quinta-feira, 2 de abril de 2009

O que Publicam os Jornais de Hoje

O Globo

Manchete: Brasil participa de socorro de US$l tri à economia mundial
Lula oferece dinheiro ao FMl; protestos contra G-20 deixam um morto em Londres

O Brasil participará do esforço para levantar US$ 1 trilhão que será usado para socorrer a economia mundial e reformar o FMI. "O Brasil não vai agir como um paisinho pequeno e sem importância", disse o presidente Lula, que ontem deixou Paris rumo a Londres, onde participará da Cúpula do G-20. O dinheiro, no entanto, terá contrapartida: só poderá ser destinado a países pobres e emergentes. O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, encontrou-se com o presidente americano, Barack Obama, com quem conversou sobre as críticas de Lula aos países ricos. Nos protestos contra o G-20, que se espalharam pelo mundo, houve um morto e 63 presos em Londres. O Greenpeace parou a Ponte Rio-Niterói, provocando engarrafamento de 18 quilômetros e mais poluição do ar. (págs. 1 e 19 a 21)

Foto legenda: No Palácio de Buckingham, líderes do G-20 e de organismos multilaterais posam para foto oficial com a rainha Elizabeth II, que teve Lula ao seu lado e Obama na fileira de trás

Foto legenda: Manifestantes quebram vidraças do RBS, banco britânico que teve ajuda oficial

Foto legenda: Na ponte Rio-Niterói: "Clima e pessoas primeiro"
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‘Quando eu era sindicalista, eu culpava o governo; quando era da oposição, culpava o governo, quando virei governo, culpei a Europa e os EUA’. Lula, segundo relato de Gordon Brown a Obama.

STF: relator vota por fim da Lei de Imprensa
Após fazer veemente defesa da liberdade de expressão e do papel da imprensa na democracia, o ministro Carlos Ayres Britto, do STF, votou ontem pela revogação total da Lei de Imprensa, considerada por ele inconstitucional. "Ou a imprensa é inteiramente livre, ou dela já não se pode cogitar senão como jogo de aparência jurídica", disse. Seu voto foi seguido pelo ministro Eros Grau, mas a votação só terminará dia 15. (págs. 1 e 3)

Senado cria bancada dos 'brazucas'
Depois de passar dois meses sem votar nada, o Senado aprovou, em 1º turno, proposta de emenda que cria nova bancada no Congresso: a dos deputados escolhidos entre os três milhões de brasileiros que vivem no exterior.
A Câmara acabou com a prisão especial para parlamentares. (págs. 1, 8 e 10)

Federais não aceitam cotas obrigatórias
A Andifes, associação de reitores de universidades federais, é contra a proposta de cotas obrigatórias no ensino superior em discussão no Congresso. Em audiência na CCJ do Senado, o presidente da entidade, Amaro Lins, disse que as cotas - raciais ou socioeconômicas - ferem a autonomia universitária. (págs. 1 e 10)

Charge Chico: Entreouvido entre Doha, Paris e Londres
- Dá licença, eu estou convencido de que nunca antes na história deste G-20... (pág. 1)

Editorial: Fim de modelo
Diante da grande deterioração das contas públicas em fevereiro, com o primeiro déficit primário verificado neste mês desde 1997, quando a indicador passou a ser calculado, o governo se defende com o argumento de que uma coisa é uma fotografia, outra, um filme.

Ele garante que a situação melhorará à medida que transcorrer o ano —o filme será muito melhor que a foto. Há dúvidas.

O instantâneo é mesmo preocupante: o déficit primário de R$ 926,7 milhões no mês — o resultado do confronto entre despesas e receitas, sem incluir os juros da dívida — foi basicamente causado porque os R$ 37,4 bilhões arrecadados em impostos eram insuficientes para arcar com a conta de salários e encargos do funcionalismo (R$ 11,1 bilhões), o custeio propriamente dito da máquina burocrática (R$ 8,4 bilhões) e com os benefícios da previdência (R$ 15,7 bilhões), somados. Faltou, então, dinheiro para pagar os juros, o que significa aumento da dívida interna em maior velocidade. (pág. 6)

Opinião: Solange Amaral: Rua da sucessão, número 171
Em 2005, o presidente Lula anunciou investimentos no setor da habitação da ordem de R$ 4,5 bilhões. No ano seguinte, o governo acenou com R$ 18,7 bilhões para a construção de casas populares.

Já em 2007, incluiu no Plano de Aceleração do Crescimento mais R$ 9,7 bilhões para saneamento e moradia.

Menos de três semanas antes das eleições de 2008, o Planalto bradou um pacote para baratear o preço dos imóveis, abrindo linha de crédito de R$ 8,7 bilhões.

Agora, embalado no propósito de passar a faixa presidencial para a ministra Dilma Rousseff, eis que surge o maior pacote habitacional sob sua gestão, em torno de R$ 34 bilhões. (pág. 7)

Opinião: Merval Pereira: Qual Lula?
O presidente Lula sem dúvida alguma se transformou em participante proeminente da reunião do G-20, que começa hoje em Londres, e tem sabido aproveitar a importância relativa que o Brasil representa neste momento para vocalizar posições bastante claras, embora algumas equivocadas. Sair ao lado da rainha Elizabeth na foto oficial da reunião do G-20 é apenas a parte mais glamourosa desse papel de destaque. A união com a França para exigir uma regulação mais rigorosa dos mercados internacionais está correta, e seria ridículo acusar Nicolas Sarkozy de estar defendendo posições “esquerdistas”. Mas a defesa do “Estado forte” como tese permanente, com base na necessidade de intervenção estatal no momento de crise que o mundo vive, é uma visão apressada que não deve ter o respaldo da maioria dos seus pares no G-20.

Enquanto Lula defende a estatização dos bancos como solução, o presidente Barack Obama resiste à ideia, mesmo que muitos deles estejam praticamente “federalizados” nos Estados Unidos com o dinheirão que o governo vem colocando neles. (pág.4)

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Folha de S. Paulo

Manchete: G-20 deve liberar US$l tri contra crise
Segundo ministros brasileiros, dinheiro irá para órgãos como o FMI; mundo não pode ser 'refém' dos EUA, diz Obama

A reunião do G-20 em Londres deve fechar acordo para injetar US$ 1 trilhão em instituições multilaterais como o Fundo Monetário Internacional. A informação foi divulgada pelos ministros Guido Mantega (Fazenda) e Celso Amorim (Relações Exteriores), relatam Pedro Dias Leite e Clóvis Rossi.

Esse valor é dois terços da estimativa para o PIB brasileiro em 2008 (US$ 1,5 trilhão) e quatro vezes a verba do FMI para economias em dificuldades (US$ 250 bilhões). Questionados, Mantega e o presidente Lula não disseram de quanto pode ser a contribuição do Brasil. (págs. 1 e Dinheiro)

Foto legenda: Manifestante ensanguentado após conflito com a polícia durante a reunião do G-20, em Londres; protesto reuniu cerca de 5.000

Tasso utilizou verba oficial do Senado para fretar jatinhos
Desde 2005, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) usou R$ 469 mil de sua verba oficial de bilhetes aéreos para fretar jatinhos, o que é vetado, relatam Fernando Rodrigues e Fábio Zanini.

O senador confirmou ter fretado jatinhos com verba do Senado, mas só assume gastos de R$ 358 mil. O tucano tem jato, mas diz que, quando não pode usá-lo, freta aviões. Segundo ele, o então primeiro-secretário, Efraim Morais (DEM-PB), autorizou a prática. (págs. 1 e A4)

Comissão veta prisão especial para autoridades
Para entrar em vigor, projeto ainda tem de passar pelo plenário do Senado, voltar à Câmara e então seguir para sanção do presidente

Segundo o relator do projeto na CCJ, Demóstenes Torres, a decisão de enviar o preso a cela especial será do juiz, que avaliará se existe risco

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado derrubou ontem a prisão especial para ministros, governadores, prefeitos e membros de Judiciário e Ministério Público.

No mês passado, a comissão vetou o benefício para pessoas com diploma universitário e religiosos. Mas ele continuava valendo para autoridades sob o argumento de que poderiam correr riscos em cela comum. Como o projeto sofreu uma emenda, foi votado de novo na CCJ, que decidiu acabar de vez com a prisão especial.(págs. 1 e A6)


Investigação liga Camargo Corrêa a suposta fraude em notas fiscais
A Polícia Federal diz ter indícios de que a Camargo Coma tentou fraudar notas fiscais. O principal é um conjunto de diálogos interceptados entre a secretária de um executivo da empresa, um suposto doleiro e outro homem, nos quais se fala em "montagem" de notas.

A construtora é acusada de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e doações ilegais a partidos. Para o advogado da empresa, Antônio Claudio Mariz de Oliveira, não há provas. (págs. 1, Al0 e All)

Japão oferece dinheiro para decasséguis deixarem país
Com o desemprego no maior nível em três anos, o governo do Japão começou a oferecer dinheiro para que descendentes de japoneses, entre eles brasileiros, deixem o país. Pela proposta, cada decasségui receberá do governo cerca de R$ 6.700.

Quem aceitar a oferta, porém, não poderá retomar ao país com o visto de trabalho. A condição é rejeitada por parte dos brasileiros, que formam a maior comunidade de decasséguis no Japão, com 310 mil pessoas. (págs. 1 e B6)

Em março, venda de veículos volta a bater recorde
As montadoras brasileiras registraram seu maior resultado de vendas no mês de março e o melhor primeiro trimestre da história: foram 271.494 veículos vendidos no mês e 668.314 de janeiro a março deste ano. Para o setor, medidas como a redução do IPI ajudaram. (págs. 1 e B10)

Editorial: O G20 e seus limites
Grupo tende a tomar o lugar do G8 como fórum global, mas divergências reduzem expectativa de resultados em Londres

Em linhas gerais, os debates preparatórios para a cúpula do G20, que reúne hoje em Londres os países de maior peso econômico, se concentraram em quatro grandes temas. São eles uma ação global contra a crise, o compromisso de não impor novas restrições ao comércio, um novo sistema de regulação bancária mundial e o reforço das instituições multilaterais (FMI e Banco Mundial).

Há divergências em cada um desses temas. Sobre as medidas para deter a crise global, os EUA pressionam a União Europeia para que adote estímulos fiscais equivalentes a 2% do PIB neste ano e no próximo. Outra proposta em debate é a criação de um fundo para reanimar o crédito ao comércio mundial. (págs. 1 e A2)

Editorial: Metas municipais
A Prefeitura de São Paulo apresentou anteontem um conjunto de 223 metas a serem cumpridas pela administração local até o final da gestão Gilberto Kassab. Cumpre, assim, a primeira etapa de auspiciosa lei aprovada em fevereiro de 2008, que prevê a fixação de objetivos quantificáveis até 90 dias após a posse do prefeito.

A iniciativa resulta de uma emenda à Lei Orgânica do Município, proposta pelo Movimento Nossa São Paulo, que mirou experiência positiva realizada em Bogotá. A norma foi aprovada na Câmara Municipal por 54 votos a zero, numa votação que mobilizou a sociedade civil. (págs. 1 e A2)

Opinião: Rubens Ricupero: Expectativas exageradas
"Não tão bom quanto o mundo precisava nem tão ruim quanto poderia ter sido." Antes de começar a reunião do G20, arrisco prever esse resumo dos comentários sobre o resultado. A razão é simples: toda reunião que desperta expectativas exageradas devido à manipulação dos políticos (leia-se Gordon Brown, Obama, Sarkozy, Lula etc.) acaba sempre por criar a sensação de que o copo está meio cheio (ou meio vazio, conforme se prefira).

Ao menos se deixou de falar de um "novo Bretton Woods", a não ser que seja na base da frase de Marx de que a história, quando se repete, em geral o faz como farsa. De fato, a histórica conferência de 1944 recriou a ordem monetária e financeira destruída pela Segunda Guerra, estabeleceu o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, com a participação das 44 nações aliadas, perto do total dos países soberanos da época, praticamente encerradas em regime de internato durante quase um mês. (págs. 1 e B4)

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O Estado de S. Paulo

Manchete: G-20 vai lançar pacote de US$ 1 trilhão contra a crise
FMI e Banco Mundial receberão recursos; sistema financeiro será regulado

A cúpula do G-20, hoje, em Londres, deve resultar no anúncio de US$ 1 trilhão para irrigar a economia mundial, socorrer os países emergentes e em desenvolvimento e estimular as trocas comerciais. Desse valor, US$ 750 bilhões seriam destinados ao FMI e US$ 200 bilhões ao Banco Mundial, segundo o ministro Guido Mantega (Fazenda). Representantes dos países-membros do grupo, que responde por 85% da produção mundial, aparentemente chegaram a um acordo sobre a regulação do sistema financeiro, tema que dividiu os principais líderes. O presidente dos EUA, Barack Obama, se disse “confiante" em um consenso sobre como atacar a crise. (págs. 1, B1 a B6)

Foto legenda: Violência - Policiais reprimem manifestantes que criticavam a reunião do G-20 em Londres: uma pessoa morreu durante os choques

Indústria brasileira vive lenta retomada
A produção industrial cresceu menos que o esperado em fevereiro, indicando uma recuperação lenta da atividade econômica. Em comparação com janeiro, a produção aumentou 1,8%. Quando comparada com fevereiro do ano passado, porém, ela foi 17% inferior. A situação geral da indústria brasileira contrasta com a do setor automobilístico, que registrou em março um aumento de 36,1% nas vendas. (págs. 1 e B8 e B9)

Exportações devem cair 20%
Previsão do Ministério do Desenvolvimento é de que volume de exportações volte ao nível de 2007. Será a primeira queda em dez anos. (págs. 1 e B7)

Jersey bloqueia US$ 22 milhões que seriam de Maluf
A Prefeitura e o Ministério Público de São Paulo obtiveram liminar na ilha de Jersey para bloquear US$ 22 milhões supostamente desviados do município na gestão de Paulo Maluf. Outros US$ 93 milhões teriam sido convertidos em ações da Eucatex, da família do ex-prefeito. Maluf nega. (págs. 1 e A15)

EUA e Rússia aceitam reduzir arsenal nuclear
Os presidentes dos EUA, Barack Obama, e da Rússia, Dmitri Medvedev, concordaram em negociar a redução dos arsenais nucleares dos dois países. O acerto, o primeiro desse nível desde 1997, marca a retomada dos laços entre Washington e Moscou. (págs. 1 e Al6)

Municípios cobram perda com a crise
Prefeitos se reuniram na Câmara para discutir a reação à redução de R$ 2,1 bilhões no Fundo de Participação dos Municípios. Para o governo, não será possível compensar as perdas por causa das medidas anticrise. (págs. 1 e A4)

Notas & Informações: De Doha para Vila Euclides
Um mistério cerca o furioso discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na segunda Cúpula América do Sul-Países Árabes, em Doha, capital do Catar. Afinal, a quem ele tentava impressionar com mais uma peroração contra o mundo rico? Talvez a seus colegas venezuelano, Hugo Chávez, e boliviano, Evo Morales, ou a seu antigo público dos comícios sindicais de Vila Euclides. Os árabes têm interesses políticos e econômicos bem diferenciados, em nada semelhantes ao terceiro-mundismo infantil ainda encontrado em alguns governos sul-americanos. Não seriam, portanto, o auditório mais interessado no irado palavrório de Lula nem o mais sensível à sua convocação, repetida pela milésima vez, de uma união dos emergentes - e ali havia poucos destes - para defender seus interesses e evitar um "terremoto social e político" provocado pela recessão global.

Lula atribuiu aos países desenvolvidos a responsabilidade pela crise econômica, pela degradação ambiental, pelos desequilíbrios comerciais e pela insegurança internacional. Nada essencialmente novo, portanto, para quem acompanhou sua retórica nos últimos meses. Dispensou-se, no entanto, de repetir a tolice a respeito da perversidade econômico-financeira dos louros de olhos azuis. (págs. 1 e A3)

Artigo: Rolf Kuntz: Defensores do Estado balofo
É hora de marcar missa em memória do Ipea. Se algo restava de sua boa imagem, foi liquidado com a publicação de um panfleto em favor do aumento do emprego público. Esse "estudo" é tosco. (págs. 1 e B2)

Opinião: Demétrio Magnoli: O militante perfeito
Delúbio Soares, o famoso militante que quer retornar ao PT, é homem de Lula. Pelas mãos de Lula ele chegou à direção da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e, pelas mesmas mãos, saltou da central sindical à tesouraria do partido. Depois que Lula entrou triunfante no Palácio do Planalto, Delúbio cumpriu duas missões sucessivas: operou o esquema do mensalão e, em seguida, imolou-se para salvar o núcleo duro da direção petista, enquanto José Dirceu se sacrificava na pira ardente da segurança presidencial. O seu pedido de reingresso no PT pode ser interpretado apenas como o gesto de alguém que almeja uma cadeira parlamentar a fim de cavar uma trincheira diante da ameaça posta pelos tribunais. Mesmo se assim for, Delúbio cumpre, agora inadvertidamente, uma terceira missão estratégica.

Lulismo e petismo são fenômenos distintos, porém entrelaçados. Lula é um político conservador, salvacionista, de rara sagacidade. No ocaso da ditadura, o suposto mago Golbery do Couto e Silva o imaginou como o agente da destruição da esquerda no Brasil. O PT é um fruto estranho, mas cheio de vitalidade, do encontro tríplice, no outono do socialismo soviético, entre a velha esquerda castrista, a militância católica da "Igreja da libertação" e uma nova burocracia sindical. Lula precisa do partido enquanto não puder substituí-lo. O partido precisa do apelo popular e do simbolismo histórico de Lula. (págs. 1 e A2)

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Jornal do Brasil

Manchete: US$ 1 tri e 20 líderes para achar uma saída
Encontro do G-20 enfrenta protestos, mas se torna esperança contra a crise

Os principais dirigentes do planeta tentarão hoje, em Londres, chegar a um acordo sobre os rumos da economia diante da crise econômica internacional. Países como Brasil e França vão propor maior regulação no sistema financeiro. Outros, como EUA e Alemanha, querem foco nos planos de socorro e estímulo às economias. Deve ser anunciada a criação de um megafundo de US$ 1 trilhão para irrigar a economia. Na véspera do encontro, mais de 4 mil ativistas protestaram contra o evento no centro financeiro da capital britânica. (págs. 1 e Tema do Dia A2 a A10)

Foto legenda: Bem na foto - Lula posou ao lado da rainha Elizabeth e à frente de Obama

Foto legenda: Luta - Policiais tentam proteger dos manifestantes sede do Banco da Inglaterra

Protesto custou 100 novas árvores
Ao provocar o engarrafamento de três horas e meia ontem na Ponte Rio-Niterói, o Greenpeace fez com que os motores dos carros emitissem 20 toneladas a mais de CO2, principal vilão do aquecimento global. Para compensar essa poluição, seria necessário o plantio de 100 árvores, segundo cálculos da Iniciativa Verde. (págs. 1 e Tema do Dia A10)

Foto legenda: Suplício – Protesto contra o G-20 provocou engarrafamento na Ponte Rio-Niterói

Foto legenda: Paradox - Faixa pediu que líderes mundiais tivessem consideração prioritária pelo clima e pelas pessoas, mas a ONG causou poluição e estresse

Anac pode ter seus atos contestados
O mandato de um dos diretores da Agência Nacional de Aviação Civil, Ronaldo Serôa da Mona, venceu no dia 21 de março. Ele continua participando de reuniões da diretoria, o que torna contestável juridicamente os atos da Anac decididos em colegiado neste período. (págs. 1 e Informe JB A4)

Editorial: Pedras no caminho da recuperação
A presença de entorpecentes como pano de fundo no cenário da violência urbana carioca cresceu assustadoramente nos últimos anos. A prisão do morador de rua Augusto César de Souza, de 27 anos, que matou a estagiária Karla Leal dos Reis, 25, na noite de domingo, no Estácio, trouxe à tona o nome do fantasma atual: o crack. Segundo a polícia, o assassino estava sob efeito das pedras alucinógenas quando disparou o tiro fatal na vítima que se recusou a entregar-lhe a mochila. A pergunta que fica é se o Estado está preparado para prover a necessária ajuda à recuperação e ressocialização dos usuários dessa droga devastadora. A resposta parece óbvia.

Dados oficiais indicam que a legião de viciados em crack nas grandes metrópoles brasileiras aumenta em progressão geométrica. O último levantamento do Instituto de Segurança Pública sobre o assunto constatou que, no primeiro semestre do ano passado, as apreensões triplicaram na capital fluminense, na comparação com os primeiros seis meses de 2007. E de acordo com números de 2008 da Polícia Federal, 40% de toda a cocaína apreendida no estado já se encontrava na forma do subproduto – um total de 250 quilos divididos em 50 mil pedras de crack. (pág. A8)

Sociedade aberta: Roberto Teixeira da Costa: Expectativas justificadas
Uma das características da crise financeira mundial é o temor ao desconhecido. Como ninguém experimentou uma crise na escala e dimensão da que estamos vivendo, ficamos sem referenciais para fazer projeções. Apesar do esforço dos chamados países desenvolvidos em encontrar mecanismos para superar principalmente os problemas no sistema bancário, até agora os resultados têm sido modestos, para não dizer decepcionantes. O fator credibilidade, que é o mais importante para que o sistema volte a funcionar dentro da normalidade, está muito longe de ser alcançado.

Desde o momento em que a crise teve seus contornos claramente denunciados, as reuniões se sucederam entre os países mais duramente afetados. As nações da comunidade europeia tiveram um grande número de encontros, por meio de chefes de Estado e ministros de Finanças, que tinham como objetivo fazer um diagnóstico preciso do quadro crítico que havia se instalado e buscar através de uma ação coordenada soluções, quer a nível nacional ou coletivo, para mitigar os efeitos devastadores e seus desdobramentos na economia desses países. Programas maciços de intervenção estatal foram desenhados e colocados em prática, com investimentos relevantes para minimizar os efeitos recessivos e diminuir o desemprego. (págs. 1 e A2)

Sociedade aberta: Kirk Buckman: Estimular ou regular, eis a questão do G-20
Há quase 400 anos, depois de Hamlet e Shakespeare declarar a famosa frase: "Ser ou não ser, eis a questão", hoje, a nova questão existencial é estimular ou regular.

Na reunião do G-20, em Londres, hoje, líderes políticos tentarão chegar a um denominador comum para solucionar a crise mundial.

Franceses e alemães, sob a liderança do presidente Nicolas Sarkozy e da chanceler Angela Merkel, insistem em regulação financeira mais forte. (págs. 1 e A7)

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Correio Braziliense

Manchete: Devassa no Senado
Diretor da FGV diz ao Correio que começará pela gráfica e pelo Prodasen a auditoria encomendada para medir o inchaço da Casa e o desperdício de dinheiro público. Os dois setores são considerados críticos, movimentaram R$ 27 milhões no ano passado e nos últimos 15 anos estiveram sob controle do ex-diretor Agaciel Maia (págs. 1 e 4)

Foto legenda
Bem na foto - O brasileiro Lula ocupou um lugar de honra no registro oficial dos líderes presentes na reunião do G-20. Ao lado da rainha Elizabeth II, o presidente ficou à frente de Obama e Sarkozy (págs. 1 e Tema do Dia, 14)

Bairro para militares e professores
Ibama libera a primeira licença ambiental para loteamento em Planaltina destinado a 800 servidores com renda de até 10 salários mínimos. Obras de infraestrutura devem começar este ano, mas dependem de nova licença. (págs. 1 e 32)

Crise: G-20 deve bancar ajuda de US$ 1 tri
Com mais divergências do que entendimentos, os líderes do G-20 tentam costurar um acordo em Londres que permita a liberação de US$ 1 trilhão para estimular a economia e socorrer os países atingidos pela crise. Confronto no centro da capital inglesa resultou na morte de uma pessoa e na prisão de 23 manifestantes. (págs. 1 e Tema do Dia, 14 a 18)

Crianças: Infecção pode levar à leucemia
Pesquisadores britânicos descobrem que molécula liberada pelo corpo em resposta a processos infecciosos faz com que células-tronco pré-cancerosas se multipliquem de forma desordenada, causando a leucemia. Cientistas querem criar vacina para reduzir o risco do câncer pediátrico. (págs. 1 e 28)

Regra caduca
Dois votos contra Lei de Imprensa no Supremo (págs. 1 e 7)

Visão do Correio: A violência no DF
A escalada do crime no Distrito Federal parecia haver atingido o ápice na noite de terça-feira da semana passada, quando três viciados em crack — um casal que aterrorizava a Asa Sul desde o início do ano e um adolescente — proporcionaram cinematográfica sequência de barbáries. Em quatro horas, o trio roubou oito carros em bairros nobres da capital federal, matou um motorista e feriu outro à bala, com tiros no tórax e no braço. Na ação, tiveram a ousadia, ainda, de invadir a garagem de um prédio no Sudoeste, onde largaram um Focus roubado e pegaram uma caminhonete L-200, usada para arrombar o portão de saída.

Esta semana, o brasiliense voltou a ser sacudido pela violência. Ampla reportagem do Correio descortinou um palco de exploração sexual infantil em funcionamento a cerca de 20km da Esplanada dos Ministérios. Às margens de um ribeirão da Fercal, em Sobradinho, crianças e adolescentes se prostituíam em troca de drogas. Os pagamentos podiam ser com maconha, cocaína, crack, merla, haxixe ou menos de R$ 15. (pág. 24)

Opinião: Gustavo Krieger: Nas Entrelinhas
É fundamental que a corrupção seja combatida e os corruptos presos. Para isso, a PF precisa ser conhecida por sua eficiência e não por sua pressa


Eu gosto de filmes policiais. Se eles envolverem intrigas políticas e os bastidores do poder, melhor ainda. Supostamente então, deveria achar eletrizante o drama que se segue à Operação Castelo de Areia, em que a Polícia Federal escarafuncha os arquivos da Camargo Corrêa, uma das maiores empresas do Brasil e dona de polpudos e polêmicos contratos com a administração pública. Mas não consigo. O caso tem cara de filme velho e sua parte política apresenta um enredo a que todos nós já fomos expostos à exaustão.

É sempre assim: a Polícia Federal faz uma operação de grande repercussão. O noticiário do dia é tomado por imagens de gente importante sendo presa. Engravatados espremendo-se na parte de trás de camburões são sucesso garantido de audiência. Horas depois, aparecem os vazamentos. (pág. 4)

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Valor Econômico

Manchete: Resultado das companhias abertas piora no trimestre
O pior da crise financeira mundial para a atividade das empresas ainda está por vir. É no resultado do primeiro trimestre deste ano que as reduções nas vendas e nas margens devem ficar mais evidentes. Apesar da instabilidade global ter se acentuado em setembro, as companhias ainda conseguiram no quarto trimestre sustentar os indicadores operacionais dos negócios. Esse feito ficou escondido nos balanços anuais, pois a disparada do dólar multiplicou as despesas financeiras, reduzindo o lucro líquido.

O faturamento e o lucro operacional de 221 companhias abertas subiram no quarto trimestre do ano passado, em comparação ao mesmo período de 2007, quando a economia ainda estava a todo vapor. A receita líquida cresceu 13,8%, de R$ 203,8 bilhões para R$ 232 bilhões, segundo levantamento do Valor. O lucro operacional acompanhou a tendência, com alta de 13,1%, para R$ 37,9 bilhões. Ou seja, as empresas conseguiram ampliar o resultado das vendas e também administrar custos de forma a manter os ganhos - as margens no quarto trimestre de 2007 e de 2008 foram iguais: 16%. (págs. 1 e D4)

BC compra US$ 3,5 bi, mas dólar cai
Pela primeira vez desde 15 de setembro, quando a crise mundial se agravou e derrubou o valor do real, o Banco Central deixou de rolar swaps cambiais. Nesta semana, venceram US$ 7,5 bilhões desses contratos, mas o BC só rolou US$ 4 bilhões. Na prática, a autoridade monetária fez uma compra líquida de US$ 3,5 bilhões no mercado futuro. Apesar disso, não houve pressão de alta do dólar. Ontem, a moeda caiu 1,63%, para R$ 2,28. Isso indica que houve fluxo suficiente, no mercado à vista ou futuro, para repor os US$ 3,5 bilhões e até um pouco mais. Analistas veem sinais de que a crise de desvalorização do real está chegando ao fim e preveem que a cotação do dólar possa se aproximar dos R$ 2. (págs. 1 e C2)

Pacote do G-20 terá US$ 1,15 tri
Com a estimativa de que a recessão global já criou 38 milhões de desempregados, o presidente Lula vai sugerir hoje, na reunião do G-20, que a crise precisa ser combatida com coragem pelos EUA e pelos demais países ricos. Apesar da cobrança, Lula reduziu as expectativas sobre os resultados de hoje. Disse que a reunião "não será fácil", por causa de divergências. "Se o G-20 brecar a crise nos países ricos, já está bom", afirmou, durante viagem de trem de Paris a Londres. Lula "afinou a orquestra" com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, para cobrar reformas no sistema financeiro mundial.

O G-20 deve aprovar hoje um pacote de US$ 1,15 trilhão para restabelecer o fluxo de créditos para os países emergentes, duramente afetados pela crise. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou que o FMI terá mais US$ 250 bilhões para uma linha de crédito ampliada. Outros US$ 250 bilhões virão com a emissão de Direitos Especiais de Saque (DES). O Japão concordou em fornecer US$ 100 bilhões do pacote, a União Europeia, US$ 100 bilhões e a Noruega, US$ 40 bilhões. O Banco Mundial oferecerá até US$ 250 bilhões. O Brasil também está disposto a conceder empréstimo ao Fundo, segundo Lula. (págs. 1 e A14)

Foto legenda: Chefes de Estado do G-20 posam no Palácio de Buckingham: primeiro-ministro Gordon Brown à direita da rainha Elizabeth e Lula, à esquerda

Indústria tem a pior queda desde 1994
Nos últimos 15 anos, nenhuma das cinco crises que afetaram o Brasil teve um impacto sobre a indústria tão grande como a atual. Entre setembro e dezembro, a produção industrial recuou 20,1%, taxa nunca antes atingida nas crises anteriores, segundo a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib). Anteriormente, a pior retração foi decorrente do colapso do México, quando a indústria caiu 12% entre dezembro de 1994 - o início da crise - e o fundo do poço, alcançado em setembro de 1995.

O estudo realizado pela entidade pesquisou ainda o tempo que a indústria demorou para voltar ao patamar de produção anterior à crise. Nas últimas cinco crises, também foi a mexicana que se prolongou por mais tempo - foram 33 meses até o setor recuperar o padrão perdido. (págs. 1 e A4)

Após 15 anos, credores ainda esperam pelo 'espólio' da CAC
Quinze anos depois da quebra, a Cooperativa Agrícola de Cotia (CAC), então a maior do país, continua a ser desmontada. Na sexta-feira passada, foi realizada a primeira rodada de leilões de ativos deste ano, com 55 terrenos e imóveis avaliados em R$ 48,3 milhões. Os lances superaram R$ 25 milhões, mas alguns pediam parcelamento ou descontos e não foram efetivados imediatamente.

Mesmo com a intensificação dos leilões - a partir deste ano serão feitos a cada dois meses, o próximo no fim de maio -, a tarefa de pagar todos os credores será impossível. Em setembro de 1994, os débitos chegavam a US$ 900 milhões, em valores da época. Hoje, atualizadas até 28 de fevereiro, as dívidas são de pouco mais de R$ 3,3 bilhões. Isso sem contar R$ 484 milhões em débitos tributários com a União, Estados e municípios. (págs. 1 e B12)

Demissões elevam receita de laboratórios
Com a onda de demissões pelo país, mais pessoas estão correndo para os consultórios médicos e os laboratórios estão vendo suas receitas crescerem. Com o agravamento da crise, de novembro a fevereiro o número de exames realizados no país aumentou 9,3%, segundo a Aon Consulting. O Grupo Fleury registrou essa demanda em seu balanço financeiro. No quarto trimestre, a receita bruta cresceu 24,5%, para R$ 183 milhões. "Percebemos uma 'superutilização' dos planos por parte dos nossos clientes. Muita gente está com medo de ser demitida e perder o benefício e por isso faz uma série de exames", explica Mauro Figueiredo, presidente do Fleury. A Dasa também teve faturamento maior no quarto trimestre.

Os planos de saúde estão na outra ponta desses gastos. Os usuários demitidos, ou com medo de serem dispensados, estão provocando um aumento das despesas das operadoras. (págs. 1 e B4)

Crise também atinge estrelas de Hollywood
Com a necessidade de cortar custos, Hollywood decidiu espremer seus astros. Durante quase dez anos, as maiores estrelas do cinema fechavam acordos pelos quais recebiam uma porcentagem - de até 20% - da receita de um filme mesmo que ele fracassasse e desse prejuízo ao estúdio. Essa era ficou para trás. Para dois novos projetos, a Paramount Pictures acabou com os acordos, embora tenha conseguido atores populares. Em "Dinner for Schmucks", com Steve Carrell, e "Morning Glory", com Harrison Ford, os atores aceitaram contrato no qual recebem parte da receita, mas só depois que o estúdio recuperar os custos. (págs. 1 e B2)

Entrevista: estrutura de combate aos crimes financeiros vai ser ampliada
O paulista Roberto Troncon Filho, 46 anos, é o chefe da Diretoria de Combate ao Crime Organizado (DCOR), o que lhe dá o status de número três na corporação a qual entrou em 1994. Fez toda a sua carreira na Superintendência da PF em São Paulo, onde atuou na Delegacia de Polícia Fazendária, de Repressão de Entorpecentes, de Repressão a Crimes Financeiros e no aeroporto internacional de Guarulhos. Chegou ao atual cargo depois que o delegado-geral, Luis Fernando Corrêa, assumiu em 2007.

Responsável direto por todas as operações de repressão a crimes financeiros do país, Troncon defende a mais recente delas, a Castelo de Areia. Avalia que há um desvirtuamento do seu enfoque financeiro para político em razão de uma estratégia de defesa da empresa. Critica ainda a atuação do delegado Protógenes Queiroz na Operação Satiagraha e disse que a PF ainda paga por seus erros, principalmente o de usar a instituição como plataforma para entrar na política. Ele ainda refuta as críticas de que a polícia recebe de altas autoridades brasileiras a cada operação deflagrada. Segundo diz, por pura "falta de informação".

Troncon também diz que ainda não chegaram à PF informações de irregularidades envolvendo os grandes bancos brasileiros. Acrescenta ainda que a estrutura de combate aos crimes financeiros deve aumentar com um projeto de lei que será encaminhado ainda neste ano ao Congresso, o qual permitirá que todos os Estados tenham uma delegacia especializada em combate a crimes financeiros. Hoje, somente São Paulo, Rio e Distrito Federal possuem essas estruturas. (págs. 1 e A18)

PPPs em medicamentos
Governo federal anuncia parcerias público-privadas (PPPs) entre laborat6rios oficiais e indústrias farmacêuticas para a produção de insumos farmacológicos. A intenção é economizar até R$160 milhões por ano com compras governamentais. (págs. 1 e A6)

Recessão americana
Os gastos no setor de construção nos EUA em fevereiro diminuíram 0,9%, marcando o quinto mês consecutivo de queda. Na área residencial, a retração foi de 4,3%, o que levou a atividade nesse segmento ao menor patamar em 11 anos. No segmento não residencial houve pequena alta 0,3%. (págs. 1 e A15)

Uma visão diferente da crise
Essilor (Varilux) e Carl Zeiss Vision, as duas maiores fabricantes de lentes para óculos no Brasil, investem para aumentar a produção. A fábrica da multinacional francesa em Manaus vai crescer 25% e a de sua concorrente alemã, em Petrópolis, 15%. (págs. 1 e B1)

Toyota mantém planos
A Toyota inicia este mês os trabalhos de terraplenagem no terreno de Sorocaba (SP) onde construirá sua nova fábrica. Fornecedores japoneses de autopeças também vão se instalar no país para abastecer a unidade, que deve ser inaugurada em 2011. (págs. 1 e B6)

Pacote habitacional
De olho nos recursos do pacote habitacional do governo, anunciado na semana passada, a construtora mineira MRV já encaminhou à Caixa Econômica Federal (CEF) uma planilha com projetos para 90 mil moradias. Em 2008, a empresa lançou 14 mil. (págs. 1 e B8)

Carne em recuperação
As exportações de carne bovina in natura voltaram a recuar em março, em relação a igual período de 2008, mas o ritmo de queda diminuiu, sinalizando um movimento de recuperação após meses de perdas em decorrência da crise global. Como resultado, os preços internos mostram elevação. (págs. 1 e B11)

Estrangeiros voltam à Bolsa
Com números não tão ruins da economia americana e puxada pelo investidor externo, a Bovespa subiu 2,57% ontem, aos 41.976 pontos. Só em março, até o dia 27, o saldo líquido dos estrangeiros era positivo em R$ 2,1 bilhões, o maior desde abril de 2008. (págs. 1 e D2)

Editorial: Gasto de custeio sobe muito e piora as contas públicas
Em todas as crises pelas quais o Brasil passou nas últimas três décadas, as dívidas externas e interna compunham a essência da vulnerabilidade. É um motivo de conforto saber que elas não estão mais presentes entre as preocupações imediatas quando o mundo enfrenta uma hecatombe econômica como não se via há 80 anos. Mas há diferenças significativas no comportamento das duas. A vulnerabilidade externa continua sendo reduzida, enquanto o manejo dos gastos públicos deixa a desejar, como demonstraram os números de fevereiro. O governo central teve o primeiro déficit primário desde janeiro de 1997 - R$ 926,2 milhões, segundo a contabilidade do Tesouro. O endividamento líquido em relação ao Produto Interno Bruto subiu quase nada, para 37%, mas a economia feita pelo conjunto do setor público para pagar juros caiu de 6,21% do PIB no primeiro bimestre do ano passado para apenas 2% agora.

O governo começa a colher os resultados das escolhas ruins que fez em 2008. As receitas caíram 3%, enquanto que as despesas deram um salto de 19,6%. A redução das receitas ocorreu pelo efeito combinado da rápida desaceleração da economia e, em menor grau, pelas renúncias fiscais concedidas em boa parte como arma contracíclica. Ela era esperada e já levou à revisão do Orçamento, pois o governo contava com receitas totais (Tesouro, INSS e BC) 5,5% acima das de 2008. Grande parte dos analistas projetam queda. O maior problema, portanto, está na magnitude e na qualidade das despesas. (pág. 16)

Ideias: Eliana Cardoso: Diário de viagem
Com direito a concerto de jazz no "Snug Harbor", não havia como recusar o convite. Lá fui eu à Universidade de Tulane em New Orleans para a conferência do Banco Mundial sobre as políticas comerciais dos Brics.

Cada um deles tem seu acordo regional. O Brasil, o Mercosul. A Rússia, o Eurosec. A China, o Asean+3. A Índia, o Safta. Cada um a seu modo percorreu estrada parecida com a do Brasil, cujo caminho (nas décadas de 50 e 60) começou com forte protecionismo em busca da industrialização. O país prosseguiu viagem através da promoção de exportações nos anos 70, até chegar à liberalização unilateral e, finalmente, desembarcar na assinatura de acordos preferenciais de comércio.

Depois de 18 anos de vida, o acordo que deveria integrar Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai permanece permeado de contradições. (págs. 1 e A2)


Ideias: Maria Inês Nassif: Todos partidos para o castelo de areia
Então, ficamos combinados: quando uma operação policial pegar um partido com a boca na botija, fazendo caixa dois com dinheiro de empreiteira, o responsável pela investigação deve acessar o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e copiar e colar (ctrl C, ctrl V) o nome de todos os partidos registrados oficialmente. Segundo os líderes dos partidos de oposição que foram citados na Operação Castelo de Areia - uma investigação originalmente motivada por denúncias de que a empreiteira Camargo Corrêa teria cometido supostos crimes financeiros, de lavagem de dinheiro e de evasão fiscal - é pouco elegante denunciar como implicados na Operação apenas aqueles contra os quais foram levantadas provas. Não acusar o PT, o PV e o PTB é prova do partidarismo da Polícia Federal, que teria sido governista, segundo seus detratores, mesmo apontando igualmente, como beneficiários de supostas doações ilegais que teriam sido feitas pela construtora, os partidos governistas PP, PSB, PDT e PMDB.

A regra não conta, todavia, quando o PT e seus aliados são o centro da investigação. No escândalo do "mensalão", o caso levado de forma mais discreta foi o do caixa dois da campanha do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que usou em 1998 o mesmo esquema que o PT e seus aliados, para arrecadar dinheiro de campanha. Não seria de bom tom, afinal, dar grande publicidade ao caso do tucano mineiro. (pág. 12)

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Gazeta Mercantil

Manchete: Atividade industrial dá sinais de reativação
O comportamento da demanda por energia elétrica observado em março aponta para mais um mês de recuperação da atividade industrial. No mês passado, o consumo nacional de eletricidade subiu 2,1% em relação ao mesmo período de 2008 e 2,7% sobre fevereiro. Para o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a melhora da demanda em março, que havia caído, na comparação anual, 3,1% em dezembro e 2,6% em janeiro, é atribuída à manutenção do consumo por setores industriais voltados para o mercado interno.

Ainda na área de energia, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, antecipou esta semana que as vendas de combustíveis em março subiram em relação ao mesmo mês de 2008, ao contrário do que ocorreu em fevereiro. (A4, A5, C2 E C5)

Foto legenda
Cúpula do G-20 - O presidente Lula (na foto, ao lado da rainha Elizabeth e à frente de Barack Obama) participa hoje do encontro dos líderes das 19 principais economias do globo, mais a União Europeia. Ele é uma das vozes a favor da regulamentação do sistema financeiro. (págs. 1 e A12)

Balança fecha março com superávit de US$ 1,771 bi
A balança comercial brasileira fechou março com superávit de US$ 1,771 bilhão e se manteve praticamente estável em relação ao US$ 1,765 bilhão apurado no mês anterior. Segundo Welber Barral, secretário de comércio exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o resultado manteve-se firme principalmente pela queda das importações, que acumularam retração de 19% no trimestre. Barral projetou também vendas externas de US$ 160 bilhões no ano, com queda de 20% em comparação aos US$ 197,9 bilhões registrados em 2008. (págs. 1 e A6)



Divulgação do salário dos executivos divide mercado
A divulgação de valores pagos a administradores e conselheiros das companhias abertas, um dos pontos mais polêmicos da revisão da instrução 202, deve ganhar um modelo alternativo no País.

As principais entidades ligadas ao mercado de capitais local sugeriram à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), durante o período de audiência pública da norma, que nomes de executivos e o quanto recebem sejam divulgados. No entanto, como creem que dificilmente a proposta será vencedora, aceitam que os nomes dos profissionais sejam ocultados. Mas solicitam como contrapartida, a divulgação dos valores individuais com detalhes caso haja grandes diferenças entre os montantes recebidos. (págs. 1 e B1)

Cerco do BC pressiona ações da Redecard
A pressão do Banco0 Central (BC) às atividades da indústria de cartões de crédito pesou nas ações da Redecard. Os papéis da credenciadora da bandeira Mastercard despencaram 8,52% na BM&F Bovespa. O temor é de que possíveis mudanças nas regras do setor reduzam a rentabilidade da empresa. (págs. 1 e B3)

Susep prorroga apólice da Itaú com Petrobras
Os impactos da crise sofridos pelos ressseguradores mundiais, que reduziram a oferta de capacidade para a cobertura de grandes riscos, obrigaram a Petrobras a interromper o processo de renovação da apólice de proteção a suas operações, calculada em mais de US$ 50 bilhões. A Itaú XL, seguradora responsável pela apólice ainda em vigência, solicitou a prorrogação do contrato por mais 12 meses à Superintendência de Seguros Privados (Susep), que atendeu ao pedido. “Concluímos pela possibilidade técnica e jurídica no que tange à prorrogação da apólice vigente”, declarou a autarquia em nota. O presidente da petrolífera, José Sérgio Gabrielli, reconheceu a dificuldade. “As seguradoras se retraíram com a crise internacional.” (págs. 1 e B2)

Justiça proíbe Usiminas de demitir
O desembargador Caio Luiz de Almeida Vieira de Mello, vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais (TRT-MG) proibiu, desde a última terça-feira, que a Usiminas efetue novas demissões. Segundo o sindicato dos trabalhadores, a empresa pretendia demitir mais 20% do quadro de funcionários. Desde dezembro, a Usiminas cortou mais de 1,5 mil trabalhadores. As negociações frustradas entre a empresa e o sindicato fundamentaram a liminar, que se baseou no princípio da lei que é “social e deve manter a dignidade humana”. (págs. 1 e A10)

Receita cresce 85% em 2008
Os resultados das 17 companhias abertas do setor imobiliário que divulgaram balanço até a última sexta-feira mostram que 2008 ainda foi um ano forte para o setor. Combinadas, essas empresas tiveram uma receita líquida 85% maior que no ano anterior, aponta levantamento da consultoria Economatica feito a pedido da Gazeta Mercantil. O lucro líquido desse grupo, que representa mais da metade das 32 companhias do setor listadas na Bovespa, cresceu 25% no ano passado, atingindo R$ 1,58 bilhão. (págs. 1 e E1)

Governadores e prefeitos querem mais repasses
Governadores e prefeitos conseguiram ontem a primeira vitória na mobilização contra a crise financeira. Diante da perda de receitas em decorrência da queda na atividade econômica, eles conseguiram acelerar no Congresso a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios. Ontem, o projeto foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

Nos próximos dias, a pressão será direcionada ao Planalto. A oposição prepara mobilizações para pedir aumento de repasses de recursos federais às prefeituras. (págs. 1 e A9)

Indústria
Venda de lâmpada fluorescente cresce 25% (págs. 1 e C7)

Montadoras
Mês registra vendas de 19.763 veículos/dia (págs. 1 e C2)

Varejistas de olho no Ponto Frio
A Lojas Americanas e a rede de eletroeletrônicos baiana Insinuante confirmaram ontem que estão avaliando comprar o Ponto Frio, com 458 lojas no País. (págs. 1 e C3)

Abelhas para aumentar produção
Os estudos sobre o uso de abelhas na polinização das lavouras ganham espaço no Brasil. Produtores que adotam essa prática afirmam que os ganhos chegam a 30%. (págs. 1 e B9)

Satipel investe R$ 240 milhões
A Satipel dobrou para R$ 240 milhões os gastos para construir de uma vez o projeto Taquari (RS), que seria feito em duas fases. A unidade começa a operar em junho. (págs. 1 e C7)

Editorial: Investidor externo sustenta alta acumulada da Bovespa
O Ibovespa, o principal índice da BM&FBovespa, acumulou no primeiro trimestre deste ano a expressiva alta de 8,9%. Merece registro que esse foi o primeiro período de avanço desde o segundo trimestre do ano passado quando a Bolsa subiu 6,6%. A principal razão dessa subida em 2008 foi o impacto da conquista de classificação pelo Brasil do grau de investimento dado por duas das grandes agências de classificação de risco. A subida da Bolsa de janeiro a março tem outro perfil. Vale lembrar que a valorização de 7,1% alcançada pelo Ibovespa em março significou que as ações representaram o melhor desempenho entre as aplicações financeiras, tanto no mês como no acumulado do ano. Esse desempenho confirma a vitalidade da bolsa brasileira constituindo uma oportunidade para o aplicador internacional nesse momento de crise mundial.

É essencial observar que o principal componente desse bom momento da bolsa brasileira é a volta dos investidores estrangeiros. Os dados do Banco Central (BC) demonstram que o fluxo de investimento está superavitário em US$ 2,2 bilhões de janeiro até o dia 26 de março. (pág. A2)

Opinião: Robson Braga de Andrade: Consensos empresariais em tempos de crise ::
Dois fatos se destacam no noticiário sobre a crise econômica nos últimos dias. O primeiro, positivo, é o pacote imobiliário criado pelo governo federal para construir 1 milhão de moradias, reforçado na segunda-feira pela desoneração de impostos para alguns materiais de construção, além da prorrogação da redução do IPI na venda de veículos e agora estendida à Cofins na vendas de motocicletas. O segundo, preocupante, é o avanço da taxa de desemprego que, revela o IBGE, bateu em 8,5% da População Economicamente Ativa (PEA), deixando quase 2 milhões de pessoas fora do mercado de trabalho. São fatos que refletem a crise financeira e econômica internacional: de um lado, explicitam a ação proativa do governo e, de outro, mostram que a crise continua avançando, reduzindo a atividade produtiva e, impiedosamente, destruindo postos de trabalho.

Está certo o governo ao assim se posicionar, definindo um importante volume de recursos dirigido a setores que, pela extensão e diversidade de suas cadeias produtivas, impactam fortemente a economia, ampliando a geração de empregos. É positivo, mas não é suficiente. (págs. 1 e A3)

Opinião: Leonardo Trevisan: Vestibular é assunto sério demais para ter "dono"
O conceito de vestibular está sob fogo pesado. O Ministério da Educação anunciou que pretende mudar a seleção das universidades, adotando uma prova única, nacional. A mudança começaria nas 61 instituições federais, donas de 227 mil vagas de ingresso. O ministro Fernando Haddad defendeu a proposta responsabilizando o exame pelo mau estado do ensino médio. Primeiro, apesar de experiente docente que é, Haddad considerou os vestibulares "todos iguais e ruins", concluindo que "boas escolas estão piorando em função disso". A educação, estaria voltada para a memorização e "não para desenvolver a capacidade de raciocínio", prejudicando o ensino médio por representar "gargalo insuperável". A nova prova mediria competências e não conteúdos, com modelo no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

A visão do ministro contra o atual formato dos vestibulares não é caso isolado. Muita gente, por exemplo, considera que é preciso condenar o mérito para melhorar a educação, reduzindo exigências para distribuir oportunidades mais iguais. Como o conteúdo programático exigido nas melhores escolas é muito extenso, o vestibular funcionaria como barreira para os mais pobres. (págs. 1 e A3)

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Estado de Minas

Manchete: Justiça: Um golpe nada evangélico
Pastores da igreja evangélica Maranata participaram como intermediários do esquema de venda de contêineres que já provocou prejuízos de R$ 50 milhões a investidores da Grande BH. Três membros da igreja convenceram pelo menos 600 fiéis a entrar no sistema de pirâmide, que consistia em comprar os equipamentos a R$ 5 mil em troca de rendimento mensal de R$ 350. Como denunciou o Estado de Minas, a empresa dona dos contêineres não conseguiu honrar os compromissos e agora é alvo de 277 ações judiciais. A Maranata informou que afastou os três pastores. (pág.1)

Câmara dos Deputados: Veja só quem vai vigiar os gastos da Copa
Congresso escala três deputados mineiros acusados de desvio de recursos para subcomissão que vai fiscalizar verbas da Copa-2014. João Magalhães (PMDB), Ademir Camilo Prates (PDT) e Carlos Willian (PTC) são investigados pela PF na Operação João-de-Barro, que apura fraudes de R$ 700 milhões. (pág.1)

Câmara: E vem aí a pizza à moda do Castelo
Conselho de Ética abre processo contra Edmar Moreira (sem partido-MG), dono do castelo na Zona da Mata, por uso irregular da verba indenizatória. Mas sinaliza pena branda em vez de cassação. (pág. 1)

Foto legenda
O G20 & sua majestade - Recebidos pela rainha da Inglaterra em Londres, líderes mundiais começam a negociar medidas anticrise. Segundo o ministro Guido Mantega, uma delas é criar fundo de US$ 1 trilhão para estimular o comércio. Uma pessoa morreu durante protestos contra a reunião. (pág.1)

Crise no eucalipto
Plantação em MG sofre 1ª queda em nove anos (pág.1)

Editorial: Realismo em Londres
Reunião do G20 deve chegar a acordo limitado sobre regulação dos bancos

Agora que a maior parte das pessoas esclarecidas já sabe que nem o mundo nem o capitalismo vão acabar, é hora de separar as bravatas e jogos de cena para que a reunião do G20, que começa hoje em Londres, chegue a dois resultados concretos no campo do comércio e a pelo menos um compromisso no setor financeiro. Não é isso que está nos discursos dos líderes mais interessados em seu público interno, nem no dos eternos ingênuos que não perdem a oportunidade para, em vão, alardear o fim do mercado. Mas é o máximo que se pode esperar, mesmo em se tratando do mais importante encontro de chefes de Estado dos últimos tempos, já que ele se dá durante e com o propósito de tratar da maior crise financeira mundial em 80 anos. Além disso, tem a particularidade de, em momento tão grave, estender o plenário a países emergentes, entre eles o Brasil. Mas nada indica que teremos uma nova Bretton Woods, a famosa localidade norte-americana que, em julho de 1944, hospedou o encontro que organizou a reconstrução dos países destruídos pela guerra e definiu a ordem econômica que o mundo seguiria pelo resto do século passado. (pág.1)

Opinião: Mauro Werkema : Lei Rouanet e crise na cultura
Há 18 anos a produção cultural brasileira apóia-se na Lei Rouanet. Calcula-se que 90% das iniciativas culturais, em qualquer ramo, viabilizaram-se pelas Leis de Incentivo à Cultura. Poucas produções sustentam-se apenas na bilheteria, quase todas da música popular e artistas de renome. Explica-se o acirrado debate que tomou conta das classes culturais brasileiras nos últimos dias em torno da extinção da Lei Rouanet e adoção de nova legislação, propostas pelo ministro Juca Ferreira, que deu prazo de 45 dias para discussão e posterior envio das mudanças ao Congresso Nacional.

O Ministério da Cultura diz que há seis anos discute a lei e que suas distorções, algumas reconhecidas pelas classes culturais. Sustenta que apenas 3% das produções consomem 50% dos recursos de patrocínio incentivados pela renúncia fiscal, que é dinheiro público. As empresas patrocinadoras puseram apenas 10% de recursos próprios na cultura, mas se beneficiaram amplamente, custeando despesas indevidas de seus institutos culturais, inclusive adquirindo patrimônios. Além disso, metade dos incentivos fica no Sudeste, com os mais ricos.

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Jornal do Commercio

Manchete: Petrobras cancela contratos em Suape
Serão refeitas as licitações de sete pacotes para construção de grandes estruturas da refinaria, por causa dos preços excessivos cobrados. Apesar do atraso, unidade deve ter menos problemas no TCU, que já investiga a execução da terraplanagem. (pág.1)

Santo Amaro serve de exemplo contra corte no Orçamento
Ministro quer manter verbas para segurança

Tarso Genro disse que usará o exemplo de Santo Amaro para convencer o presidente Lula a preservar recursos para ação social de combate ao crime

O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse ontem no Recife que usará o exemplo da aplicação de recursos do Programa Nacional de Segurança com Cidadania (Pronasci) em Santo Amaro, área central da capital, para tentar convencer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, a rever o corte de R$ 1,2 bilhão no orçamento da sua pasta, provocado pela crise econômica mundial. Tarso citará as ações sociais do Programa Governo Presente, lançado pelo governador Eduardo Campos e por Lula, em dezembro, num dos bairros mais violentos da cidade. A iniciativa é bancada com verbas do Pronasci, carro-chefe do Ministério da Justiça para o setor.

O Governo Presente reúne 29 ações simultâneas de enfrentamento à violência. Nos três primeiros meses deste ano, Santo Amaro computou quatro homicídios, contra 15 no mesmo período em 2008. Semana passada, o programa foi levado para Peixinhos, em Olinda, e Ibura, Zona Sul do Recife. (pág. 1)

Ditadura
Governo brasileiro faz pedido oficial de desculpas ao ex-governador, falecido em 2005, 45 anos depois do golpe que o depôs do Palácio das Princesas


Na passagem dos 45 anos do Golpe militar de 1964, ontem, o dia foi dedicado no Recife a várias homenagens às vítimas da ditadura. A principal delas foi para o ex-governador Miguel Arraes (morto em 2005), no Palácio do Campo das Princesas. Para marcar sua deposição pelos militares, o governador Eduardo Campos (PSB), neto de Arraes, e o ministro da Justiça, Tarso Genro, descerraram uma placa, no rol de entrada do Palácio, alusiva à resistência de Arraes ao golpe.

Numa reparação histórica, a placa cita a recusa dele em renunciar ao cargo, como exigiam os militares, o que culminou com sua prisão e posterior exílio. A viúva, Madalena Arraes, também recebeu de Tarso Genro uma portaria do Ministério da Justiça reconhecendo Arraes como anistiado político. A homenagem foi marcada pela forte emoção de familiares e admiradores do ex-governador.(pág.1)

G-20: Debates e manifestações (pág.1)

Editorial: Pacto pela Vida
O problema da violência descontrolada e da consequente insegurança da população não dá sinais de diminuir no Recife e também no interior do Estado. Lembramos isto quando o Pacto pela Vida, programa lançado há dois anos pelo governo do Estado com o objetivo de tentar soluções consistentes, ou ao menos atenuar o problema, está perto de fazer aniversário. Não atingiu a meta proposta, embora se deva reconhecer que nele as autoridades investiram em torno de R$ 2 bilhões em renovação e substancial ampliação da frota de veículos do setor de segurança e na contratação de cerca de 3 mil novos policiais civis e militares. Mesmo assim, a porcentagem almejada de 12% de redução de homicídios não será atingida até maio próximo. No primeiro ano do pacto, o registro no Estado foi de 4.462 homicídios. No segundo ano, esse número deveria ter caído para 3.927, mas a quantidade de assassinatos cometidos até agora já ultrapassa a previsão. (pág. 1)

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