17 de setembro de 2008
O Globo
Manchete: EUA estatizam 3ª maior seguradora do mundo
Em mais um capítulo da crise americana, o Federal Reserve decidiu injetar US$ 85 bilhões para salvar o AIG, a maior seguradora dos EUA e a terceira naior do mundo, com US$ 1,06 trilhão de ativos. Em troca, ficará com 80% das ações da empresa. A estatização foi o caminho escolhido após tentativas de tranferir a AIG para o Goldmam Sachs ou o JP MOrgan. No Brasil, o Unibanco AIG é a quarta maior seguradora do país com 600 mil clientes de planos de previdência e três milhões de apólices de seguro de vida. Antes do anúncio do Fed, o Unibanco informava que poderia assumir a participação da AIG no Brasil. O banco britânico Barclays concluiu a operação de compra de algumas operações do Lehmam Brothers por US$ 2 bilhões, mas os detalhes devem ser conhecidos hoje. Ontem o dia foi de recuperação de mercado: a Bovespa subiu 1,68% e o Dow Jones, em Nova York, 1,30%. (págs. 1 e 25 a 31)
Ministro quer serviço social obrigatório
O ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, defende serviço social obrigatório por um ano para jovens de 18 anos, mulheres inclusive, que não servirem às Foças Armadas. Ele quer que os jovens conheçam a realidade do país. (págs. 1 e 16)
Número 2 da PF é preso por corrupção
O diretor-executivo da PF, Romero Menezes, segundo homem na hierarquia do órgão, foi preso por corrupção passiva e vazamento de informação. O próprio diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, deu voz de prisão a Menezes, que não foi algemado. A investigação apura fraudes da mineradora MMX no Amapá. Foram presos o irmão de Romeros e um diretor da MMX. (págs. 1 e 3)
'Chacina' do tráfico não deixa pistas
Policiais do Bope ocuparam ontem o Complexo do Alemão, mas não acharam qualquer pista da suposta guerra interna entre traficantes, que teria resultado em morte de oito bandidos. Um deles seria o chefe, o Tota, primeiro na lista de procurados. (págs. 1 e 17)
Paes: um Rio com mais ordem. E mais gastos
Se eleito, Eduardo Paes (PMDB) quer promover ou manter medidas de ordem urbana, como as Apacs, e repressão a camelôs, vans, caminhões e outdoors. "Projeto bom vou manter, não mudo nem o nome", disse em sabatina no GLOBO. Mas não explicou de onde virão recursos para contratar mais médicos, professores e efetivar seis mil guardas municipais. (págs. 1 , 10 e 11)
Cesar ataca Crivella e a Universal
Para atingir o candidato Marcelo Crivella (PRB), o prefeito Cesar Maia divulgou denúncias de suposta ligação da Universal com o narcotráfico, feitas pelo pastor Caio Fábio - envolvido no dossiê Cayman. (págs. 1 e 4)
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Folha de S. Paulo
Manchete: Com US$ 85 bi, EUA salvam seguradora
Como os grandes bancos americanos se recusaram a emprestar dinheiro para AIG, o governo dos EUA, depois de afirmar que não voltaria a ajudar o setor privado, decidiu emprestar US$ 85 bilhões para a maior seguradora mundial por meio do Fed (o banco central do país). Em troca, o governo terá como garantia 79,9% das ações da empresa. Segundo o “Financial Times”, o governo quer impedir que os atuais acionistas lucrem com o resgate. Pelo acordo, a direção da seguradora deverá ser demitida. O empréstimo será garantido por todos os ativos da seguradora (avaliados em US$ 1 trilhão em junho).
Mesmo antes do anúncio, os mercados tiveram trégua relativa ao pessimismo. Em Nova York, O Dow Jones avançou 13%. No Brasil, a Bovespa subiu 1,68%. O dólar fechou em R$1,824. Bancos centrais ao redor do globo injetaram ao menos US$ 250 bilhões nos mercados. Os bancos Goldman Sachs e Morgan Stanley anunciaram queda nos lucros, mas superaram as expectativas de analistas. (págs. 1 e Dinheiro)
Crise financeira dos EUA eleva o custo da dívida do Brasil
(págs. 1 e B8)
Sindicatos vão à Justiça contra venda da Brasil Telecom à Oi
Sindicatos de telefônicos de vários Estados preparam arrastão judicial para questionar a venda da Brasil Telecom à Oi. Órgão do RS já entrou com representação no Ministério Público Federal, alegando que o negócio cria um monopólio. A compra é condicionada a mudança do Plano Geral de Ourtogas que depende do presidente Lula. Além do movimento, há uma ação popular na 8º Vara da Justiça Federal de Fortaleza. As empresas não comentaram as iniciativas. (págs. 1 e B11)
Polícia Federal prende seu número 2
A PF prendeu seu diretor executivo, Romero Menezes, suspeito de beneficiar o irmão com informações privilegiadas. O pedido de prisão partiu do Ministério Público federal do Amapá. Menezes recebeu voz de prisão da sede da PF, em Brasília, do diretor-geral do órgão, Luiz Fernando Corrêa. A Procuradoria apura se ele vazou informações da Operação Toque de Midas. Investiga-se a participação do grupo EBX, de Eike Batista, em suposto esquema de fraudes no AP. O irmão de Menezes e um diretor da MMX, ligada à EBX, tiveram prisão decretada. Em conversa com Corrêa, Menezes negou a acusação e pôs o cargo à disposição, o que foi aceito. Além do inquérito haverá processo administrativo disciplinar, que pode levar à demissão. (págs. 1 e A4)
Morales fecha acordo com os governadores oposicionistas
O governo Evo Morales e os cinco governadores da oposição anunciaram a assinatura de um pré-acordo que pode permitir o fim negociado das turbulências na Bolívia. Três mesas de diálogos sobre os pontos de conflito serão formados amanhã. O governador de Pando foi preso, acusado de estar por trás da morte de ao menos 15 camponeses e de desrespeitar estado de sítio. (págs. 1 e A14)
Editoriais
Leia "Desaceleração geral" sobre efeitos da crise no Brasil; e "Mais energia e eficiência", acerca das usinas nucleares. (págs. 1 e A2)
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O Estado de S. Paulo
Manchete: BCs socorrem bancos com US$ 210 bi
Os bancos centrais dos países mais ricos do mundo tiveram de injetar ontem US$ 210 bilhões para acalmar o mercado, um dia após o anúncio da concordata do banco americano Lehman Brothers. O objetivo do socorro é dar aos bancos condições de honrar compromissos e manter o crédito, evitando uma seqüência de quebras das instituições.
Apesar do socorro, o dia foi de intensa oscilação e pessimismo, ajudado pela decisão do Fed de manter os juros em 2%. O Ibovespa, que chegou a cair 4,45%, fechou em alta de 1,68%. O Dow Jones, em Nova York, teve recuo de 1,60% e depois se recuperou, subindo 1,30%.
A tendência negativa no mercado mudou diante da informação de que o governo americano estuda salvar a seguradora AIG, a maior do país. Para os próximos dias, a previsão é de mais volatilidade. Analistas dizem que o clima em Nova York é de pânico. (págs. 1 e B1 e B11)
Unasul neutralizou Chávez
O presidente Lula invocou Estado de Direito e democracia para costurar a posição da Unasul a favor do diálogo do boliviano Evo Morales com a oposição. O pragmatismo neutralizou a retórica de Evo e do venezuelano Hugo Chávez. (págs. 1 e A16)
Notas e informações: A parcialidade da Unasul
O texto da Unasul sobre a Bolívia é um primor de parcialidade, por considerar o presidente Evo Morales, contra todas as evidências, como o paladino da “institucionalidade democrática”. (págs. 1 e A3)
Exército da Bolívia prende rival de Evo
O Exército da Bolívia prendeu o governador do Departamento de Pando, Leopoldo Fernández, líder oposicionista acusado de ter ordenado a morte de 18 camponeses nos confrontos da semana passada. A oposição suspendeu a negociação de uma trégua com o governo, exigindo a libertação de Fernández, informa Renata Miranda. Por causa do conflito em Pando, mais de mil bolivianos e ao menos 30 brasileiros já fugiram para o Acre. A ONU acompanha o caso. (págs. 1 e A14)
Número 2 da PF é preso por corrupção
Sem algemas e longe das câmeras, o diretor executivo da Polícia Federal, Romero Lucena de Menezes, foi preso por decisão judicial. Ele é suspeito de ter vazado informações sigilosas para um irmão, José Gomes de Menezes Júnior, que presta serviços à MMX, empresa de Eike Batista. O delegado também é investigado por supostamente favorecer uma firma do irmão. Menezes recebeu voz de prisão do diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa. (págs. 1 e A4)
Dono da MSI fica livre de processo
O STF anulou parte da ação contra o russo Boris Berezovsky, pivô do caso Corinthians-MSI. Os ministros apontaram erro do juiz Fausto de Sanctis – o mesmo da Operação Satiagraha. (págs. 1 e A6)
Marginal do Tietê terá até 11 faixas de cada lado
A Marginal do Tietê entrará em obras no ano que vem para a construção de 15 km de pistas, além de novos acessos à Avenida do Estado e à Ponte do Tatuapé. Orçado em R$ 1 bilhão pelo governo estadual, o projeto prevê que certos trechos terão até 11 faixas de cada lado. (págs. 1 e C1)
Cercado de tucanos, Kassab lança programa
O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Gilberto Kassab (DEM), lançou seu plano de governo prestigiado por tucanos históricos, como o ex-ministro José Gregori. Kassab disse que seu “inspirador” foi o governador José Serra (PSDB). (págs. 1 e A7)
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Jornal do Brasil
Manchete: US$ 375 bi contra a crise
Um dia depois de o pânico espalhar-se no mundo do mercado financeiro, os maiores bancos centrais injetaram US$ 375 bilhões para conter os efeitos da crise que afetou grandes companhias do Wall Street. O Banco Central Europeu despejou mais de US$ 120 bilhões. O Federal Reserve, dos EUA, US$ 155 bilhões – só para a seguradora AIG foram R$ 85 bilhões. No Brasil, o presidente Lula desdenhou da turbulência: “Que crise? Vai perguntar para o Bush”, disse a jornalistas. No histórico recente, porém, o Brasil jamais ficou impune. (pág. 1 e Tema do Dia, págs. A2 a A4)
Pequeno investidor tem de ter calma
Momentos de oscilações exigem cautela, portanto especialistas sugerem que pequenos investidores devem fugir das aplicações na Bolsa e procurar outros investimentos. (pág. 1 e Tema do Dia, pág. A3)
Preso o número 2 da Polícia Federal
O delegado Romero Menezes, segundo homem na hierarquia da Polícia Federal – chefe da poderosa Diretoria Executiva (Direx), responsável pela organização e execução das megaoperações desencadeadas nos últimos cinco anos – foi preso ontem pelo próprio diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, seu amigo. Menezes é acusado de favorecer o irmão, dono de uma empresa que presta serviços ao Grupo EBX.(pág. 1 e País, pág. A11)
1,2 milhão/dia sairá do pré-sal
A Petrobras pretende retirar 1,2 milhão de barris de petróleo a mais por dia em 2017, com a entrada em produção das primeiras 11 plataformas de exploração do pré-sal. Hoje a extração gira em torno de 1,8 milhão de barris diários. (págs. 1 e A18)
Tropa ocupa Rocinha e Vidigal
As tropas do Exército ocupam hoje as favelas da Rocinha e do Vidigal. Por três dias vão proteger candidatos e eleitores. De quebra, estancarão parte do faturamento do tráfico, estimado em R$ 10 milhões mensais. (págs. 1 e A10)
Tribunal proíbe Eduardo Paes de usar UPAs na TV
Eduardo Paes (PMDB) foi, até agora, o candidato que mais teve propaganda irregular apreendida pelo Tribunal Regional Eleitoral. Paes sofreu ontem outra derrota: o TRE o proibiu de falar sobre as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) na TV. O governador Sérgio Cabral também terá de suspender a propaganda. (págs. 1, A5 e A7)
Mulheres ficam mais doentes
Mulheres cada vez mais jovens estão procurando médicos com casos avançados de câncer de mama e outros males, alguns ligados ao universo masculino, como o enfarte do miocárdio. É o efeito colateral do estresse e de uma coleção de maus hábitos. (págs. 1 e A24)
Ação civil pública contra o heliponto
Por considerar que o heliponto às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas fere o tombamento da área, o Ministério Público Estadual entrou com ação civil pública contra a prefeitura e a empresa de táxi aéreo Helisul, que explora o local para turismo. (págs. 1 e A10)
Morales e Chávez unem estratégias
A crescente aproximação com Hugo Chávez sugere que o boliviano Evo Morales adota a mesma estratégia de colega venezuelano: a idéia de todos contra o império para reforçar o nacionalismo. No fim da noite, Morales fechou acordo com a oposição. (págs. 1 e A22)
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Correio Braziliense
Manchete: A crise a caminho do seu bolso
Pela primeira vez em seis anos, pequenos bancos brasileiros suspenderam operações de crédito por não terem dinheiro para emprestar. O fenômeno é sintoma de contágio da crise internacional, que pode, por efeito dominó, se desdobrar em maiores complicações para o país. No resto do mundo, os centros financeiros foram sacudidos pelo terremoto da seguradora AIG — a maior dos EUA, que precisa de um socorro de US$ 85 bilhões para não quebrar. Tentando serenar os ânimos, bancos centrais de vários países injetaram, juntos, US$ 234 bilhões nos mercados. Mesmo assim, a bolsa da Rússia caiu 17% e teve que encerrar os negócios antes do fim do pregão. (pág. 1, Tema do dia, págs. 13 a 15 e Visão do Correio, pág. 20)
Acordo ameaçado na Bolívia
Governadores oposicionistas suspendem negociações de trégua com o governo Evo Morales após a prisão de Leopoldo Fernández, acusado de comandar massacre de camponeses. Brasil reforça vigilância na fronteira do Acre para evitar o alastramento do conflito. (págs. 1, 22 e 23)
Navalha na carne da PF
Chefe da Polícia Federal dá voz de prisão a Romero Menezes, segundo na hierarquia da corporação. Delegado é suspeito de tráfico de influência. (págs. 1, 2 e 3)
Anencefalia provoca debate tenso no STF (págs. 1 e 11)
Patrimônio histórico da Vila Planalto vira depósito (págs. 1 e 30)
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Valor Econômico
Manchete: Todo o mercado olha para a AIG
O comportamento do mercado financeiro hoje vai depender do que acontecerá com a AIG. A maior seguradora do mundo esteve ontem no epicentro das turbulências financeiras globais. Segundo o “The Wall Street Journal”, dificilmente ela conseguirá sobreviver sem alguma forma de intervenção governamental, depois que fracassou a tentativa de levantar US$ 75 bilhões junto a bancos do setor privado. O governo dos Estados Unidos ainda tentava ontem à noite resgatar a AIG.
A principal opção em análise seria o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) fornecer um empréstimo de curto prazo de US$ 85 bilhões para a AIG, segundo fontes a par da situação. Em troca, o governo americano receberia garantias representadas pelo direito de comprar as ações da empresa, sob certas condições. Isso colocaria o governo possivelmente em posição de controlar a seguradora, uma decisão histórica, especialmente considerando-se que a AIG não é diretamente regulamentada pelo governo americano.
A incerteza em relação ao futuro da AIG e a notícia de que as três principais agências de rating rebaixaram a avaliação da seguradora conturbaram a abertura dos mercados financeiros ontem. Como a AIG fornecia seguro para cobrir as carteiras dos bancos, seu rebaixamento obrigou a uma revisão automática dos ativos que ela garantia.
Como conseqüência, os bancos passaram a precisar de mais capital para manter seus ativos, o que provocou um extraordinário aperto global de liquidez. A taxa interbancária de Londres (Libor) para empréstimos overnight dobrou de 3,33% para 6,44%, o maior salto em um dia em sete anos.
Para irrigar os mercados, os bancos centrais dos EUA, Inglaterra, União Européia, Japão e Austrália injetaram pouco mais de US$ 200 bilhões. Para piorar a situação, o Federal Reserve contrariou as previsões generalizadas e manteve a taxa básica de juros dos EUA inalterada em 2%.
Somente a expectativa de que o Fed poderá conceder um empréstimo de emergência para AIG é que justificou a reversão da Bolsa de Nova York, que fechou com alta de 1,3% depois de ter caído até 1% no início da tarde, após a decisão do Fed. A Bolsa de Valores de São Paulo subiu 1,68%, mas chegou a cair 4,5% no pior momento do dia. O dólar fechou em R$ 1,824.
O agravamento da crise de liquidez e solvência no sistema financeiro internacional suspendeu virtualmente as operações de empréstimo sindicalizado (com a participação de vários bancos) para empresas brasileiras.
Mais de US$ 12 bilhões em operações abertas foram afetadas. Bancos estrangeiros preferem esperar a poeira baixar antes de se comprometer com novos empréstimos. A situação é mais desconfortável para as companhias de capital nacional que ganharam as licitações para a construção de navios-sonda de perfuração de petróleo e plataformas semi-submersíveis já licitadas pela Petrobras. (págs. 1, C1 a C10 e D2)
Queda do petróleo derruba ações na Rússia
As ações sofreram ontem baixas de até 20% na Rússia, na maior queda em mais de um década. A corrida para a venda de ações se deu em razão da forte deterioração dos preços do petróleo, que ontem caíram para US$ 89 o barril em Londres.
Os negócios foram suspensos nas duas bolsas do país porque os investidores ignoraram garantias dadas pelas autoridades russas. Chamadas de margem obrigaram as operadoras a liquidar posições. Pelo menos um banco de Moscou não conseguiu honrar os pagamentos. O índice Micex, denominado em rublos, fechou em queda de 17,75%. O banco central injetou US$ 14,16 bilhões para acalmar o mercado, sem sucesso. (págs. 1 e C2)
Tesouro está com folga para emergências
É muito cedo para comemorar, mas o Brasil, de fato, se mostra mais preparado para enfrentar a atual crise externa. Os fundamentos da economia são muito mais sólidos e as vulnerabilidades, menores. Isso talvez explique o comportamento de uma parcela dos investidores estrangeiros que, em vez de deixar o país, estão saindo da bolsa de valores e se refugiando em títulos públicos, à espera de melhores dias no mercado acionário.
O Tesouro Nacional, por sua vez, acumulou, para uma possível emergência, quantia estimada entre R$ 100 bilhões e R$ 165 bilhões, o suficiente para cobrir de três a cinco meses de vencimento das dívidas interna e externa. (págs. 1 e A2)
Fiesp propõe acordo sobre crédito do IPI
Empresas exportadoras de grande porte estão propondo ao governo federal uma acordo para pôr fim à bilionária e interminável disputa judicial entre o Fisco e os contribuintes envolvendo o benefício chamado “crédito-prêmio do IPI”, que se arrasta desde 2004. os empresários tentam, por intermédio da Fiesp, fechar uma espécie de "acordão" nos mesmos moldes do que foi feito em 2001 entre o governo e os trabalhadores para pagar as diferenças da correção do FGTS decorrentes de planos econômicos nas décadas de 80 e 90.
O acordo viria por meio de medida provisória – cuja minuta está pronta e á qual o Valor teve acesso - , para diminuir o impacto de uma derrota dos contribuintes ou do Fisco quando o crédito-prêmio for julgado pelo Supremo Tribunal Federal. A proposta permite tanto a adesão das empresas que têm créditos a receber quanto das que devem para a União. (págs. 1 e E1)
Apostas no petróleo
Com a demanda aquecida no setor de petróleo e gás, o banco Modal e a Caixa Econômica Federal anunciam a criação de um fundo de investimento em participações, no valor de R$ 500 milhões, voltado aos fornecedores das grandes petroleiras. (págs. 1 e B10)
Commodities em queda
Pressionadas pela crise financeira, as cotações das principais commodities agrícolas negociadas no mercado internacional (milho, trigo e soja) registraram fortes quedas ontem. Em Chicago, os contratos de milho para março chegaram ao menor preço em 11 meses. (págs. 1 e B15)
Exportações de carne
A União Européia adiou a discussão sobre retomada das compras de carne bovina do Mato Grosso do Sul e áreas de Minas e Mato Grosso. Neste ano, as exportações totais do país somaram US$ 3,5 bilhões até agosto, alta de 21%. Mas os volumes caíram 15,5%. (págs. 1 e B16)
Tombo com as blue chips
A crise nos mercados acertou em cheio os investidores em fundos da Vale e Petrobras, que já representam quase metade do patrimônio total dos fundos de ações no varejo. No ano, só até o dia 12, essas carteiras perderam respectivamente, 28,79% e 23%. (págs. 1 e D2)
Deflação americana
Os preços no varejo dos EUA registraram deflação de 0,1% em agosto, frente à alta de 0,8% no mês anterior , bastante influenciados pela deflação de 3,1% nos preços da energia, reflexo da queda do petróleo. Em 12 meses, o núcleo do índice – excluídos alimentos e energia – tem alta de 2,5%. (págs. 1 e C3)
Em quatro anos, produção de leite em pó deve crescer 40% e a exportação, mais que dobrar, diz Alfredo de Goeye, da Serlac. (págs. 1 e B16)
Mercado tentador
A Fiat lançou três novos modelos de veículos no país nos últimos 45 dias. Pelas projeções do presidente da companhia no Brasil, Cledorvino Belini, o potencial do mercado brasileiro de automóveis está longe de chegar ao fim e garante 15 anos de vendas anuais de 5 milhões de veículos. (págs. 1 e B12)
Idéias
José L. Oreiro e Gabriel C. Squeff: 1929 pode acontecer de novo? (págs. 1 e A12)
Idéias
David Kupfer: é preciso reaprender a fazer políticas de desenvolvimento. (págs. 1 e A13)
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Gazeta Mercantil
Manchete: Fed mantém taxa de juros e acalma ânimo dos mercados
O Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), alegando preocupação com a desaceleração econômica e a pressão sobre os preços, manteve a taxa básica de juros inalterada em 2% ontem. A decisão do colegiado, presidido por Ben Bernanke, foi unânime.
A resolução parece ter ido contra o sentimento que prevalece em Wall Street, que estimava uma redução de 0,25 ponto desde o fim de semana, quando a Merrill Lynch foi comprada pelo Bank of America, o Lehman Brothers foi forçado a pedir recuperação judicial e revelou-se que a seguradora AIG luta para captar ao menos US$ 75 bilhões em financiamentos para sobreviver.
Os investidores, tanto no mercado americano como no brasileiro, reagiram prontamente: as bolsas mudaram o sentido e encerraram o dia em alta. O Ibovespa subiu 1,68%, seguindo Wall Street. O Dow Jones teve alta de 1,3%, enquanto o Nasdaq subiu 1,28%. O dólar teve leve alta, de 0,33%. (págs. 1 e B1 a B6)
Lula destaca solidez do País contra a crise
Diante da ameaça da crise financeira norte-americana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva procurou destacar a solidez da economia brasileira a fim de serenar os mercados. Em cerimônia no Palácio do Itamaraty, onde participou de evento com o primeiro-ministro norueguês Jens Stoltenberg, o presidente ressaltou fatores como as reservas internacionais de US$ 205 bilhões, que permitem ao Brasil encarar a crise com maior tranqüilidade.
Lula admitiu, porém, que ainda é impossível calcular a dimensão dos problemas no mercado norte-americano e os efeitos na economia mundial. “Estamos tranqüilos neste momento. Tranqüilos, mas atentos”, disse o presidente. Para ele, caso a crise chegue ao País, o impacto “será quase imperceptível”.
Ainda segundo o presidente, a expansão da demanda doméstica é outro importante instrumento de blindagem perante a crise internacional. “O que está puxando a economia é o forte crescimento do mercado interno”, afirmou, ao lembrar que o País diminuiu a dependência dos Estados Unidos na composição da balança comercial. (págs. 1 e B2)
Sem risco para agricultura
O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, não acredita em impacto negativo da crise internacional nas cotações dos produtos agrícolas. Sua opinião, porém, não é compartilhada por analistas de mercado. (págs. 1 e C9)
Investidores e governo podem assumir a AIG
Investidores da American International Group (AIG), liderados pelo ex-principal-executivo Maurice “Hank” Greenberg, poderão analisar a compra da seguradora por meio de uma permissão dos acionistas ou aquisição de ações. O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos também analisa assumir a AIG por meio de custódia como uma opção para atacar sua crise de capital, disseram duas pessoas ligadas às conversações.
O Unibanco poderá comprar a parte da AIG na parceria que mantém com a seguradora no Brasil, caso a companhia tenha de vender ativos para levantar recursos e minimizar suas perdas no exterior. O presidente da Unibanco AIG, José Rudge, afirmou ontem que o Unibanco tem preferência na transação. “Estamos atentos a essa oportunidade e temos o direito de preferência. Seria um caminho natural”, disse o executivo. (págs. 1 e B1)
Governo define entrada das teles em conteúdo
Em reunião hoje, no Palácio do Planalto, ministros, representante da comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara e a iniciativa privada devem decidir sobre a proposta que o governo apoiará para permitir a convergência das mídias e abrir o mercado de conteúdo às operadoras telefônicas. Essa é a expectativa do deputado Jorge Bittar (PT-RJ), relator do Projeto de Lei nº 29 (PL 29). As agências Nacional de Telecomunicações (Anatel) e a de Cinema (Ancine) também estarão presentes.
“O governo já bateu o martelo”, disse Bittar. Ele se referia à decisão oficial de dar tratamento de choque ao projeto, que somente em verbas orçamentárias para a produção de conteúdo promete investir mais de R$ 500 milhões anuais no mercado audiovisual brasileiro, incluindo a televisão aberta, paga e demais mídias, como a internet. (págs. 1 e C3)
Usina a diesel vai pressionar consumidor
O uso de termelétricas a óleo diesel no lugar de usinas a gás natural, como prevê o “plano B” traçado pelo governo federal para um eventual novo corte no fornecimento do insumo boliviano, trará efeitos desastrosos para o preço da energia e atingirá em cheio o bolso do consumidor. “Ligando as térmicas a óleo diesel, mais uma vez o impacto será para o consumidor, já que a geração a partir desse combustível é bem mais cara”, afirma Ricardo Lima, presidente da Abrace, associação que representa os consumidores de eletricidade. A geração a partir do óleo custa cerca de R$ 600 por megawatt-hora, o dobro do custo da geração de uma termelétrica a gás.
E, apesar de a situação na Bolívia estar aparentemente calma, Giuseppe Bacoccoli, da Coppe/UFRJ, afirma que a crise naquele país é constante. “Na Bolívia, há profundas diferenças sociais e étnicas, portanto há um racha na sociedade que dificilmente será superado”, comenta. O especialista critica a falta de planejamento estratégico no setor elétrico nacional. “Nós nunca tivemos planejamento e, por isso, estamos nas mãos do gás natural boliviano”, acrescenta. (págs. 1, A9 e C7)
Diesel terá de poluir menos
A Justiça de São Paulo determinou que no próximo ano a Petrobras terá que fornecer diesel menos poluente para o abastecimento de veículos novos que entrarem no mercado a partir de janeiro. (págs. 1 e A13)
Petróleo
Barril cai novamente e fecha a US$ 91,15. (págs. 1 e C8)
Grendene entra em siderurgia
O empresário gaúcho Alexandre Grendene Bartelle vai investir US$ 450 milhões na construção de uma usina siderúrgica no Mato Grosso do Sul que produzirá 1 milhão de toneladas de aço por ano. (págs. 1 e C2)
Sucessão municipal
O candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, Geraldo Alckmin, mudou o tom de sua campanha e chamou seu adversário, Gilberto Kassab (DEM), de oportunista. (págs. 1 e A11)
Ajuste fiscal recupera as finanças gaúchas
As finanças do Rio Grande do Sul retomaram a rota do equilíbrio após três anos de ajustes. O secretário estadual da Fazenda, Aod Cunha de Moraes Júnior, enfrentou um quadro marcado por quatro décadas de déficits sucessivos e lidera processo de corte de gastos para restabelecer a saúde financeira do estado. “Não tinha outra solução, a não ser o ajuste fiscal. A experiência mostrou que não funcionou a aposta em um ajuste gradualista. Então partimos para um ajuste fiscal de choque”, afirma Moraes Júnior. Para 2008, a meta é reduzir o déficit para menos de R$ 400 milhões e zerá-lo em 2009.
A determinação em reduzir os gastos públicos foi reconhecida pelo Banco Mundial, que fechou recentemente um financiamento de US$ 1,1 bilhão para o governo gaúcho promover a reestruturação da dívida do estado. (págs. 1 e A8)
Opinião
Editorial: a economia brasileira não apresentou reação muito assustada frente à violenta crise do mercado acionário. Investimentos definidos asseguram expansão do PIB e só o déficit em transações correntes pode vir a preocupar. (págs. 1 e A2)
Opinião
Augusto Nunes: o artigo 2º da Lei de Dantas declarou inconstitucional a escuta telefônica abusiva. Beira-Mar vai usar o celular com mais liberdade. (págs. 1 e A10)
Opinião
Klaus Kleber: na crise de 1999, além da erosão das reservas, houve overshooting do dólar, Selic a 45% a.a., mas a inflação não chegou a dois dígitos. (págs. 1 e B2)
IGP-10 tem deflação de 0,42%
O IGP-10 registrou deflação de 0,42% em setembro, a menor taxa em quase dois anos e meio. Em agosto, o indicador havia apresentado alta de 0,38%, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). (págs. 1 e A4)
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Estado de Minas
Manchete: Granizo destrói casas e espalha medo em Minas
As fortes tempestades dos dois últimos dias, com ocorrência de granizo, causaram destruição em várias cidades de Minas. Uma das mais atingidas foi Carandaí, na região central, com 1,5 mil casas destelhadas, atingidas por pedras de até meio quilo. Mil pessoas ficaram desabrigadas e 300, desalojadas. O Sul de Minas também foi bastante castigado.(págs. 1, 21, 24 e 25)
Governo admite privatizar Confins
Alternativa foi considerada durante anúncio da implantação do aeroporto industrial e de obras de melhoria do terminal e construção de uma segunda pista para triplicar a capacidade de passageiros. (págs. 1 e 15)
Montes Claros
Candidatos disputam uso da imagem de Lula. (págs. 1 e 7)
Nº 2 da PF na cadeia
O diretor-executivo da Polícia Federal, Romero Menezes, foi preso, acusado de advocacia administrativa e tráfico de influência. Ele é suspeito de ter favorecido um irmão, também detido, com informações e intermediações.(págs. 1 e 3)
PT contra PT
A direção nacional do partido já pensa em como aparar as arestas entre as correntes da legenda em BH, em choque por causa das eleições municipais.(págs. 1 e 4)
Lei seca: 167 bafômetros vão reforçar blitzes (págs. 1 e 23)
Saiba o que fazer para não ficar como eles
Foi mais um dia de tensão nos mercados. As bolsas reagiram com alta nos EUA (1,3%) e no Brasil (1,68%) depois de o Fed, o BC americano, manter os juros em 2% ao ano e sinalizar ajuda à seguradora AIG. Vai injetar US$ 85 bilhões na empresa. Houve queda nas bolsas da Ásia e da Europa, que fecharam mais cedo. A de Moscou despencou 17%. O que fazer com seus investimentos? Especialistas aconselham esperar a recuperação dos papéis de companhias sólidas, como Vale e Petrobras, além de diversificar a carteira de ações. (págs. 1, 12, 13, coluna Brasil S/A, 14 e Editorial, 10)
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Jornal do Commercio
Manchete: Médicos acordo fechado
Categoria aceita aumento proposto pelo governo e volta às emergências. Serviço, no entanto, deve continuar comprometido com mobilização de outros servidores. (pág. 1)
Ex-titular da SDS é preso sob suspeita de corrupção (pág.1)
Bolsas reagem e têm dia mais tranquilo. Bovespa fecha em alta (pág.1)
TV Jornal Caruaru reúne candidatos de Garanhuns em debate (pág. 1 )
Revitalização do Beberibe vai começar (pág.1)
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