O Globo
Manchete: Líderes anunciam cerco global a paraísos fiscais
G-20 surpreende e promete novo sistema financeiro sem sigilo bancário
Reunidos em Londres, os líderes do G-20 lançaram as bases para uma nova arquitetura financeira mundial que prevê cerco a paraísos fiscais. Agora, Suíça, Bermudas e Luxemburgo, por exemplo, serão obrigados a informar suas movimentações financeiras.
O documento final diz que "a era do segredo bancário acabou", mas quatro países, entre eles o Uruguai, não aderiram ao acordo. Foi criado um grupo para garantir a estabilidade financeira internacional, composto por G-20, Espanha e Comissão Europeia. Do total de US$ 1,1 trilhão para restabelecer o crédito global, US$ 750 bilhões irão capitalizar o Fundo Monetário Internacional.
A parte do Brasil nesse rateio ainda não é conhecida "Você não acha chique emprestar dinheiro para o FMI? E eu que passei parte da minha juventude carregando faixa em São Paulo ‘Fora FMI!'?, brincou o presidente Lula. (págs.1, 19 a 21, Merval Pereira e Míriam Leitão)
"Esse é o cara"
Para Obama, presidente brasileiro é o político mais popular do planeta
O presidente Lula virou o centro das atenções na cúpula do G-20. Num momento de descontração, numa roda de líderes, o presidente americano Barack Obama disse que Lula era o político mais popular do planeta. E resumiu: "Esse é o cara, adoro esse cara." Em Inglês, a expressão foi "my man", cumprimento de rua das comunidades negras dos EUA. O G-20 também testou Obama como estadista: além - de catapultar Lula ao estrelato planetário, seduziu líderes como o socialista espanhol Zapatero e o direitista italiano Berlusconi. (págs. 1, 19 e 25)
Foto legenda: Barack Obama aponta para Lula numa roda de líderes do G-20: presidente americano chamou o colega brasileiro de “boa-pinta”
Foto legenda
Nova era: A rainha Elizabeth II e Michelle Obama trocam o protocolo pelo abraço, num gesto sem precedentes. (págs. 1 e 25)
Charge Chico
- Calma, Fernando Henrique, já passou...
Galeão já perde voos para o S. Dumont
O Aeroporto Tom Jobim (Galeão) já está perdendo voos para o Santos Dumont. A Gol, que tem 76 voos no Galeão, vai transferir 16. A Webjet está transferindo três, dos seis que tem hoje no Tom Jobim para Brasília. A TAM pediu autorização para operar 34 voos a partir do Santos Dumont, mas não informou quantos viriam do Tom Jobim. (págs. 1 e 24)
PAC adota no Rio tecnologia à prova de bala
O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Complexo de Manguinhos adotou tecnologia que prevê casas com paredes à prova de balas. O material será testado em uma construção nas próximas semanas. (págs. 1 e 12)
Tasso acha legal pagar jatinho com verba oficial
Da verba do Senado destinada a passagens aéreas, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) gastou R$ 469 mil para fretar jatinhos. Para ele, não há ilegalidade. Outros três senadores fizeram o mesmo. (págs. 1 e 8)
Bancada dos 'brazucas' gera polêmica
A aprovação da emenda criando a bancada dos deputados que vivem na exterior gerou polêmica no Congresso. Senadores já admitem recuar. Para especialistas, aldeia não elimina a distorção no tamanho das bancadas. (págs. 1, 3 e editorial "Tarefa verdadeira")
SC: lei ajuda desatre ambiental
Especialistas alertam que o novo código ambiental de Santa Catarina facilita a ocorrência de tragédias como as enchentes de 2008. A lei reduz o limite de matas ribeirinhas, que ajudam a evitar inundações e deslizamentos. (págs. 1 e 28)
Editorial: Tarefa verdadeira
Seria apenas bizarro se já não tivesse sido aprovado em primeiro turno o projeto de emenda constitucional do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) de criação de uma bancada de quatro a sete deputados a serem eleitos por brasileiros residentes no exterior — como se houvesse problema de sub-representação no parlamento brasileiro. Ao contrário, os 513 deputados são um número excessivo, e os gastos com o custeio do Congresso se tornaram gigantescos. Com esta “legião estrangeira”, aumentarão.
No Senado, são 10 mil funcionários para 81 parlamentares, ao custo de R$ 2,3 bilhões. Entre eles, 181 diretores — vários destituídos depois da revelação da excrescência. (págs. 1 e 6)
Opinião: Merval Pereira: Bem na foto
Gostaria muito de saber o que o presidente Lula disse ao presidente dos Estados Unidos, Baraeck Obama, na seqüência da conversa que tiveram ontem em Londres, quando Obama disse que ele era "o cara" e definiu Lula como "o político mais popular da Terra". A linguagem corporal de Lula foi de modéstia. Balançou a cabeça, ficou limpando os óculos, parou um pouco para pensar, como se quisesse entender as reais implicações daqueles comentários. Afinal, Lula sabe como ninguém que é o próprio Obama o "político mais popular da Terra". Em seguida, puxou literalmente Obama pela manga do terno e disse alguma coisa para ele, como se estivesse relatando alguma experiência pessoal sobre políticos populares. (págs. 1 e 4)
Opinião: Miriam Leitão: Consenso de Londres
A reunião do G-20 foi melhor que o esperado.
Foram tomadas decisões fortes e na direção correta.
Foi testada, com êxito, a liderança do presidente Barack Obama. O primeiro-ministro Gordon Brown brilhou, apesar das divisões da Europa. Os países emergentes foram ouvidos e influenciaram. Os paraísos fiscais vão acabar. O tom do comunicado é grave como a crise que abala o mundo.
O trilhão de dólares em pacotes de dinheiro para o FMI, para financiar o comércio e para o socorro aos países pobres é fundamental, mas não diz tudo. O sentimento de urgência e os sinais de mudança estão espalhados em vários detalhes da reunião e do seu resultado. (págs. 1 e 20)
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Folha de S. Paulo
Manchete: G20 tenta limitar paraísos fiscais
Medida visa proteger o sistema financeiro internacional; reforço de órgãos multilaterais anima mercados
Os governos do G20, as principais economias do planeta, anunciaram o combate aos paraísos fiscais como uma das medidas de regulação do sistema financeiro internacional para ajudar a conter a crise global.
O G20 se disse pronto a adotar sanções "para proteger nossas finanças públicas e sistemas financeiros".
Em meio a um comunicado final essencialmente técnico, os líderes do grupo fizeram uma proclamação política forte: "A era do segredo bancário acabou". (págs. 1 e Dinheiro Leia coluna de Vinicius T. Freire na pág. B4)
Foto legenda
Gente como a gente - O presidente Lula e seu colega dos EUA, Barack Obama (à dir.), conversam durante a reunião do G20 em Londres; Obama chamou o brasileiro de 'meu chapa' ('my man'), e Lula afirmou que, se o americano fosse visto na Bahia, seria tomado por baiano (págs. 1 e B5)
Justiça dá à PF acesso geral a ligações
A Justiça autorizou acesso geral da Polícia Federal às chamadas e ao cadastro de clientes de oito teles no início da Operação Castelo de Areia, informam Hudson Corrêa e Leonardo Souza.
A operação, que começou em 2008, resultou na prisão de diretores da Camargo Corrêa no fim do mês passado. As teles são Embratel, Vésper, Vivo, Nextel, Telefônica, TIM, Claro e Oi.
A autorização não incluiu ouvir e gravar conversas. Mas, como as senhas cedidas pelas empresas não têm restrição de uso, em tese a PF poderia mapear as ligações de qualquer pessoa. (págs. 1 e A4)
Cúpula produziu números altos para manchetes
Números apresentados numa cúpula precisam ser examinados com atenção. Como é que aquele total de US$ 1,1 trilhão foi obtido?
O dinheiro novo fica abaixo de US$ 100 bilhões, e a maioria das medidas já estava em curso. Produzir números altos para manchetes parece ter sido o principal resultado da reunião. (págs. 1 e B5)
Tasso diz que foi transparente ao fretar jatos com verba do Senado
Em discurso de quase três horas da tribuna do Senado, Tasso Jereissati (PSDB-CE) disse que agiu de maneira "transparente" ao fretar jatinhos com sobras de sua cota de passagens aéreas e que isso é comum entre os parlamentares. Prometeu devolver em dobro os gastos com aviões caso sejam identificadas irregularidades. (págs. 1 e A8)
Redução do IPI pode ser estendida até dezembro
O presidente Lula estuda prorrogar novamente, até o final do ano, a redução do IPI para compra de veículos, na tentativa de conseguir algum crescimento econômico em 2009, informa Kennedy Alenear. No primeiro trimestre, graças em parte à medida, as vendas de veículos registraram seu maior resultado para o período.
Lula almeja uma alta do PIB de 2% este ano. Auxiliares falam em taxa entre 1% e 2%, caso a economia reagiu positivamente a partir do segundo semestre.
O governo não assumirá a possibilidade de estender a redução até tomar uma decisão e até o vencimento da prorrogação atual, no fim de junho. (págs. 1 e B8)
Pena para dona da Daslu é "pouco", afirma secretário
O secretário da Fazenda paulista, Mauro Ricardo Costa, disse achar "pouco" a condenação em primeira instância de Eliana Tranchesi, dona da Daslu, a mais de 94 anos de prisão. Para ele, quem sonega "deveria ser pregado na cruz". (págs. 1 e B7)
Conselho limita temporários a 10% no ensino público
O Conselho Nacional de Educação aprovou limite de 10% para o total de professores temporários nas redes públicas de ensino. Pela regra, quando o teto for superado, terá de haver concurso. Em SP, 44% dos professares são temporários. (págs. 1 e C4)
Trem-bala Rio-SP deverá ter ao menos 8 estações, aponta estudo
Com paradas em São Paulo, Guarulhos, Campinas e São José, projeto inglês estimado em RS$ 1l bilhões prevê transportar até 10 milhões por ano. (págs. 1 e C6)
Editorial: Castelo de areia
Cronicamente suspeita, teia de relações entre empreiteiras e políticos demanda controles mais eficazes e transparentes
O nome da última operação da Polícia Federal - Castelo de Areia - talvez involuntariamente sugira à opinião pública o que se pode esperar de seu futuro assim que recuar a vaga de escândalo mobilizada nestes dias.
Líderes oposicionistas protestam diante do que consideraram uma evidente manipulação partidária no vazamento das informações relativas ao caso.
A suspeita de que senadores do DEM e do PSDB teriam se beneficiado de doações ilegais da empreiteira Camargo Corrêa foi divulgada sem comprovação. Não teve outro efeito a não ser a pronta exibição, pelos acusados, de recibos que atestariam a regularidade da contribuição.
A oposição estranha, além disso, o fato de que o PT terminou excluído da lista original dos partidos supostamente contemplados com donativos ilegais. (págs. 1 e A2)
Editorial: Outra lei draconiana
Avança na Assembleia Legislativa de São Paulo o projeto que bane o fumo nos locais fechados com acesso público. Após uma rodada de debates, a proposta que o governo paulista formulou em agosto tende a ser aprovada, intacta, na sessão da próxima terça.
O projeto admite três exceções: tabacarias -estabelecimentos "específica e exclusivamente destinados ao consumo no próprio local" de cigarros e outros produtos do gênero -, lugares de culto religioso e clínicas especializadas. Fora daí, o tabagismo em solo paulista seria permitido apenas em locais públicos abertos e nos domicílios.
A restrição crescente ao cigarro é uma tendência universal. Os males do tabaco para a saúde pública - e o transtorno que acarreta para a maioria, cada vez mais numerosa, de não fumantes - justificam o processo restritivo. (págs. 1 e A2)
Opinião: L. C. Mendonça de Barros: Resultado foi bom, e fala de Obama é um divisor de águas
Embora até as pedras saibam que, em encontros como o do G20 em Londres, as decisões já foram tomadas nos níveis técnicos, o resultado final animou a todos.
A afirmação do presidente Obama de que o mundo não deve contar mais com à excesso de consumo nos EUA para crescer é um divisor de águas. Ele evidencia a necessidade de revisão profunda das regras atuais. (págs. 1 e B2)
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O Estado de S. Paulo
Manchete: G-20 promete controle mais rígido dos mercados
Líderes acertam também injeção de recursos e estímulo ao comércio
A cúpula do G-20 comprometeu-se a tentar superar a crise global até o fim de 2010. Os dirigentes confirmaram a injeção de US$ 1,1 trilhão no FMI e em bancos de desenvolvimento. Eles concordaram em aprimorar a regulamentação do sistema financeiro, obrigar os paraísos fiscais a abrir informações, evitar protecionismo e elevar a ajuda a países pobres. O comunicado reafirma, ainda, a promessa de reformar o FMI para abrir espaço a emergentes, como o Brasil - que possivelmente emprestará recursos ao Fundo. Os resultados foram bem recebidos no mercado - a Bovespa subiu 4,19%. (págs. 1 e B1 a B7)
De Obama, sobre Lula: 'É o cara'
Antes da sessão plenária do G-20, Lula puxa Obama pela mão depois que o presidente americano o cumprimentou dizendo: "Esse é o cara". Em seguida, ainda falando de modo jovial para os demais presentes na roda, Obama afirmou: "Eu adoro esse cara. É o político mais popular do mundo", o brasileiro sorriu, e o americano emendou: "É porque ele é boa-pinta". (págs. 1 e B5)
Receita diz que é difícil cortar mais impostos
Depois da perda de R$ 20 bilhões com as desonerações praticadas pelo governo nos últimos meses e ante as dificuldades na arrecadação de impostos por causa da desaceleração da economia, a secretária da Receita Federal, Lina Maria Vieira, avisa que a margem para novos cortes de tributos este ano está "apertada". “Pode chegar um momento em que nós não vamos ter mais espaço para desonerações", afirmou. (págs. 1 e B10)
Planalto pode autorizar prefeitos a elevar dívidas
Prefeituras com problema de caixa por causa da queda dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios poderão receber autorização para elevar o endividamento, mas só para investir. O governo admite, no entanto, que a saída não é solução para todos os prefeitos. (págs. 1 e A4)
Editorial: O calote dos precatórios
Empilhem-se os maiores escândalos da safra deste começo de ano no Congresso Nacional. O do deputado-corregedor que escondia ser dono de um castelo de R$ 25 milhões e transferia dinheiro da Câmara para suas próprias firmas; o do diretor-geral da Casa que omitiu residir numa mansão em Brasília; o dos R$ 6,2 milhões pagos a 3.800 funcionários por horas extras em pleno recesso parlamentar; o da legião de diretores, secretários e subsecretários de quase nada ou coisa nenhuma; o da farra com as passagens aéreas compradas com verba oficial; o do envio de servidores a dois Estados para campanha política e proteção de propriedades do presidente do Senado? Pois bem: a pilha será pequena perto da escandalosa legislação que instituirá, para todos os efeitos práticos, o calote das dívidas atrasadas de Estados e municípios com empresas e pessoas físicas, decorrentes de sentenças judiciais definitivas - os malfadados precatórios. (págs. A3)
Notas & Informações: G-20 superou a expectativa
Um pacote de US$ 1,1 trilhão para ajudar os países mais afetados pela crise e para financiar o comércio internacional foi a decisão mais importante da reunião de chefes de governo do Grupo dos 20 (G-20), formado pelas maiores economias desenvolvidas e em desenvolvimento. Com esse dinheiro, o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial e outras instituições multilaterais poderão combater a recessão nos países emergentes, atenuar os problemas sociais nos mais pobres e facilitar as exportações, um dos principais motores da economia global.
Visando a obter resultados a curto prazo, os chefes de governo também se comprometeram a continuar tomando medidas para estimular a atividade em seus países e para garantir a solidez das instituições financeiras mais importantes para a segurança do mercado. Ninguém assumiu, no entanto, compromissos específicos quanto a novos estímulos fiscais, por meios de cortes de impostos ou de aumento de gastos. (págs. 1 e A3)
Artigo: Simon Jenkins: Crise exige retórica mais consistente
Palavras, palavras, palavras. O comunicado do G-20 não transmite substância porque há pouca, mas as palavras precisam restaurar a confiança no poder. (págs. 1 e B4)
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Jornal do Brasil
Manchete: Enfim, otimismo
G-20 vai combater paraísos fiscais e regular mais o sistema financeiro
O documento final da reunião de cúpula do G-20 deu contornos práticos e animadores à saída imaginada pelos líderes mundiais para escapar da crise econômica global. Além de um pacote que pode chegar a US$ 5 trilhões até o fim do ano que vem, decidiu-se fechar o cerco a paraísos fiscais, ampliar a regulação do sistema financeiro, estimular a redução do consumo de carbono, criar "empregos verdes" e reabrir a Rodada Doha para negociações sobre o comércio internacional. O ânimo foi geral - dos líderes presentes no encontro, dos analistas e das bolsas de valores. (págs. 1, Tema do dia A2 a A4)
Obama para Lula: "Esse é o cara"
O presidente Lula foi paparicado ontem em Londres. Ao encontrá-lo, Barack Obama disse que o brasileiro "é o cara", "o político mais popular do planeta". E emendou: "Adoro este cara". Mais tarde, Lula retribuiu o elogio, dizendo que Obama parece um brasileiro: "Se você encontra Obama no Rio, pensa que ele é carioca. Se encontra na Bahia, pensa que é baiano". (págs. 1 e A3)
Foto legenda: Mimo – Obama aponta para Lula: “É porque ele é boa pinta”
Tarso Genro e diretor da PF explicam-se no Senado
O ministro da Justiça, Tarso Genro, e o diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, explicaria, no Senado, porque a Operação Castelo de Areia omitiu partidos do governo que receberam contribuições da Camargo Corrêa. (págs. 1 e A10)
Coreia do Norte ameaça revidar ação antimíssil
Logo após começar a abastecer o foguete que planeja lançar nos próximos dias, o alto comando militar da Coreia do Norte voltou a ameaçar militarmente qualquer tentativa internacional de interromper o trajeto de seu míssil. Lideres do regime comunista ordenaram o envio de um esquadrão de caças para urna base aérea. (págs. 1 e Internacional A21)
Foto legenda
Programação audiovisual do Ano da França no Brasil vai contar com 350 títulos, entre longas e curtas. (págs. 1 e B4)
Editorial: Educação pública em recuperação
O resultado do Provão aplicado em meados de março junto aos alunos da rede municipal de ensino do Rio põe às claras uma triste realidade: a educação pública brasileira está a quilômetros de distância do ideal e ainda muito aquém do nível mínimo de que uma sociedade precisa para alcançar seu pleno desenvolvimento. Dos 511 mil alunos avaliados, 109 mil precisam fazer aulas de reforço em português e 205 mil (ou seja, metade dos alunos que fizeram a prova) necessitam de apoio em matemática. A Secretaria Municipal de Educação já providenciou as aulas extras. Mas tanto alunos quanto professores sabem que o esforço para recuperar o tempo perdido é apenas parte da solução.
Além das provas de avaliação de conhecimento de português e matemática, a secretaria também avaliou, em outro teste, a capacidade de leitura dos alunos do 4º ao 6º ano do Ensino Fundamental. Outra vez, a precariedade da educação pública ficou patente. Dos 211.105 que fizeram a prova, 28.879 foram considerados analfabetos funcionais. (pág. A8)
Sociedade aberta: Jonathan Portas: Os resultados da reunião
A cúpula de Londres aconteceu em um período em que o mundo confronta a pior crise econômica desde a Segunda Guerra. Os líderes dos países do G-20, juntamente com as principais instituições intemacionais, encararam uma gama sem precedentes de desafios evitar um declínio ainda mais severo e restaurar o crescimento no curto prazo enquanto, ao mesmo tempo, buscam reformular o sistema financeiro, preservar o comércio global e construir as fundações de uma recuperação sustentável.
A coisa mais importante que os líderes podiam fazer para restaurar a confiança econômica e, assim, repelir o risco de uma recessão mais séria, era deixar claro que farão o que for preciso para restaurar o crescimento. A questão não era anunciar mais pacotes de estímulo fiscal, ao contrário do que disseram comentários da imprensa. A questão era certificar que ações já tornadas quanto a políticas fiscais, monetárias e consertos no sistema financeiro sejam implementadas rápida e efetivamente, onde apropriadas, de um jeito internacionalmente coordenado e traduzido em demanda real. (págs. 1 e A4)
Sociedade aberta: Eduardo Felipe Matias: Consenso obtido
A primeira questão importante sobre o encontro do G-20 é se a reunião atendeu às expectativas. Quando estamos falando de uma reunião desse tipo, que dura apenas um dia, não se pode esperar muito mais que uma declaração de intenções sobre pontos previamente negociados. Foi o que aconteceu.
A expectativa de alguns, de que o encontro representasse um novo Breton Woods, realmente era falsa. Não era certo esperar por isso até porque as conferências de Breton Woods duraram diversas semanas, após longa preparação. Então, o que se esperava de fato do G-20 não eram medidas práticas, e sim um consenso sobre o rumo a ser tomado. E isso foi obtido. (pág. 2)
Sociedade aberta: José Sarney: O amigo e o democrata
Sou tomado nesse momento por um duplo sentimento de perda: a do amigo e a do homem de Estado. Raúl Alfonsín foi, sem dúvida, uma das maiores figuras humanas que conheci, e foi também o homem que abriu, com sua coragem, a integração latino-americana.
Tudo que fizemos para inverter o processo histórico de hostilidade entre Brasil e Argentina, transformando-o num processo de integração, não teria sido possível sem Alfonsín. Ele tinha a visão continental, a firmeza de convicção e a grandeza política para dar os passos decisivos.
Ele havia assumido a Presidência da Argentina pouco antes de o destino me colocar na Presidência do Brasil. (págs. 1 e A9)
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Correio Braziliense
Manchete: US$ 6 tri o mundo volta a sorrir
O grupo dos 20 países mais ricos do mundo resolveu agir em conjunto para debelar a crise financeira. Ao fim da reunião de cúpula, anunciou um plano para pôr rédeas nos paraísos fiscais, a injeção de US$ 1 trilhão no FMI, para socorrer as economias mais pobres, e um ambicioso pacote de US$ 5 trilhões em cortes de impostos e gastos públicos para reativar o consumo. Lula gostou. “É chique o Brasil emprestar ao FMI”, divertiu-se. (págs. 1, 12 a 14)
Crise sem fim: Dossiê dos telefones derruba diretor do Senado
Responsável pela Secretaria de Telecomunicações, Carlos Roberto Muniz foi exonerado do cargo pelo primeiro-secretário Heráclito Fortes (DEM-PI). Motivo: o assessor fez um levantamento detalhado das contas telefônicas dos aparelhos funcionais de cada um dos 81 senadores, inclusive do próprio Heráclito. (págs. 1 e 3)
Concurso pm briga pelo diploma
Associação de Oficiais da Polícia Militar entra na Justiça para manter exigência de nível superior em concurso. (págs. 1 e 15)
Editorial: Precatórios: calote, não!
Já aprovada no senado, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) número 12/2006, que institui o regime especial de pagamento de precatórios, se encontra em processo de deliberação final na Câmara dos Deputados. Trata-se de iniciativa correspondente a conceder à União, Distrito Federal e Municípios franquias atentatórias, direitos inalienáveis de cidadãos e empresas. Conforme a redação dada ao artigo 95 do Ato das Disposições Constitucionais transitórias (ADCT), fixam-se em percentuais mínimos os recursos que deverão ser reservados pelo poder público para honrar dívidas reconhecidas pela Justiça. (págs. 1 e 18)
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Valor Econômico
Manchete: BC prepara nova rodada de liberalização cambial
O Banco Central vai dar novos e importantes passos para liberalizar o câmbio. Os estudos, agora, apontam para mudanças na Lei n" 4.131, aprovada em 1962, no governo de João Goulart, e que disciplina o ingresso de capitais estrangeiros no país. O objetivo é eliminar as amarras que dificultam a internacionalização de bancos e empresas brasileiras.
Um dos problemas a ser resolvido é a proibição do uso de recursos captados pelos bancos no mercado local, a chamada "poupança doméstica", para conceder financiamentos a empresas que operam em outros países. Os bancos não podem conceder diretamente a partir do Brasil empréstimos para filiais de empresas no exterior. As instituições driblam a proibição usando caminhos alternativos. Um deles é a concessão de financiamentos por meio de suas subsidiárias lá fora. Na visão do governo, isso impõe custos desnecessários à transação. (págs. 1 e Cl)
G-20 traz otimismo e Brasil promete medidas
Houve momentos de grande tensão nas discussões fechadas dos líderes do G-20, ontem, em Londres. O Valor apurou que o maior confronto envolveu França, Reino Unido e China sobre os paraísos fiscais. A França queria criar uma lista dos paraísos que não respeitarem as regras que põem fim ao segredo bancário. A China tentava proteger Hong Kong e Macau. A divergência levou o presidente americano, Barack Obama, a se levantar e chamar os chefes de Estado de França, China e Reino Unido para um canto da sala e tentar um compromisso, que afinal deu certa vantagem à França.
Apesar desse confronto, o resultado da reunião foi saudado ontem pelos mercados, com alta das bolsas e até do petróleo. Como antecipou a imprensa brasileira, os líderes aprovaram um pacote de US$ 1,1 trilhão para restaurar o crédito, crescimento e empregos na economia mundial. O grupo diz esperar crescimento global acima de 2% até o fim de 2010, com gastos acumulados de US$ 5 trilhões. Além de estímulo fiscal, o grupo vai manter as ações dos bancos centrais para reduzir juros, usando inclusive instrumentos "não convencionais". (págs. 1 e Al2)
Foto legenda: O presidente americano Barack Obama fala à imprensa no Excel Center, em Londres: mensagem de otimismo depois de reunião tensa com líderes
Dinheiro prometido por líderes ainda é incerto
A maior parte do dinheiro que o G-20 prometeu para combater a crise não existe e uma parcela significativa só vai se materializar se Barack Obama conseguir o apoio do Congresso americano.Os líderes assumiram o compromisso de arranjar US$ 7S0 bilhões para o M. Um terço está mais ou menos garantido, do Japão, União Europeia e atina. O resto parecia incerto ontem, especialmente US$ 250 bilhões que viriam da emissão de Direitos Especiais de Saque (DF5), a moeda do FMI.
O Fundo pode emitir DES sem lastro, usados em transações entre governos para acertos de dívidas e outros compromissos. Mas qualquer país pode trocar seus DES por dólares, euros, ou ienes. t o que a maioria dos países emergentes fez. O problema é que existe um custo para trocar DES e, na prática, a conta acaba quase sempre com o Tesouro americano. (págs. 1 e Al3)
Corte drástico na produção de alumínio
A crise econômica mundial e a drástica queda nos preços das commodities atingiram com força as unidades de produção de alumínio no Brasil, principalmente na Região Sudeste. A cotação do metal recuou de mais de US$ 3 mil a tonelada há um ano para a faixa de US$ 1,4 mil na Bolsa de Londres. A Valesul, controlada pela Vale do Rio Doce, paralisou suas linhas em Santa Cruz (RJ). A Alcoa reduzirá em um terço a produção na unidade de Poços de Caldas (MG) e a Novelis, do grupo indiano Hindalco, vai desativar em maio sua unidade de alumina em Ouro Preto (MG). (págs. 1 e B1)
Com crise e sem Aracruz, só resta o comércio a Valadares
A suspensão de um projeto de RS 5 bilhões da Aracruz, para a produção de eucaliptos, encurralou a cidade mineira de Governador Valadares. Com 260 mil habitantes e polo de uma região de 15 municípios, Valadares está sem vocação econômica para sustentar o forte comércio local, que conta com representantes das principais redes varejistas, um shopping center e dois hipermercados entre 5,5 mil estabelecimentos comerciais, que respondem por 80% da economia.
Sem indústrias, Valadares é só consumo. A industrialização do eucalipto iria substituir outro ciclo extrativista esgota do na história da cidade: o do dólar. A crise e o endurecimento do governo Bush praticamente interromperam o fluxo de imigrantes nos últimos anos. (págs. 1 e Al6)
Ediouro tem caixa e busca novas áreas
A Ediouro, uma das maiores editoras do país, investe em novos negócios e estuda fazer mais aquisições, seguindo a estratégia adotada nos últimos seis anos e que levou a empresa a um faturamento de R$ 241 milhões em 2008.
O diretor-geral, Luiz Fernando Pedroso, não prevê crescimento nas vendas de livros neste ano. "Se empatar, estará ótimo", diz. Ele pretende criar um canal de TV na internet para divulgar o conteúdo dos livros, fortalecer a área de revistas e estrear nos mercados de livros didáticos e técnico-científicos, O investimento previsto para este ano, a ser feito com recursos próprios, é de RS 30 milhões. (págs. 1 e B4)
Ditadura via múltis com desconfiança
Atas das reuniões do Conselho de Segurança Nacional revelam que empresários e grupos econômicos estrangeiros foram foco de preocupação do governo militar. Numa tensa reunião, em dezembro de 1964, membros do regime criticaram projeto de abrir a exploração minecal e a concessão de portos à iniciativa - privada estrangeira, Pery Constant Beviláqua, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas (Emfa), considerava a proposta uma ameaça aos interesses nacionais e atacou a americana Hanna Mining, que disputaria mercado com a estatal Vale do Rio Doce. O ministro Roberto Campos defendia a livre iniciativa e destacava que o país ficaria para trás na produção mundial de minério sem investimentos estrangeiros. (págs. 1 e Eu& Fim de Semana)
Odebrecht reabre o mercado com eurobônus de US$ 200 milhões (págs. 1 e C1)
Portugal Telecom muda direção e Wine, da PT Brasil, ganha função executiva na matriz (págs. 1 e B3)
Perdas na exportação
Desde o agravamento da crise internacional, em setembro de 2008, a queda nos preços das commodities metálicas e agrícolas fez as exportações brasileiras perderem US$ 12,7 bilhões até fevereiro, segundo estimativas da Funcex. (págs. 1 e A3)
Balança argentina
Pela primeira vez em cinco anos, no mês passado a Argentina voltou a ter superávit no comércio exterior com o Brasil, como resultado do aumento de suas exportações e de barreiras a produtos brasileiros. Agora, a preocupação da indústria argentina volta-se para a China. (págs. 1 e A4)
Barry Callebaut no Brad
A suíça Barry Callebaut, maior fabricante de chocolate bruto para a indústria no mundo, deve começar a produzir no Brasil até o fim do ano. A empresa vai investir U5$ 12 milhões na construção de sua primeira fábrica no país. A distribuição será feita pela Bunge. (págs. 1 e B4)
Venda da Medley
A venda do controle da Medley, maior fabricante brasileira de genéricos, para a francesa Sanofi-Aventis deve ser fechada na próxima semana. O negócio deve superar R$ 1 bilhão, incluindo dívidas. (págs. 1 e B6)
Cálculo de intangíveis
Até o fim do primeiro semestre, o BNDES passará a incluir o valor de bens intangíveis - marca, capacidade estratégica, governança, processos internos, design, concorrência etc. - na análise de risco das empresas financiadas. (págs. 1 e D1)
Editorial: Diretores, extras, jatinhos e o farto clube dos senadores
Se o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, qualifica as relações entre a Polícia Federal e o Ministério Público Federal como "lítero-poético-recreativas", como pode então um cidadão comum designar a íntima convivência dos senadores com o Senado? Um clube lítero-poético? Ou um clube político-recreativo? Independente do nome que se dê às relações demasiado estreitas entre os bolsos dos senadores e o Orçamento do Senado, é certo, todavia, que a casa é a bola da vez: os usos e costumes dos senadores, que sempre conviveram em paz sob a proteção de sucessivas mesas diretoras, independentemente da coloração partidária, ganham as páginas dos jornais. E, de repente, os nobres senadores se deparam com a dura realidade: os hábitos sociais do clube do Senado não são propriamente éticos ou convenientes, e sequer facilmente aceitos pela sociedade que financia essas regras de excessiva cordialidade, quando se trata de dividir os benefícios da instituição. (pág. 14)
Ideias: Claudia Safatle: Busca-se liquidez em moeda local
A iniciativa da China, que anunciou esta semana um acordo de swap cambial (troca de moedas) no valor de US$ 10 bilhões (ou 70 bilhões de yuans) com a Argentina, deu senso de urgência ao governo brasileiro para colocar em pé um mecanismo semelhante para estimular o comércio bilateral. O que se discute, na área econômica, é encontrar formas de dar liquidez ao país vizinho, inicialmente, e à América Latina, numa etapa posterior, para sustentar as relações de comércio, diante da escassez de dólares.
No governo brasileiro, a discussão ainda é bastante incipiente. Começou em fevereiro, a partir de proposta do Ministério da Fazenda para a criação de algum mecanismo que ajudasse a financiar empresas dos países vizinhos interessadas em exportar para o Brasil. (págs. 1 e A6)
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Gazeta Mercantil
Manchete: Indústria aperta o varejo e já faltam produtos nas gôndolas
Novas regras tomaram conta das conversas entre as redes de supermercados e a indústria nos últimos meses. Desde o começo da crise financeira global, os supermercadistas iniciaram um processo de ajustes dos estoques e a indústria, por sua vez, impôs alternativas que desagradaram ao comércio.
Se os varejistas agora conseguem fazer pedidos mais próximos da realidade das vendas e não engessam seu capital de giro com produtos parados no estoque, a indústria diminuiu a quantidade de repositores e ficou mais rígida em relação às verbas oferecidas aos varejistas. Antonio Ferreira de Souza, gerente-geral da rede de supermercados Futurama, diz que as fabricantes Arcor, com os produtos Triunfo, e M. Dias Branco, com a marca Adria, estão promovendo um revezamento dos repositores. (págs. 1 e C1)
Estaleiro em Pernambuco resgata sonho nordestino
O auxiliar técnico Valdemir Martins é um dos 2 mil funcionários já contratados pelo Estaleiro Atlântico Sul (EAS) — em construção no Porto de Suape (PE). Depois de vários anos em São Paulo, ele só voltou a seu estado após conseguir emprego no empreendimento, que já injeta cerca de R$ 50 milhões mensais na economia local.
As contratações continuam aceleradas e a previsão é de 5 mil funcionários quando o EAS estiver funcionando em sua capacidade total em 2010. Daqui a dois anos, sai o primeiro navio construído em Pernambuco. Em junho de 2010, será a vez de entregar 36 blocos da P-55 para a Petrobras. A previsão de investimento aumentou de R$ 1,1 bilhão para R$ 1,4 bilhão em razão de novas encomendas, como a construção de mais cinco navios para a Transpetro. (págs. 1 e C3)
Foto legenda
Rota das bandeiras - Odebrecht estreia como controladora na operação de cinco estradas em São Paulo. O diretor-geral da Rota das Bandeiras, Sidney Ramos, diz que a concessionária investirá R$ 2,1 bilhões. (págs. 1 e C2)
Mercados animados com decisões do G20
“Este é o dia em que o mundo se uniu para lutar contra a recessão global”, disse ontem o primeiro-ministro britânico Gordon Brown, no encerramento da reunião do G20 em Londres. “Nossa mensagem hoje é clara e positiva: acreditamos que os problemas globais requerem soluções globais.”
Tentando reduzir as distâncias entre as filosofias políticas e financeiras, os líderes de vinte e quatro das maiores economias do mundo concordaram ontem com um amplo leque de novas medidas fiscais e reguladoras, em um esforço desesperado para revitalizar a economia global, que inclui garantias de US$ 1,1 trilhão para ajudar países em dificuldades. Outras medidas incluem severas regulamentações sobre os fundos hedge e as agências de classificação, assim como veto aos paraísos fiscais. (págs. 1, A13, A14, B2 E B4)
GE e Intel se tornam parceiras na área de saúde
A General Electric (GE) e a Intel gastarão cerca de US$ 250 milhões nos próximos cinco anos para desenvolver equipamentos e sistemas que permitam aos médicos tratar e monitorar pacientes em casa sem deixar o hospital onde trabalham. (págs. 1 e C5)
Aumenta a concentração entre os bancos no País
O mercado bancário brasileiro está cada vez mais concentrado, mostra levantamento elaborado por este jornal com base em dados do Banco Central. Juntos, os cinco maiores bancos em ativos finalizaram 2008 com carteira de crédito de R$ 714,09 bilhões, ou 77% de participação no estoque total das 50 maiores instituições, de R$ 924,59 bilhões. A fatia representa alta de quase 14 pontos percentuais ante 2007.
A mesma concentração se verifica nos depósitos. O volume dos cinco maiores atingiu R$ 950,53 bilhões — fatia de 79,57% do total depositado nas 50 maiores instituições em 2008. Ante 2007, a evolução ultrapassa os 13 pontos. A maior concentração resulta do movimento de consolidação do setor intensificado nesta década e da crise financeira, e, segundo especialistas, dificulta o plano do governo de reduzir os spreads. (págs. 1 e B1)
Valor de ativos aproxima Cesp de privatização
A mesma contabilidade que fez a Companhia Energética de São Paulo (Cesp) amargar prejuízo de R$ 2,35 bilhões em 2008 animou investidores sobre nova tentativa de privatização. O valor recuperável de ativos de R$ 9,5 bilhões gera preço da ordem de R$ 38 por ação, quase o triplo da cotação atual, diferença que pode animar o governo. (págs. 1 e B4)
Biocombustível fortalece o Brasil com os africanos
Os projetos para produção de biocombustíveis nos países africanos ganham força e criam oportunidade para a venda de máquinas agrícolas brasileiras naquele continente. A estratégia é aproveitar a ocasião para disseminar a tecnologia nacional e fortalecer a campanha de consolidação do etanol de cana-de-açúcar como commodity.
No total, são 29 projetos de biocombustíveis e biomassa em andamento em 10 países africanos, conforme levantamento realizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). As pesquisas estão concentradas em países onde não há petróleo e ganharam importância com a necessidade de alternativas para a diversificação da economia. (págs. 1 e B12)
Operação Satiagraha
Delegado Protógenes mais perto da política (págs. 1 e A10)
Receita Federal
A secretária Lina Vieira vai intensificar a fiscalização para arrecadar R$ 485 bi (págs. 1 e A6)
Inflação
IPC-Fipe tem alta de 0,40% em março (págs. 1 e A5)
Pré-sal fica de fora de licitação
O governo realizará este ano a 11ª rodada de licitações de áreas de petróleo e gás. Porém, à espera de um novo marco regulatório, a região do pré-sal ficará de fora do leilão. (págs. 1 e C7)
União perdoa R$ 3 bi em dívidas
A União abriu mão de receber R$ 3 bilhões de débitos inscritos na Dívida Ativa. Cerca de 1,15 milhão de contribuintes serão beneficiados com dívidas de até R$ 10 mil. (págs. 1 e A12)
Editorial: Depois da festa, será preciso conferir promessas do G20
A foto oficial, no Palácio de Buckingham, dos chefes de Estado presentes ao G20, contém o tom de circunspecção e sobriedade exigido para a ocasião, tentando, principalmente, comunicar a ideia de dever cumprido. A realidade, no entanto, está algo distante dessas pretensões. É fato que a distância entre o clima dessa foto e a tragédia dos milhões de desempregados que a crise financeira já provocou é enorme. Aliás, na mesma hora em que os chefes de Estado visitavam a rainha, a polícia de Londres prendia mais de uma centena de pessoas, após confrontos violentos em manifestações que cobravam as mais variadas reivindicações dos líderes mundiais.
De modo algo semelhante ao tom de festa emprestado à reunião pelos chefes de Estado presentes, os manifestantes quebravam vidraças de bancos na City londrina, investindo especialmente contra o Royal Bank of Scotland, exatamente a instituição que declarou perdas de US$ 34,8 bilhões provocando o maior prejuízo da história do sistema financeiro no Reino Unido. (pág. 2)
Opinião: Marcos Cintra: Os US$ 5 trilhões do G20 solucionarão a crise?
A débâcle mundial surgiu nos EUA. Começou com a desaceleração econômica no país há cerca de dois anos, em 2007. Isto aumentou a insolvência do mercado imobiliário, que havia assumido riscos muito além do que a prudência recomendaria. Tomou proporções alarmantes com a crise de credibilidade financeira, que não deve ser confundida com crise de liquidez, sendo deflagrada pela imperícia das autoridades econômicas do governo Bush, que permitiram a quebra do banco Lehman Brothers.
O sistema financeiro tem efeitos econômicos semelhantes aos das "utilities", ou serviços do tipo energia elétrica, água e gás. Esses setores, que por suas características específicas compõem a infraestrutura da economia, não podem deixar de existir, ou quebrar, sejam eles público ou privado, sob pena de aniquilar toda a produção. (págs. 1 e A3)
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Estado de Minas
Manchete: G20 anuncia nova ordem mundial
Nunca antes, dirigentes de países emergentes como o Brasil haviam tido voz ativa nas decisões sobre os rumos da economia do planeta. A história começou a ser mudada ontem, com o megapacote anunciado em Londres pelos líderes dos 20 países mais ricos (foto). O conjunto global de esforços no combate à crise deve chegar a US$ 6 trilhões até 2010. “Nasce uma nova ordem mundial”, sentenciou o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, ao prometer maior rigor sobre o sistema financeiro. Os mercados reagiram muito bem e as bolsas dispararam. No Brasil, a Bovespa teve alta de 4,19% e alcançou os 43.736 pontos, maior nível desde 3 de outubro. A cotação do dólar caiu 1,97% e fechou a R$ 2,23, a mais baixa desde 6 de janeiro. (págs. 1, 12 a 15)
Foto legenda: pacote sem precedentes na história prevê controle mais rigoroso do sistema financeiro, combate aos paraísos fiscais e injeção de US$ 1,1 trilhão para salvar o planeta da crise
Obama tieta Lula
Obama diz que presidente brasileiro é o político mais popular do mundo. ’’Ele é o cara’’, brincou. ’’Eu adoro esse cara.’’
‘‘Gostaria de entrar para a história como o presidente que emprestou alguns reais ao FMI’’
Luiz Inácio Lula da Silva
Câmara não julga acusado de corrupção
Processo no Conselho de Ética contra João Magalhães (PMDB/MG), apontado como líder de esquema de venda de emendas, está parado há um ano. (págs. 1 e 3)
ENEM deverá dar acesso às federais
Proposta do MEC é que o exame nacional substitua o vestibular ano que vem. Universidades federais de Minas são favoráveis e farão projeto piloto. (págs. 1, 21, 22 e Editorial, 6)
DNIT
Empresa instalada em área da União em Leopoldina, Zona da Mata, explora posto de gasolina e restaurante sem pagar nada. Imóvel foi erguido pelo extinto DNER — atual Dnit — para servir de ponto de apoio na BR-116. (págs. 1 e 23)
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Jornal do Commercio
Manchete: Cenas de guerra em banco de Jaboatão
Investida na Caixa Econômica, em Jaboatão, provocou intenso tiroteio entre vigilantes e bandidos. Ladrão e cliente morreram e há oito pessoas feridas
O cenário era de guerra. Mortos, feridos, vidros estilhaçados e muito sangue. O assalto a um carro-forte da empresa Preserve que abastecia a Caixa Econômica Federal da Praça Nossa Senhora do Rosário, em Jaboatão Centro, no Grande Recife, terminou com duas pessoas mortas, sendo um aposentado que aguardava a agência abrir e um bandido, além de um ladrão e dois vigilantes baleados e pelo menos cinco clientes feridos. A Polícia Militar confirma que dois malotes de dinheiro foram levados, com cerca de R$ 400 mil.
A investida aconteceu por volta das 9h30 de ontem, pouco antes de a agência iniciar o expediente. Uma bala perdida atingiu o aposentado Francisco das Chagas Duarte Brito, 62 anos, que morreu na hora. De acordo com a Polícia Federal (PF), que está investigando o crime, câmeras do circuito interno da agência mostram que ele foi atingido por um dos bandidos. (pág. 1)
Lula é o político mais popular do mundo, diz Obama no G-20
“Adoro esse cara”, disse ontem o presidente do Estados Unidos, Barack Obama, ao cumprimentar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no encontro dos líderes do G-20, em Londres, de forma descontraída. “É o político mais popular da Terra”, afirmou Obama ao primeiro-ministro da Austrália, Kevin Rudd, sobre Lula. “É porque ele é boa pinta”, finalizou o presidente norte-americano. A cena do encontro entre eles faz parte das filmagens oficiais da reunião do G-20 e foi divulgada pela BBC.
Após o elogio feito pelo presidente dos Estados Unidos, Lula, em entrevista coletiva, detalhou parte da conversa que teve com o americano. “Você não acha chique o Brasil emprestar dinheiro para o FMI? Eu passei parte da minha juventude carregando faixa contra o FMI no centro de São Paulo”, falou Lula a Obama. (pág. 1)
Concorrência favorece a Páscoa do consumidor
O acirramento entre as grandes redes de supermercados pode “salvar” o bolso do consumidor na Páscoa deste ano. Enquanto a expectativa inicial era de preços cerca de 10% superiores para os pescados, em relação ao ano passado, a Associação Pernambucana de Supermercados (Apes) argumenta que, com a aproximação da Semana Santa, a disputa entre os supermercados – que fecham as compras com grandes fornecedores antecipadamente – deve refletir em uma queda equivalente de preço, em torno de 10%, e terminar mantendo os valores equilibrados com os do ano passado. Esta semana, o quilo do bacalhau saithe, por exemplo, está quase 30% mais caro em relação a 2008, mas, na próxima semana, ele deve chegar a R$ 13,90 e voltar ao patamar da Páscoa passada. (pág. 1)
Editorial: Relações promíscuas
Mais uma vez se evidenciam as relações de promiscuidade reinantes entre políticos, partidos e empreiteiras de obras públicas, graças a ação da Polícia Federal (PF) contra diretores e funcionários da Construtora Camargo Corrêa, que são acusados de superfaturamento, lavagem de dinheiro, remessas ilegais ao exterior, desvio de dinheiro público, formação de quadrilha, fraude em licitações e contribuições irregulares a políticos de diversos partidos, num montante que pode ultrapassar R$ 500 milhões. Há muito se sabe que essas relações são suspeitas e vão continuar existindo enquanto perdurarem entre nós a ilegalidade consensual e a impunidade. Para não ter prejuízo e continuar atraindo bondades públicas e partidárias, empresas que vencem concorrências (geralmente um grupo privilegiado e inamovível) só veem um caminho, que é superfaturar as custas dos trabalhos. Daí os invariáveis reajustes nos valores das concorrências, pois não existe almoço de graça, alguém paga. No caso, nós contribuintes.
No caso ora investigado na Operação Castelo de Areia, várias outras irregularidades estão sendo constatadas em relação doleiros, seus clientes e operações financeiras fraudulentas e lesivas aos cofres públicos. A Camargo Corrêa também participa do consórcio que constrói a ampliação do Metrô de São Paulo, com custos constantemente reajustados, que foi responsabilizado pela tragédia ocorrida na linha de Pinheiros. (pág. 2)
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