o Metrorec tem avançado bastante, mas também enfrentado situações extremamente difíceis, principalmente nos últimos anos. As obras de expansão do Metrô do Recife foram iniciadas em meados de 1998, na gestão de Fernando Henrique Cardoso. O Projeto previa a construção de 19 km de linha, 10 novas estações e 7 terminais de integração. A demanda passaria de 110 mil passageiros/dia para 400 mil usuários/dia. (Interno)

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