terça-feira, 17 de março de 2009

O que Publicam os Jornais de Hoje

O Globo

Manchete: Em Nova York, Lula confirma que vai mexer na poupança
Presidente vende otimismo, enquanto pesquisa do BC aponta estagnação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, em entrevista em Nova York, que o governo poderá mudar o cálculo de correção da poupança para evitar que grandes investidores migrem para a caderneta em busca de rendimentos melhores. Com a taxa básica de juros (Selic) em queda, o ganho das cadernetas vem superando o dos fundos de renda fixa. Banco Central e Ministério da Fazenda estudam trocar a Taxa Referencial (TR) - índice da poupança - por parte da Selic. A mudança teria que passar pelo Congresso, "Vamos ter que pensar o que fazer para defender os pequenos poupadores", disse Lula. Em seminário a grandes investidores, o presidente manteve o tom otimista: "O Brasil não quebrou nem vai quebrar. Estejam certos, vamos crescer." Pesquisa do BC com 80 instituições financeiras aponta, no entanto, que a previsão para crescimento em 2009 passou de 1,2% para 0,59%, indicando estagnação. (págs. 1, 17 e 18)

Entidade critica ataques de Lula à imprensa
A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) condenou o comportamento do presidente Lula em relação à imprensa, dizendo que ele ataca e faz "críticas desmedidas" quando o enfoque do noticiário não lhe agrada. (págs. 1 e 5)

Senado não pune diretores com parentes terceirizados
O Senado não vai punir diretores que têm parentes contratados por empresas, porque, segundo alega, pode haver outros casos. O primeiro-secretário Heráclito Fortes quer a lista dos terceirizados para identificar mais parentes de servidores. Para Fortes, não há ilegalidade no uso da cota de passagens da senadora Roseana Sarney para levar amigos a Brasília: “Aí está na hora de fechar o Congresso. Se forem atrás de pagamento de passagem, não escapa nem jornalista.” (págs. 1 e 3)

Clodovil tem AVC e entra em coma
O estilista e deputado federal Clodovil Hernandes (PR-SP), de 71 anos, foi internado em Brasília após um grave AVC. O deputado está em coma e teve parada cardiorespiratória. Clodovil sofreu o primeiro AVC em junho de 2007. (págs. 1 e 8)

BNDES vira sócio do homem mais rico do país (págs. 1 e 19)

Petrobras:CVM cobra explicação sobre vazamento (págs. 1 e 20)

Obama exige bloqueio de bônus da AIG (págs. 1 e 20)

Chávez ocupa militarmente primeiro porto
A Guarda Nacional da Venezuela começou ontem pela cidade de Puerto Cabello a ocupação de instalações portuárias, aeroportos e estradas, ordenada pelo presidente Hugo Chávez nos estados governados por seus adversários. A oposição prometeu recorrer à Justiça contra a medida. (págs. 1, 24 e editorial "'Avanço’ chavista")

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Folha de S. Paulo

Manchete: Obama quer vetar bônus milionário
Presidente dos EUA diz que pagamento de US$ 165 mi aos funcionários da AIG é ‘ultraje ao contribuinte’

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que seu governo fará de tudo para impedir a seguradora AIG de pagar bônus no total de US$ 165 milhões aos funcionários e executivos. Para Obama, o pagamento, em meio à grave crise econômica, é um “ultraje ao contribuinte norte-americano”. Não é só uma questão de dólares e centavos, é sobre valores fundamentais.” Nenhuma instituição recebeu socorro maior do que o governo americano do que a AIG. Desde setembro, os EUA se comprometeram a injetar cerca de US$ 180 bilhões na seguradora.

O governo, porém deverá ter dificuldade para reverter o pagamento dos US$ 165 milhões acertado no início de 2008, quando os EUA não tinham participação na AIG – hoje detêm 79,9%. O nível de utilização das fábricas nos EUA chegou em fevereiro ao menor nível em pelo menos 42 anos. A produção industrial caiu 1,4% acumulando quatro meses seguidos de recuo. (págs. 1 e B8)

Usinas multadas por condições de trabalho tiveram R$1 bi dos BNDES
Dados do BNDES e do governo revelam que no ano passado, o banco emprestou R$ 1,1 bilhão a três usinas de açúcar e álcool multadas por manter trabalhadores em situação degradante. O banco diz não ter competência legal para julgar empresas sob investigação, mas que, em caso de condenação, poderá suspender ou revisar contratos. (págs. 1 e B12)

Após 43 dias de atividades no ano, Congresso votou 8 projetos
Após 43 dias de atividade em 2009, o Congresso Nacional registra a menor produtividade em plenários dos últimos nove anos com apenas 8 projetos votados no Senado e na Câmara. É cerca de um terço dos 25 registrados no mesmo período de 2008. Para congressistas, o número de projetos votados não serve para indicar qualidade. (págs. 1 e A4)

Clodovil sofre derrame e corre risco de morte
O deputado federal Clodovil Hernandes (PR-SP), 71, foi internado em Brasília após sofrer acidente vascular cerebral hemorrágico. Até ontem à noite, ele estava em coma profundo, respirando por aparelhos,e seu estado era gravíssimo. (págs. 1 e A8)


Mundo
Após ordem de Chávez militares ocupam dois portos da Venezuela. (págs. 1 e A9)

Sadia e Perdigão criam empresa conjunta para área operacional
Sadia e Perdigão vai criar uma empresa conjunta para gerir a área operacional das companhias, informa Mauro Zafalon. A idéia é cortar gastos e reforçar o caixa. O setor alimentos sofre com a crise devido á queda dos preços. Além disso a Sadia sofreu peadas perdas financeiras no ano passado. Em 2006, ela tentou comprar a Perdigão. (Págs.1 e B1)

EDITORIAIS : Leia “Gargalo ferroviário”, sobre expansão da rede; e “Segurança permanente”, acerca de ações em favelas. (Págs.1 e A2)

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O Estado de S. Paulo

Manchete: Juro baixo deve forçar novo acordo das dívidas estaduais
Técnicos federais preveem que governadores e prefeitos vão exigir mudança

A manutenção da queda dos juros pelos próximos meses pode forçar a reabertura da negociação das dívidas de Estados e municípios com a União, de acordo com avaliação de integrantes da área técnica do governo federal, informa o repórter Ribamar Oliveira. A maioria dos economistas já acredita que a Selic - a taxa básica de juros da economia - ficará abaixo de 6% ao ano em termos reais, descontada a inflação. Se isso ocorrer de fato, os juros pagos atualmente por Estados e municípios ficarão acima do que o Tesouro Nacional gasta para captar dinheiro no mercado. Assim, Estados e municípios passarão a subsidiar a União. Técnicos federais preveem que, nesse caso, governadores e prefeitos começarão a pressionar por mudança nas regras de quitação das dívidas. Em especial, porque a crise econômica está provocando queda na arrecadação de Estados e municípios. O problema é que, para lançar uma nova rodada de negociação das dívidas, seriam necessárias alterações na Lei de Responsabilidade Fiscal. A maior parte das dívidas estaduais foi renegociada entre 1997 e 1998. (págs. 1 e A4)

Frase
Fábio Giambiagi
Economista do BNDES
"É temerário mexer nessa lei, pois a gente sabe como isso começa, mas não como termina"

Lula rejeita previsões e diz que País vai crescer
O presidente Lula disse que o PIB do Brasil terá expansão em 2009, "enquanto a maioria dos países ricos mergulha na recessão". Ele fez a previsão num seminário para 200 investidores estrangeiros em Washington. Lula afirmou que não há razão para não ser otimista e ironizou os bancos que estimam retração brasileira: "Esses bancos não acertaram nem a situação deles". Para o presidente, o Brasil é, ao lado da China, o país com maior poder de atrair investimentos. (págs. 1, B1 e B3)

Ganho da poupança pode sofrer alteração
O presidente Lula disse que o cálculo da rentabilidade da poupança pode mudar. O motivo é a queda dos juros. (págs. 1 e B3)

Notas e informações - O primeiro encontro
Para o Brasil, em seu novo patamar, a oportunidade de afirmar suas posições sobre a crise numa reunião com o presidente dos EUA supera em muito a queixa sobre as tarifas ao etanol brasileiro. (págs. 1 e A3)

Metade dos presos por furto de caixa eletrônico é PM
Dos 50 acusados de furto a caixas eletrônicos presos pela polícia paulista desde o início da recente onda de ataques, neste ano, 23 são policiais militares. Eles teriam atuado na proteção aos bandidos que levam os caixas das agências, numa ação que demora mais de 40 minutos - um caixa pesa cerca de uma tonelada. Outra tática é perfurar o caixa com furadeiras até abri-lo, sem o uso de maçarico. Só no final de semana passado foram seis casos no Estado, a maioria na capital. (págs. 1 e C7)

Conselho ambiental veta ampliação do Porto de Santos
O Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema) vetou 16 dos 76 artigos da minuta do decreto que muda o zoneamento ecológico da Baixada Santista. A decisão impede o início da ampliação do Porto de Santos, obra com custo estimado de R$ 9 bilhões até 2020. Ambientalistas conseguiram evitar que deixassem de ser “zona de alta restrição" duas ilhas próximas ao Cais do Saboó, onde está prevista a construção de seis terminais. O obra não pode ser realizada sem a mudança. (págs. 1 e C6)

Estado de Clodovil é gravíssimo
Após sofrer AVC, deputado teve parada cardíaca de 5 minutos. (págs.1 e A5)

Oposição desafia ordem de Chávez sobre portos
Os governadores de oposição a Hugo Chávez desafiaram a ordem do presidente da Venezuela para que o Exército ocupasse os portos em seus Estados. Chávez ameaçou prender quem não cumprisse a determinação. "Não temos medo", disse Pablo Pérez, sob cuja administração está o Porto de Maracaibo, principal porta de saída do petróleo do país. Para analistas, a decisão de Chávez é uma forma de encurralar a oposição. (págs. 1, A11 e A12)

Artigo: Evo Morales - presidente da Bolívia
Deixem-me mascar minha coca - O concentrado extraído da coca é um narcótico, a folha de coca não. (págs. 1 e A12)

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Jornal do Brasil

Manchete: Governo qur mudar cálculo da poupança
Equipe econômica teme migração em massa de fundos de investimento

Preocupado com a escassa oferta de crédito no mercado, o governo pretende mudar a metodologia de cálculo da caderneta de poupança. O objetivo é evitar uma migração dos recursos dos fundos de investimento - principais fontes para empréstimos dos bancos, eles estão hoje menos atraentes do que a poupança. Em Nova York, o presidente Lula disse que este ano o Brasil "vai crescer menos do que gostaríamos", mas manterá os gastos sociais do governo. (págs. 1 e A17)

AVC coloca Clodovil em coma
O estado de saúde do deputado federal Clodovil Hernandez, vítima de um acidente vascular cerebral (AVC) em Brasília, era considerado gravíssimo ontem à noite. (págs. 1 e A6)

Gratificação da AIG é um 'ultraje' afirma Barack Obama
Indignado, o presidente dos EUA, Barack Obama, quer cancelar a decisão da seguradora AIG de dar uma gratificação de US$ 165 milhões aos seus principais executivos, considerada "um ultraje" aos contribuintes. A seguradora, em crise, recebeu US$ 180 bilhões do governo. Em artigo, Paul Krugman, do The New York Times, escreve que a situação da Europa é mais preocupante que a da América. (pág. 1 e Economia, págs. A18 e A19)

Sociedade Aberta
Alexandre Sansão
Faixa reversíveis são soluções simples e de baixo custo.

Emir Sader
Vitória da esquerda em El Salvador desmente a crise.

Jarbas Passarinho
É impossível falar em integração latino-americana.

Pedro Trengrouse
Ronaldo e Fred mostram benefícios do marketing.

Natália Meri e Kauara Rodrigues
Mulheres exigem respeito aos seus direitos. (págs. 1, A12, A23, A9, D5 e A7)

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Correio Braziliense

Manchete: Senado faz a fortuna dos terceirizados
Levantamento obtido pelo Correio revela mais um disparate: o número de senadores é o mesmo, as instalações são as mesmas, mas os gastos com contratação de mão-de-obra cresceram 122% em quatro anos e somam meio bilhão de reais no período. 29 empresas bicaram a bolada, muitas delas investigadas por fraude e corrupção (págs. 1 e 2)

Dança das cadeiras na cúpula da Polícia Civil (págs. 1 e 24)

DF lidera venda de arma de fogo
Brasilienses compraram 26% do total de armas comercializadas em 2008. Número preocupa Secretaria de Segurança. (págs. 1 e 23)

Botijão de gás pelos olhos da cara
O preço do gás liquefeito de petróleo, armazenado em botijões e usado na cozinha por milhares de brasileiros, está congelado na Petrobras há três anos. Mas, estranhamente, sobe sem parar no DF, onde já é vendido a R$ 45. Ontem, houve reajuste de 16%. Distribuidoras dizem ter repassado alta nos custos. (págs. 1 e 13)

Festa de arromba derruba direção
Diretoria do Centro de Ensino Médio 3 de Ceilândia, onde alunos fizeram festa regada a álcool e drogas, é afastada. (págs. 1 e 25)

Goiânia - Um crime premeditado
Érika Santos conta ao Correio que marido planejou em detalhes a tragédia em shopping goiano. Testemunhas ouvidas pela polícia confirmam versão. (págs. 1 e 26)

Desconto no salário agora tem limite
Tribunal de Justiça do DF concede liminar a três servidores públicos impedindo o BRB de reter mais de 30% do vencimento deles para abatimento de empréstimos consignados. Uma das beneficiadas, aposentada, estava sem receber nada havia cinco meses. O dinheiro ficava todo no banco. (págs. 1 e 17)

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Valor Econômico

Manchete: Lula afirma que país supera a crise
A cúpula do governo e grandes empresários brasileiros estiveram ontem em Nova York para mostrar aos investidores externos como o Brasil está mais bem preparado do que nunca para atravessar a crise internacional e que, por isso, sairá dela mais cedo que outros países. Eles encontraram uma audiência receptiva. Mas isso não significa que o capital externo voltará imediatamente a fluir como antes.

Embora a principal mensagem - a de que o sistema financeiro é sólido e o governo ainda tem instrumentos para contrabalançar os efeitos da crise - tenha repercutido positivamente, o cenário econômico internacional continua a nublar as perspectivas para o país. "Hoje, é impossível prever o que vai acontecer", disse William Landers, gestor da administradora de recursos BlackRock, que tem um fundo de US$ 3 bilhões voltado para a América Latina. "Mas o que sabemos é que as empresas (brasileiras) estão baratas".
As incertezas ficaram evidentes pouco antes da conferência "Brazil: Global Partner in a New Economy", organizada pelo "The Wall Street Journal" e pelo Valor. O banco americano Morgan Stanley anunciou redução significativa em suas previsões para o crescimento da economia brasileira neste ano, enquanto o Banc of America Securities Merrill Lynch também reviu, para baixo, suas projeções.

As autoridades brasileiras reconheceram as dificuldades. Lula e sua cúpula econômica - estavam presentes a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles - ressaltaram a necessidade de que os paises ricos, os EUA à frente, resolvam seus problemas bancários para restaurar liquidez à economia mundial. O fato de elas terem passado o dia todo com os investidores Lula participou de todas as sete horas do evento - é um indicativo de como veem a necessidade de divulgar o Brasil à comunidade financeira.

“Nas outras crises, o Brasil quebrou em poucos dias e foi obrigado a ir ao FMI", disse Lula. "Desta vez, não quebrou e não vai quebrar", A tônica foi a de que, pela primeira vez, o país tem condições de adotar medidas anticíclicas para enfrentar o cenário adverso. Nas crises anteriores, a fuga de capitais obrigou a medidas que acentuaram as dificuldades. (págs. 1, Fl a Fl4)

Críticas e ironias às previsões do Morgan Stanley
O relatório do banco americano Morgan Stanley prevendo queda de 4,5% no PIB brasileiro em 2009 mobilizou a atenção de investidores e empresários presentes ao seminário "Brazil: Global Partner in a New Economy". A previsão soou bastante exagerada. Apesar disso, a maioria dos participantes revisou recentemente para baixo as expectativas em relação à economia brasileira neste ano.

William Rhodes, chairman do Citibank, prevê um crescimento entre zero e 1 %. "O Brasil vai sair desta crise mais forte do que entrou", disse. Nicolas Aguzin, chefe do banco de investimento do JPMorgan para a América Latina, trabalha com a expectativa de recuo de 0,4% e considerou a projeção de queda de 4,5% "muito exagerada".

No governo, a projeção foi recebida em tom de brincadeira. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, ironizou as dificuldades recentes que o banco enfrentou e disse que apostaria - caso o Morgan Stanley ainda tenha ativos que valha a pena apostar - que o Brasil vai crescer. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também foi irônico. "Esses bancos não acertaram nem nas situações deles, quanto mais na situação do Brasil". (págs. 1 e F2)

Para O'Neill, Brasil justificou status de Bric
Durante três anos, o economista do Goldman Sachs Jim O'Neill, que cunhou o termo Bric em 2001, argumentou que Rússia e Brasil só justificariam seu status de potência emergente quando passassem por um período de forte queda no preço das commodities. Em entrevista ao "The Wall Street Journal", O'Neill disse que o Brasil passou no teste nessa crise. "A moeda enfraqueceu, o mercado acionário enfraqueceu, mas diferentemente de crises passadas, não foi preciso aumentar juros para conter a salda de capital, o que é um sinal poderoso". Sobre a Rússia, O'Neill disse ainda ter dúvidas.

Embora a crise esteja atingindo fortemente os Bric, o economista sustenta que o conceito continua mais válido do que nunca, embora possa ser expandido para incluir países como México ou Indonésia e excluir outros, como a Rússia. (págs. 1 e F10)

Governo quer união de Sadia e Perdigão
O governo não está disposto a colocar recursos na Sadia por meio do BNDES para tirá-la da crise, segundo informaram ao Valor duas altas fontes do Planalto. Há interesse em promover uma fusão com a Perdigão, mas desde que as famílias deixem o controle da Sadia.

Ontem à noite, a Sadia informou em comunicado ao mercado ter mantido "entendimentos recentes" com a concorrente. O Valor apurou com fontes ligadas ao negócio que esses contatos ocorreram há cerca de dois meses, mas que no momento não existem conversas concretas, pois o diálogo inicial não avançou. Havia expectativa de que a Perdigão negasse, em comunicado, a existência dos entendimentos neste momento. A empresa, porém, mantém o interesse. As ações das duas companhias subiram ontem.

O governo está sensibilizado com a necessidade de capital dos frigoríficos e tem discutido saídas para evitar o agravamento da crise no setor. Embora a fusão de Sadia e Perdigão não seja o foco do debate, vê com bons olhos a transação.

A Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, que participa do controle da Perdigão, tem também fatia significativa em preferenciais da Sadia. Costurar um acordo, porém, não será fácil, dada a diversidade de interesses das duas empresas. (págs. 1 e D3)

Ideias
Delfim Netto: queda do PIB no 4º trimestre mostra miopia do BC. (págs. 1 e A2)
Raymundo Costa: PT julga deputados contrários ao aborto. (págs. 1 e A6)
Roberto Troster: cadastro positivo não mudará a qualidade do crédito. (págs. 1 e Al2)

Estados se adaptam à queda de arrecadação e dos repasses federais (págs. 1 e A3)

Dificuldades na cerâmica
Com queda nas vendas domésticas e nas exportações, a indústria cerâmica de Santa Catarina opera com apenas 70% da capacidade instalada e se prepara para dias ainda mais difíceis. Cerca de 350 dos 5 mil funcionários do setor já perderam o emprego. (págs.1 e Bl)

Celulares 'genéricos'
Com preços baixos e diversos recursos tecnológicos - recepção de TV aberta, tela sensível ao toque etc. -, os celulares "genéricos" produzidos na China e Taiwan invadem o comércio popular e driblam a fiscalização da Anatel. (págs. 1 e B3)

Crise americana
A produção industrial nos Estados Unidos caiu 1,4% em fevereiro, pelo quarto mês consecutivo. Em relação ao mesmo mês no ano passado o recuo foi de 11,2% - a maior queda desde 1975. A utilização da capacidade instalada caiu a 70,9%, o menor nível já registrado. (págs. 1 e A10)


China avança na África
A China deve injetar mais US$ 2 bilhões em seu fundo de investimentos africano para aproveitar oportunidades deixadas pela retirada apressada dos investidores ocidentais no continente. (págs. 1 e All)

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Gazeta Mercantil

Manchete: Obama tenta impedir bônus milionário a executivos da AIG
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se comprometeu ontem a tentar impedir que a seguradora AIG pague milhões de dólares em bônus a seus executivos. O governo luta para evitar um movimento populista de oposição aos bancos e a Wall Street, que poderá complicar a agenda de recuperação econômica do presidente. “Nos últimos seis meses, a AIG recebeu significativas somas em dinheiro do Tesouro dos Estados Unidos”, disse Obama. Ele acrescentou que pediu ao secretário do Tesouro, Timothy F. Geithner, que “persiga cada caminho legal para bloquear esses bônus”. “É difícil compreender como os operadores de derivativos da AIG garantiram qualquer tipo de bônus, quanto mais US$ 165 milhões em pagamentos extras”, disse o presidente . “Como justificam esse ultraje para os contribuintes que mantêm a companhia em funcionamento?” Autoridades da Casa Branca disseram que o governo não pretende levar a AIG aos tribunais. Entretanto informaram que o Departamento do Tesouro tentará descobrir o que pode fazer para impedir que a AIG efetue os pagamentos. “Por todo o país existem pessoas que trabalham duro e cumprem com suas responsabilidades todos os dias, sem o benefício das ajudas do governo ou bônus multimilionários”, continuou Obama, que considerou esse um problema de “valores fundamentais”. Incentivando a pressão sobre a AIG, o procurador-geral do Estado de Nova York, Andrew M. Cuomo, exigiu ontem que a seguradora divulgue os nomes dos executivos destinados a receber os bônus, suas descrições de cargo, e detalhes sobre seu desempenho. A ajuda do governo para a AIG teve início no ano passado, com um empréstimo emergencial do Federal Reserve de US$ 85 bilhões. A assistência do contribuinte já avançou para US$ 170 bilhões, e o governo detém quase 80% da companhia. A AIG revelou também nomes de dezenas de instituições que se beneficiaram com os recursos da ajuda injetados na empresa. (págs. 1 e B1)

Lula analisará mudanças na poupança
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que vai analisar a possibilidade de fazer mudanças no cálculo do rendimento da caderneta de poupança depois de se reunir com a equipe econômica para discutir o assunto. Na opinião do presidente, que se encontrou com empresários em Nova York, o maior desafio da economia mundial para combater a atual crise financeira é manter o acesso ao crédito. A classe média, na sua opinião, é a principal vítima da crise. (págs. 1 e A1)

Liminar suspende licitação e prejudica as exportações
A falta de comunicação entre a Advocacia- Geral da União (AGU) e a Receita Federal surge como novo empecilho na retomada do processo de licitação para a compra de 37 escaneadores de alta potência, os quais servirão para o Brasil se adequar a um tratado de exportação com os Estados Unidos, que prevê que todas as mercadorias exportadas pelo Brasil devem passar por um raios X para evitar fraudes. A assessoria de imprensa da AGU afirma que o órgão espera da Receita documentos para entrar com recurso contra liminar que suspendeu o processo há quase seis meses. A assessoria de imprensa da Receita, por sua vez, diz que foi notificada ontem sobre a decisão e “vai subsidiar a AGU no que for preciso”. Em outubro de 2008, o Tribunal Regional Federal de Brasília concedeu liminar para suspender temporariamente a licitação dos escaneadores. “Essa decisão retarda o processo em pelo menos cinco anos, pois obriga que seja publicado um novo edital e nova concorrência”, explica Marcos Joaquim Gonçalves Alves, do escritório Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados. Para o advogado Mauro Berenholc, do escritório Pinheiro Neto, situações como essa prejudicam as empresas brasileiras. “Podemos perder um importante parceiro e prejudicar nossa balança comercial”, alerta o advogado. (págs. 1 e A14)

BR lucra R$1,28 bi, mas vê cenário ruim na indústria
A BR Distribuidora, braço logístico da Petrobras, que lucrou R$ 1,289 bilhão no ano passado — 53% acima do valor de 2007 — , prevê um cenário pessimista para as vendas de combustíveis no mercado industrial brasileiro. Segundo José Eduardo Dutra, ex-presidente da Petrobras e atual comandante da BR, pelo menos nos próximos três meses, o consumo de diesel e óleo combustível nas indústrias do País continuará sendo prejudicado pela atual crise financeira mundial. O executivo diz que companhias como a Vale e o setor de papel e celulose reduziram em 60 milhões de litros por mês as suas compras de combustíveis desde novembro do ano passado. “O mercado está sinalizando que nos próximos três meses o corte vai continuar”, afirma. O segmento industrial representa entre 10% e 15% da receita da distribuidora líder do mercado. No varejo, o quadro é mais favorável, embora, segundo Dutra, as vendas nos meses de novembro, dezembro e janeiro “andaram meio de lado, com alta de apenas 1%”. “O que vai ocorrer é que o lucro da BR vai ser menor (neste ano), porque o mercado é menor”, estima. (págs. 1 e C7)

Ajuda oficial não evita crise no agronegócio
Desde o agravamento da crise mundial, quatro usinas de açúcar e álcool e seis frigoríficos se tornaram insolventes e pediram recuperação judicial. Empresas bem estruturadas viram suas vendas desabarem e o crédito para capital de giro sumir. O consenso é de que, apesar de o governo ter liberado R$ 99,8 bilhões do compulsório bancário, esse crédito está chegando para poucos e a um custo muito elevado. O receio é de que o mesmo ocorra com os R$ 2,5 bilhões liberados para as usinas. (págs. 1 e B10)

Sadia e Perdigão admitem que negociam associação
A Sadia e a Perdigão admitiram que iniciaram conversações para uma possível associação. “Amanhã (hoje) a Perdigão irá comunicar ao mercado, mas nenhum negócio ainda foi fechado”, afirmou o diretor financeiro, Leopoldo Saboya. A Sadia confirmou ontem as “negociações recentes” em comunicado à CVM. A associação, caso se concretize, vai gerar uma gigante com receita bruta
de R$ 25 bilhões e com concentração no mercado interno de cerca de 60% em alimentos industrializados. Desde o anúncio das perdas financeiras, que podem chegar a R$ 2,6 bilhões, a Sadia tenta se capitalizar, incluindo há alguns meses a busca por um sócio. Há tempos, há o rumor sobre a aquisição da Sadia pela Perdigão, empresa que foi alvo, há dois anos, de uma oferta hostil de compra feita pela própria Sadia. A operação poderá ocorrer com troca e emissão de ações. (págs. 1 e B9)

Comércio exterior
Superávit fecha em US$ 138 milhões. (págs. 1 e A8)

Tractebel tem lucro de R$ 1,11 bi
A Tractebel, controlada pelo grupo Suez, teve lucro recorde de R$ 1,11 bilhão em 2008, 6,6% acima do valor de 2007. Segundo o presidente Manoel Zaroni, a empresa vai investir R$ 1,37 bilhão este ano. (págs. 1 e C6)

Retração nas máquinas têxteis
As consultas às fabricantes de máquinas têxteis tiveram crescimento de 9% no primeiro bimestre sobre mesmo período de 2008. As vendas efetivas, entretanto, estão entre 20% e 25% menores. (págs. 1 e C4)

Opinião - Paul Krugman
A Europa enfrenta uma crise no mínimo tão grave quanto a dos Estados Unidos, mas faz bem menos para combatê-la. Por isso, me preocupa ainda mais que os EUA. (págs. 1 e A17)

Opinião - Maria Fernanda Teixeira
Muitas empresas demitiram grande número de funcionários no início da crise, com receio do que poderia vir, e agora percebem que seus negócios começam a reagir. (págs. 1 e A3)

Opinião - Costábile Nicoletta
As empresas bem-sucedidas prezam o respeito a seus empregados e incentivam sua criatividade, principalmente em momentos difíceis de retração de mercado. (págs. 1 e A3)

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Jornal do Commercio

Manchete: Tragédia em família
Uno se choca com caminhão, em Joaquim Nabuco, e seis parentes morrem, entre eles duas crianças de 9 e 11 anos e um bebê de 9 meses. Grupo voltava de Alagoas, onde visitou familiares. Em Igarassu, outro acidente deixou dois mortos. (pág.1)

Tucanos batem forte em Lula em ato político (pág.1)

Poupança pode sofrer alteração (pág.1)

Presidência gasta 169% a mais com cartão corporativo (pág.1)

Clodovil sofre AVC hemorrágico (pág.1)

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