segunda-feira, 16 de março de 2009

O que Publicam os Jornais de Hoje

O Globo

Manchete: Presidência gasta 405% mais com cartões
Despesas deste ano chegam a R$ 2,78 milhões até o dia 11

De 1º de janeiro até o último dia 11, as despesas com cartões corporativos da Presidência da República chegaram a R$ 2,785 milhões. O valor é 405% maior do que o desembolsado no primeiro trimestre do ano passado. Até o fim de março, as despesas devem crescer. Os dados são do Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira). O volume deste ano equivale a 65% de tudo o que foi gasto em todo o ano de 2008. As despesas estão relacionadas principalmente a viagens do presidente Lula e suas comitivas de apoio e segurança. Os cartões são usados para pagar despesas diversas, de hospedagem a alimentação. No ano passado, o escândalo com cartões corporativos de ministros – usados até para comprar tapioca – foi investigado pelo Congresso e o governo prometeu reduzir os gastos. (págs. 1 e 3)

País tem 400 empresas com teste antidoping
Cerca de 400 empresas no Brasil testam seus funcionários para saber se consumiram álcool, maconha, cocaína e anfetaminas. Alguns especialistas dizem que não há discriminação e citam o índice de recuperação de 80% para defender os testes no tratamento de dependentes químicos. O teste não é proibido por lei, mas, segundo procuradores do Trabalho, a Constituição protege a privacidade do indivíduo. (págs. 1 e 18)

Nepotismo: Senado promete afastar parentes
O 1º secretário do Senado, Heráclito Fortes, disse que vai determinar o afastamento de parentes de servidores contratados por empresas que prestam serviços à Casa. O presidente do Senado, José Sarney, vai enviar a denúncia do Globo à Corregedoria. (págs. 1 e 4)

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Folha de S. Paulo

Manchete: Chávez manda Exército ocupar portos da oposição
Assembleia Nacional autorizou intervenção em instalações estaduais

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ordenou ontem a ocupação militar de portos nos três Estados litorâneos administrados pela oposição. Na quinta, a Assembléia Nacional, dominada pelo chavismo, aprovou reforma legal que permitiu essas intervenções.

Chávez alega que os portos são controlados por “máfias” e narcotraficantes e ameaça prender governadores que resistam. “A Assembleia executa um golpe de Estado em câmera lenta”, diz Henrique Salas Feo, governador de Carabobo, Estado afetado pela medida.

A ocupação de portos é mais uma ação que tira poder de governos estaduais conquistados pela oposição no pleito de novembro. Chávez já tomou o controle de hospitais, escolas, centros desportivos e culturais e até de uma TV antes vinculada ao governo distrital de Caracas, oposicionista. (págs. 1 e A10)

Clóvis Rossi – Encontro de Lula e Obama apenas repete Lula-Bush
É inescapável uma sensação de parte 2 de filme velho nos anúncios após o encontro entre Lula e Obama.

A ideia de criar grupos de trabalho para estudar temas e adotar posições conjuntas foi lançada – e implementada – há seis anos, por Lula e Bush. É importante, para os dois lados, uma boa relação. Mas novidade no relacionamento bilateral é tudo o que o encontro não foi. (págs. 1 e A8)

Diretor da OMC vê queda ‘terrível’ no comércio global
O francês Pascal Lamy, diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, afirma em entrevista que o comércio global pode recuar até 7% neste ano. “Será terrível”, diz o chefe da OMC.

Para ele, os membros da organização devem resistir à tentação protecionista: “É um tiro no pé”. (págs. 1 e A14)

Crise põe ações de Brasil e EUA no mesmo nível
A crise financeira internacional colocou as ações brasileiras em um patamar próximo de expectativas de rentabilidade e de risco ao dos papéis dos EUA, aponta estudo da Economática.

Esse cenário pode contribuir para inibir investimentos estrangeiros futuros na Bolsa brasileira. (págs. 1 e B1)


PF apura aliança entre sem-terra e madeireiros para desmate
A Polícia Federal investiga uma “aliança informal” entre sem-terra e madeireiros no interior de Rondônia, informa Eduardo Scolese.

O esquema abrange, segundo a PF, a escolha da propriedade, a invasão, a expulsão do fazendeiro, o desmate e a divisão do lucro com a venda da madeira.

Do lado dos sem-terra, afirma a polícia, a parceria é composta pela LCP (Liga dos Camponeses Pobres), uma dissidência do MST. A direção da LCP não quis comentar o relatório. (págs. 1 e A4)

Editorais
Leia “À espera dos EUA”, sobre retração econômica sincronizada; e “Ditadura ilhada”, acerca de Cuba. (págs. 1 e A2)

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O Estado de S. Paulo

Manchete: Após corte de juro, BC força baixa no spread bancário
Bancos menores poderão ser comprados para restabelecer financiamentos

O governo prepara ofensiva para forçar bancos a reduzir o spread, que é a diferença entre os juros que pagam na captação do dinheiro e o que cobram nos empréstimos. Esse esforço de baixa vem logo após o Banco Central ter cortado a taxa básica de juros em 2,5 pontos porcentuais (para 11,25% ao ano) nas duas últimas reuniões do Comitê de Política Monetária, informa Leandro Modé e Ricardo Grinbaum. Para chegar ao objetivo, uma das medidas em estudo é o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social comprarem fatias de bancos menores, capitalizá-los e fazer com que voltem a emprestar, sobretudo às pequenas e médias empresas. Com a crise, o spread bancário saiu de 37,6 pontos porcentuais em agosto para 43,6 pontos em janeiro. (págs. 1 e B1)

A marcha lenta do PAC
O governo federal só investiu, até 12 de março – período que corresponde a cerca de 20% do ano – R$ 1,23 bilhão, ou 5,2% dos R$ 20,7 bilhões autorizados do Programa de Aceleração do Crescimento no Orçamento da União de 2009. (págs. 1 e B3)

Chávez toma portos e aeroportos da oposição
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, determinou que as Forças Armadas assumam o controle dos portos e aeroportos, numa medida que enfraquece os governos locais de oposição. Ele ordenou que navios da Marinha tomem o Porto Cabello, o mais movimentado do país, ainda esta semana. Os três principais portos ficam em Estados governados por oposicionistas – Carabobo, Zulia e Nova Esparta. (págs. 1 e A9)

Petróleo em queda empobrece cidades
Com royalty menor, municípios do Rio reduzem investimentos

Com a queda do preço do petróleo no mercado internacional, os municípios fluminenses dependentes dos royalties da extração do óleo na costa estão sendo obrigados a rever seus orçamentos. Diversos projetos planejados quando o barril ainda era cotado a US$ 100 foram cancelados agora que a cotação chegou a US$ 40. As nove cidades que mais recebem recursos do petróleo no Estado do Rio deverão perder R$ 650 milhões em receitas em 2009. (págs. 1 e A6)

Satiagraha – Protógenes: ‘Sou portador de segredos’
Em 1º de abril, delegado promete detalhar operação na CPI dos Grampos. (págs. 1 e A8)


Notas e informações – A ação antidroga da ONU
A aprovação de diretrizes para o combate às drogas, feita pela cúpula da ONU na semana passada, ignora o fracasso das respostas puramente repressivas à produção e ao uso de entorpecentes. (págs. 1 e A3)

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Jornal do Brasil

Manchete: Zona Norte mais verde
Área será prioridade em reflorestamento

Atendendo a pedidos da população, será plantada na Zona Norte do Rio a maioria das 20 mil árvores de espécies da Mata Atlântica do programa da Fundação Parques e Jardins. A ação começa mês que vem, com 600 novas mudas no Grande Méier. Arborizados, bairros como Cachambi, Encantado, Engenho de Dentro, Maria da Graça e Méier podem ficar até sete graus mais frescos, aponta especialista. (págs. 1 e A12)

Acordo para aprovar projetos
Levantamento feito pelo JB revela que são pelo menos 12 os projetos de lei considerados prioridades máximas para mais de um partido no retorno do trabalho legislativo. Significa que podem ter um caminho menos tortuoso rumo à sanção presidencial. (págs. 1 e A5)

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Correio Braziliense

Manchete: Brasiliense já enfrenta 60km de engarrafamento diariamente
Cálculos feitos por agentes do Detran em sobrevoos pelos pontos críticos do trânsito registram, durante a manhã e o início da noite, congestionamentos de quase 30km em cada um dos períodos. O excesso de carros nas ruas — hoje, 1,062 milhão de veículos disputam as vias — é apontado como a principal causa dos transtornos enfrentados pela população. As obras em andamento, outra razão para a atual lentidão, são feitas para reduzir o problema. Melhora do transporte público e incentivo à “carona solidária” são outras soluções apontadas por especialistas. (págs. 1, 15 e 16)

Agricultura - ONGs têm prioridade na gestão de recursos
Até 2003, as verbas para assistência técnica no campo eram repassadas, preferencialmente, a estados e municípios. Com a gestão Lula, o Ministério do Desenvolvimento Agrário inverteu a lógica e passou a privilegiar as transferências às organizações não-governamentais. Para oposição, governo tem agido politicamente. (pág. 1 e Tema do dia, pág. 2)

Denúncia de nepotismo no Ministério da Indústria
Servidora em cargo de chefia é investigada por colocar o marido, um funcionário terceirizado, entre os subalternos. Prática é proibida pelo Supremo desde 2006. (págs. 1 e 4)


Venezuela - Chávez manda tomar portos e aeroportos
Presidente venezuelano ordena que o Exército ocupe as instalações controladas pela oposição, ameaça prender qualquer governador que contrariar a decisão e afirma: “Essa revolução seguirá se radicalizando”. (págs. 1 e 14)

Saúde
Temporão faz balanço dos dois anos de gestão e comenta: “Falta dinheiro”. (págs. 1 e 7)

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Valor Econômico

Manchete: Governo prepara pacote de ajuda aos frigoríficos
O governo preparou uma “operação de salvamento” para ajudar os frigoríficos em dificuldades financeiras. Ela começou com a aprovação de uma medida provisória no Senado, na última quarta-feira, e será mantida com financiamento para capital de giro a pelo menos 18 empresas. Em reunião com ministros e dirigentes de bancos sobre os cenários do agronegócio para 2009, em 4 de março, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou socorrer os frigoríficos para evitar problemas em toda a cadeia produtiva, que poderia ameaçar os pequenos produtores em todo o país e pôr em risco uma das principais fontes de superávits na balança comercial.

O BNDES e o Banco do Brasil devem entrar em campo para reforçar o capital de giro das empresas. Uma linha de até R$ 1,2 bilhão deve ser destinada a uma parcela dos frigoríficos que está com dificuldades em obter novos créditos para suas operações internas e de exportação, ou que contabilizou prejuízos com excessiva exposição à variação do real ante o dólar sem a devida proteção.

Mais recursos poderão ser mobilizados por meio de empréstimos para estocagem (EGF e LEC) da produção de carne em até R$ 20 milhões por empresa. Além de ampliar a liquidez dos frigoríficos, as medidas podem compensar parte do aumento dos cursos de produção decorrentes da elevação dos preços internacionais dos insumos.

Outra linha de crédito de R$ 2,5 bilhões prevê o repasse, com o compromisso de recompra, de parte das carteiras de recebíveis das agroindústrias – como Células de Produto Rural (CPR) – em garantia das operações. Ao mesmo tempo, o Tesouro passará a subsidiar os juros de empréstimos para capital de giro de agroindústrias. O benefício está incluído no projeto de conversão em lei da Medida Provisória nº 445, aprovado pelo Senado.

O sinal de alerta no governo soou com os prejuízos anunciados pela Sadia e foi completado pelo pedido de recuperação judicial do frigorífico Independência. Na reunião do Planalto, o presidente Lula pediu ao BNDES que estudasse a retomada do aporte de capital no Independência. A medida, que reforçaria o caixa da empresa em R$ 200 milhões, foi suspensa pelo pedido de recuperação judicial. O BNDES tem entre 11% e 13% do capital do Independência. (págs. 1 e B12)

‘Valor” e WSJ reúnem Lula e investidores em Nova York
Os dois principais jornais de economia e negócios no Brasil e nos EUA – Valor e “The Wall Street Journal” – promovem hoje, em Nova York, o seminário “Brazil: Global Partner in a New Economy”, o primeiro grande evento sobre o Brasil no exterior desde o agravamento da crise global.

O seminário será realizado no Hotel Plaza, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros da área econômica e empresários brasileiros. Terá como convidados 250 investidores e CEOs de multinacionais, que poderão dialogar com autoridades e empresários brasileiros sobre a maneira como o país vem enfrentando a crise.

No evento, os investidores receberão a publicação especial bilíngue “Investment Opportunities – Facing the Challenge of the Crisis”, com reportagens que dimensionam o mercado interno brasileiro, a solidez do sistema financeiro e o equilíbrio institucional do país. Essa publicação circula na edição de hoje, para assinantes.

Amanhã, o Valor publica a cobertura completa do evento de Nova York, em caderno especial de 14 páginas. Informações on-line podem ser obtidas em www.valoronline.com.br/seminariony. (pág. 1)


BC vê risco cambial em queda de juro
O balanço de pagamentos entrou no radar do Banco Central como um fator de risco para a redução forte dos juros. A preocupação é evitar que cortes exagerados levem a significativas desvalorizações cambiais como as observadas recentemente na Nova Zelândia, Coréia do Sul e México.

Para o BC, seria arriscado simplesmente reproduzir as estratégias adotadas pelas autoridades dos países desenvolvidos. Até o início do ano, os mercados ainda premiavam países que fizeram cortes agressivos nos juros. Essa visão mudou a partir de 29 de janeiro, quando a Nova Zelândia reduziu de 5% para 3,5% sua taxa básica, um ponto acima do esperado pelos analistas. Em seguida, sua moeda se desvalorizou em 3,2%. (págs. 1 e C3)

“PMDB de Dilma” é o novo alvo
O PMDB tornou-se alvo preferencial de denúncias desde que, fechadas as urnas que deram ao partido o comando das mesas da Câmara e do Senado, foi delineada sua propensão a fechar coligação com o PT em torno da candidatura presidencial da ministra Dilma Rousseff. A tese, corrente no PT e no Palácio do Planalto, lança mão da ausência do ex-governador Orestes Quércia (PMDB) no foco das denúncias e do protagonismo do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) como crítico do partido. Ambos são partidários da candidatura do governador José Serra em 2010. A avaliação de que o PMDB fechou com Dilma, no entanto, estará sendo posta à prova durante os congressos estaduais e nacional que o partido pretende realizar até junho. (págs. 1 e A6)


Crise trava venda de energia de longo prazo
Os grandes consumidores de energia, como indústrias e shopping centers, estão com dificuldades para renovar contratos de longo prazo com as geradoras. Desta vez, o problema não é a dúvida sobre a oferta de energia, é a falta de parâmetros quanto ao futuro comportamento da demanda.

Com a enorme incerteza sobre a duração e a intensidade da crise, poucos geradores se arriscam a assinar compromissos para depois de 2010. O temor é fechar contratos com preços baixos neste momento e desperdiçar a oportunidade de ganhos maiores com um eventual desequilíbrio entre oferta e demanda nos próximos anos, com a retomada do crescimento econômico.

Para atenuar o freio nos negócios, Paulo Mayon, da Associação Nacional dos Consumidores de Energia, propõe que o governo permita a venda direta de “sobras” de energia entre as empresas. (págs. 1 e B1)

Ajuste nos insumos ainda demora
O ciclo de ajustes nos estoques de insumos para a indústria ainda não chegou ao fim. Fabricantes de bens intermediários como aço, cobre e produtos químicos acreditam numa recuperação mais forte da produção apenas em abril ou maio – e em nível bem menor que o registrado antes do agravamento da crise. Em janeiro, a produção de intermediários caiu 20,4% em relação ao mesmo mês de 2008, mais que os 17,2% de queda da indústria geral. O tombo se deve à combinação de forte desaceleração da demanda interna e do mundo em recessão. A exportação de intermediários caiu 24,4% em janeiro. (págs. 1 e A4)

Ideias
Sergio Leo: as relações pragmáticas do governo Lula com o novo presidente dos Estados Unidos. (págs. 1 e A2)

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Gazeta Mercantil

Manchete: Petróleo deixa o Brasil mais próximo dos EUA
A ExxonMobil, gigante norte-americana, prepara-se para extrair, de um único poço situado na camada do pré-sal - localizado nas águas profundas da bacia de Santos -, até 8 bilhões de barris, ou seja, mais da metade das reservas atuais do Brasil, de 14 bilhões de barris. A estimativa para o campo da Exxon, batizado de Azulão-1, foi revelada por Luiz Lemos, um dos sócios do escritório de advocacia brasileiro TozziniFreire advogados, que representa petrolíferas estrangeiras no País. “Esse poço é muito grande”, afirma Lemos, referindo-se ao Azulão-1, que pode ter a mesma quantidade de petróleo do campo vizinho de Tupi, o mais famoso poço da camada pré-sal, com potencial para produzir de 5 a 8 bilhões de barris, segundo estimativa da Petrobras.

A Exxon é a operadora do Azulão-1, com 40% do campo, mas tem a também norte-americana Hess (outros 40%) e a própria Petrobras (20%) como sócias.

O trabalho conjunto entre a estatal brasileira e as petrolíferas dos Estados Unidos, que resulta em reservas de até 20 bilhões de barris oriundos apenas dos poços já estimados — Tupi, Iara e Azulão-1— pode ser o início de uma importante parceria entre os países. A necessidade de os Estados Unidos em reduzir sua dependência do óleo venezuelano, em função dos conflitos políticos com Hugo Chávez, pode culminar num acordo comercial que transforme a região do pré-sal em grande fornecedora de petróleo para o mercado norte-americano.

Ainda na questão sobre combustíveis, durante a primeira reunião realizada entre Obama e Lula no último sábado, em Washington, os presidentes debateram o protecionismo norte-americano em relação ao etanol brasileiro, que sofre tarifa de US$ 0,54 para cada galão exportado do Brasil para os EUA. (págs. 1 e C6)


Infraestrutura mantém alta a taxa de investimento
Apesar da crise, o comportamento do investimento no Brasil tenderá a se manter num patamar não distante dos 19% do Produto Interno Bruto (PIB) apurados em 2008. A taxa, historicamente, é considerada alta para o País, mas tímida para padrões internacionais. No Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a previsão da taxa de investimento é de 19,6% ou 19,7% este ano. No Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) fala-se em 18%. Esse desempenho se deverá, em boa parte, aos projetos de infraestrutura em curso, como os tocados pela Petrobras, as usinas hidrelétricas do rio Madeira e os projetos das empresas de telecomunicações, que têm de investir para manter suas licenças de concessão de tecnologia 3G.

Outras fontes não são tão otimistas. “Tudo somado, não é suficiente para compensar a queda do investimento privado”, contra-argumenta Paulo Sandroni, professor da Fundação Getulio Vargas. (págs. 1 e A6)


Forte retração no mercado de caminhões
Sem perspectiva de renovar contratos nas exportações e com uma retomada lenta do mercado brasileiro, o setor de caminhões terá recuperação difícil neste ano, segundo previsão do presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), Paulo Butori. “Os estoques ainda estão elevados”, disse Butori.

“Este ano não será igual a 2008, que foi um ano fabuloso. Os números serão bem menores, iguais a 2007, quando foram vendidos 98 mil caminhões”, prevê Eriodes Battistella, presidente da Associação Brasileira dos Concessionários Scania (Assobrasc). Humberto Aguiar, diretor de vendas de veículos novos da Guanabara Diesel, prevê redução de 30% do mercado. (págs. 1 e C4)

País é convidado a participar do Comitê de Basiléia
O Brasil vai fazer parte do Comitê de Basiléia para Supervisão Bancária. O convite foi feito na sexta-feira, quando o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, participavam de encontro preparatório para reunião do G20, em Londres. (págs. 1 e B2)

O mundo ainda calcula as perdas
Ontem completou seis meses que o mundo acordou atônito com o pedido de concordata do centenário Lehman Brothers. O então quarto maior banco de investimento dos Estados Unidos havia quebrado. O choque se alastrou sob forma de desconfiança generalizada, levando o sistema financeiro global a um dos piores momentos em décadas e o que era uma crise de crédito se agravou em uma crise de liquidez. Daí seguiram-se outras derrocadas e o mundo viu que Wall Street ruía, bem como muitos bancos europeus. Só não se sabe ainda com certeza qual o fundo do poço e quanto as instituições perderam. O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima em US$ 2,2 trilhões até agora. Para piorar, Wall Street continua a escandalizar: neste domingo, a AIG, que recebeu uma ajuda de US$ 170 bilhões do Tesouro dos EUA para não quebrar, pagou US$ 165 milhões a seus funcionários a título de incentivos e bônus.

No Brasil, medidas adotadas pelo Banco Central (BC) desde então não impediram o contágio da economia real, via retração no crédito e alta do dólar, mas abrandaram os efeitos da crise. Apesar de registrar forte queda em 2008, o mercado acionário começa a mostrar sinais de recuperação, com a sinalização de uma estabilização do sistema financeiro. O fluxo de recursos dos investidores estrangeiros para a bolsa brasileira em março, até o dia 9, estava negativo em R$ 1,29 bilhão, depois de fechar fevereiro positivo em R$ 544 milhões. (págs. 1, B1 e B3)

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